Roberto Rodrigues de Menezes.

Roberto Rodrigues de Menezes



sexta-feira, 30 de março de 2012

O APOCALIPSE.


João escreveu nos pergaminhos o que gravara nas pedras.
"Eu sou o Alfa e Omega, diz o Senhor Deus, aquele que é, que era e que vem, o Dominador". (Apoc 1, 8).
(Alfa e Omega - princípio e fim - primeira e última letras do alfabeto grego).
Palavra grega que significa Revelação, o Apocalipse foi escrito pelo discípulo João no final da sua vida. Talvez seja o livro da Bíblia de mais difícil compreensão. Para interpretá-lo é necessário levar em conta o gênero literário utilizado pelo autor, além da circunstância em que foi escrito.
É histórico que o primeiro século do Cristianismo foi uma época de perseguições repletas de sangue e martírio. A civilização romana tinha por meta acabar com os cristãos. Maior potência econômica e militar da época, esqueceu suas raízes republicanas e passou a ter imperadores que se julgavam deuses.
Neste século dominaram de forma totalitária os seguintes imperadores, ou césares:
Tibério - 14 a 37.
Calígula - 37 a 41.
Cláudio - 41 a 54.
Nero - 54 a 68.
Vespasiano - 69 a 79.
Tito - 79 a 81.
Domiciano - 91 a 96.
Nerva - 96 a98.
Destes todos, os mais terríveis e sanguinários com relação aos cristãos foram Nero, Vespasiano e Domiciano. Este último, não logrando matar João, o discípulo, desterrou-o para a ilha de Patmos, que hoje pertence à Grécia, embora fique a cerca de 50 quilômetros das costas da Turquia.
Neste degredo, de acordo com a tradição cristã, João recebeu de Deus as revelações. Como não dispunha de pergaminhos, penas e tintas, gravou nas pedras da ilha o que vira e ouvira. Amigos cristãos lhe levaram de barco o material que precisava e na ilha ele iniciou sua obra. Com a morte de Domiciano retornou a Éfeso e difundiu o que escrevera.
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Um anjo de Deus lhe apareceu na ilha e disse: "Contemplarás o que não foi revelado a nenhum ser humano. Perderás a noção do tempo e do espaço. Escreve o que vires e manda-o às sete igrejas em Éfeso, Esmirna, Pérgamo Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia. O clamor dos mártires se eleva aos céus pedindo justiça."
Muitos cristãos já estavam desesperançados com relação à sobrevivência da nova religião, que buscavam espalhar por todos os recantos. O livro é uma mensagem de conforto e um manifesto contra os perseguidores e seu paganismo.
Lutam o bem e o mal, mas Deus fará vencer o bem, mesmo que tal se realize com sofrimento e morte. João usa muitos simbolismos em seu texto, do mesmo modo que alguns livros do Antigo Testamento. O gênero literário é chamado Apocalíptico, com visões e revelações simbólicas. Não é a descrição antecipada de acontecimentos de hoje ou do futuro, como alguns sugerem. A linguagem é figurada e misteriosa para melhor prender a atenção do leitor.
Símbolos:
* Cristo - o Cordeiro.
* Mulher - (a esposa, ou a que deu à luz um menino). Pode ser a Igreja, a Jerusalém celeste (a mãe mística) ou mesmo o céu. Alguns traços adaptam-se à Virgem Maria.
* Dragão - as forças hostis ao reino de Deus, a mesma serpente do Gênesis (Foi então precipitado o grande dragão, a primitiva serpente, chamado demônio e satanás, o sedutor do mundo inteiro).
* As duas feras - O Império Romano e o culto pagão.
* A fera (a Besta) - Simboliza os césares, talvez Nero, o perseguidor maior. O número 666 reflete um domínio falho, inferior ao sete, que é o número perfeito.
* Babilônia - A Roma pagã, ou a prostituta, ou a grande mãe da prostituição.
* Harmagedon - "Eles se reuniram em (num lugar chamado em hebraico) Har-magedon, monte onde perecem os reis. Região assentada aos pés das colinas do Carmelo. Reis e demônios se reuniriam neste lugar para a grande batalha contra o Deus poderoso, quando serão derrotados.
* Cristo é mostrado também como o Filho do Homem. O texto anuncia lutas, perseguições, fracassos e mortes no plano terrestre. Mas fala da realidade da salvação e da vitória final, com Cristo ressuscitado.
* Mil anos - amplidão vitoriosa do cristianismo, os últimos tempos.
* Três portas abertas para as regiões do mundo - é uma bela imagem da universalidade da Igreja.
*Pontos em evidência:
1 - Mensagem às sete Igrejas da Ásia.
2 - Os quatro cavaleiros:
Branco (vencedor) Paz.
Vermelho (guerra).
Negro (a Balança, com que todos serão julgados).
Esverdeado ( a morte).
3 - Triunfo das testemunhas de Cristo.
4 - Castigo da Babilônia.
5 - Julgamento geral - cada um será julgado de acordo com suas obras.
6. A glória da Igreja eterna. Jerusalém celeste.
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Não há no Apocalipse qualquer referência, como em qualquer livro da Bíblia, a uma possível data para o Juízo Final. O que conta na verdade é:
"Vigiai, porque não sabeis o dia nem a hora" (Mt 24, 42-44).
"Não compete a nós conhecer os tempos que o Pai fixou com sua própria autoridade". (At 1,7).
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Algumas denominações religiosas afirmam ser o Papa a Besta do Apocalipse, numa referência deselegante e rasteira para com o Chefe da Igreja
Católica. Estudemos isso um pouco.
Afirmam estar escrito na Tiara papal, que hoje ele não mais usa, o seguinte: Vicarius Filii Dei , que em português significa "O vigário do Filho de Deus". Somando-se as letras deste título latino em algarismos romanos, ficaria:
V I C A R I U S F I L I I D E I.
5+ 1+100 + 1+5 1+50+1+1 500+1. = 666.
As letras A, R, S, E e F não têm valor numérico. A letra U tem o mesmo valor da letra V, portanto 5.
Este título, porém, não consta na Tiara, onde não há nenhuma inscrição. E o papa, ao longo dos séculos, tem sido chamado pelos cristãos de Vicarius Crhisti, não o que sugerem.
Poderíamos levar tais ilações mais adiante. A Besta poderia ser o próprio Cristo. Os números em hebraico do nome Jesus de Nazaré têm o mesmo valor 666.
Outro exemplo: A profetiza adventista Ellen Gould White. As letras de seu nome, que podem ser transformadas em algarismos romanos, dão o mesmo valor.
Dois eles (LL) = 50+ 50.
U = 5.
L = 50.
D = 500.
W (V+V) = 5+5=10.
I = 1.
A soma perfaz 666.


