Roberto Rodrigues de Menezes.

Roberto Rodrigues de Menezes



sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Santa Catarina de Alexandria (V).

Razões conclusivas:
Correndo o risco de ser repetitivo, resumo a posição, agora suficientemente clara, de Giamberardini, que mesmo reconhecendo o problema sério de historicidade de nossa Santa, crê poder inclinar-se - e nós com ele - para uma conclusão positiva. E isto, pelas seguintes razões:
a. Valorizem-se os elementos essenciais existentes, liberando-os dos elementos fantasiosos, supérfluos, das narrativas lendárias. Neste sentido, é modelar a primitiva iconografia da Santa, encontrada nos já mencionados afrescos dos séculos VIII e IX, descobertos em Roma e em Nápoles, com a sua simples figura e a identificação do seu nome.
b. Utilizar para prova imediata os documentos disponíveis, mas conservando a abertura para novas possíveis descobertas. Hoje não é mais possível afirmar que o culto de Santa Catarina "começou com os cruzados", em fins do século XI, quando a documentação já disponível comprova este culto na Europa antes do século VIII.
c. Evite-se condicionar a história e o culto à documentação respectiva, escreve Giamberardini, e argumenta: Não é o documento que está na origem do culto, mas pelo contrário, é o cultor que inspirou o documento. E quantas vezes, no decorrer da História, foi sendo perdida a documentação pela destruição dos arquivos. Basta exemplificar com as nossas comunidades e paróquias, com os personagens que fizeram a nossa História e cuja documentação foi perdida.
d. Além da documentação escrita, podemos apoiar-nos na transmissão oral, a tradição, que acompanha e testemunha, no caso, a veneração de nossa Santa.
 e. Tudo somado,  e refazendo o caminho que nos leva até bem perto dos fatos concernentes a Santa Catarina de Alexandria, não parece científico negar sua historicidade simplesmente a partir do argumento da escassez documentária. A quem nega a historicidade, cabe o ônus da prova desta posição. A nós, o conjunto dos elementos levantados nos parece convincente, confirmando-nos em nossa veneração por essa figura de mulher corajosa, sábia e pura, virgem e mártir, excelsa padroeira da nossa terra e da nossa gente.
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Mosteiro de Santa Catarina aos pés do monte Sinai. (Wikipedia)
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Hino de Santa Catarina (da Arquidiocese de Florianópolis).
Letra de Frei Pedro Sinzig - OFM e letra adaptada do maestro José Acácio Santana).
1. Nossa Igreja Peregrina, sempre unida à Santa Sé,
no Evangelho se ilumina, para as lutas pela fé.
Estribilho: Virgem-mártir, flor divina, que morreste pela Cruz.
                    Salve Santa Catarina, seguidora de Jesus.
2. Como nossa protetora, seguiremos com amor,
a doutrina salvadora de Jesus Nosso Senhor.
3. Do Estado a Igreja inteira, uma prece ardente faz,
suplicando à Padroeira, que lhe dê justiça e paz.
4. Toma, ó Santa, ao teu cuidado, implorando bênçãos mil,
não somente o nosso Estado, mas também todo Brasil.
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Padre Ney Brasil Pereira, autor deste Estudo sobre Santa Catarina de Alexandria, padroeira de nosso Estado, na festa de seus bem vividos e laboriosos oitenta anos - 04 de dezembro de 2010. (Foto do site da Arquidiocese de Florianópolis.) Obrigado pela brilhante presença em meu blog, caro mestre.
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quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Santa Catarina de Alexandria (IV).

Santa Catarina e a crítica histórica.
É sempre impressionante o contraste da abundância da documentação referente à martir de Alexandria e seu culto a partir do século XI, e a progressiva escassez documentária, mesmo o silêncio, nos séculos nteriores. Exemplo dessa abundância é um livro de 388 páginas intitulado "Vida de Santa Catarina" escrito por Jean Mielot em Lille, norte da frança, em 1457, por ordem de Felipe, o Bom, duque de Borgonha. É a elaborsção de todas as otícias e lendas que circulavam sobre a Santa, sua vida e seus milagres até o século XV. Um estudioso moderno, Bardy, qualifica o livro de puro romance... Cabe aqui a pergunta, já feita em outros termos acima. É possível, através dos enfeites da imaginação do "puro romance", chagar à verdade histórica? Respondendo positivamente, vou seguir resumindo os passos da argumentação que apresenta Giamberardini, no seu já citado opúsculo "Santa Cateriba de Alessandria".
a. O núcleo histórico. Reduz-se aos dados seguintes: Sob Maximino, pelo ano 307, em Alexandria, na então província romana do Egito, uma joverm cristã, dentre outras, Catarina, sofreu o martírio em testemunho de sua fé cristã e em defesa de sua virgindade. Era de família distinta, de posses e instruida. A preservação de sua memória, num culto que foi crescendo, é o reconhecimento de sua santidade heroica.
b. Critérios hagiográficos. Normalmente, a história de um Santo ou Santa é embelezada com detalhes edificantes, constituindo um gênero literário que, especialmente em tempos passados, realçava o aspecto maravilhoso. Toca ao historiador moderno discernir estes enfeites nos quais se compraz a devoção e, a seguir, a lenda, desbastando-os para fazer emergir o núcleo histórico.
c. Documentos. Começando pelo século XI, é do início desse século, bem antes, portanto, das cruzadas, que data a vinda de algumas relíquias de Santa Catarina, do Sinai para Rouen, na França,  redigindo-se pouco depois um documento que relata essa vinda bem como os milagres que a partir de então ali aconteceram.  Do mesmo século datam três belos hinos dedicados à Santa, compostos por Alfano, bispo de Salerno, no sul da Itália.
d. Do século X data a Passio em latim, reelaborada a partir de um texto grego mais antigo.. Do mesmo século data a composição de Metafrastes, um monge do monte Athos, no norte da Grécia, composição intitulada "Martírio da Santa e grande Mártir de Cristo Aikaterina". Também do século X data o menológio de basílio X, com iluminuras representando cenas do martírio da Santa.
e. Do século IX temos uma Vida da Santa, conservada na biblioteca de Lambach, na Baviera. Do mesmo século, um afresco a retrata na basílica de São Clemente, em Roma, bem como nas catacumbas de San Genaro, em Nápoles, onde ela é identificada como Ekaterina.
f. Do século VIII temos a menção da Passio Eckaterinae Virginis Dei, no Manuscrito Claromontano conservado na biblioteca de Munique, menção que supoõe um texto anterior, traduzido de um original grego ainda anterior., provavelmente do século VI. Também do século VIII data um afresco na basílica de São Lourenço fora-dos-muros, em Roma, representasndo vários Santos, entre os quais Catarina, deivdamente identificada.
g. Do século VII, ou mesmo do século VI, segundo Viteau, data a Passio original, grega, provavelmente escrita no Sinai após a translação do corpo. Esta Passio, traduzida, deu origem à expansão do culto da Santa no Ocidente.
h. Os séculos V e IV são os séculos do silêncio documentário. Neles não encontramos documentação alguma referente à Santa, a não ser o já citado texto de Eusébio (339), retomado, pouco depois, com alguas variantes, plelo também historiador cristão Rufino. (410).

