Roberto Rodrigues de Menezes.

Roberto Rodrigues de Menezes



domingo, 5 de maio de 2013

O ADVOGADO E O ALENTEJANO.




O ADVOGADO E O ALENTEJANO.
Um advogado todo "da linha de Cascais", vai caçar patos 
para o Alentejo. Dá um tiro, acerta num pato, mas o bicho cai dentro da propriedade de um lavrador.
Enquanto o advogado saltava a vedação, o lavrador chega 
no tractor e pergunta-lhe o que estava ele a fazer.
O advogado respondeu:
- Acabei de matar um pato, mas ele caiu na sua terra, e 
agora vou buscá-lo.
O velhote responde:
- Esta propriedade é privada, por isso não pode entrar.
O advogado, indignado:
- Eu sou um dos melhores advogados de Portugal!
Se não me deixa ir buscar o pato eu processo-o e fico-lhe 

com tudo o que tem!
O lavrador sorriu e disse:
- O senhor não sabe como é que funcionam as coisas no 
Alentejo!
Nós aqui temos o Código Napoleônico!
Nós resolvemos estas pequenas zangas com a Regra 

Alentejana dos Três Pontapés.Primeiro eu dou-lhe três pontapés;
depois você dá-me três pontapés;
e assim consecutivamente até um de nós desistir!
O advogado já se estava a sentir violento há um bocado, 
olhou para o velho e pensou que era fácil dar-lhe uma carga 
de porrada.
Por isso, aceitou resolver as coisas segundo o costume local.O velho, muito lentamente, saiu do tractor e caminhou até 
perto do advogado.
O primeiro pontapé, dado com uma galocha bem pesada, 
acertou directamente nas bolas do advogado, que caiu de 
joelhos e vomitou.
O segundo pontapé quase arrancou o nariz do advogado.Quando o advogado caiu de cara, com as dores, o lavrador 
apontou o terceiro pontapé aos rins, o que fez com que o 
outro quase desistisse.
Contudo, o coração negro e vingativo do advogado falou 
mais forte.
Ele não desistiu, levantou-se, todo ensanguentado, e disse:
- Bem, velhote! Agora é a minha vez!

O lavrador sorriu e disse:
- Não! Eu desisto! Entre e leve lá o pato!...
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