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domingo, 26 de setembro de 2010

A revolução dos Bichos - Síntese.

O Senhor Jones e a esposa eram proprietários da Granja do Solar na Inglaterra. Possuíam alguns empregados. Os bichos da fazenda iam vivendo oprimidos e maltratados por eles, trabalhando demais e comendo o quase suficiente. Um dia o velho Major, um porco várias vezes campeão em exposições, teve um sonho muito estranho e reuniu os animais à noite para contá-lo. Chegaram os cachorros Ferrabrás, Lulu e Catavento, depois os porcos, que eram os mais inteligentes. As galinhas empoleiraram-se nas janelas, os pombos voaram para os caibros do telhado, as ovelhas e as vacas deitaram-se atrás dos porcos e ficaram a ruminar. Os dois cavalos de tração, Sansão e Quitéria, chegaram juntos. Depois vieram Maricota, a cabra branca, o burro Benjamin, o mais idoso, quase um filósofo. Mimosa, a égua vaidosa e fútil, que puxava a aranha do Sr. Jones, entrou requebrando-se. Foi aí que Major tomou a palavra:
-- Camaradas, eu tive um sonho. E quero transmiti-lo antes de morrer. Nossa vida é miserável, trabalhosa e curta. Nenhum animal na Inglaterra é livre. O Homem é o nosso verdadeiro inimigo. É a única criatura que consome sem produzir. Não dá leite, não põe ovos, é fraco demais para puxar o arado, nunca é tosquiado e não corre o suficiente para alcançar uma lebre. Mesmo assim, é o nosso Senhor. Por isso, camaradas, deixo-vos apenas uma palavra: Revolução!... Transmiti esta mensagem para todos e para as futuras gerações. Revolução ou morte! Qualquer coisa que ande sobre duas pernas é inimigo; qualquer coisa que ande sobre quatro patas ou tenha asas é amigo. Nesta luta não devemos nos assemelhar ao homem. Depois que o derrotardes, não morai em casas, não dormi em camas, não usai roupas nem bebei álcool. Não fumar, não tocar em dinheiro nem fazer comércio. E o principal: jamais um animal deverá tiranizar outro animal, pois todos serão iguais. Vou lhes ensinar uma canção, camaradas, que devereis cantar todas as manhãs. Chama-se "Bichos da Inglaterra":
Bichos ingleses e irlandeses, bichos do mundo,
eis a mensagem de esperança no futuro que virá.
Cedo ou tarde virá o dia e cairá a tirania.
E os campos ingleses só aos bichos caberão.
Sem argolas nas ventas, dorso livre dos arreios,
sem freios e esporas, chicotadas abolidas.
Mais ricos que sonhamos, iremos possuir
o trigo, feno, cevada, pasto, aveia e feijão!
Lutemos por isso, mesmo que nos custe a vida.
Porcos, cavalos, vacas, galinhas e gansos,
liberdade conquistemos!...
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As vacas mugiram a canção, os cachorros latiram, as ovelhas baliram, os porcos berraram, os cavalos relincharam, os patos grasnaram. Mas o alarido acordou o Sr. Jones, que os pôs a correr.
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Quando me perguntarem quais os dez melhores livros que li na vida, seguramente colocarei dois de George Orwell. A Revolução dos Bichos e 1984, este último a previsão de um Grande Irmão (Big Brother) dominador do mundo e das pessoas, que não terão mais privacidade nem individualidade. Orfeu, o pascácio, meu alter-ego abobado, odeia o BB.
Nascido na Índia Britânica em 1903, foi de tudo um pouco na vida. Jornalista, romancista, lutou com os comunistas na Espanha contra Francisco Franco. Desgostoso com o totalitarismo que via crescer no mundo, produziu este livro, A Revolução dos Bichos, o maior libelo já escrito contra a opressão exercida em nome de falsas utopias de liberdade e igualdade. Morreu em 1950. Muitos autores reconhecem que o livro foi uma crítica candente ao ditador Stalin, que na época encantava os comunistas do mundo todo. O livro foi escrito logo após o término da Segunda Grande Guerra.
O velho Major faleceu dormindo três noites depois. A tarefa de continuar sua luta coube aos porcos, seguramente os mais inteligentes. Destacaram-se Napoleão, um cachaço forte, e Bola de Neve, da mesma idade e força. Este último era mais ativo, mas o primeiro gozava de mais reputação quanto ao caráter. Os discípulos mais fiéis dos porcos eram os dois cavalos de tração, Sansão e Quitéria, uma vez que estes tinham dificuldade de pensar por si próprios. Tudo o que lhes era dito passavam aos outros animais por repetição. E assim se fez a Revolução. Os bichos unidos correram da Granja com o seu dono, a mulher e os empregados, que fugiram para uma outra de propriedade de um amigo. A primeira coisa que os porcos, agora chefes, fizeram, foi colocar no curral uma tábua com os novos mandamentos. A Granja deixou de ser "do Solar" para ser "dos Bichos". Diziam os sete mandamentos:
Qualquer coisa que ande sobre duas pernas é inimigo.
Qualquer coisa que ande sobre quatro patas ou tenha asas é amigo.
Nenhum animal usará roupas.
Nenhum animal dormirá em cama.
Nenhum animal beberá álcool.
Nenhum animal matará outro animal.
Todos os animais são iguais.
Foram formados grupos para melhor se organizarem. O Comitê da Produção de Ovos para as galinhas, a Liga das Caudas Limpas para as vacas, o Centro de Reeducação dos Animais Selvagens para domesticar ratos e coelhos, o Movimento Pró Lã Mais Branca que congregava as ovelhas. As classes de ler e escrever tiveram enorme sucesso e já no outono quase todos os bichos estavam alfabetizados. Mas os porcos é que elaboravam o que eles deviam aprender. Já liam e escreviam muito bem, melhor que os demais. Mas depois de certo tempo verificou-se que, exceto os porcos, nenhum animal foi além da letra A. Os mais estúpidos, como as galinhas, ovelhas e patos, eram incapazes de aprender de cor os sete mandamentos. Por isso Napoleão condensou estes mandamentos em uma só frase: QUATRO PATAS BOM, DUAS PERNAS RUIM! As ovelhas, principalmente, passavam o dia balindo.
Mas chegou o dia em que os bichos constataram que os porcos estavam comendo mais maçãs e bebendo mais leite. Quiseram fazer um protesto, mas eles os convenceram que era natural, pois comandavam e pensavam, coisa de muita responsabilidade, gastando para isso mais energia que um mero carregar de feno. Os bichos acabaram aceitando as explicações e se puseram a trabalhar mais ainda. ********************
Aconteceram, porém, problemas. O Sr. Jones tentou retomar a Granja, e trouxe com ele alguns amigos. Os bichos os botaram a correr, mas uma ovelha foi morta. A égua Quitéria fugiu e foi depois vista puxando uma charrete em outra Granja. Não suportou o fato de não mais ter direito a torrões de açúcar, como na época de Jones.
Ocorreu então que alguns bichos começaram a suspeitar que estavam trabalhando mais do que antes e ganhando menos comida. Mas tudo foi abafado por uma eleição que se seguiu. O porco Bola de Neve era candidato, prometendo uma semana de três dias de trabalho. O porco Napoleão prometia mais comida na manjedoura.
Ao final, Bola de Neve ganhou o pleito, mas foi expulso da Granja acusado de trair a Revolução. Napoleão, pobrezinho, viu-se obrigado a assumir a chefia da Granja, e faria isso com grande sacrifício pessoal. Começou por abolir as reuniões que os bichos faziam todos os domingos. O porco Garganta, seu imediato, fez ver aos outros bichos que Napoleão só queria o bem de todos. Dizia ele:
-- Ninguém mais que o Camarada Napoleão crê firmemente que todos os bichos são iguais. Feliz ele seria se pudesse deixar-vos tomar decisões por sua própria vontade. Mas poderíeis tomar decisões erradas, camaradas, e aí, onde iríamos parar? Quereis Bola de Neve de volta, o traidor, que se aliou a Jones? Quereis Jones de volta?
Os bichos não os queriam, por certo. Se as reuniões de domingo trouxessem os dois de volta, que não fossem feitas mais as reuniões. E todos trabalhariam mais ainda, reconhecidos com o sacrifício de Napoleão.
