Uma homenagem ao coronel Roberto Kel.

O som vibrante de gentil dobrado
vai de mansinho chegando na praça.
Logo, altaneira, toda Banda passa.
Delira o povo ao som compassado.
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À frente o mestre capitão conduz
o pelotão da lira e da beleza.
Na farda o garbo, no passo a nobreza.
Rege dobrados que cintilam em luz.
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O tempo passa, a Banda não passa.
Faz-se perene nos acordes límpidos.
E a Banda agora, por melhor que faça
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não renderá o preito merecido
de homenagem ao capitão, sem jaça,
hoje afastado, mas nunca esquecido.
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(Soneto de 1992)

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Nelson Rodrigues.

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O escritor norte-americano Henry Müller, autor de "Trópico de Câncer", mandava riscar uma cruz na sola do sapato, pois se sentia satisfeito em pisar o símbolo do Cristianismo.
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"Cristo é um abismo de luz. É melhor ter os olhos fechados que mergulhar nele."
Dito de Franz Kafka, escritor tcheco autor de "O processo".
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NELSON RODRIGUES.


"Sou (e sempre fui) um anjo pornográfico".
"A juventude é um mal que passa".
"Os jovens possuem todos os defeitos de um adulto e mais a imaturidade".

Nelson nasceu em Recife, em 23 de agosto de 1912 e morreu em 1980.
Era filho do jornalista Mário Rodrigues e irmão do jornalista esportivo Mário Filho, que dá seu nome ao Maracanã.

Com quatro anos Nelson acompanha a família e vai morar no Rio de Janeiro. Torna-se mais carioca que nordestino.

Torcedor do Fluminense.

Escreveu obras sob o pseudônimo de Susana Flag.

Não se formou no ginásio, saindo na terceira série. É exemplo de que não é necessário ter títulos em faculdades, mestrados e doutorados, para ser um gênio das letras.

Mulherengo, separou-se da mulher Elza e viveu com outras mulheres. Isso não impediu que pedisse a Elza para gravar seu nome ao lado do dele no seu túmulo, com a inscrição "Unidos além da vida e da morte. É só!"
A esposa o atendeu.

Sua obra:

Romances:
1944 - Meu destino é pecar.
1944 - Escravas do amor.
1944 - Minha vida.
1948 - Núpcias de fogo.
1949 - A mulher que amou demais.
1957 - Viuva; porém honesta.
1957 - Perdoa-me por me traíres.
1958 - Os sete gatinhos.
1959 - Engraçadinha.

Além destes, publicou:
Senhora dos afogados.
Vestido de noiva.
Anjo negro.
Bonitinha, mas ordinária.
Álbum de família.
O beijo no asfalto.
Toda nudez será castigada.

Contos:
A vida como ela é.
Elas gostam de apanhar.
O homem fiel e outros contos.
A dama do lotação.

Crônicas:
Memórias.
O óbvio ululante.
A cabra vadia.
1977 - O reacionário (lembranças e confissões).
A pátria sem chuteiras.
À sombra das chuteiras imortais.
A mulher do próximo.

Conhecido e admirado pelos militares, Nelson luta para tirar da prisão seu filho Nelsinho, terrorista de esquerda. Conseguiu a liberdade de Zuenir Ventura e Hélio Pelegrino. Isso não impediu que sempre manifestasse idéias à direita.

Em 1962 Nelson foi para a Globo de Roberto Marinho.
Teve mais problemas com a censura antes de 1964 que com a ditadura militar. Admirava o general Garrastazu Médici.

Vinte e uma de suas obras viraram filmes.
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Teologia da Libertação.

Poema dedicado a Leonardo Boff, frei Betto, dom Balduíno e aos teólogos da libertação.
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Oh Cristo, pobre Cristo combalido,
não mais importa o céu que se conquista.
Teu reino decaiu, virou partido.
Agora estão dizendo, és comunista.

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Igreja progressista, sem recato,
a dor, o teu penar, não mais compara.
Melhor que tua cruz é ter retrato
do semideus Fidel ou de Guevara.

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A máxima mudou: morte ao burguês.
Pecado ter dinheiro ou propriedade.
Amar somente alguns, outros sem vez.

