***************
Em Palmas, Paraná, na Fazenda Bela Vista, nasceu a 25 de Outubro de 19o2 Antônio de Lara Ribas, o primeiro de quatorze filhos, sete homens e sete mulheres, de Constantino de Oliveira Ribas e sua mulher Querubina de Lara Ribas.
Foi criado com os avós maternos na Fazenda. Estes, idosos, mudaram-se para a cidade de Palmas, onde Antônio fez o curso primário regular à noite, trabalhando de dia numa farmácia.
O rapaz, desejoso de continuar os estudos, partiu com dois amigos para São Paulo, onde, em Campinas, se matriculou no Ginásio Diocesano Santa Maria. Não conclui o curso, pois a falta de recursos o obrigou a voltar a Palmas.
Entra, então, como voluntário, nas tropas da Força Pública comandadas pelo capitão Pedro Lopes Vieira, que estavam à disposição do governo federal para auxiliar nos combates à revolta contra a República Velha. Isso ocorreu em fins de Setembro de 1924, quando ele se apresenta com cavalo e arreiamentos próprios, como era o costume. Logo em seguida as revoltas são desbaratadas e as tropas vão sendo desmobilizadas. Ele permanece, pois logo os comandantes sentem a sua capacidade intelectual e de trabalho. É encarregado da escrituração militar e logo se vê comissionado como Primeiro Sargento. O aquartelamento de Porto União, onde estava Antônio, foi incorporado ao efetivo da Quarta Companhia de Infantaria Montada.
***************
A 06 de junho de 1925 era Antônio incluído no efetivo da Força Pública, por convite do Capitão Lopes Vieira. A 13 de junho ele chegava a Florianópolis.
Em 25 de julho de 1925 Pedro Lopes Vieira, já tenente coronel, ascende ao comando geral da Força Pública catarinense.
***************
Em 29 de setembro de 1927 Antônio desposa a jovem Carmélia Ramos. Conheceram-se numa festa rrealizada no quartel do Segundo BI na rua Major Costa, onde se localiza hoje o Hospital Lara Ribas. Ela seria sua eterna companheira.
***************
O Comandante do Terceiro BCR (Batalhão de Caçadores da Reserva), Tenente Coronel comissionado Antônio de Lara Ribas (centro), com oficiais do Batalhão. Em pé, a partir da esquerda, tenentes Erasmo Barbosa, Lobato, Lunardelli, Guerreiro, Matias Pimpão, Carlos Cogo, Lula e Silva Santos. Sentados, na mesma ordem, capitães Álvaro da Nova, Osni Silva, Hercílio Müller e Maisonetti, médico.
***************
Com o fim vitorioso de sua missão militar, é nomeado delegado de Porto União, com jurisdição sobre todo o norte e oeste do Estado.
Em 03 de fevereiro de 1933, já no posto efetivo de capitão, assume o comando da terceira Companhia na capital. Participa efetivamente, comandando as tropas no desfile comemorativo ao Centenário da Força, em 1935.
Em início de 1937 segue à capital federal no Rio de Janeiro, para frequentar o Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais, juntamente com os tenentes Américo D'Ávila e Asteróide da Costa Arantes. Os três têm partipação brilhante, sendo Lara o primeiro colocado, Américo o segundo e Asteróide o terceiro. Engrandeciam, assim, a Força Pública catarinense na capital federal.
***************
***************
Na época da Segunda Guerra Mundial, Lara Ribas foi delegado de Ordem Política e Social no Estado. Em Novembro de 1943 publica o livro "O punhal nazista no coração do Brasil", sobre a ação do Partido Nazista no Estado, especialmente nas regiões de imigrantes alemães.
A 03 de Agosto do mesmo ano o coronel Lara é nomeado Secretário de Segurança Pública do Estado. Transfere-se para a Reserva em início de 1951, após a vitória de Irineu Bornhausen, da UDN, para o governo do Estado.
***************
Em 1954 o coronel Lara Ribas foi diretor da Divisão Administrativa do Departamento Nacional do SESI (Serviço Social da Indústria) no Rio de Janeiro.
- Administração descentralizada, com a criação de diretorias setoriais, uma para administração e assistência médica e social e outra de ensino e instrução.
Inauguração do Quartel da Primeira Cia de Porto União, subordinada ao Batalhão de Canoinhas, em Janeiro de 1964.
- Criação do Serviço de Salvamento no Corpo de Bombeiros, criação da Polícia Florestal, instalação do Gabinete Psicotécnico e Setor de Identificação, Curso de Oficiais mudado em definitivo para o bairro da Trindade e serviço de Radio-comunicações ampliado sensivelmente, com 49 estações. Redimensionou o Hospital da PM, que leva o seu nome, sendo o responsável pela criação e reinstalação do Museu da PM, situado abaixo da ponte Hercílio Luz, no forte Santana, museu este que também leva o seu nome.
Em Janeiro de 1964 deixa Lara Ribas o Comando Geral, sendo substituído pelo Coronel Elvídio Petters. Neste mesmo ano foi nomeado Superintendente Geral do SESI, função que exerceu até 1971.
O casal Lara Ribas em uma praça de Belo Horizonte, foto tirada em fins de 1959 pelo seu único filho João Batista.
***************
Lara Ribas foi Cidadão honorário de Florianópolis (1973), Presidente do Clube dos Oficiais por mais de três anos, clube que ajudou a fundar, membro do Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina e expoente da Maçonaria no Estado.
Foi agraciado com o título de cidadão honorário do Estado de Santa Catarina, proposição do coronel Sidney Carlos Pacheco, à época deputado à Assembléia Legislativa. Na foto o deputado e o coronel Lara (1990).
Dona Carmélia faleceu, após quase sessenta anos de união, deixando viúvo o velho e honrado coronel. Recolheu-se à sua chácara em Cacupé com o filho João Batista (alto funcionário do Badesc), a nora Alice Vaz Sepetiba, que fez as vezes de filha que não teve com a esposa, e as netas Patrícia Andrea, Ana Carolina e Maria Beatriz. Ali continuou estudando, pesquisando e orientando a respeito da história da Corporação, até a morte o colher, num violento ataque cardíaco, a 10 de junho de 1992. Iria completar noventa anos e deixou um legado inestimável de trabalho, honra, probidade e dedicação à causa policial militar.
***************
Toda esta síntese teve como base, incluídas as fotos, o livro do Coronel Edmundo José de Bastos Junior: Coronel Lara Ribas, PMSC. O homem - A carreira - O símbolo.
***************