Roberto Rodrigues de Menezes.

Roberto Rodrigues de Menezes



quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

O 1/5 E OS 2/5 DOS INFERNOS.






Durante o Século 18, o Brasil-Colônia pagava um alto tributo para seu colonizador, Portugal.

Esse tributo incidia sobre tudo o que fosse produzido em nosso País e correspondia a 20% (ou seja, 1/5) da produção. Essa taxação altíssima e absurda era chamada de "O Quinto".
Esse imposto recaía principalmente sobre a nossa produção de ouro.
O "Quinto" era tão odiado pelos brasileiros, que, quando se referiam a ele, diziam "O Quinto dos Infernos".
E isso virou sinônimo de tudo que é ruim.
A Coroa Portuguesa quis, em determinado momento, cobrar os "quintos atrasados" de uma única vez, no episódio conhecido como "Derrama".
Isso revoltou a população, gerando o incidente chamado de "Inconfidência Mineira", que teve seu ponto culminante na prisão e julgamento de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes
De acordo com o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, IBPT, a carga tributária brasileira chegou ao final do ano de 2011 a 38% ou praticamente 2/5 (dois quintos) de nossa produção.
Ou seja, a carga tributária que nos aflige é praticamente o dobro daquela exigida por Portugal à época da Inconfidência Mineira, o que significa que pagamos hoje literalmente "dois quintos dos infernos" de impostos...
Para quê?
Para sustentar a corrupção? Os mensaleiros? O Senado com sua legião de "Diretores"? A festa das passagens, o bacanal (literalmente) com o dinheiro público, as comissões e jetons?
Nosso dinheiro é confiscado no dobro do valor do "quinto dos infernos" para sustentar esse pessoal, que nos custa (já feitas as atualizações) o dobro do que custava toda a Corte Portuguesa!
E pensar que Tiradentes foi enforcado porque se insurgiu contra a metade dos impostos que pagamos atualmente...!
Não deixem de repassar...  estaremos,  pelo menos, contribuindo para  relembrar parte da História do Brasil...  






                           
  

     Remetido pelo amigo Aldo Cajarana.
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Estou na praia e assisto sempre às tevês Senado e Câmara. Fala-se muito em democracia nesta terra, mas começo a ter dúvidas. É certo que os deputados e nós mesmos podemos falar o que queremos. Mas o que realmente interessa para o governo é sempre aprovado a toque de caixa no Congresso,sem problemas. Os parlamentares se limitam a aprovar as medidas provisórias do Executivo e os vetos. Na verdade, quem legisla é a presidentE Dilma, escudada num PT raivoso e avassalador e seus acólitos (Psol, PcdoB e assemelhados), partidos a lhe render vassalagem por ideologia, além de outros adesistas, como o PMDB e PP, de olho nas burras governamentais, e uma oposiçãozinha nanica que mal consegue balbuciar alguma coisa. O próprio DEM criou uma dissidência chamada PSD para aderir. Dizem que está perto de um Ministério. Este é o tipo de democracia que interessa ao PT. O Legislativo rendido. Esperamos que o Judiciário continue altaneiro e isso acontecerá enquanto tivermos Joaquim Barbosa. Mas se um Levandoswski ou um Toffoli assumirem a presidência da corte maior? O poder será um só. Se os mensaleiros não forem para a cadeia até fim de Março (poderá haver embarrigamento determinado pelo Planalto), até o Judiciário se renderá ao poder.
Não vivemos aqui aquela "democracia" primitiva e troglodita de Cuba, quando os Castro colocam num parlamento venal quem querem e fuzilam quem desejam. Mas esta é a nossa democracia petista, uma avalanche total que derruba quem ousar lhe fazer frente no Congresso. Estamos caminhando para nos venezuelar. Agora, enquanto não amordaçarem a liberdade de expressão, e vão tentar amordaçá-la, ainda poderemos falar, se bem que sem esperança.
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domingo, 24 de fevereiro de 2013

OS QUE NÃO ESTUDAM HISTÓRIA (E OS QUE ESTUDAM).