Os animais passaram então a não se sentar mais juntos. Os porcos tinham agora uma plataforma superior à frente, sendo protegidos pelos cachorros. Napoleão decretou que todo o trabalho seria voluntário, mas quem não o aceitasse somente teria a metade da ração, que já era bem pequena. Uma semana depois, ele também decretou que a Granja passaria agora a negociar com as granjas vizinhas, mesmo com homens. Era preciso aumentar a produção e fazer comércio, para que todos os bichos vivessem melhor.
Foi mais ou menos em seguida que os porcos resolveram se mudar para a casa de Jones. Garganta convenceu os animais que era absolutamente necessário que eles, sendo os cérebros da granja, tivessem um lugar calmo para trabalhar em benefício dos demais. E viver numa casa era mais adequado à dignidade do Líder, pois assim Napoleão deveria ser intitulado. Pouco tempo depois os porcos passaram a dormir nas camas, usando cobertores para o frio. Lá veio de novo o Garganta:
-- Vocês não seriam capazes de nos negar o repouso, com todo esse nosso trabalho intelectual. Para vocês é fácil. É só repetir e repetir o que fazem! Será que desejam o Jones de volta?
Este argumento era irrespondível. E quando os porcos passaram a se levantar uma hora mais tarde que os outros animais, ninguém mais achou estranho. Mas em Janeiro a comida diminuiu. A ração de milho foi drasticamente reduzida e uma ração de batata seria entregue em seu lugar. Há tempos que as maçãs e o leite eram destinados somente aos porcos. Os outros bichos dispunham de água, que era mais saudável. Aconteceu então a primeira dissidência. Napoleão negociara com uma granja o fornecimento de ovos e não consultara as galinhas. Três delas se revoltaram. Napoleão foi rápido. Cortou a ração delas por inteiro. Se comessem, os cachorros as matariam. Ela resistiram por cinco dias, depois voltaram arrependidas aos ninhos.
Quatro dias depois, à tardinha, Napoleão mandou que os bichos se reunissem no pátio. Saiu do casarão ostentando no peito duas medalhas que conferira a si próprio. A de Herói Animal Primeira Classe e a de Herói Animal Segunda Classe.
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As ovelhas eram mais dóceis porque não pensavam.
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E naquele mesmo dia, os cachorros levaram para a frente dos bichos quatro porcos pelas orelhas. Estes berravam e se contorciam. Estacaram à frente do Líder, guardados pelos ferozes cães. Napoleão pediu-lhes que confessassem seus crimes. Eles logo confessaram que tramavam com Bola de Neve contra a granja. Os cães os estraçalharam, num julgamento que parecia já estar resolvido. As três galinhas que se rebelaram foram degoladas. Os bichos, aterrorizados, recolheram-se, mas alguns deles lembravam que o sexto mandamento dizia que nenhum animal mataria outro animal. O burro, mais esperto, foi até o curral para ler e se certificar. Estava escrito: Um animal não matará outro sem motivo.
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Napoleão começou a ser reverenciado por outros títulos: Pai de todos os bichos, Terror da humanidade, Amigo dos Pintainhos, Protetor dos Apriscos. O porco Mínimo compôs para ele uma canção:
Tivesse eu um leitão e antes mesmo que atingisse
o tamanho de um garrafão ou de um barril,
já teria aprendido a ser eternamente
um teu fiel e leal servidor.
E o primeiro guincho que meu leitão daria seria:
"Camarada Napoleão!"

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Quatro cachorros passaram a montar guarda pessoal a Napoleão e um jovem porco teve a tarefa de lhe provar a comida, pois poderia ser envenenado por inimigos cruéis.
O grande Líder concedeu a si próprio a Ordem da Bandeira Verde, a maior comenda até então. Para comemorar, foi encontrada na adega da casa grande uma caixa de uísque. E para quem tivesse lido que nenhum animal beberia álcool, na verdade teria lido que "nenhum animal beberá álcool em excesso!"
Estabeleceu-se também que se um porco passasse por outro animal numa trilha, este animal deveria lhe ceder a passagem. No domingo, os porcos poderiam colocar fitas vermelhas nos rabichos.
Havia cada vez mais canções, discursos e desfiles, que eram chamados Manifestações Espontâneas, para comemorar a revolução vitoriosa. Como a Granja foi proclamada República, surgiu apenas um candidato, Napoleão, que foi eleito por unanimidade.
Sansão, que tanto trabalhara pela revolução e já estava velho, foi aposentado e mandado para um abrigo na Inglaterra. Veio um caminhão buscá-lo. Só que o burro conseguiu ler no caminhão: Alfred Simmons, matadouro de cavalos, fabricante de colas e de rações para canis.
Os bichos até se revoltaram, mas de nada adiantou. Passaram a crer que a fome, o cansaço e a decepção eram a lei imutável da vida. Na verdade, porcos e cachorros não produziam uma só grama de alimento, mas todos tinham um apetite fora do comum. E, numa noite fatídica, quando os animais se reuniram sem a presença dos porcos, que estavam na casa grande, a luz permitiu que eles fossem vistos andando somente sobre as duas patas traseiras. Parece que todos os mandamentos tinham sido mudados. O burro voltou ao curral e conseguiu ler para os outros uma nova placa com os seguintes dizeres: "TODOS OS ANIMAIS SÃO IGUAIS, MAS ALGUNS ANIMAIS SÃO MAIS IGUAIS DO QUE OS OUTROS".
Depois disso, os porcos não mais se envergonharam de andar com duas patas e portar um chicote.
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E numa noite os bichos ouviram gritos e impropérios na casa dos porcos. Barulho de brigas e xingamentos. Foram olhar, protegidos pela escuridão, e viram lá porcos e homens a beber e brigar. É que eles jogavam cartas e um tal senhor Pilkington e Napoleão lançaram ao mesmo tempo um ás de espadas.
Não havia dúvidas sobre o que sucedera à fisionomia dos porcos. Os infelizes animais olhavam de um porco para um homem, de um homem para um porco e de um porco para um homem outra vez. Mas já se tornara impossível distinguir quem era homem, quem era porco.
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sábado, 25 de setembro de 2010

Elza, a garota!

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Da Série Perfis de Mulheres XII.
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Elza, a garota, codinome de Elvira Cupelo Colônio, estrangulada, morta e enterrada com o corpo dobrado nos fundos de uma casa no Rio de Janeiro. Os comunistas de Luiz Carlos Prestes pensavam que ela os tinha entregue à Polícia, depois da desastrada Intentona, revolução fracassada que durou menos de uma semana e que tinha como objetivo derrubar Getúlio Vargas e entregar o Brasil aos soviéticos de Stalin. Elza em 1936 tinha 16 anos. No filme Olga, que tanto sucesso fez nas bilheterias do Brasil, a "heroína", com 28 anos no mesmo ano, aparenta ser mais nova que Elza. O filme queria esconder que a garota morta era quase uma menina. Morte determinada por Prestes, chefe do PCB, desertor do Exército, depois de um simulacro de julgamento que chamaram de "tribunal revolucionário". Sugiro que o Ministério da Cultura de Lulla ou Dilma Rousseff (codinome Vanda, Patrícia ou Luíza) realize o filme "Elza", mas que não se baseie somente nas informações dos adoradores de Prestes, já que o filme Olga foi foi realizado desta maneira e com dinheiro público hoje controlado pelas hostes vermelhas.
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Elvira Cupelo Colônio passou a se chamar Elza Fernandes, a garota, depois que o irmão Luiz Colônio a apresentou a Antônio Maciel Bonfim (codinome Miranda), que era secretário do Partido Comunista Brasileiro. Luiz estava comparecendo às reuniões do PCB, fascinado pelas utopias e sonhos de igualdade e fraternidade. Um mundo sem classes, onde todos tivessem voz e vez, um mundo de libertação dos excluídos, de combate à burguesia. Sabemos hoje, no entanto, que esses sonhos originaram cerca de cem milhões de mortos somente no século vinte, em diversos países sob o tacão comunista.
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Elza e o irmão moram no Rio de Janeiro. Ano de 1934 e o presidente do Brasil é Getúlio Vargas, gaúcho de São Borja (1882-1954). Os comunistas e filo-comunistas se reúnem em torno de Luiz Carlos Prestes, que abandona o Exército Brasileiro como capitão para viver suas utopias, fiel até a morte ao stalinismo soviético.