Obviamente, a Sra Ellen não foi nem é a besta do Apocalipse.
Uma interpretação possível é a do nome de Nero, ou Caesar Nero ( do grego NVRN RSQ). A soma dá o mesmo número.


No livro Apocalipse João descreve (17, 11):
A besta que existia e não existe mais, é ela própria o oitavo e também um dos sete, mas também caminha para a perdição.
João, com muita probabilidade, se refere a um dos imperadores romanos. O imperador que o mandou para a ilha em degredo foi Domiciano, o oitavo imperador daquele século, que morreu quando ele estava na ilha. Porém, não existe uma conclusão cabal para tal problema. Importa analisar o tempo, contexto e circunstância em que o livro foi escrito, procurando-se obter algum ensinanento.
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Faço esta reprodução de postagem do dia 16-05-10 em homenagem à leitora Johanne Sollis, que de vez em quando me  brinda com comentários  muito bons.
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quinta-feira, 29 de março de 2012

OS CARROS.


O jornalista Luiz Carlos Prates, quando trabalhava na RBS tevê e CBN Diário de Floripa, disse nos seus comentários que, naquela época, qualquer le-gue-lhé (ou pé de chinelo, não lembro bem) comprava carro neste país. Mais fácil que comprar comida. Política muito social da governo Lulla. Era comprar sem entrada, a perder de vista, em 60 a 70 prestações com juros mínimos. Negócio de pai pra filho. Prates foi sumariamente demitido. Hoje, jornais paulistas estampam que a inadimplência é assustadora e as financiadoras e bancos estão começando a puxar o freio de mão. Vai ficar mais difícil comprar carro, sem o qual muita gente não tem ereção. Prates, se bem que um tanto incisivo em seus comentários, tinha alguma razão. E hoje está gratificado no SBT.
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A RBS tevê fez a seguinte pergunta aos seus telespectadores: Você é contra a proibição de escutar música sem fone de ouvido nos ônibus? Explico: os vereadores de Floripa já aprovaram projeto de lei que proíbe passageiro de escutar música em volume alto nos coletivos. A pergunta foi um tanto induzida, pois ninguém gosta da palavra proibição. Que o diga o Caetano. Mas não adiantou: 86% dos teles foram a favor da proibição. Não sei como ainda há 14% de abobados que foram a favor de tirar o sossego dos outros nos ônibus. Ah, os males da democracia...
Eu, meus caros, com a graça de Deus não dirijo mais. Foi uma graça mesmo, pois nos últimos tempos, em razão de deficiência visual, não gostava de estar ao volante. Como o deus estado me reprovou no exame de vistas da carteira de habilitação, resolvi vender o carro e andar a pé, de ônibus ou de táxi. Até de táxi sai mais barato andar do que de carro próprio, tamanha a carestia de preço (carro, peças, combustível, seguros, revisões, limpezas) e a roubalheira de impostos. É claro, fica-se sem aquela sensação de posse, poder e gozo, da qual muitos cavaleiros bandeirosos e moças deslumbradas não abdicam, talvez medo de entrar no rol dos pobres. 
Mas, voltando à vaca fria, de vez em quando um atoleimado ou atoleimada, normalmente jovem, fica a fazer berrar seu aparelho de som com aqueles tenebrosos fanques ou os acachapantes sertanejos ditos universitários, que ainda hoje não entendi porque se denominam assim, obrigando os infelizes passageiros do ônibus a escutar aquele lixo todo. E ainda por cima eles ficam com a expressão satisfeita de quem está arrombando. Imaginem se eu ia ter coragem de comprar um aparelhinho desses e ligar uma sonata de Franz Lizt em alto volume, num coletivo qualquer. Seria linchado. Mas eles podem.
Que venha a lei, que não será respeitada, pois os cobradores e motoristas não vão querer se incomodar. São as leis inúteis, como sói acontecer neste país. (É sói mesmo, que significa costuma. Já vi muita gente com mestrado e doutorado, coronéis de polícia inclusive,  desconhecer o verbo soer e pior, corrigir quem o usa. Mas isso é coisa de coronel, especialmente quando é um subordinado que escreve).
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 Pessoal, não adianta criticar a polícia pelo acúmulo de banditismo impune neste país. Quase todo vagabundo que está solto roubando ou matando já foi preso várias vezes. As leis porfiaram sempre, principalmente de uma época para cá, em fazer a polícia de palhaça. E o resultado é este. Fizeram leis com peninha de terroristas de esquerda e os bandidos comuns foram de arrasto. E agora, como fica? Mudar não dá, não é, senhores governistas?... Os ex-terroristas estão ficando milionários (criaram para isso a tal Comissão da ...verdade?) e os bandidos vão também atrás.
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E por falar em lei, a senhora Suplício deseja retirar das certidões de nascimento a expressão pai e mãe. E se o papai for mamãe ou vice-versa? Talvez acabar com o dia dos pais e o dia das mães, para não envergonhar quem não tem um dos dois. Obrigar o professor a ensinar a crianças nas escolas que é muito legal ser homossexual. Puxa, meu, estão querendo criar mais uma minoria privilegiada neste país, que acredito até não ser muito minoria. Deixem as crianças escolherem quando ficarem grandes, turma.
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sábado, 24 de março de 2012

O PAPA DE HITLER.