Foi o cardeal Barônio, grande historiador da Igreja do século XVI, quem aventou a hipótese da identificação da mártir anônima de Eusébio com a nossa Santa Catarina. Seguindo a sugestão de Giamberardini, apresento em sinopse a narrativa de Eusébio, do século IV, e a de Metafrastes, do século X.

EUSÉBIO
(História eclesiástica VIII,  14-15).
Maximino perpetrou no Oriente e no Egito, onde era imperador, todo tipo de vexação. As mulheres eram humilhadas. Algumas cediam. Outras, as cristãs, opunhan resistência. Exemplo de heroismo foi uma alexandrina. Ela, cristã nobilíssima e rica de Alexandria, entre as mulheres que foram molestadas pelo tirano, foi uma das que com viril firmeza venceu o ânimo passional e libidinoso de Maximino. Era uma mulher célebre pela nobreza da família, pelas posses e pela erudição. Ela, porém, a todos esses bens antepunha a castidade. O tirano, tendo-a interpelado mais vezes a fim de possuí-la, encontrou-a preferindo antes a morte. Não se decidiu, porém, a mandar matá-la, porque nele era mais forte a paixão que a crueldade.  Finalmente privou-a de todos os seus bens e mandou-a para o exílio.

METAFRASTES
Martírio da Santa e grande Mártir de Cristo Catarina (pg 116, 275-302).
Maximino lançou os olhos sobre a grande Mártir. Ela se chamava Catarina e vivia em Alexandria. Era bela e jovem de corpo e de espírito.  Era também rica e nobre, descendente de sangue real. Decidiras, porém, ter só a Cristo como esposo.  Era muito instruida em Filosofia, na arte retórica, na geometria e em outras ciências. Graças à sua erudição, pode contestar e logo converter ao cristianismo cinquenta sábios, os quais depois, por castigo, foram condenados ao fogo. Converteu também a imperatriz Augusta, à qual, por ordem de Maximino, foram amputados os seios. Catarina, depois de haver frustrado todas as torpes insistências, foi condenada primeiro ao cárcere, depois ao suplício da roda, enfim à decapitação. Do seu pescoço, ferido pela espada, fluiu leite em vez de sangue. O corpo, para ser preservado, foi transportado pelos anjos, de Alexandria até o Sinai.

Salta aos olhos a diferença entre a sobriedade das informações do historiador contemporâneo e a abundância de detalhes do hagiógrafo bem posterior. Evidencia-se também a diferença da conclusão do relato de Eusébio, em relação ao desfecho da narrativa tradicional representada por Metafrastes. A anônima de Eusébio não é executada, mas mandada para o exílio, enquanto Santa Catarina foi decapitada. Exatamente por isso, os Bolandistas não aceitaram a hipótese de Barônio, de que a anônima de Eusébio poderia ser a nossa Santa.  Como ficamos? Penso que a conclusão que se impõe é a que já propus acima:  entre as mártires de historicidade comprovada da perseguição de Maximino,  podemos tranquilamente incluir aquela cujo nome, por circunstâncias não bem esclarecidas, só pouco a pouco foi sendo declinado e proclamado: Santa Catarina de Alexandria.

Bolandistas: pesquisadores críticos das vidas dos Santos que, a partir do século XVII, empreenderam o trabalho de expurgá-las dos exageros lendários.  Seu nome vem do primeiro deles, o jesuita belga Jena Bolland, falecido em em 1665. 
Menológio: catálogo dos mártires na Igreja grega. (dicionário Aurélio).
Iluminuras: arte que, nos antigos manuscritos, orna o texto por meio de pintura ou arabescos de cores vivas, No seu todo, nas letras iniciais das frases ou períodos, etc. (dicionário Aurélio).
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Estudo do padre Ney Brasil Pereira.
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quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Santa Catarina de Alexandria (III).