Imagem: frasespostadas.blogspot.com

(Remetido pelo Amigo mineiro Sylvio Bazote).
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O pessoal dos direitos humanos, com sua visão caolha, ajuda a bandidagem a se fazer vitoriosa. Por que não atuam na pior demanda de direitos humanos, que é o povo brasileiro dependente do SUS a mofar nos corredores dos hospitais públicos? Há pior quebra de direitos humanos do que isso? E o que dizer da população dos grandes e pequenos centros exposta a todo tipo de rapina, roubo, assalto, morte, estupros , sem que uma legislação rigorosa impeça isso? Não são os tais direitos humanos por acaso desrespeitados todo dia pela insegurança que a legislação proporciona? Não critico a área policial, porque esta faz o que pode num ambiente hostil. O governo não dá segurança, não dá saúde e muito menos educação. Este governo atual, como o de Lula, é muito bom para vender carros e motos para particulares e vender sem imposto a linha branca dos supermercados, como propiciar que os aposentados se encham de empréstimos consignados. No resto...
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O tesouro nacional emprestou em 2007 14 bilhões de reais aos bancos públicos (BB, CEF e BNDES). No ano de 2012 emprestou 406 bilhões. Algo está errado nesses dados. O PT está virando especialista em maquiar gastos públicos. E os bancos só se sustentam com  dinheiro do contribuinte, para poderem fazer suas propagandas milionárias.
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Disse da tribuna um deputado federal do PT da Bahia: "alguns estão na oposição porque não conseguiram espaço no governo". 
Na verdade, este deputado pensa que todo mundo pode ser comprado hoje. Muito ético!
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Ando de ônibus, pois não mais dirijo carro em função das vistas meio fracas. Nos ônibus, posso ver os grandes engarrafamentos na minha Floripa. De cada dez carros particulares, em média sete têm o motorista solitário. Lula produziu isso, o transporte solitário, ao invés do transporte solidário. Por que Lula não investiu no transporte público, ele que adora tudo o que é público e detesta o privado? Ou isso era mais uma bravata² Enquanto isso, ajudamos Cuba e Venezuela a fazer o transporte público.
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Dário Berger, o prefeito derrotado do PMDB aqui em Floripa, entregou a prefeitura com 236 milhões em dívidas. César Filho, do PSD, está ralado.
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Pediram-me para falar do BBB. Depois de uma semana assistindo, penso que o Bial poderia acrescentar mais um B, de bacanal. Vejo que as mulheres são desprovidas completamente de pudor. São predadoras. Tudo isso confirma a Novilíngua de Orwell, que profetizou que tudo iria mudar para o seu contrário. Mas não creio que representem o sociedade brasileira. Aquele pessoal está ali para ganhar um milhão e meio de reais e, mais que isso, tentar ficar famoso. Por isso tudo o que fazem é artificial, pois sabem que uma câmera e um botão de áudio  os deixam expostos ao público. Como ser natural assim? Sou contra censura, mas penso que os rapazes e senhoritas, muito bem nutridos e sarados, elas principalmente, estão exagerando. Menos, Globo, menos. 
Ora bolas, a Globo pode objetar que as tevês possuem um botão que desliga. E com razão. 
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O governo abocanha 33% em impostos sobre os remédios no Brasil. Que vergonha!...
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Em São Vicente Ferrer, um município de Sarneylândia, os vereadores fizeram lei para desobrigar os munícipes de qualquer fiscalização no trânsito, com relação a motos. Menores podem dirigir, capacetes não são necessários nem qualquer roupa de proteção. Liberou geral. A lei, obviamente, é flagrantemente inconstitucional, absurda. Mas está aí a vegetar nesta terra de ocorrências cada vez mais estranhas, que a o pueblo anestesiado assiste impassível, desde que isso lhe dê alguma vantagem. Diz o edil que é para beneficiar o oprimido, o pobre. Aqui, então, o rico não cumpre a lei porque é rico e o pobre não cumpre a lei porque é pobre. Leniência total. Nossa marcha para o brejo  continua altaneira. Estamos assim formando uma população sem caráter e disciplina, descumpridora dos preceitos legais mais elementares. 
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Por outro lado, Gil Rugai condenado a 34 anos e em liberdade porque é rico e cheio de advogados. Vai recorrer e embarrigar dois anos, porque depois disso não irá mais para a cadeia. Lastimável! Aqui a lei permissiva contribui para a safadeza.
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sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

ASSASSINATO DE POLICIAIS III.