O papa Pio XII com o cardeal Roncalli. O papa, ao morrer em 1958, seria substituido por Roncalli na cadeira de Pedro, com o nome de João XXIII.
     O grande papa Pio XII, Eugênio Pacelli, foi por muito tempo acusado pela esquerda internacional a serviço de Moscou, de ser o papa que teria feito contatos e acordos com Hitler, o que teria ajudado a matar milhares de judeus na segunda guerra mundial.
       Hoje se comprova que tudo não passou de uma farsa cruel. Ion Michel Pacepa, ex-chefe da polícia política comunista da Romênia, estando à morte e atormentado pelo remorso, confessou de maneira clara e cabal, documentada, que a onda de acusações contra Pio XII foi obra da KGB, a polícia política e secreta de Moscou.
O teatrólogo Rolf Hochut, diretor da peça "O vigário", acusa o papa de ser aliado de Hitler. O mesmo fez o escritor John Cornwell com o livro "O papa de Hitler", publicado em 1999.
As acusações foram montadas em Moscou em 1963 por Nikita Kruschev, à época Secretário Geral do PC Soviético, posto máximo do poder no Kremlin.
       Tanto a peça teatral quanto o livro foram gestados na KGB, com o conhecimento e aceitação de seus autores. Pacepa foi participante direto e importante da farsa, ajudando a falsificar documentos. A peça fez sucesso mundial, principalmente na Europa. Talvez Cornwell fosse um idiota útil, mas Erwin Piscator, o autor da peça, sempre foi comunista histórico, com relações com o Kremlin. Costa Gravas, que lançou um filme com base no livro, foi também um imbecil útil.
       Cornwell afirma no livro que visitou muitas vezes o Vaticano, o que nunca ocorreu.
      E, por ironia, o livro que narra toda esta farsa e desmascara seus autores não foi obra de um católico, mas do rabino David Dalin (O mito da papa de Hitler). E, bem ao contrário, Pio XII, de maneira sensata, quieta e sem espalhafatos, pois ele era assim, ajudou a salvar milhares de judeus na segunda guerra, através das várias delegações do Vaticano na Europa.
       Esperamos que o livro do rabino seja publicado no Brasil, pois a mídia e editoras brasileiras deram muita ênfase ao livro-farsa de Cornwell, lançado aqui pela editora Grijalbo, de tradição filo-comunista.
       Por que esta não lança o livro do rabino?...
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Prezados:

Há uma passagem interessante no livro “Górgias” de Platão, que relato a seguir:
Sócrates foi levado por Querefonte para ouvir o sofista Górgias. Lá pelas tantas, Górgias se coloca à disposição para responder perguntas da plateia. Então Sócrates fala ao ouvido de Querefonte: “Pergunte quem é ele?
Resolvi fazer a mesma pergunta a mim próprio: Quem eu sou ?
 Por incrível que pareça descobri que sou um modelo de globalização! Isso mesmo. Explico:
 Sou filho de ucranianos, nascido na Alemanha, morando no Brasil, casado com uma italiana, proprietário de um automóvel francês.
 Querem alguém mais globalizado que isso?
 Mas, brincadeiras à parte. Alguém já tentou responder, seriamente, a si próprio esta pergunta? Quem eu sou?
 Abraços,
 Anatoli.

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Remetido de Curitiba pelo meu amigo Anatoli Oliynik, o cossaco.
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segunda-feira, 19 de março de 2012

O horror ideológico à norma culta.



Cara Denise:
Fiquei entusiasmado com o teu entusiasmo quando te referiste aos teus aluninhos e suas perguntas.  Quando puder, irei sim, conversar com eles, assim que minha visão melhorar. Mas, como conselho de um velho professor de Língua Portuguesa (e sei que fazes isso), procura ensinar a eles a língua culta, as palavras corretas. Eu comecei em escola pública e meus mestres me ensinaram assim.  Desdenha a história esquerdista de o povo escrever como fala, ou utilizar este linguajar pobre da Internet. Ensina a teus alunos o melhor da norma, para que eles possam enfrentar concursos, provas, entrevistas, sem se sentirem diminuídos. Não vai atrás do canto da sereia que afirma que dois e dois são cinco. Estas esquisitices fazem com que mais e mais se formem legiões de analfabetos funcionais no nosso país, em nome de uma pedagogia dita libertária, mas que no futuro só fará mal, pois nivela por baixo. Este recado, na verdade, não é para ti, pois te conheço (fui teu diretor) e sei que tua preocupação é o bom português, a gramática, o conhecimento. 
Vai em frente, neste mundo pedagógico de nulidades, infelizmente. Seja diferente. Faz de tuas aulas algo sério, com disciplina, com estudo. Não aceita que a escola seja um eterno recreio.
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(Olavo de Carvalho).
Entre nossos literatos, (para não falar de estudantes de letras), não se encontrará um só que, lendo Camilo Castelo Branco, não engasgue a cada linha, intimidado por um vocabulário que, apenas com um século de idade, se tornou impenetrável mistério antediluviano. Quanto mais nos afastamos da nossa autêntica raiz lusitana, mais temos de tomar emprestada a seiva alheia, seja francesa ou americana, e mais a nossa autenticidade se torna uma caricatura do estrangeiro.
Nosso erro não está em buscar uma identidade. Está em algumas fontes do engano, nas quais bebemos compulsivamente há mais de um século. Revoltamo-nos sempre contra o dominador errado. Escravos da Inglaterra, continuávamos a nos bater contra o extinto domínio português. Intoxicados de francesismo, esforçavamo-nos por expelir de nosso ventre os últimos resíduos da herança portuguesa. E hoje, paralisados ante as patas do império mundial anglófono, ensaiamos uma rebeldia não antisaxônica e sim antilusitana, jogando bombas ideológicas contra a "língua dos dominadores", como se o FMI fosse presidido por Cândido de Figueiredo e a Gramática Metódica de Napoleão Mendes de Almeida fosse a Carta da ONU.
Vista sob este prisma, nossa pretensa busca de independência não é senão afetação e disfarce para encobrir uma renitente hipnose de botocudos ante os prestígios internacionais do momento.
Acreditamos demais na mágica besta do popular, do local, do costumeiro e do corriqueiro. Achamos que imitando a fala errada do povo seremos nacionais.
A norma culta está sendo considerada mecanismo de exclusão social e opressão de pobrezinhos. Para os meninos da Febem ou para o lavrador inculto, pode ser bom ou pelo menos cômodo, a curto prazo, que os deixem escrever como falam, sem subjugá-los à uniformidade da norma.
Subjetivamente, eles talvez se sintam menos excluídos, aprisionados na sua particularidade e sem acesso à conversação das classes cultas. Tudo depende de saber se queremos enfraquecê-los pela lisonja ou fortalecê-los pela disciplina.
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Origens da Língua Portuguesa II.