Os elementos da narrativa lendária.
A narrativa lendária de Santa Catarina é apresentada na "Passio Ecaterinae Virginis", documento do qual temos uma cópia do século VIII, mas que alguns críticos pensam poder remontar ao século VI. Em todo caso, por meados do século VI, o imperador Justiniano ordenou a construção do mosteiro ao pé do Monte Sinai, mosteiro dedicado primeiro à Transfiguração do Senhor, mas depois, por causa da presença da mártir alexandrina, chamado "Mosteiro de Santa Catarina". Também, do século VIII data a mais antiga representação artística da Santa, encontrada em Roma, num oratório da antiga Basílica de São Lourenço, no Campo Verano. Do século X temos o martírio da Santa e grande mártir de Cristo Aikaterina, de Simeão Logotheta, cognominado Metrafastes, texto grego que teve grande divulgação no ocidente. Vejamos os elementos da narrativa:
a. O nome. É Catarina, com aférese da sílaba inicial do nome grego Aikaterina ou Aikaterine. Segundo alguns, a forma original seria Aei (sempre) Katharine (pura, de katharós), dando o significativo sentido de "sempre pura".
b. A situação social. Enquanto a informação de Eusébio fala daquela mulher anônima, ilustre, distinta por sua fortuna, nascimenro, educação, as narrativas lendárias fazem de Catarina  a "filha de um rei pagão de nome Costos, de Chipre".
c. A cultura. Aqui também temos uma ampliação da notícia de Eusébio sobre a anônima cristã, "famosa por sua cultura". E a lenda faz de Catarina a vencedora de uma disputa filosófico-teológica com numeroso grupo de sábios, os quais por sua vez teriam depois morrido mártires de sua nova fé. Já mencionamos acima a figura histórica de Hipátia, a famosa filósofa alenxandrina, que era consultada pelos sábios do seu tempo, e que foi morta em circunstâncias trágicas no ano de 415, pouco mais de um século depois da Santa. A cultura atribuida a Catarina fez dela patrona dos estudantes e filósofos, patrona também da própria Universidade de Paris, que no dia de sua festa fazia solene peregrinação ao seu Santuário.
As núpcias místicas de Santa Catarina, por Andrea Previtalli, 1504.
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c. As núpcias místicas. O relato da Passio dá a razão por que Catarina resistiu firmemente às investidas libidinosas de Maximino, estas mencionadas por Eusébio. Chega-se até a mencionar o lugar da conversão de Catarina, que teria ocorrido em Belém, onde a Santa teria recebido do próprio Cristo menino, em núpcias místicas, o anel de noivado com Ele. O fato é que, decorrente da lenda ou não, a igreja paroquial de Belém, junto à basílica da Natividade, é dedicada à Santa.
e. O encarceramento. Como nova ampliação das sóbrias notícias do historiador, a lenda fala da conversão e sucessivo martírio da própria imperatriz, mulher de Maximino, que teria vindo visitar Catarina no cárcere, convertendo-se depois também os próprios soldados que, em grande número, a vigiavam. 
f. A roda. O historiador Eusébio menciona a variedade tenebrosa dos suplícios infligidos aos cristãos perseguidos. Quanto à roda armada de unhas ou dentes de ferro, para dilacerar o corp da mártir, trata-se de mais um desses instrumentos de tortura que a crueldade humana tem inventado, e que infelizmente os cárceres da Inquisição conheceram. O fato éque a roda, despedaçada por intervenção divina, tornou-se o motivo iconográfico mais peculiar da nossa Santa, normalmente representada com ela.
g. A decapitação. É sempre o suplício resolutivo, o momento final da execução, após os prodígios lendários que tenham tornado ineficazes s outros meios. No caso de Santa Catarina, ainda nesse momento um prodígio: do pescoço cortado fluiu leite, em vez de sangue, o que a tornou padroeira também das mães que têm dificuldade de amamentar seus bebês.
h. O transporte do corpo ao Sinai. A transladação das relíquias de Santos tem ocorrido mais vezes. É o caso de Santa Cecília, originalmente sepultada nas catacumbas de São Calixto, na Via Ápia, em Roma, e transladada no século VIII para dentro dos muros da cidade, para sua basílica no bairro Trastêvere. No caso de Santa Catarina, os "anjos" que transportaram o seu corpo até o Sinai terão sido os próprios monges, embora o paradeiro inicial das relíquias, no topo do monte Gebel Katarin, a 2.500 metros de altitude tenha até justificado a ideia do transporte angélico. O fato é que as relíquias, depois de certo tempo, encontraram seu lugar definitivo na basílica justiniana do mosteiro, desde então chamado de "Santa Catarina".
i. Relíquias e milagres. Sabe-se como a Idade Média foi um período de grande veneração das relíquias dos Santos, com detalhes que hoje consideramos exagerados. No caso de Santa Catarina, o grande centro de irradiação do seu culto na Europa foi a Abadia beneditina de La Trinité-au-Mont, perto de Rouen,  na França, no início do século XI. Para ali foram levados três dedos da Santa e algumas ampolas de óleo bento, trazidas do seu túmulo no monte Sinai. A presença das relíquias despertou tal entusiasmo e devoção popular, que os milagres, segundo os cronistas da época, se multiplicaram.
j. Patrocínio. Os vários detalhes da narrativa lendária da Santa motivaram os que a escolheram como Patrona: os estudantes e os filósofos, por causa da sua disputa com os sábios de Alexandria; as moças e noivas, por causa das suas núpcias místicas; as jovens mães amamentando seus bebês, por causa do leite que manou do seu pescoço degolado; os carreteiros e os torneiros, po causa da roda do seu martírio, etc.  Fala-se em trinta categorias de pessoas que recorriam ao seu patrocínio. O fato é que também muitas mulheres se ufanaram de ter o seu nome, várias delas canonizadas: Santa Catarina de Siena, a grande santa italiana do século XIV; da mesma época, Santa Catarina da Suécia; no século XV, Santa Catarina de Gênova; no século XVI, Santa Catarina de Ricci, em Florença; no século XVII, a bem-aventurada Catarina Tekakwitha, entre os peles vermelhas do Canadá; no século XIX, Santa Catarina Labouré, de Paris, a Santa da Medalha Milagrosa. É sabido como, no começo do século XV, entre as santas que inspiraram a grande heroina francesa Joana D'Arc, que lhe apareciam e lhe falavam, encontra-se a nossa Santa.
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Padre Ney Brasil Pereira, autor deste estudo sobre Santa Catarina de Alexandria.
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Dados curiosos e históricos:
A ilha de Santa Catarina já foi chamada de Meiembipe pelo indígenas, como também ilha dos Patos. O navegador veneziano Sebastião Caboto (1476-1537), a serviço da Espanha, esteve por aqui em 1526 e deu à ilha o nome de Santa Catarina. Dizem uns autores ter sido em homenagem à esposa, de mesmo nome e devota da Santa. As duas explicações são plausíveis, tanto que existe o nome até hoje. Em homenagem a Caboto, a ciência náutica deu o nome de cabotagem à navegação que é feita costeando os litorais.
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terça-feira, 20 de setembro de 2011

Santa Catarina de Alexandria (II).