O jornalista André Petry, num artigo recente publicado na revista Veja, apontou um fato francamente patológico: o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, conseguiu o prodígio de não comparecer ao enterro de um único dos cento e tantos agentes da sua polícia assassinados ao longo do ano de 2012. A atitude seria considerada monstruosa em qualquer país sério do mundo. Aqui ninguém sequer percebe o que o homem fez, a começar por ele próprio. Se lesse essas linhas, provavelmente ficaria surpreso: "Não, não fui a enterro nenhum. Qual é o problema?". A oposição ao governador não disse uma palavra sobre sua ausência nos funerais. As dezenas de grupos prontos a se indignar 24 horas por dia contra os delitos da polícia, reais ou imaginários, nada viram de anormal na conduta do governador. A mídia ficou em silêncio. É o aberto descaso pela vida, quando essa vida pertence a um policial. É, também, a capitulação diante de uma insensatez: a de ficar neutro na guerra aberta que os criminosos declararam contra a polícia no Brasil.
(J R Guzzo).
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A Revista Veja é o último baluarte que ainda se atreve a criticar as mazelas do governo federal. Todas as outras (Carta Capital à frente) já estão domadas. Afinal, as propagandas do governo federal rendem milhões. Enquanto isso, Veja depende unica e exclusivamente da iniciativa privada. Banco do Brasil, Caixa e Petrobrás soltam a grana para os amigos da rainha.
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Mais atentados em Santa Catarina. Quase cem. Deboche, achincalhe, afronta. Os presos que mandam fazer isso já ultrapassaram todas as fronteiras do absurdo. Riem, ameaçam, pois sabem que muita gente boa está com eles. Senhor Governador Colombo, em quem votei, já está na hora de medidas rigorosas, de exceção. Os criminosos estão tripudiando. Ou o senhor toma medidas duras, ou isto vai piorar quando esses bandidos forem transferidos para presídios em outros Estados. Há que intimidá-los, pois eles nada respeitam. E aquele vídeo idiota com agentes prisionais atirando balas de borracha em presos sentados, de costas e sem camisa, que sirva de alerta. Estes agentes de faroeste deveriam ser todos colocados para fora do serviço público. Não se pode também aceitar mais gente metida a rambo na polícia e no serviço prisional. Dureza extrema, sim, mas com a lei. Pena isso ser impossível para menores, os grandes executores dos atentados. Eles ficarão impunes, como já é costume nesta terra estranha, onde "intelequituais", políticos, artistas e gente de todo tipo têm uma esquizofrênica atração por bandidos. Olhem abaixo.
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Enquanto gente desse tipo detiver o mando estatal, as polícias militares estarão sempre em perigo, pois eles são seus inimigos naturais e absolutos. Eles as odeiam. E nós retribuímos tal e qual.
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Diriam que a charge acima está atrasada no tempo? Não está, não. Lula manda, e muito mais que meus leitores pensam. Mesmo sendo o "intelequitual" do mensalão.
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Desculpem os leitores, mas abomino carnaval. São os quatro piores dias do ano. Não sou um bom sujeito, sou ruim da cabeça e doente do pé. Ontem vi um pedacinho do carnaval da Bahia, na tevê, na falta do que fazer. Lá em cima, os trios elétricos repletos de brancos sambando. Nos camarotes também, gente do fausto e artistas repletos de mordomias. E lá em baixo, os negros e pardos caindo na porrada, homens e mulheres. A polícia entrou e distribuiu diversas cacetadas.
Que coisa linda, o carnaval!
"Pula meu povo,
é teu agrado,
pula meu povo, alienado".
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Muitos políticos gostariam que o carnaval durasse 365 dias por ano.
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terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

ASSASSINATO DE POLICIAIS II.