João da Cruz e Souza, o maior vulto da poesia simbolista do Brasil, nascido em Florianópolis.(1861-1915).
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Já verificamos que o Latim vulgar, trazido pelas legiões romanas para a península Ibérica, influenciou de maneira decisiva na configuração de nosso idioma. Na península, celtíberos, fenícios, cartagineses, gregos, populações do norte da África, muitos vieram dar a sua contribuição para este processo dinâmico e contínuo que são os falares. Já no final do primeiro milênio da nossa era, esta mescla de idiomas foi chamada de ROMANÇO, expressão usada para definir um falar à moda de Roma, românico. Desta palavra se originou o nosso ROMANCE. Eete romanço deu forma ao italiano, ao francês, ao espanhol e posteriormente ao português, que podemos dizer ter se desvinculado do espanhol, quando Portugal ganhou a sua nacionalidade.
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Em alguns lugares houve influência deste Romanço na formação da Língua. Na Romênia, na Provença (hoje território situado na França), na Catalunha (Espanha) e na Galíza (Espanha).
Nesta última região aconteceu um processo muito interessante. Situada acima do norte português, sua língua não se desvinculou totalmente dos nossos patrícios. Apesar da região pertencer à Espanha, fala um idioma denominado galego-português. Estive num Seminário de Lusofonia Centro Administrativo do governo do Estado, e tive e felicidade de assistir a uma palestra de uma professora da Galiza que, no seu linguajar espanhol-aportuguesado, discorreu sobre sua região e sobre o processo linguístico.
Nós, caros leitores, como não poderia deixar de ser, somos descendemos do Romanço Lusitano, que tem três períodos como abrangência:
1 - o período proto-histórico, do século IX ao XII. A língua, podemos afirmar, é somente falada. Até alguma produção literária, como um poema, é passada pela tradição oral.
2 - o período do português arcaico, que vai do século XII ao XV. A língua já aparece em documentos escritos, em prosa e verso, mas não tem ainda formas definitivas, sendo bem semelhante ao espanhol.
3 - período do português moderno, do século XV até os nossos dias, com duas fases: a clássica (XV a XVIII) e a contemporânea.
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A língua que aparece em Portugal no período arcaico é o galego-português, de domínio na Galiza, ao norte, até o Algarve. Com a independência de Portugal e a anexação da Galiza à Espanha, as diferenças entre o galego e o português foram se acentuando.
Com a publicação de "Os Lusíadas", de Luiz Vaz de Camões, e o aparecimento das primeiras gramáticas, a língua portuguesa passa a ganhar formas definitivas. Para isso contribuiu o fortalecimento de Portugal como nação.
No século IX o rei Afonso VI, de Leão e Castela (futuramente a Espanha), resolve premiar o conde Dom Henrique pela bravura com que se portou no combate aos mouros, que durante muitos séculos dominaram a península. Deu ao nobre a mão de sua filha e uma faixa de terra entre os rios Douro e Minho, com a mais importante cidade denominada Porto. Esta região foi denominada condado Portucalense - Porto + Cale (quente). De Portocale adveio o nome Portugal. Um nobre chamado Dom Afonso Henriques, sucessor do conde, rompe em 1143 os laços que uniam o condado aos reis de Leão e Castela, depois de vencer os mouros na batalha de Ourique (1139), o que permite que leve os limites de seu território até o rio Tejo, com a tomada da cidade de Lisboa. Passa, assim, a ser o rei da nova nação. Caberá mais tarde ao rei Afonso III a glória de dar os limites definitivos ao reino, com a tomada do Algarve aos mouros.
Dom Dinis, o rei trovador,torna obrigatório no país o uso da língua portuguesa nas escolas e nos atos oficiais, para livrá-la da influência de Leão e Castela. Funda em 1290 a Universidade de Coimbra, para dar forma à cultura lusitana.
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Com os descobrimentos marítimos, Portugal funda colônias na América (Brasil), África e Ásia. Já identificamos em artigo anterior estas colônias, hoje países, que falam a Língua Portuguesa. Esta assume os seguintes domínios:
- Português continental - de Portugal no território europeu.
- Português insulano - das ilhas da Madeira e Açores.
- Português ultramarino - Falado nas colônias, dentre as quais o Brasil.