II - Santa Catarina e seu ambiente alexandrino.
Chama a atenção o fato de que as características da Santa, apresentada como uma jovem culta, vivendo numa cidade culta, conferem com a realidade de Alexandria, no delta do rio Nilo, uma das capitais mais importantes do Império Romano na época, cidade famosa pela sua biblioteca e suas instituições culturais, inclusive por sua escola de filosofia e teologia cristã, o Didaskaleion, celebrizado por luminares com Clemente Alexandrino, Orígenes, Dionísio, Atanásio.
É de Alexandria também a célebre filósofa pagã neoplatônica, Hipátia, filha do matemático Theon e discípula de Plutarco em Atenas, a qual, um século depois de Catarina, teve um fim trágico, no ano de 415.  Ao tomar partido pelo prefeito Orestes contra o patriarca Cirilo, foi trucidada por fanáticos cristãos (!).
O martírio de Santa Catarina, situado no início do século IV, coincide com a grande perseguição de Diocleciano e seus sucessores, perseguição que vitimou tantos mártires em Roma e nas várias cidades do Império, inclusive em Alexandria. Nesta cidade, foi a época do governo tirânico de Maximino, cuja crueldade e devassidão são descritas com fortes tintas pelo historiador cristão Eusébio, contemporâneo dos fatos. No livro VIII de sua obra "História Eclesiástica", ele assim escreve sobre as mulheres cristãs martirizadas nessa época: "Quanto às mulheres, não eram menos valentes que os homens na fidelidade à Palavra divina. Umas, submetidas às mesmas torturas, alcançaram prêmios iguais de virtude; outras, arrastadas à desonra, preferiam antes entregar suas vidas que submeter seus corpos à infâmia". Isto, no  parágrafo 14 do capítulo 14 desse livro. Logo a seguir, no parágrafo 15, infelizmente sem nomeá-la, mas com traços que em parte coincidem com os que a tradição atribui a Catarina, escreve: "Uma delas, das que foram molestadas por Maximino, uma cristã muito distinta e muito ilustre de Alexandria, triunfou da alma pervertida e licenciosa do tirano por sua corajosa firmeza; era além disso, famosa por sua fortuna, seu nascimento, sua educação, e colocava sua castidade acima de tudo. Ele insistiu muito com ela, a qual no entanto estava pronta a morrer antes que entregar-se a ele. De sua parte, o tirano não se sentiu capaz de mandar matá-la, pois sua paixão era mais forte que o seu despeito. Condenou-a, então, ao exílio, e confiscou-lhe toda a fortuna".
Monastério Santa Catarina no Sinai.
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Ainda quanto às mártires de Alexandria, o mesmo historiador Eusébio se refere a outras, que foram vítimas de diferentes perseguições. Assim, por exemplo, a mártir Heraís, ainda catecúmena, executada na fogueira por volta do ano 235; na mesma época, a jovem Potamiena, torturada e provada de vários modos, enfim executada com pez fervente derramado sobre o seu corpo membro por membro, dos pés à cabeça... (cf livro VI,5,1-4); na perseguição de Décio, em 250, a mártir Quinta, arrastada pela cidade, espancada e apedrejada (livro VI, 41,4); a jovem Amonariana, torturada ferozmente; a anciã Mercúria e Denise, mãe de muitos filhos, executadas pela espada (livro VI, 41,18)... Isso quer dizer que, mesmo se a lenda embelezou e multiplicou os detalhes do martírio de Santa Catarina, o fato de mulheres, adultas ou jovens, terem sido martirizadas de vários modos em Alexandria, ao longo do século III e no início do século IV, é inegável.
Outra característica interessante da época de Santa Catarina, em Alexandria, é o início do movimento monástico, um movimento que já tivera seus predecessores nas comunidades judaicas dos "terapeutas", homens e mulheres que se retiravam para o deserto, já na época de Fílon, na primeira metade do século I.  Depois, desde fins do século III, são monges cristãos que, como Santo Antão e Pacômio, buscam a solidão, primeiro para fugirem à perseguição, depois, para viverem o ideal de renúncia do ascetismo. A propósito, convém lembrar que o corpo da mártir vai encontrar repouso entre os monges do Sinai, para onde foi transportado, segundo a lenda, pelos anjos.
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Padre Ney Brasil Pereira, autor deste estudo (do seu livro "Santa Catarina de Alexandria", páginas 11, 12 e 13).
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segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Santa Catarina de Alexandria.

