O livro "O manual do perfeito idiota latino-americano" foi escrito pelos pensadores peruanos Plinio Apuleyo Mendoza, Carlos Alberto Montaner e Álvaro Vargas Lhosa. Tem apresentação do nobel Mário Vargas Lhosa e prefácio brasileiro de Roberto Campos (um dos meus poucos ícones, ao lado de Roberto Carlos). Editora Bertrand do Brasil. No seu último e XIII capítulo, especifica os dez livros mais lidos e que não podem faltar na biblioteca política do perfeito idiota. Vamos descrevê-los aqui.
Este livro instigante e mesmo sarcástico, cuja compra e leitura recomendo, expressa o nosso "vitimismo" latino-americano. Há sempre um capitalista cruel querendo nos explorar, pobrezinhos e excluídos que somos. Espoliados, de veias abertas, deitados em berço esplêndido, não conseguimos enxergar que somos mais culpados do que vítimas.
Esquecemos que os Estados Unidos, por exemplo, a quem tanto odiamos, ao invés de ficar se lamentando e endeusando o sofrimento e a pobreza, por sorte desprovidos de caudilhos míseros e megalomaníacos que fizeram o continente chafurdar no atraso, partiram para o trabalho, o progresso e a prosperidade. Deram uma banana para seus colonizadores ingleses e trataram de ficar mais ricos que eles. Naquela época éramos tão colônia quanto eles.
Mas tínhamos que nos quedar com a eterna mania de vítimas. E até a Europa, arrependida por seus "crimes", entrou também nessa onda, só logrando obter um emaranhado sociológico chinfrim de complexos de culpa.
Quando será que vamos cair na real?********************
Como regra geral, todo idiota possui uma biblioteca política. Costuma ser bom leitor, mas geralmente lê livros ruins. Não lê da esquerda para a direita, como os ocidentais, nem da direita para a esquerda, como os orientais. Dá sempre um jeito de ler da esquerda para a esquerda.
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O primeiro livro da Biblioteca do idiota é o "clássico" A História me absolverá, de Fidel Castro Ruiz (1953).
Há fortes evidências que o livro foi escrito na verdade por Jorge Manach, um intelectual cubano opositor de Fulgêncio Batista. Castro se apropriou dele, como de tudo em Cuba.
Há fortes evidências que o livro foi escrito na verdade por Jorge Manach, um intelectual cubano opositor de Fulgêncio Batista. Castro se apropriou dele, como de tudo em Cuba.
O título frase, que teria sido clamado por Castro quando foi julgado pela fracassada tentativa de tomar o quartel de Moncada, foi feito também por Adolf Hitler em circunstâncias parecidas, durante a formação do partido nazista. O livro aborda o "brilhantismo" de Castro ao fazer sua defesa. O mesmo ele recusou a seus opositores ao tomar o poder, mandando milhares sumariamente para o "paredon". A essa altura, no início do século XXI, sabemos por fim que a História não vai absolvê-lo e sim, como dizia Reynaldo Arenas, absorvê-lo, mas nossos idiotas não se deram conta. Amam demais os mitos.
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O segundo livro da biblioteca do idiota é "Os condenados da terra", de Frantz Fanon (1961). Tem prefácio do filósofo comunista Jean Paul Sartre.
Fanon, médico negro, nasceu na Martinica em 1925. Sua obra é um evangelho anti-ocidental. Sartre o legitima e assume a sua condição de homem branco devorado pelo remorso. Fanon quer que os povos do terceiro mundo arranquem sua pele cultural com a qual lhes cobriu o invasor branco e soberbo e faz a apologia da violência anti-colonialista. Quando o idiota descobriu esse livro, caiu de joelhos deslumbrado. Ali estava a chave ideológica para levantar com ira o punho diante dos canalhas do primeiro mundo. "Nós" não tínhamos que ser como "eles". "Nós" tínhamos que nos despojar da influência "deles". Nilmário Miranda, quando secretário dos direitos humanos lullísticos, deixou de ir à China, seu país das maravilhas e que respeita candidamente estes direitos, para investigar uma denúncia contra violência policial. --Vou agora mesmo ver o que "eles" fizeram, disse, referindo-se aos policiais.