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Na residência de Luiz e Elvira começam a acontecer encontros do partidão. Ela, garota dos seus dezesseis anos, se encanta com a retórica do Miranda. Começam a namorar até resolverem conviver como se casados fossem. Para um socialista não importam muito esses confeitos burgueses, como o casamento, véus, buquês e grinaldas numa igreja cristã. Ela recebe o codinome Elza Fernandes e passa a participar das reuniões com seu amado, irmão e companheiros adeptos do grande Josef Vissarionovitch Dzughashvilli, de codinome Stalin, o grande líder que na época governava com mão de ferro a hoje finada União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Ela ainda não entende muito bem tudo o que dizem, pois as frases são carregadas de clichês para decorar, mas o tempo, o irmão e o namorado a ajudarão nesta empreitada. Luiz aprova o romance da irmã com o secretário geral, já que isso poderá ajudá-lo a ocupar posições de destaque no partido.
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No ano de 1935 acontece no Brasil a Intentona Comunista, movimento rebelde comandado por Prestes para apear Getúlio do poder e implantar no Brasil a ditadura do proletariado.
O ex-capitão convivia com uma alemã chamada Olga Benário, de origem judia, que trabalhava para os serviços de inteligência de Stalin (na época NKVD e depois KGB) e era casada com um militar russo em Moscou. Ela fugira da Alemanha para a União Soviética por atividades clandestinas em favor dos comunistas.
Vinte e dois agentes soviéticos vêm ao Brasil com nomes falsos, a mando do Estado Maior Soviético do Exército Vermelho de Stalin, para auxiliar Prestes em sua intentona contra o governo de Getúlio. Olga Benário é um desses agentes.
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De família judia, Olga nasceu em Munique, na Alemanha, em 1908. Com quinze anos filiou-se a uma organização comunista clandestina, passando a fazer parte da Juventude Comunista Alemã. Passou a viver com um professor socialista de nome Otto Brown. Presa por duas vezes em sua terra natal, fugiu para a União Soviética, onde cursou a Academia Militar Russa, diplomando-se profissional do serviço secreto e de espionagem militar, assumindo a Secretaria de Agitação e Propaganda de sua base operária.
Usou, entre outros, os nomes de Ana Baum, Frieda Wolff Behrendt, Ema Kruger, Olga Meirelles, Olga Begner e Olga Sinek. Era especialista em espionagem.
Treinada para obedecer aos chefes, disciplinada, jamais saindo da linha determinada pelo partido, foi antes de tudo um fantoche à disposição do Exército Vermelho. Cumprindo sempre cegamente as determinações, deixou seu marido russo B. P. Nikitin para acompanhar Prestes que voltava ao Brasil. Mitificar as figuras de Prestes e Olga, criando um clima de paixão entre os dois e apresentando-os como heróis brasileiros é insensatez, falsidade e cinismo. Prestes recebeu de Moscou a incumbência de chefiar a ação armada no Brasil. O plano era impulsionar o movimento vermelho na América do Sul. Olga tinha a missão de cuidar de sua segurança e com ele desencadear a revolução. Ela morreu num campo de concentração nazista após ter sido deportada para a Alemanha por Getúlio, a pedido de Hitler, pois era lá procurada com ordem de prisão. Por ironia do destino, sua vida teve fim pela crueza de um regime tão bárbaro quanto aquele ao qual ela se dedicou.

(A verdade sufocada - do Coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra).
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Formar esta aura de romantismo entre casais comunistas é recorrente. Hilda Gadea, uma das mulheres cubanas de Guevara, no leito de morte disse à filha Hildita que as cartas de amor trocadas entre ela e o Che nas invasões beligerantes dele na África e na Bolívia foram, na verdade, escritas por peritos caligráficos em Havana. (Do livro Alina, a filha de Fidel).********************
Os atos de sublevação comunista, depois chamados Intentona, acontecem inicialmente em Natal no dia 23 de novembro de 1935, quando os revoltosos assumem o poder na cidade por quatro dias. Ocorrem a 24 em Recife e logo em seguida no Rio de Janeiro. Os participantes, especialmente os brasileiros, revelam-se tão despreparados, que não é muito difícil às tropas legalistas reassumir o controle das cidades e dos quartéis. Mas tal não impediu um banho de sangue. Quase cem revoltosos são mortos em Recife. Em Natal aconteceram estupros, depredações e pilhagens às centenas, até que as tropas legalistas reassumissem o controle. O pior, no entanto, aconteceu no Rio de Janeiro, em 27 de novembro de 1935 na Escola de Aviação, na Rua Marechal Hermes. Vinte e sete oficiais e praças são mortos enquanto dormiam em seus alojamentos, por colegas comunistas, numa atitude covarde e inusitada para o que se chama honra militar. É sabido que naquela época os quartéis estavam minados de militares favoráveis à causa socialista. Não é por acaso que os grandes e mais ferrenhos comunistas deste país saíram do Exército, como Prestes, Lamarca, Agildo Barata, Agliberto Azevedo, Ivan Ribeiro, Leivas Outeiro e outros, isso sem falar dos praças, como o Cabo Anselmo, que depois mudou de lado.
Na Praia Vermelha o Terceiro Rgimento de Infantaria do Exército é dominado pelos revoltosos comandados pelo capitão Agildo Barata, que executa friamente um capitão de sua própria turma. A reação das tropas legalistas se faz sob o comando do general Eurico Gaspar Dutra, comandante da Primeira Região Militar no Rio de Janeiro. Os revoltosos esquecem seus assassinatos e erguem bandeiras brancas, pedindo pela vida que negaram aos colegas. Alguns são presos e outros conseguem fugir. Estes fatos são ignorados olimpicamente pelo filme "Olga".
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"O capitão Armando de Souza Melo e o tenente Danilo Paladini foram mortos pelo capitão Agliberto Vieira de Azevedo e pelo tenente Ivan Ramos Ribeiro. O mesmo capitão Agliberto assassinou também o tenente Benedicto Lopes Bragança, depois de preso e desarmado. No Terceiro Regimento de Infantaria o capitão Agildo Barata, que estava preso no quartel, auxiliado pelo tenente Francisco Leivas Otero, aliciara inúmeros colegas, formando uma célula comunista. Às duas da madrugada apagaram-se as luzes. A escuridão favorecia a não identificação dos amotinados. O tiroteio foi intenso e alguns militares que se opunham aos colegas comunistas morreram ainda dormindo.
Derrotados, mudaram o estilo e a forma de atuar, mas não se afastaram jamais de seus desígnios de implantar no Brasil um governo marxista-leninista. Viriam a tentar novamente em 1964".
(Do livro A verdade sufocada, do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, que tem sido vítima da facciosa Comissão dos Desaparecidos e suas farras milionárias em prol dos torturados e de muitos mistificadores. Estão tornando ricos antigos comunistas, distribuindo gratificações a granel com dinheiro público. Disse Millor Fernandes, depois de recusar a dinheirama, que na verdade ser comunista naquela época passou a ser hoje um grande investimento financeiro.
Desertores do Exército estão sendo promovidos a generais post-mortem e, o que é pior, sem um pio da Força Terrestre. Quem começa a limitar estas farras é o Judiciário).
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Olga e Prestes.
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Os membros do partido comunista estão em polvorosa. Uns foram presos e outros podem cair a qualquer momento. Miranda, o amante de Elza, foi o primeiro a sentir nas costas o bafo da polícia de Getúlio. Seus companheiros temem que ele entregue os nomes se for torturado. Na verdade, ele está mais preocupado com Elza. Manda um bilhete ao amigo Meirelles no sentido de que a ajude a esconder-se. Honório de Freitas Guimarães, um dos mais cruéis dirigentes do partido, intercepta o bilhete. Telefona para a casa de Miranda e vozes estranhas atendem. Apavora-se. Começa a desconfiar que Miranda e Elza estejam fazendo o jogo da polícia. Ela também foi presa, mas liberada logo a seguir. Alguns dias depois os camaradas entendem que o Miranda nada teve a ver com a delação e colocam toda a culpa na garota.
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Apartamento de Luiz Carlos Prestes em Moscou.
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Um "tribunal revolucionário" se reúne às escondidas num subúrbio do Rio. Seus membros vão julgar Elza, pois têm quase certeza de que ela os está entregando aos inimigos. Honório, Lauro da Rocha, Adelino Deycola e José Lage sentenciam a garota à morte. No entanto, começa a haver demora na execução, pois alguns ainda têm escrúpulos de matar uma moça de dezesseis anos, com certeza desconhecedora dos meandros sádicos do comunismo. Alguns, até, pensam em anular a "sentença".