A moda predominante nos governos estaduais, que vivem apavorados por padres, jornalistas, ONGs, advogados criminais e defensores de minorias, viciados em crack, mendigos, vadios e por aí afora, é perseguir as suas próprias polícias — com corregedorias, ouvidorias, procuradorias e tudo o que ajude a mostrar quanto combatem a "arbitrariedade". Sua última invenção, em São Paulo, foi proibir a polícia de socorrer vítimas em cenas de crime, por desconfiar que faça alguma coisa errada se o ferido for um criminoso; com isso, os policiais paulistas tornam-se os únicos cidadãos brasileiros proibidos de ajudar pessoas que estejam sangrando no meio da rua. É crescente o número de promotores que não veem como sua principal obrigação obter a condenação de criminosos; o que querem é lutar contra a “higienização" das ruas, a “postura repressiva” da polícia e ações que incomodem os “excluídos”. Muitos juízes seguem na mesma procissão. Dentro e fora dos governos continua a ser aceita, como verdade científica, a ficção de que a culpa pelo crime é da miséria, e não dos criminosos. Ignora-se o fato de que não existe no Brasil de hoje um único assaltante que roube para matar a fome ou comprar o leite das crianças. Roubam, agridem e matam porque querem um relógio Rolex; não aceitam viver segundo as regras obedecidas por todos os demais cidadãos, a começar pela que manda cada um ganhar seu sustento com o próprio trabalho. Começam no crime aos 12 ou 13 anos de idade, estimulados pela certeza de que podem cometer os atos mais selvagens sem receber nenhuma punição; aos 18 ou 19 anos já estão decididos a continuar assim pelo resto da vida.
(J. R. Guzzo)
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Caríssimos Irmãos,
Convoquei-vos para este Consistório não só por causa das três canonizações, mas também para vos comunicar uma decisão de grande importância para a vida da Igreja. Depois de ter examinado repetidamente a minha consciência diante de Deus, cheguei à certeza de que as minhas forças, devido à idade avançada, já não são idôneas para exercer adequadamente o ministério petrino. Estou bem consciente de que este ministério, pela sua essência espiritual, deve ser cumprido não só com as obras e com as palavras, mas também e igualmente sofrendo e rezando. Todavia, no mundo de hoje, sujeito a rápidas mudanças e agitado por questões de grande relevância para a vida da fé, para governar a barca de São Pedro e anunciar o Evangelho, é necessário também o vigor quer do corpo quer do espírito; vigor este, que, nos últimos meses, foi diminuindo de tal modo em mim que tenho de reconhecer a minha incapacidade para administrar bem o ministério que me foi confiado. Por isso, bem consciente da gravidade deste acto, com plena liberdade, declaro que renuncio ao ministério de Bispo de Roma, Sucessor de São Pedro, que me foi confiado pela mão dos Cardeais em 19 de Abril de 2005, pelo que, a partir de 28 de Fevereiro de 2013, às 20,00 horas, a sede de Roma, a sede de São Pedro, ficará vacante e deverá ser convocado, por aqueles a quem tal compete, o Conclave para a eleição do novo Sumo Pontífice.
Caríssimos Irmãos, verdadeiramente de coração vos agradeço por todo o amor e a fadiga com que carregastes comigo o peso do meu ministério, e peço perdão por todos os meus defeitos. Agora confiemos a Santa Igreja à solicitude do seu Pastor Supremo, Nosso Senhor Jesus Cristo, e peçamos a Maria, sua Mãe Santíssima, que assista, com a sua bondade materna, os Padres Cardeais na eleição do novo Sumo Pontífice. Pelo que me diz respeito, nomeadamente no futuro, quero servir de todo o coração, com uma vida consagrada à oração, a Santa Igreja de Deus.
Vaticano, 10 de Fevereiro de 2013.

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Muito triste. Não acredito somente nesta nota. O papa vinha sendo agredido por suas posições firmes, principalmente por uma Europa decadente quanto à moral e bons costumes. Era visto também com reparos por determinada ala da Igreja mais voltada para Moscou. Tudo isso, mais a doença, o levaram à renúncia. Ele, um papa forte, de posições firmes. Será que, como João Paulo II, fará seu sucessor? Não acredito.
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domingo, 10 de fevereiro de 2013

ASSASSINATO DE POLICIAIS.