Santa Catarina de Alexandria, no altar-mor da catedral de Florianópolis. Esta Santa é padroeira e dá seu nome ao Estado, à ilha onde se espraia nossa capital (minha terra) e é ainda padroeira da Arquidiocese. Merece que a conheçamos melhor.  
foto do site da Arquidiocese de Fpolis
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 Padre Ney Brasil Pereira. O presente artigo, que terá cinco pequenos capítulos, é de autoria deste honrado e venerável sacerdote. As fotos e gravuras também foram extraidas de seu livro "Santa Catarina de Alexandria". Padre Ney nasceu a 04 de dezembro de 1930 no município catarinense de São Francisco do Sul.
Na minha adolescência fui aluno do Seminário de Azambuja, no municipio catarinense de Brusque. Lá, tive a felicidade de conviver com quatro mestres maravilhosos, de grande saber humanístico e religioso: Monsenhor Valentim Loch, Padre Cláudio Cadorim, Padre Raulino Reitz e Padre Ney Brasil Pereira, que se destacavam dentre tantos sacerdotes de iguais virtudes. Padre Ney é professor de Exegese, doutor em Teologia, um virtuose do piano e do órgão, regente de corais, enfim, homem de saber enciclopédico, sempre aliado a uma simplicidade edificante. Tive a honra de ser seu aluno e de cantar no coral do Seminário, por ele regido. A história de Santa Catarina, que apresento aqui aos leitores, é toda de sua autoria. Telefonei a ele e lhe pedi autorização para publicar parte do seu livro, o que ele logo permitiu. 
Catedral de Florianópolis
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I - A HISTORICIDADE DA SANTA.
(Páginas 10 e 11 do livro Santa Catarina de Alexandria, do Padre Ney).
Vivemos numa época de crítica histórica acentuada, a qual, aplicada às narrativas bíblicas e hagiográficas, não tem receio de ser radical. Impera o minimalismo, que reduz a um mínimo os dados confiáveis, atribuindo esta posição à falta de documentos. Assim também aconteceu com nossa Santa Catarina, a qual, apesar de um culto tão difundido na Europa desde o século VIII, e mais ainda a partir do século XI, teve seu nome retirado do calendário universal da Igreja, na reforma litúrgica que se seguiu ao Concílio Vaticano II. Essa retirada do calendário universal foi mal interpretada como uma "cassação". Mas não houve cassação alguma da Santa, que pode continuar a ser legitimamente venerada nas regiões, dioceses, paróquias ou igrejas a ela dedicadas, e isso na data tradicional, 25 de novembro. Que houve, então?
Houve o reconhecimento de que não temos, de fato, dados históricos confiáveis que sejam contemporâneos à personagem cujo martírio, por escritos bastante posteriores, é situado no início do século IV na cidade de Alexandria, no Egito, durante a perseguição de Maximino. Diante da ausência de documentação, surge a pergunta direta: afinal, a santa existiu ou não? Quando a invocamos, invocamos alguém, uma pessoa, ou apenas um símbolo?
A título de exemplo, citamos o caso de alguns personagens bíblicos que até deram o nome a certos livros da Bíblia e cuja existência histórica não é comprovada. Assim, o personagem Jó, cujas palavras são a criação literária de um escritor, este sim histórico, do século V antes de Cristo, e cujo nome desconhecemos: Jó é um personagem-símbolo de qualquer justo sofredor, que se interroga e questiona o próprio Deus, sofredor verossímil e real, embora não histórico no sentido de que tenhamos documentação para situá-lo numa época e lugar determinados. Assim também Tobias e Judite, personagens simbólicos que protagonizam dois livros deuterocanônicos, isto é, livros que não pertencem à Bíblia hebraica mas fazem parte da Septuaginta,  Antigo Testamento grego, e encontramos na nossa Bíblia. Especialmente Judite, cujo nome significa "a Judia", é uma história com dados até inverossímeis, mas cuja realidade está na lição que traz: Deus age e liberta seu povo através de pessoas que, como Judite, Nele confiam e se põem a agir.  No caso de Santa Catarina, tratar-se-ia também apenas da heroina fictícia de uma bela história?
Colocando  a questão nestes termos, distingamos as coisas: de um lado, os detalhes de seu martírio, da roda dentada que se quebra, do confronto e da conversão dos sábios, do transporte do seu corpo pelos anjos até o monte Sinai, etc, que são realmente os enfeites da criatividade, da devoção e do entusiasmo e, por outro lado, a existência  histórica de uma mulher cristã martirizada na Alexandria, na perseguição de Maximino, e cujas relíquias se encontram no mosteiro do Monte Sinai. Estou convencido de que, entre tantos e tantos cristãos comprovadamente martirizados em Alexandria durante várias perseguições ao longo do século III e no início do século IV, podemos tranquilamente identificar, entre elas e eles, a nossa Santa, a nossa padroeira. (Continua amanhã).
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Dois novos seguidores do bloguinho;
- Pelicana Esther, minha colega Ana Esther, da Associação de Cronistas, Poetas e Contistas Catarinenses, instituição da qual faço parte com muita honra. Moça de belas qualidades.
- O nobre jornalista Paulo Tarcísio Cavalcanti, da bela Natal, no RN. Meu caro Paulo: estudei no Rio com o tenente coronel Cavalcanti, da PM de Pernambuco, e ele me disse que os Cavalcanti no nordeste são como as areias do mar. Muitos e corajosos.
É um prazer e uma responsabilidade tê-los como seguidores.
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Para Johanne Sollis:
Sei que você me acompanha sempre e isso me orgulha. Por sinal, meu primo, que fez aquele poema que você achou maravilhoso, tem 58 anos e é solteiro. Leve isso como brincadeira, cara amiga.
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sábado, 17 de setembro de 2011

Ketelbey e Händel.

No jardim do mosteiro
(br.photaki.com)
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ALBERT KETELBEY (Birminghan 1875 - Cowes 1959) foi contemporâneo de Eric Coates, outro mestre inglês das composições musicais descritivas leves. Ketelbey tinha sede do exótico, muitas vezes evocando o misterioso Oriente, amiude o Tibet e a Índia. "No jardim do mosteiro", descrito como um  "intermezzo típico", data de 1915 e alcançou sucesso instantâneo. Ketelbey apresentou-se muitas vezes como solista de piano e também regeu em âmbito internacional. Outra de suas composições mais famosas é "Num mercado persa", publicada pela primeira vez em 1920.
Obs: Considero "No jardim do mosteiro" uma das mais belas composições feitas pelo gênio musical do homem. Se não a conhecem, sugiro que a procurem no YouTube. Isso não me impede de reafirmar que a mais bela ainda é e sempre será Sonho de Amor, de Franz Lizt, em solo de piano e violoncelo, a única melodia que me faz chorar, mesmo com transplante de córnea. 
Albert Ketelbey (Wikipedia)
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Georg Friedrich Händel
(bach-cantatas.com)
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(Halle 1685 - Londres 1759). Na época de Händel, pátria era o lugar onde estava o emprego. Primeiro ele deixou sua Alemanha natal, para assumir um cargo junto a um príncipe dos Médici, na Itália, e depois o deixou para se unir a um nobre alemão que também queria ter um músico na corte. Por fim aceitou um emprego na Inglaterra e fixou residência em Londres. Suas óperas tiveram muito sucesso na Inglaterra, tanto em termos musicais quanto sociais e, até que a cegueira o atingisse em seus últimos anos, Händel levou uma vida feliz. Suas óperas eram magníficas e, de acordo com o estilo da época, sérias. Apenas uma foi cômica e versou sobre um rei persa Xerxes, que achava mais fácil guerrear que fazer amor. Dessa ópera, produzida em 1738, vem o famoso Largo de Xerxes, originalmente uma canção de amor.
Obs: Sugestão para ouvir e gostar: Largo de Xerxes, de autoria de Händel.
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EMOÇÕES 

expresse suas emoções
dê vazão aos sentimentos
seja de raiva, de dor ou de amor
elimine toda angústia e ansiedade
tenha empatia e piedade
coloque-se no lugar do outro
controle seus impulsos
e tenha consciência de si
perdoe, ame-se e deixe-se amar
permita que a felicidade venha ao seu encontro
não tenha medo de ser feliz
espante a tristeza
cultive a alegria
não se deprima
não guarde mágoas e ressentimentos
viva o presente
tenha entusiasmo pela vida
e se motive todo dia
tenha uma razão de existir
tenha esperança
seja otimista e proteja-se da apatia
não minta prá você 
não crie expectativas
não se iluda
não se apegue em demasia
cuide do seu corpo, mas preserve seu espírito
 se interiorize e descubra
 esse ser maravilhoso
 que é você   
 Alcides
Remetido pelo meu primo Alcides Rodrigues Calazans.
Parapsicólogo.
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sábado, 10 de setembro de 2011

Roberto Carlos em Israel.