Um dos fatores que contribuíram para a formação de nossa nacionalidade e da vastidão intocada de nosso território, podemos afirmar sem medo de erro, foi o nosso belo idioma, falado do Oiapoque ao Chuí, com suas características regionais, mas perfeitamente inteligível para todos os brasileiros. A Língua é fator importante de coesão nacional.
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Para terminar, a título de ilustração, vejamos alguns vocábulos da nossa língua e a sua origem:
1 - Elementos gregos:
Filosofia, teatro, academia, liceu, escola, alfabeto, carta, hora, relógio, época, clero, batismo, pároco, bíblia, evangelho, anjo, esmola, órfão, diabo, esfera, etc.
Cientistas recorreram ao grego para formar palavras: telefone, microscópio, telégrafo, fonógrafo, protoplasma, homeopatia, fonema, etc.
2 - Elementos germânicos:
brando, bramar, albergue, elmo, trégua, harpa, carpa, burgo,etc.
3 - Elementos árabes:
alcunha, alaúde, aljava, almíscar, alferes, almoxarife, aduana, alcova, aldeia, alarido, alvará, almôndega, assassino, açougue, bolota, califa, sultão, etc.
A maioria das palavras árabes tem seu início em "al", que nada mais é que o artigo definido. Alcorão, por exemplo, significa O Corão.
4 - Vocábulos originários dos visigodos:
arauto, arreio, esgrima, barão, banco, banho, espeto, feltro, guerra, guia, jardim, marechal, roca, sítio, roupa, etc.
5 - Vocábulos originários da Língua Inglesa:
bar, bife, brigue, clube, escoteiro, esporte, gim, futebol, iate, grumete, jóquei, lanche, pudim, repórter, revólver, rum, sanduíche, túnel, turfe, surfe, uísque, etc.
6 - Elementos franceses:
- de épocas remotas - chapéu, libré, assembléia,linhagem, manjar, dama, jóia, loja, chaminé, maré, etc.
- de épocas recentes - toalete, atelier, abajur, tricô, chofer, placar, apartamento, chassis, creche, deboche, elite, envelope, fuzil, pose, valise, greve, avenida, etc.
7 - Elementos italianos:
adágio, ária, bandolim, contralto, dueto, maestro, piano, soprano, sonata, tenor, aquarela, caricatura, madrigal, arlequim, carnaval, confete, palhaço, pastel, porcelana, alarme, esquadrão, fragata, galera, mosquete, sentinela, banquete, macarrão, talharim, espaguete, mortadela, lasanha, salame, salsicha, etc.
8 - Elementos espanhóis:
castanhola, fandango, pandeiro, amistoso, mochila, colcha, façanha, camarilha, caudilho, hediondo, neblina, novilho, realejo, rebelde, etc.
9 - Elementos alemães:
níquel, zinco, cobalto, bismuto, valsa, mazurca, polca, etc.
10 - Elementos asiáticos:
sândalo, nirvana, pijama, nanquim, chá, tufão, junco, gueixa, samurai, jasmim, bazar, laranja, divã, biombo, quimono, etc.
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A Língua, aqui no Brasil,sofreu muita influência do elemento indígena e do elemento africano:
O elemento indígena foi preponderante para a formação de nomes de pessoas (Araci, Iracema, Peri, Jandira, Moema, Jurema, Juraci, Jacira, etc) e de lugares (Guanabara, Itu, Pará, Paraná, Niterói, Tietê, Ipanema, Itajaí, Cubatão, Maciambu, Cambirela, etc). Na fauna (arara, araponga, quati, gambá, jacaré, jaburu, juriti, maracanã, paca, saracura, sucuri, tatu, urubu, etc). Na flora, alimentos e utensílios (abacaxi, buriti, carnaúba, caruru, cipó, ipê, jabuticaba, jacarandá, mandioca, moqueca, pirão, tipiti, arapuca, saci, caipora, curupira, etc).
O elemento africano:
Topônimos: Caxambu, Carangola, Bangu, Guandu, quilombo, etc.
Crenças: mandinga, macumba, candomblé, muamba, zumbi, Exu, Iemanjá, Ogum, etc.
Alimentos:quitute, quindim, vatapá, aluá, mungunzá, cuscuz, etc.
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BIBLIOGRAFIA:
Enciclopédia Trópico - Esta eu comprei no Curso de Formação de Oficiais, ano 1967, em prestações várias, por livre e espontânea pressão. Mas valeu a pena, pois são dez tomos de cultura clássica magnífica.
Português no Colégio - Raul Moreira Léllis. - Companhia Editora Nacional.
Dicionário Prático Ilustrado - Editores Lello Ltda - cidade do Porto, Portugal, 1935.
Livraria Ghardron.
Novo Dicionário Aurélio 1986 - Editora Nova Fronteira.
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Seja bem-vindo meu novo seguidor, Conferencista Ricardo Ribeiro.
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Reprodução de 11-05-2010.
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sexta-feira, 16 de março de 2012

