Continuavam fuzilando presos comuns e políticos. Foram fuzilados os três irmãos Garcia Marin, que ocuparam a sede do Vaticano em Havana, em dezembro de 1980, pedindo para sair do país. Os sobreviventes dessa causa me contaram que a hierarquia c católica autorizou e colaborou com um plano para que forças especiais da polícia política, fazendo-se passar por uma delegação chegada do Vaticano, disfarçados de padres, entrassem na sede diplomática e reduzissem pela força os refugiados, dois dos quais estavam armados. Eles de nada desconfiaram, pois haviam lhes anunciado a visita dessa delegação. Contaram-me que os viram descer de um automóvel da Nunciatura e confiaram.
Como se não tivesse sido castigo suficiente fuzilar-lhe os três filhos, a atribulada mãe dos Garcia Marin foi condenada a vinte e cinco anos de prisão, que ainda está cumprindo com mais onze familiares.
Sardidas, o militar torto, estava surrando um daqueles que teve a infelicidade de ir parar nas celas. Estava quase anoitecendo. Os gritos da vítima pedindo perdão eram arrepiantes. Por isso, Rodolfo Alonso, que tinha apenas 21 anos e estava condenado à morte por uma tentativa de sabotagem, não conseguiu ficar impassível e pediu ao militar que parasse de bater. O companheiro de Rodolfo, outro jovem como ele, era Abílio Gonzalez Tinham sido apanhados quando tentavam por fogo em um ônibus Em represália contra a família, a esposa de Abílio e seus dois filhos pequenos foram tirados da casa que o governo lhes concedia morar e foram jogados na rua.
A 13 de junho de 1981 ouvi que me chamavam da salinha de saida. Era Rodolfo.
- Irmão Valladares, estamos indo!...
- Para onde? perguntei, estranhando aquilo.
- Para o paredão. Já vieram nos buscar.
Fiquei com um nó na garganta. Achava que nunca mais, depois de vinte anos em presídios, teria que passar pelo transe doloroso de me despedir de companheiros que iam para a morte.
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Muito se falou sobre o papel da hierarquia católica em Cuba, acusada de colaborar com a morte dos três irmãos. Este colaboracionismo sórdido e nojento mereceria que os seus adeptos fossem expulsos da Igreja a toque de caixa. Valladares diz que a ditadura cubana ainda subsiste por vários motivos, e um deles é o colaboracionismo ou mutismo da Igreja Católica em Cuba.
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Do livro "Contra toda esperança", do ex-preso político de Castro, Armando Valladares, publicação que circula o mundo, mas não entra nas grandes editoras brasileiras, que temem desagradar o governo.
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Do livro "Contra toda esperança", do ex-preso político de Castro, Armando Valladares, publicação que circula o mundo, mas não entra nas grandes editoras brasileiras, que temem desagradar o governo.
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Esta obra deveria ser lida por todos os brasileiros, notadamente aqueles que cultuam o socialismo, ante-sala do comunismo, para conhecer a realidade "doce" comunista.
ResponderExcluirAos que não são dados à leitura (a esmagadora maioria) recomendo o filme "A CIDADE PEDRDIDA" com Andy Garcia. Pode ser encontrado em qualquer locadora. Neste filme, verão do que o comunismo é capaz.