O ex-capitão Prestes lhes tira todas as dúvidas e medos. Escondido em sua casa no Meyer, já havia decidido pela eliminação da garota. O tribunal era apenas um detalhe, pois ele era rigidamente centralizador e autoritário. Furioso com a indecisão dos companheiros, manda-lhes uma carta:
"Fui dolorosamente surpreendido pela falta de decisão e vacilação de vocês. Assim não se pode dirigir o partido do proletariado. Por que modificar a decisão a respeito da garota? É ou não ela perigosíssima ao partido? Com plena consciência de minha responsabilidade, desde os primeiros instantes tenho dado a vocês minha posição quanto ao que fazer com ela. Em minha carta de 16 sou categórico e nada tenho a acrescentar".
Os companheiros não podiam ter mais dúvidas. A sentença deveria ser executada. Eduardo Xavier, o "Abóbora", um amigo de Miranda, leva Elza até uma casa na Rua Mauá Bastos, número 48-A, na estrada de Camboatã. Na residência esperavam pelos dois o Honório, o Deycola, o "Cabeção" (Francisco da Natividade) e o Gaguinho (Cavalcanti).
Elza, sem de nada desconfiar, vai até a cozinha fazer um café, desconhecendo que logo em seguida será executada. Ela entra na sala e Honório pede que sente a seu lado. É o sinal convencionado. Os outros três entram e em seguida o Cabeção, brandindo uma corda de meio metro, envolve o pescoço da moça e começa a apertar. Elza se debate desesperada procurando desfazer o abraço da morte. Os outros a seguram e Cabeção tem tranquilidade para apertar e apertar, até que ela não faça mais resistência. Cai ao chão sem vida, o que gera no Abóbora uma crise incontrolável de vômitos. Insensíveis, dobram a moça ao meio, juntando os pés à cabeça para que fique mais fácil colocá-la num saco. Enterram a infeliz nos fundos da casa e vão embora, com a consciência revolucionária do dever cumprido. O crime hediondo fora perpetrado em nome do PCB, Partido Comunista Brasileiro. O fato de Prestes não gostar de Miranda foi um dado a mais para apressar a morte de Elza.
Luiz Carlos Prestes é preso a 05 de março de 1936, sendo condenado a dezesseis anos de prisão. É beneficiado em 1945 por uma anistia e pela queda de Getúlio.
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Getúlio Dornelles Vargas.********************
Em 1940 Luiz Cupelo Colônio participa da exumação do cadáver da irmã. Escreve um bilhete a Miranda, que em seguida parte para a Bahia e lá não é mais lembrado.
Rio, 17 de Abril de 1940.
Meu caro Bonfim.
Acabo de assistir à exumação do cadáver de minha irmã Elvira. Reconheci os seus dentes e cabelos. Soube também da confissão que elementos do PCB fizeram na Polícia, de que haviam assassinado a minha irmã. Diante disso, renego meu passado revolucionário e encerro minhas atividades comunistas. Do teu sempre amigo.
Luiz Cupelo Colônio.********************
Esta foi a historia triste de uma garota infeliz, que teve a desgraça de se apaixonar por um membro do partidão.
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Abóbora, leal, mas limitado. Miranda, o amante de Elza.
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Em 1950, dirigente maior do PCB, Prestes se alia a Getúlio Vargas na eleição presidencial daquele ano, eleição que Getúlio venceria. Esquecia o fato de seu novo companheiro ser um dos responsáveis pela morte da mulher Olga Benário. No entanto, o que importava era a causa. Hoje a morte de Elza é veiculada de passagem no filme "Olga", com o cuidado de não vincular seu assassinato a Luiz Carlos Prestes e sim a comunistas de menor expressão.
Não há provas até hoje de que Elza tenha colaborado com a polícia de Vargas. Mesmo que houvesse, o crime estaria justificado?...
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O livro Camaradas, do jornalista da Rede Globo William Haack, comprova, pela abertura dos arquivos da KGB depois que a URSS ruiu, que Luiz Carlos Prestes recebia salários de Moscou. Era o famoso "ouro de Moscou", que ele sempre negou.
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Bibliografia: 1) Um pouco de História sobre a Intentona Comunista - Carlos Ilich Azambuja.
2) A verdade sufocada - do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra (este livro, especialmente, narra com fotos e evidências irrefutáveis a história do comunismo de Dilma Rousseff, assaltos, sequestros e assassinatos de seus grupos guerrilheiros na luta contra a ditadura militar.
3) Camaradas, de William Waack.
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Quase todos nós, latino-americanos, padecemos de marxismo assim como se padece de sarampo. E é alarmante continuar repetindo asneiras, mesmo confrontando-as com a realidade. O mal não é ter sido idiota, mas continuar sendo. Com muito ternura podemos até compartilhar com nosso amigo idiota experiências comuns. Talvez o fato de ter pertencido a algum grupelho de esquerda, ter cantado a Internacional, jogado pedras na polícia, colado em muros cartazes contra o governo ou gritado em coro, com outra multidão de idiotas, "o povo unido jamais será vencido".
O idiota, sabe-se de longa data, alcança extremos sublimes de interpretação dos fatos, para não perder a bagagem ideológica que o acompanha desde a sua juventude. Ele não tem outra muda de roupa. A palavra social, obviamente, o fascina. Falará de política, mudança, plataforma, corrente, reivindicação, luta, convencido de que essa palavra santificará tudo o que faz.
Do sarampo ideológico de sua juventude ficarão algumas marcas bem fortes: críticas ao imperialismo, às multinacionais, ao FMI, idolatria incondicional a Castro e Guevara. A burguesia é chamada por ele com o rótulo evangélico de "poderosos ou favorecidos pela fortuna".
Se há guerrilha em seu país, será compreensivelmente chamada de "insurgência", e por intermédio dela pedirá diálogos patrióticos, embora mate, sequestre, roube, torture ou pratique extorsão. O perfeito idiota é também, conforme a definição de Lenin, um idiota útil.
(Do livro "O Manual do Perfeito idiota latino-americano", de Álvaro Vargas Lhosa, Plínio Apuleyo Mendoza e Carlos Alberto Montander. Observem, senhores, que este livro foi escrito em 1996. Como se revela atual em relação ao que pensam Lulla e seus camaradas no que diz respeito às Farc colombianas, a narco-guerrilha considerada "insurgência" pelo governo brasileiro.
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quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Tenente Coronel Celito Pedro Eyng.

Hoje, meus caros leitores, vou lhes falar sobre uma pessoa muito querida que viveu nesta terra somente 45 anos. Um companheiro de peregrina simplicidade, uma alma encantada que fez de sua vida uma prática de honestidade e correção.
Mas...vamos fazer diferente... permitam que eu também leia. Quem vai lhes narrar esta comovente história é a bela moça que vocês veem acima, na data feliz em que se tornou a Senhora Sileide de Senna Eyng, em Imbituba, no dia 21 de julho de 1973. Sílvia e eu tenente, casadinhos novos, mais o tenente Djalma Dimas Nascimento e a Margareth, também casadinhos novos, fomos ao enlace rodando num DKV Vemag. Chovia a cântaros, o que em nenhum momento amenizou a intensa felicidade que o tenente Celito e sua Sileide viviam.
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Primeiro dia de março de 1967, quando Celito e mais 23 colegas, eu de contrapeso, ingressamos na Polícia Militar catarinense. Ele passou a se apresentar como Aluno Oficial número sessenta e nove Eyng do CP-CFO (Curso Preparatório ao Curso de Formação de Oficiais).***********************
Passo agora a palavra para Sileide:
Celito Pedro Eyng nasceu na cidade de Forquilhinha, sul do Estado de Santa Catarina, uma colônia formada em sua maioria por descendentes alemães. Era 26 de Julho de 1948. Filho de Aloísio Eyng e Ida Loch Eyng, o segundo filho de uma família de doze irmãos, sete homens e cinco mulheres. Seus pais eram agricultores no cultivo do arroz irrigado e mais tarde milho, soja, batata, etc. Também trabalhavam com a pecuária leiteira e a suinocultura.
Incentivados pelos pais, todos os filhos procuraram estudar. Quase todos os homens foram para a Escola Agrícola de Camboriú. Vários fizeram curso superior.