(veja.abril.com.br)
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Roberto Carlos e o presidente de Israel, Shimon Peres.
Haifa - Israel.
Não escondo de ninguém a minha admiração pelo povo judeu. Acho meio impróprio chamá-lo assim, pois na verdade a Judeia é uma província (Estado) do sul de Israel. Ao norte a Galiléia e no meio a Samaria. São os três estados israelenses. Israelense é quem nasce em Israel. Israelita é quem professa a crença no judaísmo. Estive lá uma semana e adorei. Salve a bravura indômita do povo israelense. E por quê?
- porque conta com a má vontade da imprensa internacional.
- porque conta com a má vontade da ONU, um organismo hoje de esquerda e politicamente incorreto.
- porque conta com a má vontade da esquerda internacional, que advoga somente a causa árabe.
- porque conta com o perigo que representam para seus filhos as organizações terroristas muçulmanas, como Hamas e Hesbollah, cuja finalidade principal e declarada é a destruição do Estado judeu.

Jardins de Haifa - Israel.

(robsonpiresxerife.com)
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Roberto Carlos sendo recebido por Shimon Peres, presidente de Israel. Meu ídolo eterno da Jovem Guarda me emocionou, quando foi até o muro das Lamentações, em Jerusalém, e lá orou para que a paz improvável chegue àquela região, com pouca geografia e muita história. Na quarta, dia 7, ele fez um show espetacular em Jerusalém, encantando cinco mil pessoas. A Rede Globo vai transmitir este show no sábado à noite, dia 10.

Ben Gurion (1886 Polônia - 1973 Israel). Em 14-05-48 ele presidiu a cerimônia oficial de estabelecimento do Estado judeu. A saga do povo hebreu, que começara com Abraão em 1800 AC, tinha ali o seu auge com o retorno do povo à terra de seus ancestrais bíblicos. Gurion foi duas vezes primeiro ministro e ministro da Defesa.
Theodore Herzl, fundador do Sionismo (Sião, o monte sagrado ou mesmo a cidade de Jerusalém). O I Congresso Sionista, presidido por ele, aconteceu em 1897, e tinha como objetivo a instalação de um país israelense na terra de Abraão. Lula, em visita a Israel, se recusou a depositar flores em seu túmulo e correu a fazê-lo no túmulo de Yasser Arafat, líder da OLP (Organização para a Libertação da Palestina), que no começo da sua carreira foi terrorista. Mas para quem admira Kadhafi, Ahmadinejah, Mubarak e outros ditadores de menor porte, a atitude foi normal. O governante brasileiro foi extremamente descortês com o povo judeu, que já está acostumado a estas humilhações.
Igreja de Santa Maria em Jerusalém.

O famoso caso Dreyfus. O capitão francês Alfred Dreyfus, de origem judia, sofrendo humilhação pública (sua espada foi quebrada, o que era para um militar a suprema desonra), após sua prisão em Paris em 1894, sob a acusação falsa de vender segredos militares aos alemães. Descobriu-se que, na verdade, ele foi acusado por ser de origem judia, e nada mais. Era inocente. Este foi um episódio emblemático, recorrente desde séculos, que originou reação de descendentes de judeus em todo mundo e uma das motivações para se buscar um país para os discriminados.
 
Na terrível era Hitler os judeus, na Alemanha e nos países dominados, quando não chacinados, eram tratados de forma humilhante. Tinham que ostentar uma estrela na veste com a palavra JUDE.
Jaffa -  Israel - por do sol no mar Mediterrâneo.
O líder militar mais respeitado da história de Israel, Moshe Dyan (de tapa-olho)faz uma pausa na guerra e almoça com a tropa. Quando Israel conseguiu o seu Estado, os países árabes em volta não se conformaram e partiram para a guerra. Israel a venceu e anexou partes inimigas, como Gaza, as Colinas de Golan e o Sinai.

Judeus (de qualquer idade) encaminhados para a morte sob o regime de Adolf Hitler. Na segunda grande guerra foram assassinados seis milhões de judeus. Isso também contribuiu para que eles conseguissem sua pátria, livres das humilhações centenárias que sofriam. Se você leitor, ler obras de grandes romancistas do século 19 para trás, poderá constatar que o judeu é sempre colocado como personagem nocivo e vilão. Isso sempre foi muito comum em toda a Europa.

Jardins em Haifa.
O ódio aos judeus não era exclusividade de Hitler e sua caterva. São tristemente célebres os POGROMS, chacinas de judeus que aconteceram em toda a Europa ao longo da História. Acima uma tela de Alton S. Tobey, chamada O grande pogrom. Nesses massacres, frequentes na Europa oriental e na Rússia, os judeus se tornavam os bodes expiatórios para os males da sociedade, em que o anti-semitismo estava profundamente enraizado.
Jovens estudantes judeus em Vilna, capital da Lituânia, no início do século 20, chegam à escola. Menahen Begin, um grande líder judeu, quando criança, já fazia discursos aos doze anos, exortando seus amiguinhos a não aceitarem as constantes humilhações que sofriam, tendo que ir para a escola em grupo para evitar agressões.

