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terça-feira, 20 de agosto de 2013

RITA LEE DESACATA.



Volto ao assunto, agora mais completo. Em Janeiro de 2012 a cantora Rita Lee fez um show em Aracaju, Sergipe. Como estava rolando alguma droga na plateia, policiais militares  de serviço no evento começaram a executar revistas e acharam drogas.
Já fiz a segurança em shows desses, comandando tropa, e me manifestei sempre radicalmente contra o uso da polícia nessas ocasiões. Afinal de contas, a dona Rita foi em Aracaju ganhar dinheiro que não é pouco, num evento pago e privado, e o estado não tem que mandar seus agentes. Que paguem seguranças, pois o evento visa lucro, e bem gordo, tanto para artistas como para quem os produz. Mas no Brasil é assim. Mandam a polícia, que tem que obedecer sem tugir e mugir e ainda ser desfeiteada.
Acontece que a dona Rita não gostou da revista e chamou os peemes de cachorros, cavalos, e outros impropérios. Caso claro de desacato. Tentaram prendê-la, mas foi impossível, pois neste país artistas como ela e políticos são imprendíveis.
A Associação dos peemes de Sergipe entrou na justiça contra a coroa desbocada. O juiz de primeira instância deu a ela ganho de causa, pois considerou que não era nada demais os agentes públicos serem tratados daquela forma. Têm que estar preparados para ouvir ofensas e continuar com cara de estátua. Ué! Que estranho! O juiz não é também um agente público? E não tem que ser tratado por Vossa Excelência, com todos aqueles salamaleques e considerandos, todos se levantando perante sua augusta presença? Ah, Roberto mas ele é um juiz. Os peemes são só peemes, sem importância. Não fizeram curso de Direito. Ah, sim!...
Acontece que a Associação não se conformou e recorreu ao Tribunal de Justiça de Sergipe. Os desembargadores discordaram do augusto juiz, que talvez fosse um esquerdista enxaguado e juramentado, e deram ganho de causa aos pobres peemes e a cantora foi condenada a pagar cinco mil pilas para cada um que foi ofendido. Dona Rita não se conformou também e recorreu à última instância. Perdeu de novo, e terá que pagar 7.500,00, com correção, aos peemes ofendidos.
Alvíssaras. Pela primeira vez neste país se considera policial gente.
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Leio no informativo do Clube dos Oficiais o seguinte, a respeito de uma reunião com todos os agentes da Segurança Pública catarinense:
"Os militares (peemes e bombeiros) saíram do encontro com a promessa de que não haverá distinção nem tratamento diferenciado por parte do governo às Corporações que compõem a segurança pública". Patético, desalentador. Como nós nos curvamos. Estamos felizes porque teremos um tratamento igual aos delegados da polícia civil., eles que sempre nos ganharam nessas questões. Temos, afinal, que ter um pouquinho mais de brio. O problema é que só podemos falar dessas coisas com um pouco de liberdade depois que vamos para a reserva. Na ativa não dá. Mas os delegados não têm essa preocupação. Aposentados ou não, sentam o malho, se precisar.
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