Celito, em 1965, tendo terminado o Ginásio e o Curso Normal, trabalhou durante um ano como professor primário na localidade de Palmital, município paranaense de Marechal Cândido Rondon. No final de 1966, incentivado pelo conterrâneo capitão Pedro Martins Bernadino, veio a Florianópolis para se submeter ao Concurso para o Curso de Formação de Oficiais da PM catarinense. Foi aprovado.
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1968. Celito e o amigo Valmor Backes, também de Forquilhinha, posam para a posteridade. Backes viria a ser Comandante Geral da PMSC.********************
Celito e eu nos conhecemos em 1971 através de uma, até então, namorada dele. Chamava-se Iracema e residia na pensão de uma senhora viúva, onde também fui morar. Esta pensão ficava no final da rua Crispim Mira, no centro de Florianópolis. Ele a conhecera em Canoinhas numa das suas viagens a serviço. Ela falava muito nele, tratando-o sempre como "o galego". Eu, particularmente, não gostava muito de homens loiros. Achava-o muito brancão.
Numa tarde de sábado Celito foi pela primeira vez à pensão visitá-la. Eu estava na janela quando ele chegou fardado. Logo deduzi que era o galego. Perguntou-me pela Iracema. Repondi com uma pergunta: Você é o galego? Ele, muito sério e meio sem jeito me respondeu: meu nome é Celito!
Fiquei quieta e fui chamar a namorada. Desde aquele momento, porém, começamos uma amizade. Eu os acompanhava de vez em quando, sgurando vela. Eram idas ao cinema, bailes... E eu também tinha minhas paqueras, pois gostava muito de dançar!
Filha de Imbituba, Santa Catarina, vim em 1969 para a capital cursar a Faculdade de Serviço Social na Universidade Federal do Estado. Quando o conheci estava no segundo ano da faculdade. Paralelamente, como tinha o Magistério, fui dar aulas numa Escola Reunida do bairro Carianos, perto do Aeroporto. No ano seguinte passei a dar aulas no Grupo Escolar Barreiros Filho, no centro, para adultos, gente mais humilde que frequentava o Mobral, um programa de alfabetização.
Seis meses se passaram e eu já tinha grande amizade com o Celito. Ele frequentava a pensão para namorar a Iracema. Todos nós juntos, com a presença da dona da pensão, assistíamos à novela "A Fábrica", com Juca de Oliveira e Araci Balabanian.
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05 de Maio de 1968, Clube 12 de Agosto em Floripa. Os alunos oficiais da turma de 1967 recebem o espadim, símbolo maior do cadete. Nossa madrinha foi esta moça alta e bonita que está à frente entre dois cavalarianos. Era miss Paraná e miss Brasil naquele ano. E nós atrás, todos bobos. Seu nome era Dilza. O Bitenco e eu tiramos uma foto com ela. Pudemos constatar tristes o quanto éramos baixinhos! Na verdade, ela é que era muito alta! Da esquerda para a direita: começa com metade de uma cabeça que não dá para identificar. Depois o Ademir Ferreira (já falecido), Djalma, Jair (já falecido), Beckhauser, Ib Silva, Gilberto, Roberto, Getúlio, Bitenco, Daniel, Antônio Valter, Chico e Alcides. A bandeira do cavalariano volta a atrapalhar, mas acho que atrás dela está o Moacir Abreu (já falecido) e mais um outro. Depois o Lourival, o Davi Hasse e finalmente o Celito na ponta direita.********************
Sileide continua:
Para minha surpresa, Celito passou a me esperar na saída do Colégio onde eu dava aulas à noite. Já ficara até amigo da diretora, dona Cilene Gevaerd.
Um belo dia ela me chamou para tratar de um assunto sério. Pensei que fosse sobre meus alunos, mas ela começou: Sileide, tenho observado este moço que vem sempre aqui te buscar. Acho-o muito bom e penso que ele está interessado em você!
-- Imagina, dona Cilene! Ele namora uma colega da pensão. Somos muito amigos, só isso! Eu até nem gosto de homem loiro!...
Não sei se ela acreditou, mas na época eu estava paquerando um rapaz alto e moreno da Base Aérea.
Os dias foram passando, ele me buscando sempre, e eu o observando melhor. Senti claramente que meu coração começava a disparar quando ele vinha. E o pior é que a Iracema me dizia que o relacionamento deles estava cada vez mais frio e que ele falava muito de mim. A situação só piorava.
Uma noite, ao sair do colégio, lá chegou o Celito, agora acompanhado do amigo Valmor Backes, os dois num fusquinha. Parece que este veio para dar coragem ao amigo. Dona Cilene aproveitou a carona, já que morava perto da pensão. Quando chegamos eu disse para ele:
-- Entra! Vou chamar a Iracema!...
-- Não, não, respondeu ele rápido. -- Não tenho mais nada com ela!
A coisa estava realmente complicada, e o pior é que o meu coração já era dele. Finalmente ele me falou de seu amor. A própria dona da pensão passou a rejeitá-lo, dizendo que ele estava com uma e já queria se aproveitar da outra. Isso não impediu que ele falasse com ela e explicasse com franqueza que a única coisa que queria era ficar comigo.
E assim se passaram uns três meses. O interessante é que depois, quando nos casamos, a Iracema foi nossa testemunha! Ela casou com um militar da Base Aérea e foi residir na Bahia. O tempo se encarregou de pôr todas as coisas no seu lugar. Celito me queria e eu também o queria, e isso era só o que importava.!
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Jantar numa churrascaria do Estreito. 1968. Da esquerda para a direita: Ademir Ferreira, Celito, Backes, Ib Silva, Mendes e Bittencourt.********************
Fui muito feliz com Celito. Desta união tivemos três filhas: Daniela, Patrícia e Sílvia, hoje com 35, 33 e 31 anos respectivamente. Nossa vida familiar sempre foi pautada no amor, respeito, disciplina e estudo. Nos nos curtimos muito como família. Passeamos bastante, moramos em Lages três anos e meio, pois Celito foi destacado para ser o comandante da Companhia de Polícia Militar daquela cidade. Deixou a sua marca administrando muito bem, fez grandes amigos. É lembrado até hoje com respeito e admiração.
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1968. Escola de Oficiais na Trindade. O ginete Celito, do Primeiro ano do CFO.********************
Em Agosto de 1982, ainda trabalhando em Lages, Celito foi acometido de uma forte gripe. Após muitas consultas e exames, foi diagnosticado um linfoma na faringe. Começava aí uma grande luta dele pela vida!
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18 de Dezembro de 1970. Celito se forma e é declarado Aspirante-a-Oficial. Na foto ele, Jair Wolff e Moacir Antônio Abreu, todos já falecidos.********************
05-12-1972. Celito e Sileide noivos, no baile da Engenharia.********************
Julho de 1973. A lua de mel em Laguna.********************
30-07-1975. Equipe de Futebol de salão vencedora do Torneio Comandante Dória. Em pé o técnico major Univaldo Correa, capitão Paulo Roberto F. de Freitas, segundo tenente Jairo Amaral (meu cunhado, irmão de Sílvia) e primeiro tenente Valmor Backes. Agachados o primeiro tenente Getúlio Correa, hoje juiz auditor da Justiça Militar, o goleiro primeiro tenente Celito e o primeiro tenente Valmir Lemos.********************
1972. Formatura de Sileide. Serviço Social na Universidade Federal de Santa Catarina. Solenidade na Assembléia Legislativa.*********************
1974. Daniela, a filha mais velha, era fissurada no quepe do papai.********************
1981. O capitão Celito na sua formatura no Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais. As filhas Patrícia (de azul) e Daniela.********************
Julho de 1981. A família em Lages. Patrícia e Silvinha faziam aniversário em julho e eles aproveitavam para comemorar numa festa só.
Daniela, Silvinha no meio e Patrícia. Os papais sorridentes.
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Em 1981 o casal fez um passeio a Belo Horizonte. Celito foi escolhido o melhor companheiro da viagem, com direito à faixa.********************
1986. Formatura de Celito em Direito na UFSC. À direita o colega hoje coronel na reserva Saulo Sousa.********************
1986. A família feliz na missa de formatura do pai.********************
Sileide continua:Celito amava muito seu trabalho. Entre um tratamento de quimioterapia e um tratamento medicamentoso, ele sempre pedia alta e voltava ao quartel. Para ele em primeiro lugar a sua Polícia Militar. Eu às vezes o xingava, reclamando que estávamos sempre em segundo, até a sua saúde, mas ele dizia ser tudo isso passageiro e as coisas se colocariam no seu lugar.
