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segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

GENOCÍDIO UCRANIANO - PARTE II.



KIEV, a bela capital ucraniana.
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Os acontecimentos daquela época revelam terror em massa sem precedentes na crueldade e cinismo, que teve ressonância global e foi claramente refletido na imprensa, tanto ocidental ukrainiano quanto a européia.
Após a retirada dos "vermelhos" os habitantes locais correram para as portas das prisões abandonadas. Quebravam as portas das câmaras, na esperança de libertar os detidos. Infelizmente, vivos eram raros.
Em todos os lugares encontravam-se recentes covas, subsolos murados, caldeirões com infelizes cozidos, e montanhas de cadáveres mutilados deixados nas prisões. A destruição dos prisioneiros era acompanhada por indescritíveis torturas. Isso foi relatado por testemunhas oculares.
Mas previno os leitores especialmente vulneráveis: detalhes destas evidências não são apenas pouco estéticos, mas parecem pouco prováveis àqueles, que leem ou ouvem falar sobre eles pela primeira vez. Talvez, também ao autor. Se ele mesmo não tivesse ouvido de muitas testemunhas, de cuja veracidade não podia duvidar. Eis alguns testemunhos que foram recolhidos pela Sociedade "Busca".
Talvez, pelo menos este choque, estes horrores além dos limites finalmente sacudam a indiferente consciência sovietizada dos escravos mentais da pós-genocida sociedade ukrainiana?


Testemunho de Ivan Chapl

Camponês da aldeia Nahuyevych - Drohobych - Lviv.

Em 1939 nós recebemos o Exército Vermelho com solenidade... Os russos começaram a organizar as fazendas coletivas. As pessoas não queriam entrar, então eram espancadas, presas nos porões. Eu trabalhava como ferreiro, não esperava problemas. No dia 22 de junho veio um grupo da NKVD do centro regional. Imediatamente pegaram o ex-diretor da escola rural (já aposentado), o presidente da Sociedade Escolar, o secretário do Conselho da Aldeia, o diretor da escola, e eu. Fomos levados a Pidbuzh onde já estavam aprisionadas outras pessoas: diretor da escola lojista, sapateiro e moradores das aldeias vizinhas.
No dia 26 de junho, às 10h da noite nós puseram num caminhão em direção a Drohobych. Éramos 20 e estávamos sendo acompanhados pelo procurador e 14 milicianos.


Investigação do sepultamento em massa na cidade de Volodymyr - Volyn. Em 1997


Em dado momento o carro parou e recebemos ordem para descer porque a máquina carregada não poderia subir o morro. Devíamos formar duas filas de mãos dadas. A um sinal do procurados todos os milicianos dispararam. Os carrascos abatiam ainda vivos chutando com botas, pás, pés-de-cabra dos quais o crânio rachava. Assim foram assassinadas 16 pessoas. Graças ao tiroteio indiscriminado, escuridão e da própria milícia, que se apressava para trazer o próximo lote de aprisionados, nós quatro conseguimos sobreviver.
Não sei como o procurador ficou sabendo, mas no dia seguinte ele veio me procurar. Mas, eu ferido, fui bem escondido pelos parentes. Com certeza, os carrascos ficaram preocupados em deixar uma testemunha viva, mas não conseguiram esconder seu crime.
Quando os bolcheviques fugiram com a aproximação dos alemães, as pessoas foram buscar os assassinados. K. Kaminskyi tinha o corpo todo cortado. S. Dum'iak tinha a barriga toda cortada. A Ivan Dobrianskyi abriram o peito, retiraram o coração e a cavidade encheram com capim. E tais tiranos eram os nossos "libertadores". Por que eles matavam civis inocentes? No entanto, ninguém pode destruir a palavra viva e o espírito da nação que ama a liberdade.

Testemunho de Ivan Kindrat
Nasceu em 1923, doutor em medicina, Rochester, EUA.
"Em junho de 1941 eu morava numa habitação coletiva estudantil na Skarbivska, 10, em Lviv. No dia 29 aproximavam-se os exércitos da Wehrmacht, a cidade estava em pânico e caos. Permaneciam na cidade tropas de designação particular da NKVD.
Um amigo, que morava em frente da prisão "Lontskoho", contou que na noite de 28 de junho ouviu tiros e gritos enlouquecidos. Nós, quatro estudantes, saímos para um reconhecimento. Cimentado agora, mas fechado então, o portão explodimos com algumas granadas.


Ao entrar vimos 8 pessoas, homens e mulheres, mortas, perto da parede - ainda duas mulheres ainda vivas, mas ensanguentadas e desmaiadas. Depois descobrimos que não eram prisioneiros e sim funcionários , que foram destruídos por último para não haver testemunhas do crime sangrento. As duas mulheres faleceram. Todos os dez foram mortos com perfurações de baionetas. Alguns com vários ferimentos no peito e barriga.


Pecado do comunismo. Todos nós devemos nos arrepender, como fizeram os alemães.


Do quintal entramos numa sala grande, com cadáveres até o teto. Os que ficavam embaixo ainda estavam quentes. Suas idades - de 15 a sessenta anos, mas a maioria de 20 a 35 anos. Estavam deitados em várias poses, com olhos abertos e máscaras de horror no rosto. Havia várias mulheres.

Na parede esquerda estavam crucificados três homens, mal cobertos com roupas a partir dos ombros, com o seu membro genital cortado. Sob eles no chão, meio sentadas e inclinadas - duas freiras, com aqueles membros na boca.

As reveladas por nós, vítimas do sadismo da NKVD foram mortas com tiros na boca ou no pescoço. Mas a maioria foi apunhalada com baioneta na barriga. Uns estavam nus, ou quase nus, outros em roupa decente de rua. Um usava gravata, provavelmente acabou de ser preso.

   

 Investigação da sepultura em massa próximo de Ivano-Frankivsk. Demyaniv Laz. 1989. (Demyaniv Laz - Laz de Damyan.

Nota: Laz é um carreiro estreito na mata usado pelos animais; escotilha, abertura, acesso.

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Remetido pelo amigo Anatoli, de Curitiba
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