O holocausto judeu, que o ditador iraniano Ahmadinejah, amigo fraterno do Lulla, disse não ter acontecido. Na foto os corpos de prisioneiros do campo de concentração de Bergen-Belsen, que mostra a horrível evidência do programa nazista de genocídio. A fome deliberada era um dos métodos escolhidos pela SS (polícia especial e secreta) para matar judeus.
Vista de Jerusalém.
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Este artigo é uma homenagem ao bravo povo israelense.
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As fotos das cidades são do site acima. A pesquisa e fotos históricas são da Coleção Grandes Líderes da Nova Cultural (Ben Gurion, Menachen Begin e Adolf Hitler). Possuo esta coleção completa, com a biografia dos grande líderes mundiais, que viveram para o bem e para o mal. A cada quinzena adquiria um livrinho nas bancas. Bons tempos!
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Sabem os senhores que, como todo bom petista, não morro de amores pela rede Globo. Mas isso não me impede de exortá-los a assistir ao show que Roberto Carlos deu em Jerusalém, a sete de setembro. É hoje à noite, 10, após a novela das oito, como sempre. Imperdível.
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INFORMAÇÃO DE UTILIDADE PÚBLICA.

SEST-SENAT

Sest Senat de Florianópolis arrecada donativos para atingidos pelas enchentes em Santa Catarina. O Sest Senat de Florianópolis (SC) será um posto de coleta de donativos para as pessoas atingidas pelas enchentes no Vale do Itajaí. As pessoas podem doar alimentos não perecíveis, roupas, cobertores e calçados, entre outros. “Pedimos que doem principalmente água”, reforça a diretora da unidade, Patrícia Ferreira. O material arrecadado será encaminhado ao Sest Senat de Blumenau e ao Sindicato das Empresas de Transporte de Carga do Estado de Santa Catarina (Setcesc), também em Blumenau, para ser distribuído nos locais necessários. De acordo com a Defesa Civil catarinense, o maior número de desabrigados está em Blumenau. São pelo menos 15 mil pessoas. Até o início da manhã desta sexta-feira (9), duas pessoas haviam morrido e mais de 27 mil tiveram de deixar suas casas por conta dos temporais no estado. Ao todo, 65 cidades registraram estragos e 660 mil moradores foram afetados. Até o momento, 14 municípios decretaram situação de emergência e quatro - Brusque, Taió, Lontras e Rio do Sul - estado de calamidade pública.  
O Sest Senat fica na Rua Max Schramm, 3635, bairro Jardim Atlântico, Florianópolis. O telefone é (48) 3281-6200.

ROBERTO RODRIGUES DE MENEZES JUNIOR
Coordenador de Desenvolvimento Profissional - SENAT
Florianópolis / SC – Unidade B – Nº 26
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Levemos, leitores, se pudermos, a nossa solidariedade aos nossos irmãos atingidos pelas enchentes no nosso Estado.
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sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Helioprint e Work Labs.


Maycon e Marcelo e o seu produto, uma ferramenta de gestão de relacionamento em empresas.
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CASES DE SUCESSO
(Publicação da revista NOTICENTER - Blumenau, de informações e negócios em Santa Catarina e no Brasil). 
A empresa Helioprint melhora a gestão de relacionamento com clientes com solução desenvolvida pela blumenauense Work Labs. Nova versão será lançada este mês.
A Work Labs lança neste mês de setembro a versão 3.0 do Work CRM. Resultado de mais de mil horas de desenvolvimento, a solução apresenta cerca de 40 novidades – entre novas implementações e melhorias sugeridas por clientes. Todos os clientes da empresa terão acesso à nova versão gratuitamente, sem a cobrança de taxas adicionais.
De acordo com Maycon Edinger, um dos sócios da Work Labs, as principais novidades ficam por conta de dois novos módulos: o Gestão de Contratos e o Gestão de Metas, totalmente automático e customizável.

LINHA DIRETA
Visite o site da Work Labs
LINHA DIRETA
Visite o site da Helioprint
(47) 3144-4444

O crescimento médio de 20% nos últimos cinco anos permitiu à Helioprint, especializada em sistemas de impressão e gerenciamento de documentos digitais e físicos, ser uma das líderes no mercado de impressões corporativas em Santa Catarina. Com três unidades – Blumenau, São José e Joinville –, a empresa possui cerca de cem funcionários e atende 650 clientes em todo o país – alguns gigantescos, como a Weg Motores. Para gerenciar toda esta rede de contatos, conta, há quase um ano, com a ajuda do Work CRM, ferramenta de gestão de relacionamento de clientes desenvolvida pela Work Labs, de Blumenau.
A solução funciona como uma central, onde é possível reunir diferentes tipos de informações sobre clientes e prospects. Além dos cadastros das contas, o sistema possui uma série de ferramentas direcionadas ao gerenciamento dos negócios, como análise de funil/pipeline, forecasting, gerenciamento de SAC/Pós-vendas, agenda de compromissos e lista de recados. Também disponibiliza painel de bordo com mais de 50 indicadores de performance, campanhas de vendas, gestão de despesas e pesquisas de satisfação, entre outros benefícios. “É um produto concebido para ser um importante aliado na gestão de pequenas e médias empresas”, destaca Maycon Edinger, um dos sócios da Work Labs.

MAIS PRODUTIVIDADE

A Helioprint utiliza um sistema de ERP de uma das maiores fabricantes de softwares do Brasil. Apesar da solução ser reconhecidamente robusta, a empresa sentia a necessidade de ter um maior controle do desempenho de seus representantes comerciais. “Depois de analisarmos algumas opções do mercado, decidimos adotar a solução da Work Labs”, conta o diretor comercial Adilson Sousa, em entrevista ao Noticenter.
A empresa se tornou o primeiro cliente da solução, recém-lançado na época. E contribuiu para a sua consolidação, sugerindo melhorias e alterações. “Este é um ponto muito importante para nós: o feedback de nossos clientes. Procuramos sempre acrescentar novas funcionalidades e ferramentas ao Work CRM que agreguem valor ao negócio das empresas, independentemente do seu ramo de atuação”, destaca Marcelo Souza, o outro sócio da Work Labs.
Pedro Machado/Noticenter.
Maycon e Marcelo, da Work Labs e Adilson, da Helioprint. Com solução da Work Labs, a Helioprint melhorou a produtividade de sua equipe
A aplicação do novo sistema não foi um problema, já que o Work CRM tem plataforma 100% web e pode ser integrado a diversos tipos de ERP. De acordo com Adilson, a interface amigável e intuitiva da solução facilitou a adaptação da equipe de colaboradores. “Logo que o sistema entrou em operação percebemos que nossos profissionais tiveram uma melhora de desempenho. Com isso, conseguimos atender com mais qualidade e eficiência nossos clientes”, afirma o diretor.
Outro ponto que tem deixado a Helioprint satisfeita é o suporte técnico oferecido pela Work Labs. “Antes precisávamos reportar problemas para uma equipe de fora do Estado. A Work Labs está mais próxima de nós e, por causa disso, pode nos dar respostas mais ágeis, impedindo perda de tempo e produtividade”, diz Adilson.

