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quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Homenagem ao soneto e ao padre Antônio Tomás.

Padre Antônio Tomás. (Jornal da poesia do Ceará).
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PADRE ANTÔNIO TOMÁS, príncipe dos poetas cearenses. Um dos mais perfeitos SONETISTAS brasileiros. Aliás o Ceará, só citando o Padre Tomás e José de Alencar, é um dos berços do belo na terra  aprazível, onde a jandaia canta nas frondes da carnaúba.
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Ode ao soneto:

Muito cedo senti que a poesia
tinha a sua apoteose no soneto.
Eram tempos saudosos em que lia
duas quadras gentis, mais dois tercetos.

Dentre as flores o soneto lembra a rosa,
dentre as jóias luzentes, o diamante,
das mulheres, a musa mais formosa,
dos perfumes, o olor inebriante.

Tu, poeta, que buscas nesta hora,
doce pólen, a mítica ambrosia,
acharás no soneto, sem demora,

a pintura e moldura da magia,
o legado dos clássicos de outrora,
a beleza inconsútil da poesia.

(Roberto Rodrigues de Menezes).
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Igreja matriz de Fortaleza (imagemgratis.com.br).
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A morte do jangadeiro

Ao sopro do terral, abrindo a vela,
na esteira azul das águas arrastada,
segue veloz a intrépida jangada
entre os uivos do mar que se encapela.

Prudente, o jangadeiro se acautela
contra os mil acidentes da jornada.
Fazem-lhe, no entanto, guerra encarniçada,
o vento, a chuva, os raios, a procela.

Súbito, um raio o prostra e, furioso,
da jangada o despeja na água escura.
E em brancos véus de espuma o desditoso

envolve e traga a onda entumescida,
dando-lhe, assim, mortalha e sepultura,
o mesmo mar que o pão lhe deu um dia.

(Padre Antônio Tomás).
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A bela Fortaleza (interhabit.com)
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CONTRASTES

Quando partimos, no verdor dos anos,
da vida pela estrada florescente,
as esperanças vão conosco à frente
e vão ficando atrás os desenganos.

Rindo e cantando, céleres e ufanos,
vamos marchando descuidosamente.
Eis que chega a velhice de repente,
desfazendo ilusões, matando enganos.

Então nós enxergamos claramente
como a existência é rápida e falaz.
E vemos que sucede exatamente

o contrário dos tempos de rapaz.
Os desencantos vão conosco à frente
e as esperanças vão ficando atrás.

(Padre Antônio Tomás).
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Padre Antônio nasceu em Acaraú, Ceará, em 1868. Faleceu em Fortaleza em 1941. Foi denominado príncipe dos poetas cearenses e pertenceu à Academia Cearense de Letras. Foi vigário no interior do Estado por mais de trinta anos, pessoa humilde e santa. Grande sonetista. Teve sua obra imortalizada no livro de Dinorá Tomás Ramos, "Padre Antônio Tomás, o príncipe dos poetas cearenses", da Editora Paulina, Fortaleza.  Foi sepultado na igreja matriz de sua cidade natal.
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Um nova seguidora: MEL MENEZES. Um nome assim só pode ser mel ao quadrado. Seja bem-vinda, minha cara, apesar de achar que já a conheço. A foto sempre sai meio pequenina e sou meio cegueta, como a distinta dama, creio, deve saber.
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2 comentários:

  1. Pe. Antonio Tomás, grande sonetista, grande poeta. Quantos legados como ele o Ceará doa ao Brasil. Os sulistas olham a aparência e não o conteúdo. Fazem pouco dos nordestinos, mas o nordeste supera o sul e sudeste em homens ilustres. A pobreza, consequência do clima, deixa tantos valores ocultos
    E o GOVERNO nos quer ver é assim para ,na eleição, comprar o pobre sofrido e ser reeleito. Risquemos Lula e Dilma e sua corja.

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  2. Caro Roberto Menezes,

    Tenho 109 sonetos do padre Antonio Thomaz; 20 a mais que o livro de Dinorá Tomás. Em sua opinião devo editar um livro? Haveria interesse?

    Atenciosamente,
    Aldeny

    aldenyfonseca@gmail.com

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