Carta do governador romano da Judéia, Publius Lentulus, que antecedeu a Pilatos, sobre Jesus Cristo, enviada a Augusto César, imperador de Roma e do mundo ocidental da época. O documento está na Biblioteca do Vaticano. (Remetido por Tarcísio Jaime Herdt, do Movimento de Emaús de Florianópolis).
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Do governador da Judéia, Públius Lentulus, ao César Romano:
- Soube ó César, que desejavas informações acerca desse homem virtuoso que se chama Jesus, que o povo considera um profeta, e seus discípulos, o filho de Deus, criador do céu e da terra.
Com efeito, César, todos os dias se ouvem contar dele coisas maravilhosas.
Numa palavra, ele ressuscita os mortos e cura os enfermos.
É um homem de estatura regular, em cuja fisionomia se reflete tal doçura e tal dignidade que a gente se sente obrigado a amá-lo e temê-lo ao mesmo tempo.
A sua cabeleira tem até as orelhas, a cor das nozes maduras e, daí aos ombros tingem-se de um louro claro e brilhante; divide-se uma risca ao meio, à moda nazarena.
A sua barba, da mesma cor da cabeleira, e encaracolada, não longa e também repartida ao meio.
Os seus olhos severos têm o brilho de um raio de sol; ninguém o pode olhar em face. Quando ele acusa ou verbera, inspira o temor, mas logo se põe a chorar.
Até nos rigores é afável e benévolo.
Diz-se que nunca ninguém o viu rir, mas muitas vezes foi visto chorando. As suas mãos são belas como seus braços, toda gente acha sua conversação agradável e sedutora.
Não é visto amiúde em público e, quando aparece, apresenta-se modestissimamente vestido. O seu porte é muito distinto. É belo.
Sua mãe, aliás, é a mais bela das mulheres que já se viu neste país.. Se o queres conhecer, ó César, como uma vez me escreveste, repete a tua ordem e mandá-lo-ei a ti.
(Após a morte de Jesus, o romano Publius, mais a filha Lívia, converteram-se ao catolicismo).
(De uma produção de Albino Marques).
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