O autor do livro de Ester é desconhecido. Talvez tenha vivido no século IV AC. (Série Bíblia Sagrada - parte V).
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No tempo de Ester, os judeus são oprimidos por estrangeiros. Os persas dominavam. Era a época do rei Assuero, que reinava com poder total sobre cento e vinte e sete províncias. A capital do reino era Susa.
Certo dia, o rei oferece aos nobres um banquete e determina que a rainha Vasti compareça à sua presença com o diadema real. Ante a recusa desta, o rei consulta os sábios sobre o que fazer. Eles sugerem um decreto em que Vasti perca a sua condição e seja coroada outra rainha. O rei assim fez, passando a procurar outra mulher.
Ora, em Susa vivia o judeu Mardoqueu, tutor de uma bela jovem chamada Ester, cujo nome em persa significava estrela. Ele viera deportado de Jerusalém. A jovem, como muitas outras, foi levada ao palácio, caindo nas graças de Assuero. Orientada pelo tutor, ela não revelou ao rei a sua origem judia.
Um dia Mardoqueu, à porta do palácio, ouviu dois nobres conspirarem contra o rei. Leva o fato à afilhada, que conta a Assuero. Os nobres foram presos e enforcados, tendo o monarca se mostrado muito grato à jovem e a Mardoqueu.
Ocorre que um homem chamado Amã, o agagita, foi elevado pelo rei acima de todos os nobres, só unicamente a ele devendo obediência.
Todos se curvavam à sua passagem, exceto Mardoqueu. Isso provocou em Amã ódio e ressentimemto. Ele direcionou a sua ira para os judeus, procurando exterminá-los. Quis colocar o rei contra o povo de Mardoqueu, afirmando que eles obedeciam mais a seu Deus que ao próprio rei. Isso encolerizou Assuero, que determinou por decreto que os judeus fossem mortos em determinado dia. Mardoqueu, ao saber do edito, prostrou-se ante o Senhor, pedindo ajuda. Comunicou tudo a Ester, que se vestiu com suas mais belas roupas e foi à presença do rei. E tanto o agradou, que este prometeu lhe dar um presente valioso, mesmo que fosse a metade de seu reino. Ela pediu, então, que o rei comparecesse com Amã a um banquete que ela iria preparar.
Naquela noite, Assuero determinou que lhe trouxessem os anais do reino e leu sobre a intervenção de Mardoqueu em relação aos dois nobres traidores. E constatou que o judeu nada recebera em troca por seu gesto de extrema lealdade. Chamou Amã e lhe perguntou: O que devo fazer a um homem que desejo homenagear, por ter me servido bem? Este pensou que o rei desejava lhe agraciar e se apressou em responder:
--Este homem deverá vestir as vestes reais, a coroa real e montar o cavalo do rei.
-- Vai, então, e faz isso a Mardoqueu, disse o rei.
E Amã foi obrigado a conduzir seu inimigo pelas ruas da cidade no cavalo do rei, com as vestes e a coroa reais. Isso só fez aumentar o ódio que devotava ao judeu.
O rei, logo após, foi com Amã ao banquete que Ester lhe preparara. E lá renovou a sua disposição de atender a um pedido da jovem. Ela, então, falou:
-- Se achei graça diante de ti, salva meu povo, que Amã quer exterminar.
O rei tornou sem efeito o edito de morte e, irado, mandou enforcar Amã. E colocou Mardoqueu em seu lugar. Este se tornou o primeiro após o rei e os nobres passaram a respeitá-lo.
Libertos do perigo, os judeus instituíram como dias de festa (Purim), o décimo quarto e décimo quinto dias do mês de Adar, quando se banqueteiam, trocam presentes e praticam generosidade com os pobres, sendo este costume observado até hoje.
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