Roberto Rodrigues de Menezes.

Roberto Rodrigues de Menezes



sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Santa Catarina de Alexandria (V).

Razões conclusivas:
Correndo o risco de ser repetitivo, resumo a posição, agora suficientemente clara, de Giamberardini, que mesmo reconhecendo o problema sério de historicidade de nossa Santa, crê poder inclinar-se - e nós com ele - para uma conclusão positiva. E isto, pelas seguintes razões:
a. Valorizem-se os elementos essenciais existentes, liberando-os dos elementos fantasiosos, supérfluos, das narrativas lendárias. Neste sentido, é modelar a primitiva iconografia da Santa, encontrada nos já mencionados afrescos dos séculos VIII e IX, descobertos em Roma e em Nápoles, com a sua simples figura e a identificação do seu nome.
b. Utilizar para prova imediata os documentos disponíveis, mas conservando a abertura para novas possíveis descobertas. Hoje não é mais possível afirmar que o culto de Santa Catarina "começou com os cruzados", em fins do século XI, quando a documentação já disponível comprova este culto na Europa antes do século VIII.
c. Evite-se condicionar a história e o culto à documentação respectiva, escreve Giamberardini, e argumenta: Não é o documento que está na origem do culto, mas pelo contrário, é o cultor que inspirou o documento. E quantas vezes, no decorrer da História, foi sendo perdida a documentação pela destruição dos arquivos. Basta exemplificar com as nossas comunidades e paróquias, com os personagens que fizeram a nossa História e cuja documentação foi perdida.
d. Além da documentação escrita, podemos apoiar-nos na transmissão oral, a tradição, que acompanha e testemunha, no caso, a veneração de nossa Santa.
 e. Tudo somado,  e refazendo o caminho que nos leva até bem perto dos fatos concernentes a Santa Catarina de Alexandria, não parece científico negar sua historicidade simplesmente a partir do argumento da escassez documentária. A quem nega a historicidade, cabe o ônus da prova desta posição. A nós, o conjunto dos elementos levantados nos parece convincente, confirmando-nos em nossa veneração por essa figura de mulher corajosa, sábia e pura, virgem e mártir, excelsa padroeira da nossa terra e da nossa gente.
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Mosteiro de Santa Catarina aos pés do monte Sinai. (Wikipedia)
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Hino de Santa Catarina (da Arquidiocese de Florianópolis).
Letra de Frei Pedro Sinzig - OFM e letra adaptada do maestro José Acácio Santana).
1. Nossa Igreja Peregrina, sempre unida à Santa Sé,
no Evangelho se ilumina, para as lutas pela fé.
Estribilho: Virgem-mártir, flor divina, que morreste pela Cruz.
                    Salve Santa Catarina, seguidora de Jesus.
2. Como nossa protetora, seguiremos com amor,
a doutrina salvadora de Jesus Nosso Senhor.
3. Do Estado a Igreja inteira, uma prece ardente faz,
suplicando à Padroeira, que lhe dê justiça e paz.
4. Toma, ó Santa, ao teu cuidado, implorando bênçãos mil,
não somente o nosso Estado, mas também todo Brasil.
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Padre Ney Brasil Pereira, autor deste Estudo sobre Santa Catarina de Alexandria, padroeira de nosso Estado, na festa de seus bem vividos e laboriosos oitenta anos - 04 de dezembro de 2010. (Foto do site da Arquidiocese de Florianópolis.) Obrigado pela brilhante presença em meu blog, caro mestre.
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