Acredito profundamente que ele, com a sua coragem, fé e determinação, prolongou muito a sua vida minada pela doença. Buscava com muita fé e perseverança tratamentos formais e mesmo alternativos. Tudo o que fazia era para que passássemos mais tempo juntos.
Entre agosto de 1982 e até 11 de junho de 1993, quando ele faleceu, passamos muitos momentos difíceis e dolorosos em razão de sua doença.
Além de tudo, tínhamos a formação familiar e escolar de nossas três filhas, o trabalho dentro e fora do lar e tudo o mais que o cotidiano exige. Pesou muito o problema financeiro, pois diariamente tínhamos gastos com medicamentos, alimentação especial. Mas nada que o fardo para nós determinado não pudéssemos carregar.
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1992. Celito dançando com a filha Patrícia na festa dos seus quinze anos. Deus o levaria no ano seguinte.********************
1989. A família passeando em Campos do Jordão.
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Celito trabalhou no Quartel do Comando Geral, na Segunda Seção do Estado Maior. Instrutor na Escola de Formação de Oficiais e Chefe do Serviço de Radiocomunicações da PM. Foi Comandante da Quarta Companhia de Policia Militar de Lages. Serviu no Centro de Ensino, onde se destacou como Chefe da Divisão Administrativa. Como Tenente Coronel foi para a Diretoria de Apoio Logístico, onde se reformou, pois a doença não permitiu mais que trabalhasse.
Foi promovido a Segundo Tenente em 05 de maio de 1972, a primeiro tenente em 1975, a capitão em 1978, a major em 1983 e a Tenente Coronel em 1989.
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Homenagens:
11-11-1999. Lages. Inauguração da Praça Ten Cel Celito Pedro Eyng. Era Comandante do Policiamento do Interior o Coronel Paulo Dellajustina.
1998. O Nono Batalhão de Polícia Militar de Criciúma recebe o nome de Batalhão Ten Cel Celito Pedro Eyng, pois a região é a em que ele nasceu.
1993 - Os formandos do Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais recebem o nome de Turma Ten Cel Celito Pedro Eyng.
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Sileide:
Finalizando, narro uma passagem que muito nos marcou e que se refere à sua mãe Ida, que já está com ele.
Dona Ida tinha uma irmã freira na Itália e sonhava visitá-la um dia. E foi exatamente naquele ano que ela recebeu o convite para ir. Pensou em não ir em razão da doença do filho, mas este não permitiu. Incentivou-a demais. Mesmo doente pesquisou preços de passagens aéreas. Ele vivia sua fase terminal e ambos estavam conscientes disso. Ela atndeu o pedido do filho. Os dois não se despediram, fazendo de conta que tudo estava bem. Ele brincou:
-- Vai, mãe, que na volta eu irei recebê-la com um tapete vermelho.
Ela o olhou, deu um abraço terno e saiu sem olhar para trás. Ele faleceu uma semana antes dela chegar!
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1989. O casal na festa de aniversário de 15 anos da filha Daniela.********************
E assim aconteceu nossa história (termina Sileide), cheia de amor e emoções. Sempre nos emocionamos quando dele nos lembramos.
Hoje, fruto dessa história iniciada em 1971, temos três filhas, três genros e cinco netos.
Daniela é casada com Ernesto Luiz Renuncio e eles têm os filhos Pedro Luiz (6 anos) e Tiago (3 anos). Patrícia é casada com Ricardo Westphal.
Silvinha é esposa de Alexandre Alves Máximo e eles têm os filhos Matheus (6 anos) e os gêmeos João Pedro e Isadora Amábile, de 10 meses. Formamos uma família bonita e estruturada. E cremos que se somos assim, só podemos agradecer aos cuidados e bênçãos de nosso querido Celito, que nos protege do maravilhoso lugar em que se encontra.
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sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Pílulas XXII - Editorial da Bandeiranrtes.

Na voz de Joelmir Betting.
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Como se não bastassem as agressões às liberdades democráticas embutidas no programa de Direitos Humanos, que provocaram indignação no país, vem agora uma nova escaramuça autoritária patrocinada pelo governo Lula. Desta vez o disfarce é uma política nacional de cultura, mas o objetivo claro é intimidar, controlar, amordaçar o direito de expressão. Mais um projeto insano gerado no coração deste governo, de onde tem saído uma hostilidade marcadamente ideológica aos alicerces de uma sociedade aberta. Desde o mais elementar sentido de propriedade no campo ou na cidade até a fundamental liberdade de expressão. As bisonhas atitudes do presidente Lula, ora dizendo que não leu o que assinou, ora desconversando e fazendo piadas com coisa séria, são atitudes que desrespeitam a sociedade, um abuso flagrante de sua invejável popularidade. Presidente, não se brinca com a Constituição de um país. Esta é a opinião do Grupo Bandeirantes de Comunicação.
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Parabéns, Band. A Globo não teria esta coragem! Isso não impede que o Lulla eleja até um mico no seu lugar. O bolsa-família já se encarregou disso. Mas creio que o país está inerte e não indignado. Somente os petistas e "movimentos sociais" têm a exclusividade da indignação em Marmelândia, embora muitas vezes o façam com violência.
Está tudo dominado, Joelmir. Lulla faz o que quer porque pode tudo! Ideologia? O que esperar de um imbecil que suja os muros brancos deste país com sandices como "Viva Chavez", já que não pode pixar "Fora..."?
Cultura nesta terra? Ela só existe em uníssono com as tetas públicas. Ou você não vê os filmes mixórdia que têm saído nas telas de cinema? São todos custeados com dinheiro público. Se até um Sarney está na ABL, o que esperar da cultura? Chico Buarque, Emir Sader, Marilena Chauí?...
Você se refere a atitudes bisonhas do Lulla? É como dizer "subir pra cima".
Mas mesmo assim meus parabéns!
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O analfabetismo aumentou no reinado Lulla. Por sinal, a única forma de dar "universidade para todos" é baixar de maneira significativa a qualidade delas. E isso foi feito sistematicamente. A obrigação de qualquer governo é dar ensino fundamental e médio de boa qualidade, até porque milhares desejam, através das escolas técnicas, já começar uma profissão. Nem todos querem ou podem se dar ao luxo de cursar uma universidade no alvorecer da juventude. Somente um filhinho de papai pode ser financiado até quase os trinta para fazer determinados cursos. Eu entrei com dezessete na Polícia, por exemplo, porque era pobre e deveria trabalhar. Nunca vi entrar rico na polícia, mesmo para os cursos de oficiais.
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Se beber não dirija... nem governe... (dizem na internet que esta frase é do Joelmir)
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É mais fácil comprar um livro que lê-lo. É mais fácil ler um livro que compreendê-lo.
William Osler.
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Pavilhão Tenente Fernando Raulino no Centro de Ensino da Polícia Militar no bairro da Trindade - Florianópolis. Aqui, no longínquo mês de Março de 1967, há quarenta e três anos, eu começava os estudos de cadete em busca do oficialato.
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quinta-feira, 16 de setembro de 2010

A América Latina e suas veias abertas. Parte I.

O livro "O manual do perfeito idiota latino-americano" foi escrito pelos pensadores peruanos Plinio Apuleyo Mendoza, Carlos Alberto Montaner e Álvaro Vargas Lhosa. Tem apresentação do nobel Mário Vargas Lhosa e prefácio brasileiro de Roberto Campos (um dos meus poucos ícones, ao lado de Roberto Carlos). Editora Bertrand do Brasil. No seu último e XIII capítulo, especifica os dez livros mais lidos e que não podem faltar na biblioteca política do perfeito idiota. Vamos descrevê-los aqui.
Este livro instigante e mesmo sarcástico, cuja compra e leitura recomendo, expressa o nosso "vitimismo" latino-americano. Há sempre um capitalista cruel querendo nos explorar, pobrezinhos e excluídos que somos. Espoliados, de veias abertas, deitados em berço esplêndido, não conseguimos enxergar que somos mais culpados do que vítimas.
