O ADVOGADO E O ALENTEJANO.
Um advogado todo "da linha de Cascais", vai caçar patos para o Alentejo. Dá um tiro, acerta num pato, mas o bicho cai dentro da propriedade de um lavrador. Enquanto o advogado saltava a vedação, o lavrador chega no tractor e pergunta-lhe o que estava ele a fazer. O advogado respondeu: - Acabei de matar um pato, mas ele caiu na sua terra, e agora vou buscá-lo. O velhote responde: - Esta propriedade é privada, por isso não pode entrar. O advogado, indignado: - Eu sou um dos melhores advogados de Portugal! Se não me deixa ir buscar o pato eu processo-o e fico-lhe com tudo o que tem! O lavrador sorriu e disse: - O senhor não sabe como é que funcionam as coisas no Alentejo! Nós aqui temos o Código Napoleônico! Nós resolvemos estas pequenas zangas com a Regra Alentejana dos Três Pontapés.Primeiro eu dou-lhe três pontapés; depois você dá-me três pontapés; e assim consecutivamente até um de nós desistir!O advogado já se estava a sentir violento há um bocado, olhou para o velho e pensou que era fácil dar-lhe uma carga de porrada. Por isso, aceitou resolver as coisas segundo o costume local.O velho, muito lentamente, saiu do tractor e caminhou até perto do advogado. O primeiro pontapé, dado com uma galocha bem pesada, acertou directamente nas bolas do advogado, que caiu de joelhos e vomitou. O segundo pontapé quase arrancou o nariz do advogado.Quando o advogado caiu de cara, com as dores, o lavrador apontou o terceiro pontapé aos rins, o que fez com que o outro quase desistisse. Contudo, o coração negro e vingativo do advogado falou mais forte. Ele não desistiu, levantou-se, todo ensanguentado, e disse: - Bem, velhote! Agora é a minha vez! O lavrador sorriu e disse: - Não! Eu desisto! Entre e leve lá o pato!... ***************** |
O tempora! O mores! Ubinam gentium sumus? In qua urbi vivimus? Quam republicam habemus? (Cicero)
Roberto Rodrigues de Menezes.
Roberto Rodrigues de Menezes
domingo, 5 de maio de 2013
O ADVOGADO E O ALENTEJANO.
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