Que seria dos Estados Unidos se ao invés de se ver como a Europa que emigrou para o novo mundo disposta a melhorar, tivesse se atolado no rancoroso discurso indigenista anti-ocidental, que nossos idiotas não param de resmungar na América Latina? Não são capazes de compreender que sua língua, suas instituições, seu modo de construir cidades, ou de se alimentar foram moldados na Europa, inclusive sua forma de interpretar a realidade.
Fanon, médico negro, nasceu na Martinica em 1925. Sua obra é um evangelho anti-ocidental. Sartre o legitima e assume a sua condição de homem branco devorado pelo remorso. Fanon quer que os povos do terceiro mundo arranquem sua pele cultural com a qual lhes cobriu o invasor branco e soberbo e faz a apologia da violência anti-colonialista. Quando o idiota descobriu esse livro, caiu de joelhos deslumbrado. Ali estava a chave ideológica para levantar com ira o punho diante dos canalhas do primeiro mundo. "Nós" não tínhamos que ser como "eles". "Nós" tínhamos que nos despojar da influência "deles". Nilmário Miranda, quando secretário dos direitos humanos lullísticos, deixou de ir à China, seu país das maravilhas e que respeita candidamente estes direitos, para investigar uma denúncia contra violência policial. --Vou agora mesmo ver o que "eles" fizeram, disse, referindo-se aos policiais.
Que seria dos Estados Unidos se ao invés de se ver como a Europa que emigrou para o novo mundo disposta a melhorar, tivesse se atolado no rancoroso discurso indigenista anti-ocidental, que nossos idiotas não param de resmungar na América Latina? Não são capazes de compreender que sua língua, suas instituições, seu modo de construir cidades, ou de se alimentar foram moldados na Europa, inclusive sua forma de interpretar a realidade.
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O terceiro livro é "A guerra de guerrilhas", de Ernesto Che Guevara. (1960).
Guevara, nascido na Argentina em 1928 e morto na Bolívia em 1969, onde tentava transformar a selva e montanhas latino-americanas num imenso vietnã, foi um médico aventureiro de delirante visão política, que deslumbrou nossos mais ilustres idiotas ao longo de trinta anos, até converter-se num poster definitivo, posando para o fotógrafo Korda com um olhar feroz e romântico e sua boina, como se fosse um Cristo revolucionário retratado após a expulsão dos mercadores do templo da pátria socialista.
O livro narra estratégias de luta de guerrilha. A tática de "morde e foge", o foquismo, os armamentos, a formação das unidades guerrilheiras, intendência, saúde, o papel das mulheres e o papel de apoio que os doutos guerrilheiros cubanos iriam desempenhar, financiados pelos soviéticos.
O grande erro desse livrinho, que custou a vida ao Che e a tantos milhares de jovens latino-americanos, é elevar à categoria de "universal" a anedota da luta do futuro ditador Castro contra o ditador cubano anterior, Fulgêncio Batista, ignorando as razões verdadeiras que provocaram a queda deste em Cuba. Castro e Che, como heróis das Termópilas, nunca admitiram que Batista não era um general decidido a lutar, e sim um sargento taquígrafo elevado ao generalato após a revolução de 1933, cujo objetivo principal era enriquecer no poder com seus cúmplices.
O grande erro desse livrinho, que custou a vida ao Che e a tantos milhares de jovens latino-americanos, é elevar à categoria de "universal" a anedota da luta do futuro ditador Castro contra o ditador cubano anterior, Fulgêncio Batista, ignorando as razões verdadeiras que provocaram a queda deste em Cuba. Castro e Che, como heróis das Termópilas, nunca admitiram que Batista não era um general decidido a lutar, e sim um sargento taquígrafo elevado ao generalato após a revolução de 1933, cujo objetivo principal era enriquecer no poder com seus cúmplices.
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Régis Debray no seu julgamento na Bolívia, invasor que era daquele país.********************
O quarto livro em importância na Biblioteca do idiota é a obra "A revolução dentro da revolução", de Régis Debray. Nascido em Paris em 1941, era um jovem jornalista e sociólogo francês seduzido pelas ideias marxistas e pelo "espetáculo" da revolução cubana, feita por audazes barbudos que preparavam o assalto final contra a odiada fortaleza imperialista americana.