Esquecemos que os Estados Unidos, por exemplo, a quem tanto odiamos, ao invés de ficar se lamentando e endeusando o sofrimento e a pobreza, por sorte desprovidos de caudilhos míseros e megalomaníacos que fizeram o continente chafurdar no atraso, partiram para o trabalho, o progresso e a prosperidade. Deram uma banana para seus colonizadores ingleses e trataram de ficar mais ricos que eles. Naquela época éramos tão colônia quanto eles.
Mas tínhamos que nos quedar com a eterna mania de vítimas. E até a Europa, arrependida por seus "crimes", entrou também nessa onda, só logrando obter um emaranhado sociológico chinfrim de complexos de culpa.
Quando será que vamos cair na real?
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Como regra geral, todo idiota possui uma biblioteca política. Costuma ser bom leitor, mas geralmente lê livros ruins. Não lê da esquerda para a direita, como os ocidentais, nem da direita para a esquerda, como os orientais. Dá sempre um jeito de ler da esquerda para a esquerda.
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O primeiro livro da Biblioteca do idiota é o "clássico" A História me absolverá, de Fidel Castro Ruiz (1953).
Há fortes evidências que o livro foi escrito na verdade por Jorge Manach, um intelectual cubano opositor de Fulgêncio Batista. Castro se apropriou dele, como de tudo em Cuba.
O título frase, que teria sido clamado por Castro quando foi julgado pela fracassada tentativa de tomar o quartel de Moncada, foi feito também por Adolf Hitler em circunstâncias parecidas, durante a formação do partido nazista. O livro aborda o "brilhantismo" de Castro ao fazer sua defesa. O mesmo ele recusou a seus opositores ao tomar o poder, mandando milhares sumariamente para o "paredon". A essa altura, no início do século XXI, sabemos por fim que a História não vai absolvê-lo e sim, como dizia Reynaldo Arenas, absorvê-lo, mas nossos idiotas não se deram conta. Amam demais os mitos.
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O filósofo francês Jean Paul Sartre.
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O segundo livro da biblioteca do idiota é "Os condenados da terra", de Frantz Fanon (1961). Tem prefácio do filósofo comunista Jean Paul Sartre.
Fanon, médico negro, nasceu na Martinica em 1925. Sua obra é um evangelho anti-ocidental. Sartre o legitima e assume a sua condição de homem branco devorado pelo remorso. Fanon quer que os povos do terceiro mundo arranquem sua pele cultural com a qual lhes cobriu o invasor branco e soberbo e faz a apologia da violência anti-colonialista. Quando o idiota descobriu esse livro, caiu de joelhos deslumbrado. Ali estava a chave ideológica para levantar com ira o punho diante dos canalhas do primeiro mundo. "Nós" não tínhamos que ser como "eles". "Nós" tínhamos que nos despojar da influência "deles". Nilmário Miranda, quando secretário dos direitos humanos lullísticos, deixou de ir à China, seu país das maravilhas e que respeita candidamente estes direitos, para investigar uma denúncia contra violência policial. --Vou agora mesmo ver o que "eles" fizeram, disse, referindo-se aos policiais.
Que seria dos Estados Unidos se ao invés de se ver como a Europa que emigrou para o novo mundo disposta a melhorar, tivesse se atolado no rancoroso discurso indigenista anti-ocidental, que nossos idiotas não param de resmungar na América Latina? Não são capazes de compreender que sua língua, suas instituições, seu modo de construir cidades, ou de se alimentar foram moldados na Europa, inclusive sua forma de interpretar a realidade.
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O terceiro livro é "A guerra de guerrilhas", de Ernesto Che Guevara. (1960).
Guevara, nascido na Argentina em 1928 e morto na Bolívia em 1969, onde tentava transformar a selva e montanhas latino-americanas num imenso vietnã, foi um médico aventureiro de delirante visão política, que deslumbrou nossos mais ilustres idiotas ao longo de trinta anos, até converter-se num poster definitivo, posando para o fotógrafo Korda com um olhar feroz e romântico e sua boina, como se fosse um Cristo revolucionário retratado após a expulsão dos mercadores do templo da pátria socialista.
O livro narra estratégias de luta de guerrilha. A tática de "morde e foge", o foquismo, os armamentos, a formação das unidades guerrilheiras, intendência, saúde, o papel das mulheres e o papel de apoio que os doutos guerrilheiros cubanos iriam desempenhar, financiados pelos soviéticos.
O grande erro desse livrinho, que custou a vida ao Che e a tantos milhares de jovens latino-americanos, é elevar à categoria de "universal" a anedota da luta do futuro ditador Castro contra o ditador cubano anterior, Fulgêncio Batista, ignorando as razões verdadeiras que provocaram a queda deste em Cuba. Castro e Che, como heróis das Termópilas, nunca admitiram que Batista não era um general decidido a lutar, e sim um sargento taquígrafo elevado ao generalato após a revolução de 1933, cujo objetivo principal era enriquecer no poder com seus cúmplices.
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Régis Debray no seu julgamento na Bolívia, invasor que era daquele país.********************
O quarto livro em importância na Biblioteca do idiota é a obra "A revolução dentro da revolução", de Régis Debray. Nascido em Paris em 1941, era um jovem jornalista e sociólogo francês seduzido pelas ideias marxistas e pelo "espetáculo" da revolução cubana, feita por audazes barbudos que preparavam o assalto final contra a odiada fortaleza imperialista americana.
Debray era simplesmente mais um soldado da guerrilha, embora seu encargo não fosse emboscar inimigos, mas justificar as heresias e as teses revolucionárias nos jornais, abrindo espaço para seus camaradas nas publicações européias, especialmente francesas, pois na época a França era o país mais afinado com o marxismo.
Debray foi capturado pelo exército boliviano quando da morte do amigo Guevara, apesar de protestar inocência. Solicitou garantias processuais como cidadão francês, que jamais defendeu para seus adversários. Conseguiu ser indultado por pressões internacionais. Após o regresso a Paris foi evoluindo e afinal compreendeu que a tal da revolução era um imenso e sangrento disparate, que levaria à morte milhares de rapazes iludidos, apaixonados pela violência política.
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O quinto livro da biblioteca idiótica é "Os conceitos elementares do materialismo histórico" da Marta Harnecker (1969).
A grande vulgata marxista publicada na América Latina apareceu em 1969 pelas mãos de uma escritora chilena, Marta Harnecker, radicada em Cuba desde a década de 1970, após a derrubada de Salvador Allende. A autora chegou a Cuba pela primeira vez em 1960, mas não era então uma marxista convicta e sim uma dirigente da "Ação Católica Universitária" de Santiago. Era o que se chamava "católica progressista ou de esquerda", imbuída de ideais justiceiros.
O livro em questão não é senão uma boa síntese da parte não filosófica do pensamento de Marx. É um texto pedagógico para formar marxistas num par de semanas de leitura intensa. É, num tomo, "tudo o que você quer saber sobre o marxismo e tem medo de perguntar". Face seu caráter didático, traz resumos, questionários, frases em destaque, temas de discussão e bibliografia mínima. Está escrito com clareza e tenta fixar a cosmovisão marxista em torno de três grandes temas: a estrutura da sociedade, as classes que a integram e a "ciência" histórica. Quem digerir as trezentas páginas de letras miudas já está pronto para a tarefa que Marx e a senhora Harnecker querem que de pronto todos os marxistas empreendam: transformar o mundo. Transformá-lo, claro, através de uma revolução violenta que faça voar pelos ares o estado burguês, instale a ditadura do proletariado e lance as bases de de um universo justo, eficiente, luminoso e próspero, como em Cuba e na Coréia do Norte.
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Este texto é mero resumo do livro em questão.
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Anjo solidão!

Magnífico poema em prosa de Telma Lúcia Faria.
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Naquela manhã fresca de maio, quando o sol brilhava ainda tímido e os pássaros brincavam nos ramos frágeis das árvores, nada parecia estar fora do lugar. Havia uma sensação de sossego, dessas que sentimos tão raramente, como se tudo estivesse na mais completa harmonia.
A calma só foi quebrada quando ouvi o barulho daqueles pezinhos que amassavam as folhas secas.
Foi então que o avistei. Era pequeno, tão pequeno... Miúdo, me pareceu uma avezinha. Caminhava lentamente em minha direção e parou quando ficamos frente a frente. Seus grandes olhos tinham a mansidão de um lago e a boquinha era rosada, de contornos muito suaves.