Origens da Língua portuguesa.


Luiz Vaz de Camões


Alguns dos senhores leitores podem achar este tema maçante, mas, como fala o açoriano, no meu dizer, é um dos temas mais fascinantes do estudo do idioma: as suas origens.
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Os senhores já devem ter ouvido a bela poesia de Olavo Bilac a respeito da língua portuguesa, pelo menos no seu começo.
"Última flor do Lácio, inculta e bela,
és a um tempo esplendor e sepultura".
Esplendor para os que a cultivam, sepultura para os que a rejeitam. Para iniciar nosso estudo, precisamos saber o que é o Lácio. Foi uma região romana, na época do nascer do grandioso império, próxima da cidade de Roma. Em latim se diz Latium. Este vocábulo é escrito com T, mas pronunciado com som de C. Regra da língua latina, que não cabe aqui comentar. Aportuguesando, ficou Lácio, terra dos latinos, cuja língua veio a ser o latim. Os latinos constituíam um povo sem muita expressão no contexto do Império, mas sua contribuição fundamental foi o idioma, tornado oficial na terra dos Césares. Precisamos saber, então, como o Latim, idioma dos romanos e da península itálica, foi chegar na península ibérica, parte extremo oeste da Europa, onde hoje habitam espanhóis e portugueses.
Na época medieval lá habitavam povos diversos, com línguas diversas. Os dois mais conhecidos eram os celtas e os iberos (alguns professores falam íberos. Acho assim mais bonito). Estes dois povos foram, com o tempo, ocupando espaço comum, se aproximando, resultando num só. Passaram a ser chamados celtíberos.
E para lá se dirigiram os romanos com suas legiões, na ânsia de conquistar o mundo. Na ponta da península, onde hoje está Portugal, predominavam os celtas, mas também passavam por lá, muitos permanecendo, fenícios, gregos, cartagineses, e mais tarde bárbaros, germânicos e árabes. Podem imaginar que mistura de idiomas havia.
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Os senhores devem recordar quando estudaram no ginásio (eu fui desta época), que no século terceiro A.C. o General romano Públio Cornélio Cipião se abalou de Roma nos navios a remos (lembram das galés?) e velas da incrível frota romana, para destruir Cartago, uma bela cidade da costa noroeste da África. E a destruiu realmente. Em Roma se dizia: Delenda Cartago! (Cartago deve ser destruída) "Delenda" é uma declinação do verbo latino deletare, que os senhores hoje usam em seus computadores para "destruir" o que não desejam que lá permaneça.
Mas, para destruir Cartago, o general precisava de umas bases logísticas na península ibérica, a meio caminho da África. Invada-se a Ibéria, pois, pois.
Ibéria era e é uma expressão que designa a península do mesmo nome. Talvez seja também nome de uma companhia de aviação, não sei bem.
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Os romanos dominaram a península por cerca de duzentos anos, uma conquista mais fácil no sul, onde habitavam povos mais civilizados. No norte, como os povos eram mais rudes e aguerridos, a conquista se tornou mais difícil. Na época de César Augusto (quando Cristo nasceu), os romanos já dominavam toda a Ibéria. E para lá levaram, além do domínio, toda a sua cultura, a língua inclusive. Diz-se que "romanizaram" as novas terras. Belas estradas, escolas públicas, os liceus copiados dos gregos, templos magníficos em honra a seus diversos e não tão bem comportados deuses, exploração de minas, casas de banho, comércio e correios organizados, tudo isso foi rapidamente assimilado pelas populações da península.
E nesse contexto se fazia necessário, para os romanos, impor o seu idioma, que era o Latim. Para isso, obrigaram a utilização da língua nas transações comerciais, nas questões forenses (os romanos tinham um arcabouço jurídico muito organizado, que ainda hoje nos influencia), nos atos oficiais de governo, além do serviço militar obrigatório para os povos dominados. E nos quartéis e centúrias todos eram obrigados a falar o latim. Os romanos utilizavam uma tática inteligente no serviço militar. Colocavam elementos de povos diversos num só corpo. O nativo nunca servia em sua própria terra, indo sempre para outra. Ocorre que num corpo militar havia gente de todas as nacionalidades. Celtas, íberos, gauleses, fenícios, cartagineses, etc. Como cada um tinha o seu idioma nativo, que não era entendido pelo amigo da lado, só restava falar o Latim, que passou a ser a língua comum dos soldados.
E foi desta língua, senhores, o Latim chamado VULGAR, dos soldados romanos, que se originou a nossa flor do Lácio. Última porque os idiomas latinos mais importantes, como o italiano, francês e espanhol, se organizaram antes do nosso belo Português.
Os soldados, por certo, não falavam o Latim rebuscado de políticos como Cícero e Júlio César. Nem o Latim dos escritores Horácio, Fedro, Vergílio, Eneida, Ovídio.
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No ano 74 de nossa era o imperador romano Vespasiano (aquele que perseguia os cristãos, só perdendo para Nero) concedeu direito de cidadania romana aos nativos da península ibérica. Mais uma motivação para a utilização do Latim, que se expandiu, sim, mas sempre influenciado pelos falares regionais. Espanhóis, italianos, franceses e portugueses falam línguas próximas entre si, mas diversas por causa desta influência. Podemos ver, então, que o idioma vai evoluindo no tempo e no espaço por uma série de fatores.
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Já vimos que o latim literário era falado pelos intelectuais romanos. O vulgar pelo povão. Os primeiros davam denominações até desdenhosas para a fala dos segundos:
sermo plebeus - fala do povão.
sermo proletarius - fala dos empregados em minas, indústrias e comércio.
sermo castrensis - fala do soldado.
Lembram-se do sermão do padre? Vem da palavra sermo, que significa fala. A expressão latina castra designava acampamento militar. Daí a expressão justiça castrense, que nós, militares, tão bem conhecemos.
Deste sermo castrensis deriva a nossa língua, no seu início. Mas, naquela época, o latim literário constituia a língua escrita e o vulgar era unicamente falado (isso não mudou em nada).
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Continuemos a nossa história. A península Ibérica sofreu outras dominações, com a decadência do Império Romano. Povos bárbaros vieram dos confins do norte europeu, e mais tarde árabes do norte da África, que na península foram chamados mouros. Quem gosta de fado, ao ouvir a inimitável Amália Rodrigues (sou fã incondicional dos fados lusitanos), lembra da expressão mouraria, que seria o bairro ou lugar habitado pelos mouros. Quando pequenos, nunca ouvimos falar da história da carochinha cujo personagem principal era a moura-torta? (Isso sim é que era preconceito, não as atuais bobagens. Até hoje nunca esqueci. Quando se perguntava pela moura-torta alguém dizia: Come bem, dorme bem, leva vida regalada, tão serena e sossegada como no mundo ninguém)
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Mas, voltando ao nosso assunto, a invasão dos bárbaros no século V determinou a quebra dos laços da península com Roma. Alanos e suevos ao norte e os vândalos ao sul. Estes últimos eram tão desgraçados, que ainda hoje se utiliza a expressão vândalos para aqueles ignorantes primitivos que destroem lixeiras, ônibus, saqueiam lojas e supermercados em nome de uma causa.
Mais eis que os visigodos (lembram aquela coisa de visigodos, ostrogodos, que a gente decorava?), povos de origem germânica, mais civilizados, expulsaram todos os outros da península e passaram, obviamente, a dominá-la.
Embora os árabes mais tarde, tenham dominado a península por sete séculos, tiveram influência menor, ou quiçá igual aos visigodos, mais europeus. Estes dois povos trouxeram também a sua língua, que influenciou e foi influenciada pelo falar nativo.
Podemos concluir que desta mescla de falares celtas, íberos, cartagineses, fenícios, gregos, ROMANOS, povos bárbaros, visigodos, árabes, se originou a nossa Flor, cantada em verso pelos poetas tísicos e em prosa pelos mais espertos. Procuro ser poeta também, não esqueçam, embora meio roto. Dei ênfase aos romanos, pois a base de nossa língua é o Latim.
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(Senhores, finalizo o artigo na segunda-feira, pois já estou meio sem pique. É a idade).
Reprodução de 06-05-2010.
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terça-feira, 6 de março de 2012

Prêmios Nobel.