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Ficou bem reduzida a caridade.
Igrejas se esvaziam a cada mês.
Serás logo um xiita, divindade.

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Países de Língua Portuguesa

Lisboa. Torre de Belém, à beira do rio Tejo. Daqui saíam os navegadores portugueses para conquistar novas terras.

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Países e regiões de língua portuguesa:

PORTUGAL - a terra-mãe, teve sua independência no ano de 1143, quando dom Afonso Henriques levou os limites de seu condado até as margens do Tejo, toma Lisboa e rompe os laços que o prendem aos reis da Espanha. Falaremos disso mais tarde com maiores detalhes. Pode-se afirmar que nosso idioma descende do galego-espanhol. O arquipélago dos Açores, no oceano Atlântico, pertence aos lusitanos.

BRASIL - Colônia portuguesa, teve na formação da sua nacionalidade a uniformização de sua língua, bela, musical e derivada do latim.

GUINÉ-BISSAU - Colônia de Portugal, hoje um país da costa ocidental (Noroeste) da África. Sua capital é Bissau e tem cerca de 1.500.000 habitantes.

ANGOLA - Colônia de Portugal, hoje um país da costa ocidental (sudoeste) da África. Sua capital é Luanda e tem cerca de 1.600.000 habitantes

MOÇAMBIQUE - Colônia de Portugal, hoje um país da costa oriental (sudeste) da África. Sua capital é Maputo e possui cerca de 20 milhões de habitantes.

CABO VERDE - Ex-colônia de Portugal, hoje um país. É nada mais que um arquipélado de dez ilhas no oceano Atlântico, a oeste da África. Sua capital é a ilha de Praia. Tem cerca de 500.000 habitantes.

SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - País insular, ex-colônia portuguesa, com duas ilhas maiores que lhe dão o nome e várias ilhotas. Fica na parte ocidental da África e é banhado pelo oceano Atlântico. Sua capital é a ilha de São Tomé.

TIMOR LESTE - Situado na parte oriental da ilha de Timor, na Ásia e dentro do arquipélago da Indonésia. Independente deste país desde 1999. Possui cerca de 1.200.000 habitantes. Capital: Dili.

Podemos ainda citar duas regiões que foram de domínio português por cerca de quatrocentos anos e onde a tendência da língua portuguesa é se extinguir.

MACAU - Uma península considerada região administrativa especial da China desde 1999. Teve situação parecida com Hong-Kong, de domínio britânico até o mesmo ano. Colonizada pelos aventureiros portugueses ultramarinos, é banhada pelo oceano Índico e possui cerca de 600.000 habitantes.

GOA - Os portugueses apossaram-se da região de Goa, nas Índias, em 1510. Foi exílio para os que não contavam com a boa vontade dos reis portugueses, como Camões. Situa-se na costa do mar da Arábia. Sua língua oficial hoje é um dialeto chamado concani. Foi anexada à Índia em 1961. Como Macau, é questão de tempo a língua portuguesa deixar de ser falada na região.

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Ser governado.

Texto de Pierre Joseph Proudhon, anarquista francês ofendido e desconsiderado por Marx, que não suportava que alguém fosse mais brilhante que ele:

Ser governado é ser guardado à vista, inspecionado, espionado, dirigido, legiferado, regulamentado, depositado, doutrinado, instituído, controlado, avaliado, apreciado, censurado, comandado por outros que não têm nem o título, nem a ciência, nem a virtude.

Ser governado é ser em cada operação, em cada transação, em cada movimento, notado, registrado, arrolado, tarifado, timbrado, medido, taxado, patenteado, licenciado, autorizado, apostilado, admoestado, estorvado, emendado, endireitado, corrigido.

E, sob pretexto de utilidade pública, e em nome do interesse geral, ser pedido emprestado, adestrado, espoliado, explorado, monopolizado, concussionado, roubado.

Depois, à menor resistência, à primeira palavra de queixa, reprimido, corrigido, vilipendiado, vexado, perseguido, injuriado, espancado, desarmado, estrangulado, aprisionado, fuzilado, metralhado,, julgado, condenado, deportado, sacrificado, vendido, traído e, para não faltar nada, ridicularizado, zombado, ultrajado, desonrado.

Eis o governo, eis sua justiça, eis sua moral.

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