Há alguma coisa profundamente errada com um país que engole passivamente o assassínio quase diário de seus policiais — e, com isso, diz em voz baixa aos bandidos que podem continuar matando à vontade, pois, no fundo, estão numa briga particular com "a polícia", e ninguém vai se meter no meio. Essa degeneração é o resultado direto da política de covardia a que os governos estaduais brasileiros obedecem há décadas diante da criminalidade. Em nenhum lugar a situação é pior do que em São Paulo, onde se registra a metade dos assassinatos de policiais no Brasil; com 20% da população nacional, tem 50% dos crimes cometidos nessa guerra. É coisa que vem de longe. Desde que Franco Montoro foi eleito governador, em 1982, nas primeiras eleições diretas para os governos estaduais permitidas pelo regime militar, criou-se em São Paulo, e dali se espalhou pelo Brasil, a ideia de que reprimir delitos é uma postura antidemocrática — e que a principal função do estado é combater a violência da polícia, não o crime. De lá para cá, pouca coisa mudou. A consequência está aí: mais de 100 policiais paulistas assassinados em 2012.
JR Guzzo.
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Um amigo de meu filho, petista arrependido, disse para meu filho: O PT não existe, nunca existiu. O PT devia se chamar Lula. Ele não foi para o terceiro mandato porque ficaria um pouco chato, pois não somos tão atrasados quanto a Venezuela de Chaves. Mas tentou. Dilma foi escolhida por esta impossibilidade, e mesmo porque ele a colocou goela abaixo dos petistas. Lula elege quem quer. Ele não se coloca como candidato do PT daqui a dois anos se não quiser. Outro detalhe: fico surpreso da burrice nacional acreditar que Lula não sabia do mensalão.Ele o inventou para ter apoio ao seu governo. Mas aqui no Brasil, tanto a justiça quanto o povo e a imprensa acreditam nele.
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É, meu. Tá tudo dominado, mesmo.
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Canoa no Mediterrâneo
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sábado, 2 de fevereiro de 2013

A GUARDA SUÍÇA DO PAPA.


Imagem: oglobo.globo.com

A Guarda Suíça do Vaticano

Guarda Suíça Pontifícia é o nome dado à tropa responsável pela segurança do papa e por ajudar a manter a ordem no Vaticano. É o grupo militar em atividade mais antigo do mundo, constituindo atualmente o equivalente às forças armadas da Cidade do Vaticano. O número de integrantes varia de acordo com as necessidades do papa em exercício. É a única guarda do mundo em que a bandeira é alterada a cada novo chefe de Estado, pois contém o emblema pessoal do papa.

A defesa do Vaticano é de responsabilidade da Itália, enquanto a segurança do papa fica a cargo da Guarda Suíça. O Estado da Cidade do Vaticano, como é oficialmente conhecido, emite autonomamente moeda, que desde 2002 é o Euro (antes era a Lira italiana), selos e passaportes; tem seus próprios embaixadores ou representantes, um jornal oficial (Acta Apostolicae Sedis – Atos da Sé Apostólica, em latim), uma estação de rádio (Rádio Vaticana), os Bombeiros do Vaticano, a força militar denominada Guarda Suíça e uma força policial, denominada Corpo da Gendarmaria do Estado da Cidade do Vaticano, responsável pela segurança, ordem pública, controle das fronteiras, controle de tráfego, investigações criminais e outras funções policiais dentro do território do Vaticano.

Integrantes da Guarda Suíça ocasionalmente podem auxiliar a Gendarmaria na segurança de autoridades estrangeiras em visita ao Vaticano, misturar-se com as multidões na Praça de São Pedro em ocasiões comemorativas e acompanhar o papa durante suas viagens internacionais. Nesses casos os guardas servem como guarda-costas em trajes civis, equipados com armamento variado e equipamentos de comunicação, ao invés das tradicionais alabardas (lança com uma espécie de machado em uma das pontas, usada principalmente da Idade Média para defender os muros dos castelos, enfrentar primariamente cavalaria e secundariamente tropas a pé).

Sala do arsenal da Guarda Suíça (Foto Alessandro Bianchi - Reuters)
Imagem: g1.globo.com

Defensores da Liberdade da Igreja

A Guarda Suíça foi formada em 22 de janeiro de 1506, em atendimento a uma solicitação de proteção feita em 1503 pelo papa Júlio II aos nobres suíços. Cerca de 150 nobres, tidos como os melhores e mais corajosos, chegaram a Roma vindos de Zurique, Uri, Unterwalden e Lucerna (regiões da Suíça). O seu primeiro comandante foi o capitão Kaspar Von Silenen, originário de Uri.
A língua oficial da guarda é o suíço-alemão, seu lema é "Coragem e fidelidade" (em latim: Acriter et fideliter) e tem como patronos São Sebastião, São Martinho e São Nicolau Von Flüe.