Qual a universida​de com a maior quantidade de prêmios nobel do Mundo?
Remetido por Denise Furtado Koerich.
A Pontificia Academia de Ciências do Vaticano. Seguem os nomes dos agraciados:
1. ARBER Werner (Psicologia e Medicina, 1978)
2. BALTIMORE David (Fisiologia e Medicina, 1975)
3. BECKER Gary S. (Economia, 1992)
4. BLOBEL Günter (Fisiologia e Medicina, 1999)
5. CIECHANOVER Aaron J.(Química, 2004)
6. COHEN TANNOUDJI Claude (Física, 1997)
7. CRUTZEN Paul J. (Química, 1995)
8. De DUVE Christian (Medicina, 1974)
9. EIGEN Manfred (Química, 1967)
10. HÄNSCH Theodor (Física, 2005)
11. KHORANA Har Gobind (Medicina, 1968)
12. Von KLITZING Klaus (Física, 1985)
13. LEVI MONTALCINI Rita (Medicina, 1986)
14. MOLINA Mario J. (Química, 1995)
15. MÖSSBAUER Rudolf L. (Física, 1961)
16. MURRAY Joseph E. (Mwsicina, 1990)
17. NIRENBERG Marshall W. (Medicina, 1968)
18. NOYORI Ryoji (Química, 2001)
19. PHILLIPS William D.(Física, 1997)
20. POLANYI John C. (Química, 1986)
21. RUBBIA Carlo (Física, 1984)
22. TOWNES Charles H.(Física, 1964)
23. YANG Chen Ning (Física, 1957)
24. ZEWAIL Ahmed H. (Química, 1999)
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O Brasil, infelizmente, não tem qualquer nobel em qualquer área.
Será a Igreja inimiga da ciência, como apregoam alguns cientistas brasileiros?
 Como disse João Paulo II: "A fé e a razão constituem como que as duas asas pelas quais o espírito humano se eleva para a contemplação da verdade” (Encíclica Fides et Ratio).
Já postei isto, mas não custa relembrar. O sábio católico Ives Gandra  Martins iria dar uma palestra em uma instituição brasileira da área de Ciências. Logo à entrada, um dos mestres advertiu: Não vem com esse negócio de religião, pois aqui só tratamos de ciência. Ives respondeu. Não se incomode. Só vou tratar de ciência. Minha base é a Pontifícia Academia de Ciências do Vaticano. 
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Recebi um e-mail um tanto malcriado de um amigo, que não compreendia como podia eu chamar o presidente Médici de "cara", em postagem anterior.
Vou lhe dar algumas razões, meu caro:
- Essa coisa de tortura eu, quando trabalhei trinta anos na PM, nunca tomei conhecimento. Frequentávamos o Exército, gente amiga e muito boa, e não víamos nada disso. É porque, dizem, tal foi feito no sudeste. Sei lá... Alguns ex-terroristas estão afirmando agora que a tal tortura era fajuta. Tinha que dizer que foi torturado, uma vez que para tal gente os fins justificam os meios. E, se houve, ocorreu dos dois lados. O tenente da PMESP Alberto Mendes Junior foi torturado pela quadrilha de Lamarca antes de ser morto. O soldado Mário Kozel, que servia ao Exército, foi morto num atentado ao quartel de um Exército. Ele nem devia saber porque morreu. Os pais hoje ganham uma pensãozinha. Já os ex-terroristas estão milionários com as tais reparações.  Os exemplos de assassinatos, assaltos, roubos, sequestros, são mais que trezentos. Leiam no site Ternuma.  Como já disse algum filósofo, guerra é guerra.
Quando era tenente, cuidei de uma turma de comunas presa lá em Canasvieiras, lá pelos idos de setenta. Foi só um fim de semana, pois logo foram soltos. Um conhecido meu, do morro da Mariquinha, estava lá. Comprei cigarros para a turma. Essa foi a pior tortura que fiz, a julgar pela jihad contra o cigarro de hoje. Seria execrado.
- O centenário Oscar Niemayer chama Stalin de maravilhoso e todo mundo acha bonito. Por que não posso fazer o mesmo com o Médici? Não estamos numa democracia?
- O comuna Chico Buarque é adorado como paladino da liberdade, mas adora Castro e sua caterva. Não posso ser do outro lado?...
- Admiro os presidentes militares pela vida simples e honestidade, coisa que não há nos novos ricos socialistas.
- Se Prestes, que recebia salário de Moscou para transformar o Brasil em mais um satélite soviético, é nome de rua, por que Médici não pode?
- Se Marighella, um terrorista violento do grupo do Frei Betto (ALN), é nome de rua, por que Médici não pode?
- Não tenho dúvida e já disse aqui, que metade, no mínimo, do que falam sobre a ditadura militar, é mentira. Faz história quem toma o poder. Os militares foram tão tansos, que nem fizeram.  Nem poderiam, pois as faculdades de História, com exceções poucas, são antros de esquerdismo mais deslavado. Enquanto os militares governavam, os comunas que não se atreveram à luta armada foram para as universidades e lá fizeram lavagem cerebral das boas. Tenho parentes que eram uns amores, até entrar lá. (Sejamos sinceros, isso acontecia mais na área de Humanas. As técnicas não davam muita bola para os petistas). A partir daí começaram a ter raiva da vida e criticar todo mundo, virando ateus.  Comigo não conseguiram, apesar de inúmeras tentativas.
- Olha, meu, no fundo, no fundo, pouco estou me lixando para isso tudo. Minha vida hoje são minha família e minhas duas academias de letras, mais a querida associação de escritores catarinenses. Mas o motivo melhor é que acho muito divertido exercer a tal "consciência crítica" em relação aos vermelhos. Eles ficam  brabos e isso é muito prazeroso. Já eu, fiz um propósito de sempre responder na gozação, como fiz com um narco-baderneiro da USP. Podem me sentar o sarrafo que não tem problema. (Mandar que eu me mate, que tome veneno, que tenho cérebro de pombo...)  Não tenho indignação nem a tal "biografia", como o Greenhalgh do Batistti. Sou pequeno e desconhecido. Se for algo contra minha honra e honestidade, aí sim, eu processo, embora os que me criticam seja anônimos ou de um nome só, possivelmente falso. Mas divergir é muito divertido, exceto em Cuba, China, Coréia do Norte e Venezuela. Eu nunca seria um bom comuna. Nem um bom situacionista hoje, como noventa e oito por cento dos políticos, pois é muito bom sentar a pua. A menos que se queira ganhar algo. Aí ficamos amestrados e bonzinhos.
- Tive um amigo que só vinha na minha casa para defender o PT e falar mal do casal Amin. Depois que o partido do casal Amin se aliou ao Lulla, ele desapareceu. É muito divertido.
Um abração, leitores, amigos ou adversários de ideias. Mas que tenham realmente ideias.
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A estupidez e a imbecilidade predominaram nas décadas de 60, 70 e 80, motivadas por uma lavagem cerebral coletiva dos jovens da minha geração, orquestrada pelos paises totalitários e lideradas por artistas "esclarecidos" e pseudo-intelectuais brasileiros. Isso levou minha geração a uma histeria sem precedentes que a tornou cega e surda, mas não muda (Geração 60, uma geração mentirosa e traidora - JB Xavier).
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Ao publicar o texto acima de JB Xavier, não estou criticando os outros, os de fora. Sou desta geração, mas não me deixei levar pelo canto da sereia nas cátedras.
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- Há pessoas que gostam de viver em voz alta. (Guimarães Rosa).
- Sobra gente fazendo mestrado e doutorado com dissertações compradas. Em torno de dez reais a lauda. Que feio!... É a indústria do diploma, tão valorizada em Marmelândia. O conhecimento não se revela igual.
- Casa limpa e arrumadinha é sinal de computador quebrado. (Denise)
- Quando a tevê passa a ser a pessoa mais importante de uma casa, algo não vai bem;
- A Coréia do Norte aceita acabar com seu programa nuclear, se lhe derem comida. O comunismo faz coisas ridículas e trágicas assim.
- Museu do Ipiranga, em São Paulo. Simplesmente maravilhoso!
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sexta-feira, 2 de março de 2012

