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segunda-feira, 7 de junho de 2010

Maria Menezes Probst.

Acima a capa de um trabalho de pesquisa que realizei sobre a família Menezes, de meu saudoso pai. Fiz o mesmo com os familiares de minha mãe. No alto, meu bisavô Simeão Esmeraldino de Menezes, que foi conselheiro e prefeito interino em Tubarão. Logo em seguida meu avô José Esmeraldino Carvalho de Menezes e sua esposa Edeviges (Vivi), de sobrenome Rosa. Vovô dizia para quem quisesse que, quando com ela casou, era a moça mais bonita de Tubarão. E pela foto, já sessentona, dá para acreditar.
Abaixo os oito filhos do casal. Na linha de cima Cândido, Simeão (meu pai), Mozart e Luiz, Na linha de baixo Bento, Maria, Antônio e Teresinha.
Os cinco primeiros já faleceram. Tia Maria mora em Rio do Sul, tio Antônio, sargento aposentado da PM, em Canoinhas e Tia Teresinha em Umuarama, no Paraná.

Rio do Sul (SC) -Foto de 12 de julho de 1947. Maria Menezes Probst, 21 anos, irmã de meu pai, com o filho Humberto (8 meses) e o marido Nizar Probst (22 anos).

Maria nasceu a 20 de dezembro de 1926 em Tubarão, no sul catarinense. Morou também em Imbituba, Mafra, Tijucas, mudando-se para Rio do Sul em 1943, onde fez a vida, casou, teve um filho, perdeu marido e filho, e reside ainda naquela bela cidade do alto vale catarinense.

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Abaixo apresento um testemunho muito bonito de minha tia, quando com ela conversei longamente, tendo ido a Rio do Sul em 2005 para pesquisar e deixar aos futuros Menezes uma lembrança imorredoura de seus maiores.
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Quantos serões eu fiz com a mamãe, lampião ao lado, enquanto os manos e papai dormiam, costurando e remendando as roupas de todos. Ela me pedia para colocar o lampião de um lado, do outro, tentando melhor aproveitar a chama fraca e amarelada.

Em Imbituba, com treze ou quatorze anos, eu lavava louças e limpava a casa de uma turca rica, que tinha uma loja. Eu ganhava algum dinheirinho para ajudar em casa.

Em 1943 viajamos para Rio do Sul, pois papai fora transferido dos Correios. Eu tinha dezessete anos. Nas nossas mudanças a gente não levava quase nada. Somente a roupa do corpo, alguns objetos e documentos. No local de chegada o papai já arrumava uma mesa e cadeiras e a mamãe saía a fazer colchões e palha. Os pregos nas paredes faziam as vezes de guarda-roupas. Com o tempo a gente ia comprando as coisas, já que meus irmãos mais velhos trabalhavam e ajudavam papai. Este ia de imediato até a igreja fazer amizade com o padre, pois era muito católico.

Na noite em que chegamos a Rio do Sul, o agente dos Correios, da família Ferro, estava esperando por nós. Era verão e veio com ele a filha, uma mocinha da minha idade. Da estação fomos fazer um lanche e tomar um sorvete. O lugar era chamado Ponto Chic. Pedimos o sorvete e veio nos servir um rapaz que beirava os dezoito anos. O hotel e o restaurante eram da família Probst e o rapaz era o Nizar. E ele corria para um lado, e corria para o outro, sempre me olhando, e coisa... Eu já estava encabulada, de cabeça baixa. E o pior é que o papai começou a ficar desconfiado. O seu Ferro disse: Este rapaz não pára de andar por aqui!...

Na hora de cobrar os sorvetes o Nizar chegou e disse que era por conta da casa. Continuava me olhando. E o papai desconfiado.

Logo em seguida eu comecei a trabalhar com o papai nos Correios. E o Nizar não saía mais de lá. Será que este rapaz não desconfia?... indagava o seu José.

Tinha que ser, Roberto, sabe como é! E então era eu também, que já estava gostando!...

Ele quis me namorar, o que fez o papai procurar a família dele e apresentar suas condições. Era uma família distinta e não teve problema. Anos mais tarde, meu sogro, alemão da gema, me chamava sempre de edelweiss, aquela florzinha branca dos Alpes.

Casamos, vivemos tempos difíceis, mas fomos felizes. Em novembro de 1946 nasceu nosso filho Humberto.

O Nizar era vascaíno doente. Assistia aos jogos, gostava de jogar futebol e até organizou um time amador aqui em Rio do Sul.

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Meu primo Humberto cresceu em Rio do Sul, casou com Miriam Nunes, que lhe deu os filhos Andréia e Maurício e os netos Augusto e Cristiano, filhos de Andreía e Marco Aurélio. Humberto aposentou-se como alto funcionário do Banco do Brasil.

Tia Maria perdeu o marido em 13 de março de 2002, com 77 anos, de uma doença no pulmão. Sentiu a dor de forma intensa, pois amava demais o marido. Mas outra infelicidade estava por acontecer. Humberto sofreu uma repentina e grave doença no cérebro, falecendo em 21 de Julho de 2008, com 62 anos. Morreu prematuramente o primo que não sabia o que fazer para me agradar, quando os visitava. Aprendi com ele a gostar da cantora grega Nana Mouskouri, pois Humberto e Miriam sempre foram pessoas de gosto refinado.

Hoje minha tia vai vivendo de suas lembranças, pois marido e único filho se foram para Deus. Miriam, filhos e netos a confortam, apesar de também muito sofrerem com a dupla perda.


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Sei que a senhora, cara tia, lerá estas linhas e talvez até chore. Mas leve em conta que foi meu desejo prestar uma homenagem singela a meu tio e meu primo, que estão a conversar altos papos, como dizia Miriam sobre as conversas dos dois aqui na terra. Que Deus abençoe a todos!


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4 comentários:

  1. Oi paizinho! Agora com as imagens é muito mais gostoso de ler!!! Parabéns!!! Mana!

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  2. Parabéns Cel Roberto por esse trabalho tão cristalino; fácil acesso e rica e boa leitura.

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  3. Olá,tenho sobrenome esmeraldino e nasci em Tubarão SC..Não sei nada sobre a origem de meu sobrenome, poderia me ajudar com algumas informações? Desde já agradeço.

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