Em 1512, pela bravura já demonstrada na defesa da Cidade do Vaticano, os integrantes da Guarda Suíça receberam do papa Júlio II o título de “Defensores da Liberdade da Igreja”.

Recrutas em cerimônia de juramento no salão Paulo VI, no Vaticano (Foto Max Rossi - Reuters)
Imagem: g1.globo.com

O menor exército do mundo

É o único grupo de soldados particulares que a lei suíça permite. Para ser membro da Guarda Suíça é necessário ser católico praticante com boa reputação social, treinamento militar no exército suíço com certificado de boa conduta, altura mínima de 1,74m, diploma profissional ou ensino médio concluído e idade entre 19 e 30 anos. Não pode haver qualquer registro criminal e, assim como em outros exércitos, os soldados não podem ser casados ou se casar enquanto estiverem na guarda, sendo o mesmo permitido para os sargentos e oficiais.
Dois anos de serviço é o tempo mínimo de compromisso de um membro da Guarda Suíça, renovável até um máximo de 20 anos. O soldo mensal atual é de 1200 euros e não é permitido a nenhum integrante da guarda dormir fora do Vaticano. A guarda dispõe de alojamentos e uma capela onde o capelão da guarda realiza celebrações litúrgicas particulares, pois nas oficiais a guarda encontra-se em serviço.

O uniforme que a guarda usa atualmente foi desenhado por Jules Réspond (comandante no período de 1910 a 1921) a partir do modelo que alguns atribuem à Michelangelo por volta de 1505, apesar do Vaticano oficialmente afirmar que o uniforme foi desenhado por Rafael Sanzio, que também pintou a Capela Sistina e influenciou a moda da Itália na época. Como ambos possíveis criadores são contemporâneos, é considerado um dos uniformes militares mais antigos do mundo.
Inicialmente a cor predominante do uniforme era o amarelo-ouro, cor dos nobres suíços que originaram a guarda. A cor azul foi introduzida como referência à família Della Rovere (de Roma) e o vermelho em referência à família Médici (de Florença). Ambas famílias italianas tiveram em sua linhagem diversos papas ao longo dos séculos, sendo que os Médici eram também banqueiros que controlavam a fortuna do Vaticano.
O capacete e a couraça peitoral seguem o modelo das armaduras medievais. A pluma vermelha do elmo (capacete) foi introduzida pelo papa Leão X, simbolizando o sangue derramado em defesa do papa.
A Guarda Suíça não utiliza botas, calçando meias aderentes às pernas que são presas à altura dos joelhos por uma liga dourada, sendo eventualmente cobertas por polainas. O tecido de cetim recorda o esplendor das antigas cortes europeias e as cores chamativas o orgulho de ser soldado.

Imagem: denunciasecriticas.blogspot.com

Bravura e sacrifício da Guarda Suíça

A batalha mais expressiva da Guarda Suíça aconteceu em 6 de maio de 1527, quando as tropas invasoras do imperador Carlos V (do Sacro Império), em guerra com Francisco I (da França e República de Veneza), entram em Roma. Após a vitória militar, incapaz de pagar os mercenários, o imperador Carlos V libera o saque de Roma. O exército imperial era composto de cerca de 18000 homens, entre tropas alemãs e mercenários espanhóis e italianos. Em frente à Basílica de São Pedro e depois nas imediações do Altar-Mor, a Guarda Suíça lutou contra cerca de 1000 soldados alemães e espanhóis. Combateram ferozmente formando um círculo em volta do papa Clemente VII visando protegê-lo. Faleceram 108 dos 150 guardas, mas em contrapartida 800 dos 1000 mercenários do assalto caíram mortos pelas alabardasdos suíços. Os 42 sobreviventes da guarda acompanharam o papa e alguns cardeais através de uma passagem secreta (Passetto di Borgo) do Palácio Episcopal até o Castelo de Santo Ângelo.
Os mercenários, na maioria luteranos, saquearam por oito dias o Vaticano, levando ou destruindo obras de arte, relíquias e profanando sepulturas de papas. Cercaram o Castelo de Santo Ângelo e realizaram procissões de paródia, ofendendo os santos católicos e gritando ser Lutero o novo papa. O castelo tornou-se o refúgio de Clemente VII por sete meses, até que a peste surgida em Roma fizesse com que o cerco fosse levantado. Mesmo assim o imperador Carlos V exigiu e recebeu uma rendição formal e pagamento de 400 mil ducados em troca da liberdade papal.