Foi um instante infinito o encontro dos nossos olhos. Fui tomada por uma inquietação estranha, um pressentimento apertou-me o coração, tão fortemente que podia sentir suas batidas descompassadas.
"Tens algo para me fazer feliz? - perguntou com voz meiga.
Não respondi. Minha voz estava presa num turbilhão de dúvidas: quem seria ele? Por que havia feito tal pergunta? O que havia nos seus olhos que tocava tão fundo a minha alma?
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Ele insistiu: "Tens algo para me fazer feliz? - e sem esperar resposta, tomou minha mão e me conduziu até a sombra de uma árvore. Sentou-se no chão, olhou-me, sorriu, puxou-me para que também sentasse. Era lindo, a beleza transcendia o natural, num encantamento indescritível.
"Tens algo para me fazer feliz?"
Ele segurava minhas mãos e seus olhos magníficos não se desprendiam dos meus. Finalmente respondi: "Como posso te fazer feliz? Por que me fazes este pedido?"
Ele sorriu, o seu rosto iluminou-se numa luz áurea. "Só te peço o que podes me dar."
"Posso te dar felicidade? Mas... como, se não a possuo?"
Houve, por instantes, um silêncio imenso. Seus olhos começaram a transbordar, as lágrimas escorriam. Fui tomada por uma enorme aflição.
"Por que choras? Por favor, responde-me!"
Levantou-se devagar, beijou-me a face e tristemente respondeu:
"Irei chorar até que descubras que o que vim buscar está dentro de ti. Sei tudo o que habita no teu coração, pois eu também, há muito tempo, moro lá"
Começou a caminhar... e sumiu entre as árvores.
Não sei bem o motivo, mas desde então, nos dias chuvosos, quando as árvores ficam lavadas e muito verdes, como aqueles olhos, ouço sua voz no murmurar do vento:
"Tens algo para me fazer feliz? Tens algo para me fazer feliz?...
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Poetisa Telma Lúcia Faria, cadeira 25 da Asajol - Academia São José de Letras. Em pé o acadêmico Osni Antônio Machado, cadeira 37.
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Telma nasceu em Florianópolis aos 29 de dezembro de 1957. Estudou no Colégio Coração de Jesus, onde descobriu o seu gosto pela poesia, música, literatura e vocação para o magistério. Em 1979 formou-se em Letras pela Universidade Federal de Santa Catarina. Tem quatro títulos publicados: Corpo Submerso, Poetando, Ex corde e Anjo Solidão. Sua poesia apresenta a beleza de um coração solidário, receptivo aos mais puros sentimentos. É também titular da cadeira 29 da Academia de Letras de Biguaçu e da cadeira 8 da Academia Desterrense de Letras.
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Poeta.
Quando estancar em mim
esta corrente de dores
que se transformou
na própria circulação
que irriga feito sangue
meu coração magoado
não terei mais pecados
não serei mais errante
não buscarei mais sonhos
não escreverei mais versos
não permitirei mais dúvidas
não buscarei mais amores...
não serei mais poeta.
(Telma Lúcia Faria.)
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Igreja matriz do município catarinense de São João Batista.
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Pórtico de entrada (ou de saída) do município catarinense de Presidente Getúlio.
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Pousada Blumenthaus, no município catarinense de Petrolândia.
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As três fotos dos municípios catarinenses constam de http://www.valeeuropeu.com/
A foto dos acadêmicos Telma e Osni consta do Boletim Informativo Trinta Réis da Asajol (Set/Out-2009 - número 49).
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domingo, 12 de setembro de 2010

Tenente Aviador Trindade.

Tenente Aviador Durval Pinto Trindade.
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Fotos e texto enviados pelo Coronel Freddy Harry Schauffert, Comandante do Centro de Ensino da Polícia Militar catarinense.
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O Tenente Aviador Trindade faleceu em acidente aéreo no dia 28 de novembro de 1961, na cidade de Florianópolis, durante apresentação da esquadrilha da Fumaça em homenagem à Polícia Militar.
O tenente sofreu colisão com um seu companheiro de esquadrilha durante a realização de um voo acrobático, quando pilotava uma aeronave North American Texan-6, popularmente conhecida como Temeia.
Após a colisão seu companheiro perdeu a ponta da asa, mas teve o avião conduzido em segurança para o Destacamento da Base Aérea de Florianópolis. O líder da esquadrilha posicionou sua aeronave sob a asa danificada, proporcionando sustentação e equilíbrio ao aparelho até aproximação e pouso.
Igual sorte não teve o desventurado Tenente Aviador Trindade, que perdeu o leme direcional do seu Temeia, mas que com sangue frio, audácia e perícia, mesmo antevendo o seu fatídico destino, procurou aproar o seu pesado avião em direção ao mar da praia de Fora, ao campo da Liga ou quem sabe, numa última e desesperada manobra, rumo ao largo Benjamin Constant, onde se espatifou no solo.
Mister registrar que o audacioso acrobata do ar ainda conseguiu cortar todos os sistemas de alimentação da aeronave, impedindo assim a sua explosão. Parte da asa do Temeia ainda atingiu a casa do General Vieira da Rosa, conhecido como general Rosinha.
O Tenente Aviador Trindade emprestou o seu nome à turma de aspirantes-a-oficial do ano de 1969 da Polícia Militar Barriga-verde, numa justa homenagem.
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North American Texan-6. Modelo do avião sinistrado.
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Dístico da Associação dos Cronistas, Poetas e Contistas Catarinenses (ACPCC). Participei ontem da Primeira Reunião como membro, convidado que fui por seu presidente, o poeta Augusto de Abreu, da Academia São José de Letras, agora meu confrade, e pela poetisa Deyse de Abreu Teodoro. Presente a escritora Maria Helena Lamego, também eleita para uma cadeira na Asajol. Futuramente falarei dos outros membros, desejando inclusive publicar aqui algumas de suas produções. Reunião muito agradável, com pessoas maravilhosas e de muita sensibilidade literária.
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Democracia é o governo das leis e não das pessoas. Temos hoje uma democracia virtual, que existe como faculdade, porém sem exercício ou efeito atual.
Fernando Henrique Cardoso.
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Essas tais pesquisas eleitorais me deixam encucado. São encomendadas pelas tevês, pelas revistas, pelos jornais, pela Fiesc, pela CUT, etc, etc. etc. Naturalmente são pagas. Sabemos que todos esses órgãos têm a sua tendência. A Rede Globo, por exemplo, na minha mísera opinião, é situacionista. Do mesmo modo a Record do bispo Macedo. Vejo a Band um pouco mais independente, só para citar as maiores. O SBT diverte-se muito com programas de auditório. A Revista VEJA é oposição ao governo federal. Talvez seja a única. Engraçado que temos medo de falar essas coisas, muitas vezes óbviamente ululantes, como dizia Nelson Rodrigues. Uma pesquisa contratada pela CUT não agradará a CUT? Uma pesquisa contratada pela Fiesc não agradará a Fiesc? Uma pesquisa contratada pela Globo não vai ter que agradar a Globo? O ser humano tem o vício como regra e a virtude como exceção, isso todos sabemos, embora alguns não queiram admitir. Quando entra dinheiro e poder, então, a coisa fica feia! Escuto que tal instituto de pesquisa fez verificação, por exemplo, em nove Estados. Não pode ocorrer que seja feita nos vinte e sete e apresente somente os nove melhores para quem a encomendou? E, para terminar, poderei confiar naquela urninha eletrônica aparentemente tão honesta? Quem me garante?
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Engana-se quem acha que propriedade privada seja apenas a "sua casa" Não! A primeira propriedade privada que existe é a sua alma, seu espírito, suas ideias. E é sobre ela que a oligarquia brasileira de esquerda avança a passos largos. Em nome da "justiça social", ela silenciará a todos!
Pondé.
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Tela fantasia da artista plástica Teresinha Aquino, da Academia Arte e Estilo de São José. Aqui Sílvia e eu posamos na frente da casa de Scarlet O'Hara, de "O vento levou". Éramos bem mais novinhos! Bons tempos!...********************
Outra tela fantasia da mesma artista plástica. Sílvia representa a rainha Nefretiri, a preferida do faraó RamsésBeto II.***********************
Cachoeira Salto Rio do Oeste - município catarinense de Rio do Campo.********************
Centro Cultural Paulo Zerna do município catarinense de Witmarsum.********************