SOBRE A HELIOPRINT
A Helioprint iniciou suas atividades há cerca de 30 anos com venda e locação de copiadoras, impressoras e multifuncionais para uso profissional. Depois de algum tempo, apostou na inovação tecnológica e na diversificação dos serviços. A partir de uma variada gama de softwares de gerenciamento de impressão e de captura de documentos, a empresa atua também como prestadora de serviços terceirizados, na modalidade de outsourcing de impressão e gestão de documentos.
(Matéria publicada em 07/09/2011).
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Marcelo Souza e Maykon Edinger fundaram a Work Labs, nascente empresa ligada ao setor de Informática e gestão de empresas em Blumenau. Que tenham sucesso!
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Para acessar:
http://www.worklabs.com.br/
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Comunico com pesar aos meus leitores o falecimento ontem de um colega de turma, Coronel Zinaldo José Ghisi, na foto de bermuda, verão de 2010. Está na foto com o capitão Benedet e o coronel Zízimo. Meus pêsames à Zelândia, esposa, aos filhos, a toda a família e amigos. O coronel Ghisi destacou-se na área de planejamento e administração da PM e foi Chefe do Estado Maior. Uma grave doença fez com que nos deixasse. Será sepultado hoje no Jardim da Paz, na ilha capital. Que Deus lhe dê a paz  e o descanso eternos.
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sábado, 3 de setembro de 2011

Cidades francesas.

ARIEGE
AQUITAINE
ARCACHON
ARGELE
ARLES
ASPREMONT
BALARUC
BEAULIEU
BIARRITZ
BLAUZAC
LA PROVENCE
(http://www.yvettedefrance.com/)
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sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Grandes Compositores.

Johannes Brahms
Compositor e pianista alemão nascido em Hamburgo (1833-1897). Considerado um os maiores compositores modernos de sua pátria. Começou sua carreira aos 20 anos como pianista acompanhador do violinista Remènyi. Um encontro com Schumann fez com que Brahms decidisse começar a compor. Estabeleceu-se em Viena em 1875, onde escreveu músicas de todos os gêneros, exceto a ópera. Entre suas obras destacam-se a Primeira e a Quarta Sinfonias e sua maior peça coral, o Requiem Alemão. Muito elogiado por Lizt e por Schumann, só foi realmente apreciado após sua morte.
Sugestão para ouvir:
- Lullaby - canção de ninar famosa.
- Dança Húngara nº 5, que Chaplin utilizou em um dos seus filmes.
- Où va la jeunesse.
- Waltz in a flat. 

Claude Debussy
Compositor francês nascido em Saint Germain-en-Laye, em 1862 e falecido em Paris em 1918. Foi o fundador da chamada escola impressionista, relacionada com o movimento literário análogo dirigido por Baudelaire, Verlaine, Mallarmé e outros, que constituiu uma reação contra as fortes emoções apresentadas pelos poetas românticos. Antes sugerindo que expressando, Debussy procura o efeito por meio de uma voluptuosidade fina e delicada. Sua obra é uma reação contra os clássicos e os românticos da música. Sua obra: Arabesque, La mer, noturnos, Em branco e negro, Suíte Bergamascque. Óperas: Pelléas, Mélisande e O martírio de São Sebastião.
Sugestão para ouvir:
- Clair de lune (terceira peça da suíte Bergamascque).
- Reverie.

Clement Leo Delibes
Compositor francês (1836-1891). Ocupou o cargo de contra-mestre da Grande Ópera de Paris e o de professor do conservatório de música da mesma cidade, conquistando os mais altos prêmios musicais da França. Muito contribuiu para o aperfeiçoamento e embelezamento dos balés.
Compôs os balés: La source, Copélia, Sylvia (a ninfa de Diana), além de diversas composições orfeônicas. Óperas: Jean de Nivelle (1880) e Kassya (1893). Opereta: La muchacha escocesa.
Sugestão para ouvir: Copella (ou Copélia).

Georges Bizet
Compositor francês (1838-1875). Sua primeira ópera La pretresse, foi encenada pela primeira vez em 1854. Seguiram-se Le docteur miracle e Os pescadores de pérolas. Mas seu maior sucesso foi a ópera Carmen, estreada em 1875, e cujo libreto está calcado num conto de Prosper Merimée. Compôs ainda três sinfonias, as suítes L'arlesiennes, Roma e a ouverture Patrie.
Sugestões para ouvir:
- Dança cigana e Prelúdio de Carmen.
- Farândola de L'Arlesienne.
- Dueto, de Os pescadores de pérolas.

Robert Schumann
Compositor alemão (1810-1856). Enquanto estudava Direito, formava-se também em Música, à qual, desde 1830, passou a dedicar-se com exclusividade. Uma lesão num dedo privou-o da carreira de pianista. Casou-se com sua antiga discípula  Clara Wieck, uma das melhores pianistas do seu tempo, que muito influiu sobre seus trabalhos e contribuiu para a difusão das obras do marido. Em 1854, atacado pela doença mental que o levaria à morte, jogou-se no rio Reno, mas foi salvo e internado num asilo, onde dois anos depois terminou seus dias. É ele o principal representante do romantismo musical alemão. Como crítico, foi o primeiro a reconhecer os gênios musicais de Chopin, Berlioz, Brahms e outros.  Dedicou-se preferencialmente ao piano. A edição total de suas obras, publicadas sob a supervisão de Clara  Wieck, compreende 34 volumes. Obras principais: Papillons, Karneval, Kreisleriana, Novelleten.
Sugestão para ouvir:
Träumerei (devaneio) - cenas de infância - uma das 15 peças para solo de piano.
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Pesquisa: Grande Dicionário Enciclopédico Português de 1945.
Gravuras: Wikipedia.
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