Por conta desta batalha, o dia 6 de maio é a data de admissão dos novos guardas. Na ocasião, um por vez presta juramento com a mão direita levantada e os dedos polegar, indicador e médio estendidos – simbolizando a Santíssima Trindade – enquanto com a mão esquerda segura o estandarte da guarda.

Recruta faz juramento com três dedos simbolizando a Santíssima Trindade (Foto - Reuters)
Imagem: g1.globo.com

A história da Guarda Suíça

Após o saque a Roma e ao Vaticano, a Guarda Suíça foi dissolvida em 5 de junho de 1527 como parte das exigências do imperador Carlos V para a liberação do papa Clemente VII, refugiado no Castelo de Santo Ângelo.

Em 3 de fevereiro de 1548, o papa Paulo III recria a Guarda Suíça com um efetivo de 225 homens.

O papa Pio V enviou a Guarda Suíça na coalizão de tropas para combater os turcos otomanos na Batalha de Lepanto, em 7 de outubro de 1571. A vitória desta batalha representou o fim da expansão islâmica no Mediterrâneo.

Em 1798, Napoleão conquista o Vaticano, exila o papa Pio VI na cidade francesa de Valence e obriga o papa a dissolver a Guarda Suíça.
Em 1799, Pio VI morre no exílio e no ano seguinte o exército austríaco expulsa os franceses de Roma. Postos em liberdade, os cardeais reúnem-se em Veneza e em 1800 elegem o papa Pio VII, que reconstitui a Guarda Suíça em 1801 com os 64 milicianos que haviam permanecido no Vaticano.
Em 1809, as tropas de Napoleão novamente conquistam Roma e prendem Pio VII, que é obrigado a dissolver mais uma vez a Guarda Suíça. O papa Pio VII é aprisionado em Savona (Itália) e depois transferido para a cidade francesa de Fontainebleau, sendo libertado em 1814, com a derrota de Napoleão diante da aliança militar encabeçada pelos russos, ingleses e austríacos. Em 24 de maio de 1814, Pio VII retorna ao Vaticano e reconstitui a Guarda Suíça, que estava dispersa.

Em 1824, o papa Leão XII aumenta o efetivo da guarda para 200 integrantes.

Em 1848, os então 153 homens da Guarda Suíça defenderam o papa Pio IX dos ataques dos republicanos revolucionários italianos à residência papal (Palácio do Quirinal).
Entre 756 e 1870 os Estados Pontifícios, tendo Roma como capital, eram um dos governos autônomos que compunham a Península Itálica antes da unificação da Itália. Em 20 de setembro de 1870, após fracassadas negociações com o papa Pio IX, o governo italiano invade e conquista sem resistência os Estado Pontifícios, havendo luta apenas na tomada de Roma. A Guarda Suíça concentrou-se no Vaticano, mas Pio IX preferiu render-se sem luta. O acordo de rendição permitiu a continuidade do livre exercício da Guarda Suíça, além da Guarda Nobre Pontifícia e da Guarda Palatina de Honra (organizações militares que existiam no Vaticano nesta época).

Quando a Alemanha nazista ocupou Roma em setembro de 1943, a Guarda Suíça e as outras unidades (Guarda Palatina e Guarda Nobre) que na época constituíam as formas armadas papais foram colocadas em estado de alerta, com aumento no número de postos de vigia. As alabardas e espadas foram substituídas por espingardas Mauser com baionetas e cartucheiras. Embora as tropas alemãs patrulhassem o território italiano até a Praça de São Pedro, não houve tentativa de invasão pela fronteira do Vaticano nem confronto com as tropas alemãs. Nessa época a Guarda Suíça contava com 60 homens, podendo oferecer uma resistência meramente simbólica.

Imagem: simplesvirtude.wordpress.com

Prestando continência para a hóstia consagrada
Imagem: salvemaliturgia.com
(Remetido pelo amigo Sylvio Bazote, de Juiz de Fora, Minas Gerais).
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