Hans, filho de um sapateiro com pendores de literato, nasceu na Dinamarca em 1805. E passou de seu país para a literatura universal como emérito criador de contos e fábulas infantis, aproveitadas até pelos estúdios Disney. Aos onze anos morre-lhe o pai e a mãe o abandona para casar de novo (pensei que isso fosse mal do nosso século). Mas, para sua sorte, foi criado amoravelmente pela irmã de um pastor que todos chamavam "poeta".
O pastor o fez estudar, tanto que Hans dedicou-se à elaboração de tragédias e trabalhos teatrais. Na casa do pastor lia as suas composições para os amigos, sendo compreendido e encorajado.
Hans parte para Copenhague, a capital, mas ali só encontra desilusões. Uma noite, quando passeava desanimado pelo cais, lembrou-se de um tal Siboni.
Siboni era um cantor lírico italiano, já famoso. Hans conseguiu visitá-lo e recitou diante dele e de alguns literatos, vários trechos de sua pequena obra, obtendo aprovação e ajuda.
Após matricular-se na universidade em 1828, Hans finalmente conhece o sucesso. Sempre com a auxílio de Siboni e seus amigos, ingressou na corte da Dinamarca. Honrado e estimulado por todos, logrou obter a amizade e consideração do rei Frederico VI, o que foi decisivo para sua carreira vitoriosa.
Hans dedicou-se à criação de fábulas. Num ano em que mais se dedicou, escreveu cento e cinquenta e seis histórias. Os maiores escritores da Europa frequentaram sua casa. Henrique Heine, Charles Dickens e Victor Hugo (ma gravura) lhe ofereceram sua estima e consideração.
Em quatro de agosto de 1875, na mansão de Rolighed, pertencente aos seus amigos da família Melchior, Hans Christian Andersen faleceu, talvez pensando na longa fábula que foi sua própria vida, como geralmente ele afirmava.
Hans escreveu "A sereiazinha", que hoje conhecemos como "A pequena sereia". Outras obras:
- O menino moribundo.
- Álbum sem figuras.
- O patinho feio (talvez autobiográfico).
- A rainha da neve.
- A rainha da neve.
- Cisnes selvagens.
- A mala voadora.
- O guarda-porcos.
- As galochas da felicidade.
- A roupa nova do imperador.
- A princesa da ervilha.
- O soldadinho de chumbo.
- As flores da pequena Ida.
- O pião e a bola.
- A pequena vendedora de fósforos.
- Sapatinhos vermelhos.
- O pequeno Tuk, dentre outros.
O rouxinol - O pássaro era prisioneiro da imperador da China, que o guardava numa gaiola para ouvir seu canto maravilhoso. Um dia recebeu um rouxinol artificial e desterrou do reino o verdadeiro. Adoecendo e próximo da morte, o rei mandou trazer de volta o rouxinol, que o perdoou e o salvou, cantando o seu canto dulcíssimo.
A pastorinha e limpador de chaminés eram dois brinquedos de porcelana que se apaixonaram. O velho mandarim, tio da pastora, é contra a união, pois quer casá-la com o sátiro Perna-torta. Depois de muitas fugas e peripécias, os dois se casam, com o consentimento do velho tio.
Policina era uma menina tão pequenina, que dormia numa casca de noz. Ela foi raptada por um sapo, que desejava casá-la com seu filho. A menina foi salva por algumas borboletas e hospedada na casa de um rato do campo. Uma toupeira a faz prisioneira. Foi libertá-la uma andorinha, de quem Policina cuidara carinhosamente. Ela pode então voltar para a casa de sua mãe.
Sapatinhos vermelhos.
Karen, uma bela menina muito pobre, foi recolhida por uma rica senhora, que a criou em seu palácio. Karen, tornada muito ambiciosa, adquiriu um belo par de sapatinhos vermelhos, ficando muito vaidosa. Como castigo, uma fada a condenou a bailar para sempre, sem poder tirar os sapatinhos. Esgotada e arrependida, Karen mandou que o carrasco lhe cortasse os pés. Expiou seus pecados e Deus a recebeu no reino dos céus. (Hoje penso que esta fábula não seria considerada politicamente correta).
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Hans nunca casou. Sempre foi um solitário e os seus amores nunca foram correspondidos. Embora tenha lançado sua autobiografia em dois volumes, alguns autores afirmam que sua verdadeira autobiografia foi "O patinho feio", que tanto sucesso fez no mundo como fábula. Há autores que fazem referência a uma possível ambiguidade sexual dele, mas isso somente foi objeto de divagações, não havendo qualquer prova conclusiva sobre tal.
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Enciclopédia Trópico - Volume VI.
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