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Cheka, NKVD, KGB: os meus caros leitores já ouviram estas siglas? Talvez conheçam melhor a última, porque ainda existe. Nada mais são do que siglas que denominavam ao longo do tempo a polícia política da finada União Soviética, encarregada do cumprimento da doutrina comunista e das execuções decorrentes.
Cheka, NKVD, KGB: os meus caros leitores já ouviram estas siglas? Talvez conheçam melhor a última, porque ainda existe. Nada mais são do que siglas que denominavam ao longo do tempo a polícia política da finada União Soviética, encarregada do cumprimento da doutrina comunista e das execuções decorrentes.
Félix Dzerhinsky, Nicolai Yezhov, Lavrenti Beria e outros menos conhecidos, foram os chefes desta polícia, a verdadeira alma do regime. Todos eles foram executados, quando não se fizeram mais importantes ou quando por algum motivo os ditadores chefes começavam a desconfiar deles. Por que se conhece tanto sobre Hitler, a sua Gestapo, Goebels, Himler, Göring, Ribbentrop, Speer, Heischman e pouco ou nada se conhece sobre os carrascos comunistas?
Sabemos que Hollywood investiu maciçamente em filmes sobre os nazistas, mas o que se sabe sobre o terror congênere soviético?
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Tudo ficou envolvido numa cortina de ferro e de silêncio que somente se desmascarou a partir da década de noventa, quando Gorbachev demonstrou que os soviéticos tinham os pés de barro. A literatura desses horrores comunistas é pródiga na Europa, especialmente nos países que deles se libertaram. Mas aqui no Brasil dificilmente se lê sobre isso. E os motivos são óbvios.
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Depois desse pequeno introito, falemos um pouco sobre a Guerra Civil Espanhola, vista de um ângulo que seguramente os senhores nunca tiveram a oportunidade de ler.
A sombra da NKVD sobre a Espanha:
Em 1936 a Espanha estava convulsionada. Uma esquerda dividida e mesclada, uma direita poderosa, uma extrema direita determinada (a Falange), efervescência urbana (greves) e rural (invasões de terras), um governo republicano fraco, violência e intrigas.
O PCUS (Partido Comunista da União Soviética) mobilizou-se para auxiliar a esquerda. A guerra civil tornava-se inevitável, pois os militares espanhóis eram ferrenhamente anticomunistas, a Igreja Católica muito forte na Espanha e naquela época contrária também aos vermelhos. Tanto que esses, na guerra, se cansaram de matar padres e freiras.
Em 17 de Julho de 1936, militares espanhóis no Marrocos, comandados pelo general nacionalista e católico Francisco Franco, revoltaram-se contra o governo republicano de Largo Caballero, que não conseguia por ordem no país. Este renunciou em 1937 e assumiu um socialista moderado, Juan Negrin, que não teve como evitar a vitória dos franquistas, levada a cabo em 1939 com a tomada de Madri.
Nas eleições espanholas de 1936 a esquerda tinha saído vitoriosa com diminuta margem de votos. A influência dos comunistas crescia e, por extensão, do PCUS. O embaixador soviético na Espanha, Marcel Rosenberg, exercia notória influência no governo, com participação ativa no conselho de ministros, o que desgostava os militares. O partido comunista espanhol seguia a linha de Moscou sem hesitação. Os soviéticos definem, então, para a Espanha, a possibilidade de uma hegemonia comunista, graças a uma frente única de partidos socialistas, operários e comunistas e a transformação deste último num partido de "massas", que tenderá a absorver os outros.
Em Junho de 1937 Dolores Ibarruri, comunista espanhola conhecida como "La Pasionaria", faz apelos à resistência contra o movimento dos militares. A URSS se empenha em fornecer armas para o governo republicano espanhol. Stalin convocou para a Espanha um forte contingente de quadros. Chegaram setecentos a oitocentos conselheiros militares, e que logo passariam de dois mil, dentre eles os generais Koniev, Jukov e Goriev. Comunistas (pretensamente idealistas) de diversos países fizeram peregrinação para a Espanha, a fim de auxiliar o governo. O argentino Vitorio Codovilla, o húngaro Erno Gero, o búlgaro Minev Stepanov, todos detinham funções de direção no PC espanhol.
Antonov Ovseenko, Alexandre Orlov, Arthur Stochevsky, o general Yan Berzine, Mikhail Kotsov, Leonid Eitingon, Pavel Sudoplatov e muitos outros foram enviados à Espanha por Stalin diretamente de Moscou para chefiar as ações terroristas, como explosões de pontes, quartéis e outros alvos estratégicos, além de atentados contra comandantes inimigos. (Os comunistas de um certo país tropical, anos depois, tentariam imitá-los).
A União Soviética fornecia armas, exigindo o pagamento em ouro. Reservas de ouro do Banco da Espanha foram transferidas clandestinamente para Moscou.
Nesta guerra, os militantes comunistas voltaram-se contra alguns partidos de esquerda que não os apoiavam nesta cruzada espano-soviética, como o POUM, partido operario de unificação marxista, e outros movimentos anarquistas que, se eram contrários a Franco, não queriam também os soviéticos na Espanha.
Confrontos em Barcelona entre anarquistas e comunistas resultaram na morte de aproximadamente quinhentas pessoas. Enquanto a esquerda não se entendia e brigava entre si, a direita permanecia unida. Os nazistas de Hitler auxiliaram os militares espanhóis bombardeando Guernica, episódio já relatado neste blog, para contrabalançar a ajuda soviética. Os planos do PCUS para a Espanha estavam derrotados, apesar do apoio de comunistas e seus partidos em diversos países.
Na segunda guerra mundial o General Francisco Franco, detentor do poder espanhol, decidiu que a Espanha permaneceria neutra, o que os alemães consideraram uma traição.
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1939 - O general Francisco Franco torna-se o ditador espanhol. Os partidos comunistas, anarquistas e socialistas estavam proscritos. Franco governou a Espanha por mais de trinta anos, durante os quais, com o apoio dos Estados Unidos, o país se desenvolveu de maneira assombrosa e se tornou próspero, deixando de ser uma nação rural e passando a ser um país cosmopolita.
Em 1969 Franco restaura o trono espanhol, que os republicanos em 1931 tinham derrubado com o exílio do rei Alfonso XIII, indicando o príncipe Juan Carlos de Bourbon, da antiga família real espanhola e neto do exilado, como o rei do país. A nação passava a ser uma monarquia parlamentarista, com primeiro ministro chefiando o governo.
Aos poucos a democracia voltou à Espanha, hoje com instituições democráticas sedimentadas, apesar deste último e péssimo governo socialista de Zapatero. Não foi à toa que perdeu as eleições este ano..
O general Francisco Franco, que livrou a nação espanhola do câncer comunista, morreu em Madri ao oitenta e dois anos, em novembro de 1975.
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Fonte: O Livro Negro do Comunismo - Edição francesa dirigida por Stephane Courtois, pesquisador chefe do Centro Nacional de Pesquisa Científica da França e diversos colaboradores especialistas em eurocomunismo.
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(Publicado neste Blog no dia 29 de maio de 2010).
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