Ainda o Hino de Santa Catarina

Está na Assembleia Legislativa de Santa Catarina um projeto de lei do deputado Knaesel, objetivando propor mudanças no Hino de Santa Catarina. Puxa, demorou, mas já estava na hora dessa mudança.
Não é uma questão de ser contra ou a favor do Hino, que por sinal é belíssimo. Eis algumas razões que aponto no sentido de se preservar a música e modificar a letra:
-  O Hino foi composto para ser Hino Nacional. Nada tem a ver com o Estado. A melodia é mais antiga. A letra é de 1895, época em que se vivia intensamente a abolição da escravatura (1888), e a proclamação da República (1889), com a consequente queda da monarquia. A letra do Hino, apesar de bela, bem elaborada, com apuro na métrica e na rima, só fala desses temas, abolição e república.
- Já lhes disse que a música não precisa ser alterada. É muito bonita. A introdução no piano se revela magistral. Não é épica, tronituante, nem melancólica. Segue padrões de música erudita.
- Analisemos algumas partes da letra:  
"As festas que os livres  (que eram escravos) frementes de ardores celebram nas terras gigantes da cruz (Brasil)"
"Quebram-se férreas cadeias, rojam algemas no chão. Do povo nas epopeias fulge a luz da redenção." (Novamente a abolição. O povo é o povo brasileiro, não o catarinense explicitamente). 
"O sol, liberdade cercada de sóis". (novamente a liberdade que veio com a abolição).
"Cai por terra o preconceito, levanta-se uma nação". (preconceito com relação aos escravos e nação significa Brasil).
"Não mais diferenças de sangue e raças, irmãos somos todos e todos iguais". Rasgo meu diploma ginasial, o que mais prezo e valorizo, se esta frase fala de Santa Catarina. Novamente a abolição, tema nacional.
"Da liberdade adorada... Banha o povo a fronte ousada". (idem, idem).
"O povo... Com flores e festas deu vida ao cativo... Com festas e flores o trono esmagou. (Abolição e referência explícita à queda de Dom Pedro II. De Santa Catarina, nada).
Para finalizar: "Quebrou-se a algema do escravo e nesta grande nação, é cada homem um bravo, cada bravo um cidadão". Novamente abolição e Brasil. Continua esquecidíssima a bela e Santa Catarina.
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Conclusão: Esta letra nada tem a ver com o Estado. Pode ser cantada em qualquer lugar do Brasil, que não fará diferença. Foi um hino nacional que não vingou. Que se mude, aproveitando-se uma bela letra do padre Ney Brasil Pereira, que fala tudo sobre Santa Catarina, até para expiar de vez a omissão. Ou que se faça um concurso. O padre Ney não se furtará de concorrer, se for o caso.

Padre Ney Brasil Pereira, da Academia Desterrense de Letras.
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Quem desejar conhecer a letra do Hino e a nova letra do Padre Ney, comparadas. vá até minha postagem de 14-12-2011. Um abraço a todos.
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