Armando Valladares, exilado cubano, preso por vinte anos somente por não se dizer comunista. Uma das milhares de vítimas de Castro. Conseguiu sair com vida das masmorras políticas do ditador, por pressão internacional. A foto acima é da época de sua prisão.
Armando é autor do best-seller "Contra toda esperança", que não entra no Brasil, pois é um grito contra Castro.
Abaixo transcrição do capítulo três, do livro que no Brasil só existe na Internet.
3. Morte após morte.
Treze dias tinham se passado desde a madrugada em que fui tirado de minha casa e levado à delegacia. Neste curto espaço de tempo a Polícia Política preparou todo o processo. Era impossível realizar uma investigação sumária, mas eles já tinham definido o processo. Tive advogado, mas não pude conversar com ele a sós e ele não teve acesso ao sumario. Numa grande mesa os membros do tribunal conversavam e fumavam charutos, rindo ao estilo dos valentões. Todos vestiam fardas militares, embora fossem camponeses e operários. Ao começar o julgamento, o presidente do tribunal, Mário Taglé, colocou as pernas em cima da mesa, forçou para trás a cadeira reclinável e abriu uma revista em quadrinhos.
As sentenças já vinham decididas e redigidas da sede da polícia política. Dissesse o que dissesse, fizesse o que fizesse, a sentença não mudaria.
O promotor chamou o chefe do grupo que me deteve em minha casa.
- O senhor efetuou a prisão do acusado?
- Sim, e fizemos uma revista na casa dele, mas nada encontramos.
- Cale-se e só responda o que lhe for perguntado.
Havia poucos espectadores militares presentes. Meus familiares não tinham acesso.
O promotor me interrogou:
- Então você está de acordo com esses padres que redigem pastorais contra-revolucionárias?
- Eu nada tenho a ver com isso.
- Mas as investigações dizem que você tem muito relacionamento com padres e estudou em colégio católico.
- Fidel estudou num colégio de jesuitas.
Ao presidente do tribunal ele disse que eu havia cometido o crime de estragos e sabotagem. Depois supostamente recitou um número de artigos que seriam as sanções que eu merecia.
Nem então, nem depois, porque durante vinte anos continuei perguntando, nenhuma autoridade pôde me dizer onde cometi delito de estragos. Nada de concreto, palpável. Perguntei ao promotor onde, em que fábrica, eu teria construido bombas, incêndio, qualquer ato de sabotagem, pois era por isso que eu estava sendo condenado. Ele não respondeu, porque nunca fiz nada parecido. Era como se eu tivesse assassinado um fantasma. Nenhum tribunal num regime de direito poderia me condenar. Mas quem mandava era a polícia política.
Em algumas ocasiões, os presos que tinham relacionamento com advogados, muito próximos da polícia política, podiam saber, antes da realização do julgamento, a pena que receberiam no tribunal. Foi precisamente um contato como esse que permitiu à velha mãe do comandante Humberto Sorin Marin saber que seu filho, um dos homens mais próximos de Castro, ia ser fuzilado, acusado de conspiração.
Sorin Marin foi um dos mais estreitos colaboradores de Castro. Lutou ao lado deste nas montanhas e fez parte do seu estado maior. Fez e assinou a lei da reforma agrária. Castro costumava almoçar de vez em quando na casa de Sorin Marin, atraido pela excelente cozinheira que era a mãe dele. Por isso a senhora Marin, quando soube que seu filho ia ser fuzilado, transida de dor foi falar com Castro.
O encontro foi dramático. A velha abraçou chorando o líder revolucionário, que lhe acariciava a cabeça venerável:
- Fidel, eu te suplico que não matem meu filho. Faz isso por mim!
- Acalme-se. Não vai acontecer nada com Humberto, eu prometo.
E a mãe de Sorin, louca de alegria, ainda com os olhos cheios de lágrimas, beijou Fidel e foi correndo comunicar à família que tinha conseguido. O passado comum de ambos não podia ser esquecido.
Na noite seguinte, por ordem expressa de Castro, Humberto Sorin Marin foi fuzilado.
Os homens que lutaram com Castro para estabelecer a democracia foram enganados. Alguns fugiram do país, outros voltaram a empunhar armas ou participaram de planos conspiradores. Já os oficiais e policiais do regime deposto, acusados de crimes que em muitos casos não foram comprovados, foram todos fuzilados.
Aqueles eram os dias em que um grupo de senhoras, vestidas de preto, penetrava nos pavilhões, aguçando a vista, perscrutando rostos... bastava que uma daquelas mulheres levantasse o indicador para acusar alguém...
- Esse!... Foi esse que matou meu filho!...
Aquele testemunho, sem qualquer comprovação, era o suficiente. O preso era fuzilado. Esta situação se prestou a vinganças pessoais, sem nenhum vínculo real com fatos criminosos. Nos primeiros dias de janeiro 21, exatamente, em uma manifestação diante do palácio presidencial, Castro declarava:
- Os esbirros que estamos fuzilando não passarão de 400...
. No entanto, muitos mais já haviam caido diante dos pelotões, naqueles dias de barbárie e morte.
Preso cubano no momento da execução pela policia política de Castro, o temido G-2.
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Meu cunhado Juarez Amaral, pastor evangélico, me comunica que parte do clero de Cuiabá-MT tenta pressionar o Arcebispo daquela capital, Dom Milton Antônio dos Santos, e a CNBB, para que o padre Paulo Ricardo de Azevedo Junior seja afastado de suas atividades de magistério e dos meios de comunicação. O motivo é o programa dele na Internet, que postei em meu blog no dia 31 de março de 2012, onde ele critica os teólogos da corte de Brasília. Uma pena. A Igreja vermelha está crescendo cada vez mais no seio da Igreja Católica latino-americana. Seriam os seminários?...
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Este livro deveria ser lido por todos os brasileiros para conhecerem o que foi e continua sendo a "ternura" comunista cubana, notadamente pelos idiotas úteis e companheiros de viagem do PT e sua base aliada. Quiçá eles possam acordar e cair na realidade. Estão sendo conduzidos para o matadouro e não sabem.
ResponderExcluirSugiro ainda este vídeo: http://anatollipovistliet.blogspot.com.br/2011/10/che-ghevara-anatomia-de-um-mito.html