Páginas

sábado, 24 de novembro de 2012

Cemitérios de ferrovias..

SYLVIO BAZOTE - DE MINAS GERAIS.

Cemitérios de locomotivas e de pessoas

 Cemitério de locomotivas ( Horto Florestal em Belo Horizonte )
Imagem: midiaindependente.org

Estudos confirmam que se a construção de uma ferrovia é mais cara do que uma rodovia, o custo de manutenção dos trilhos é menor do que das estradas, ocorrendo em espaço de tempo relativamente curto o retorno do investimento na ferrovia, que proporciona maior rentabilidade e segurança a médio e longo prazo. Também é sabido que quanto maiores forem as distâncias percorridas, maior é a vantagem proporcionada pela ferrovia em relação à rodovia. O Brasil, com suas extensões continentais, abandonou boa parte das ferrovias existentes no início do século XX e não constrói novas no século XXI, apesar do nítido aumento da população e do comércio. Tal negligência causa um gargalo na capacidade de circulação de pessoas e riquezas, diminuindo a qualidade de vida no meio urbano e no ritmo do crescimento econômico do país.
A união de estradas mal planejadas ou conservadas, repletas de caminhões e ônibus, com uma frota de veículos de passeio com motores de baixa potência para ultrapassagens leva à enorme quantidade de mortes no trânsito. É óbvio que a falta de educação dos motoristas contribui para o elevado número anual de mortes nas estradas brasileiras.
"Na Colômbia, em 43 anos de guerra civil morreram 32.000 pessoas. Em Cuba, Fidel Castro em 49 anos de poder mandou matar 17.000. O número de vítimas de trânsito no Brasil é alarmante! Segundo as estatísticas, morrem por ano mais pessoas do que os 40.000 americanos que morreram durante os dez anos de guerra no Vietnã."

Para se ter uma noção de como um eixo ferroviário pode aliviar o trânsito em uma rodovia, basta basear-se no trem brasileiro com carga de soja que, com 5 locomotivas, movimenta 125 vagões. Cada vagão tem a capacidade aproximada de uma carreta com eixo duplo. É só fazer as contas para perceber quanto se ganha em economia de diesel e segurança com 125 caminhões a menos em uma estrada sendo substituídos por apenas 5 locomotivas.

Na minha opinião, em um raciocínio simples, o aumento de cemitérios de locomotivas causa um aumento proporcional no número de cemitérios de pessoas, mortas nos acidentes de trânsito que crescem ano após ano, impulsionados pelo maior número de veículos, movidos pela facilidade de crédito.
Motoristas sem habilitação, imprudentes, bêbados ou agressivos causam muitos acidentes, matando a si, quem estava em seu veículo e pessoas em outros veículos ou nas vias de trânsito. Se estes motoristas fossem passageiros em um trem que circula por um caminho pré-definido pelos trilhos, com um condutor que é mais facilmente monitorável por conta de exigências profissionais, quantas mortes teriam sido evitadas?
_ _ _ _ _

Um comentário:

  1. Agradeço pela publicação deste assunto, que considero uma ideia pertinente para discutir com os amigos e colocar em prática como uma forma de diminuir as mortes e engarrafamentos no trânsito.

    ResponderExcluir