Debray era simplesmente mais um soldado da guerrilha, embora seu encargo não fosse emboscar inimigos, mas justificar as heresias e as teses revolucionárias nos jornais, abrindo espaço para seus camaradas nas publicações européias, especialmente francesas, pois na época a França era o país mais afinado com o marxismo.
O quarto livro em importância na Biblioteca do idiota é a obra "A revolução dentro da revolução", de Régis Debray. Nascido em Paris em 1941, era um jovem jornalista e sociólogo francês seduzido pelas ideias marxistas e pelo "espetáculo" da revolução cubana, feita por audazes barbudos que preparavam o assalto final contra a odiada fortaleza imperialista americana.
Debray era simplesmente mais um soldado da guerrilha, embora seu encargo não fosse emboscar inimigos, mas justificar as heresias e as teses revolucionárias nos jornais, abrindo espaço para seus camaradas nas publicações européias, especialmente francesas, pois na época a França era o país mais afinado com o marxismo.
Debray foi capturado pelo exército boliviano quando da morte do amigo Guevara, apesar de protestar inocência. Solicitou garantias processuais como cidadão francês, que jamais defendeu para seus adversários. Conseguiu ser indultado por pressões internacionais. Após o regresso a Paris foi evoluindo e afinal compreendeu que a tal da revolução era um imenso e sangrento disparate, que levaria à morte milhares de rapazes iludidos, apaixonados pela violência política.
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O quinto livro da biblioteca idiótica é "Os conceitos elementares do materialismo histórico" da Marta Harnecker (1969).
A grande vulgata marxista publicada na América Latina apareceu em 1969 pelas mãos de uma escritora chilena, Marta Harnecker, radicada em Cuba desde a década de 1970, após a derrubada de Salvador Allende. A autora chegou a Cuba pela primeira vez em 1960, mas não era então uma marxista convicta e sim uma dirigente da "Ação Católica Universitária" de Santiago. Era o que se chamava "católica progressista ou de esquerda", imbuída de ideais justiceiros.
O livro em questão não é senão uma boa síntese da parte não filosófica do pensamento de Marx. É um texto pedagógico para formar marxistas num par de semanas de leitura intensa. É, num tomo, "tudo o que você quer saber sobre o marxismo e tem medo de perguntar". Face seu caráter didático, traz resumos, questionários, frases em destaque, temas de discussão e bibliografia mínima. Está escrito com clareza e tenta fixar a cosmovisão marxista em torno de três grandes temas: a estrutura da sociedade, as classes que a integram e a "ciência" histórica. Quem digerir as trezentas páginas de letras miudas já está pronto para a tarefa que Marx e a senhora Harnecker querem que de pronto todos os marxistas empreendam: transformar o mundo. Transformá-lo, claro, através de uma revolução violenta que faça voar pelos ares o estado burguês, instale a ditadura do proletariado e lance as bases de de um universo justo, eficiente, luminoso e próspero, como em Cuba e na Coréia do Norte.
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Este texto é mero resumo do livro em questão.
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O livro em questão não é senão uma boa síntese da parte não filosófica do pensamento de Marx. É um texto pedagógico para formar marxistas num par de semanas de leitura intensa. É, num tomo, "tudo o que você quer saber sobre o marxismo e tem medo de perguntar". Face seu caráter didático, traz resumos, questionários, frases em destaque, temas de discussão e bibliografia mínima. Está escrito com clareza e tenta fixar a cosmovisão marxista em torno de três grandes temas: a estrutura da sociedade, as classes que a integram e a "ciência" histórica. Quem digerir as trezentas páginas de letras miudas já está pronto para a tarefa que Marx e a senhora Harnecker querem que de pronto todos os marxistas empreendam: transformar o mundo. Transformá-lo, claro, através de uma revolução violenta que faça voar pelos ares o estado burguês, instale a ditadura do proletariado e lance as bases de de um universo justo, eficiente, luminoso e próspero, como em Cuba e na Coréia do Norte.
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Este texto é mero resumo do livro em questão.
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