Roberto Rodrigues de Menezes.

Roberto Rodrigues de Menezes



sábado, 31 de dezembro de 2011

A voz do ano que passou.


31 de Dezembro de 2011
Como o soldado que embrenhado na solidão da mata, no silêncio sepulcral da noite, vai cauteloso, render no quarto de vigilia, o sentinela perdido nos pontos mais avançados, assim o novo ano escalado para render ao velho ano, já esta no seu posto de guarda.
Alguém o teria percebido? Talvez...
Florianopolis, como todas as cidades do mundo, está excitada e em festa. Á hora em que o novo ano chegou, á misteriosa hora vinte e quatro, a cidade inteira estava acordada. Não mais, como no passado, isolado boêmio ou noctívago romântico enamorado pelo luar, ou um retardatário, despertando a aguçada curiosidade dos olhares investigadores dos policiais das patrulhas.
Por isso, os anos velho e novo estavam sendo mais do que percebidos.
Nas adjacências do quartel, na praça que lhe fica fronteiriça, os barulhos da virada de ano se faziam presentes. O sentinela das armas, postado no portão principal, ereto no seu posto, tinha, mesmo naquele ambiente de alegria exagerada, algo de majestoso: dir-se-ia que era ele quem regia, impunha toda aquela orquestração aos seres, aquela efervecência na natureza.
De repente, ouviu-se um estalido forte, produzido por uma brusca pancada na bandoleira de um fuzil. O sentinela estava agora, mais ereto e firme ainda, de arma apresentada, em continência a alguém que passava.
Mas, quem poderia estar passando por ali, aquela hora da noite enlouquecida?
E o soldado lá estava firme no seu posto de guarda, arma apresentada, gesticulando, falando com alguém, cujo vulto não era percebido.
Sonambulismo? Talvez sim; talvez não...
- Sentinela, quem passou por aqui, merecedor da continência que acabas de prestar?
- Foi o ano que passou...
- O ano?...
- Sim, ele passou, e eu o percebi, realmente, na imaginação daqueles que fazem votos para que o ano que está por vir seja melhor e que estejam todos felizes comemorando. O ano apresentou-se-me na imagem de um ancião, de aspecto tão venerável que a minha alma se comoveu, possuida do mais alto e sincero sentimento de respeito. Se eu fora paisano, teria beijado sofregamente as mãos trêmulas do ancião, como o fazia quando criança, mas, soldado que sou, sentinela no posto de guarda, não lhe pude exprimir de outra maneira todo o meu respeito, senão apresentando-lhe armas. Isso apesar dele me dizer que no seu transcorrer ocorreram mais desgraças e tristezas que alegrias.
- Sentinela, que te disse mais o ancião?
- O velho ano descortinou, aos meus olhos, todo o passado de nossa humanidade, e o quanto precisamos melhorar, principalmente os que nos governam.
A cidade explode em luzes e foguetes. O ano novo, qual sentinela avançado, está a postos para seu árduo trabalho que começa.
Sentinela! Sentido! O eco está repetindo a voz do ano que passou.
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(Artigo  adaptado de um texto do segundo tenente ILDEFONSO JUVENAL DA SILVA, elaborado em 1935.  Ele (1894-1965) é meu patrono na cadeira 15 da Acadenia de Letras do Brasil/SC/Florianópolis.
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PARA OS MEUS QUERIDOS LEITORES UM ANO DE 2012 REPLETO DE FELICIDADE.
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P. S. Noticio, com muita tristeza, o falecimento a 28 de dezembro deste ano que finda, da senhora Maria Luzinete Manfiolete, dona Nete, que visitei em outubro de 2010, quando resolvi reviver a história triste de um colega, Tenente Ivan Leal da Silveira (artigo de 25-10-2010). No ano de 1972, dona Nete perdeu Ivan, seu genro, o marido e o filho caçula, num acidente de carro. Sua filha Rosely, esposa do tenente, que estava no carro, conseguiu sobreviver por quase sete anos. E foi se juntar ao marido. Que Deus receba dona Nete, que muito sofreu, e lhe dê muitas alegrias. Vai se juntar aos seus entes queridos que tão cedo lhe faltaram.
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A vida será sempre este paradoxo, meus amigos. Muita tristeza, desgraça, alegria e felicidade juntas. Mais para uns; menos para outros!...
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Estive assistindo à Retrospectiva de Rede Globo de Televisão. O brilho do Brasil e a desgraça dos outros países. Parece ter sido gestada no Palácio do Planalto, tamanha a chapa-branca.
Algumas observações:
- Sete ministros demitidos por corrupção e Dilma com aceitação ímpar. Coisa estranha. Ou os institutos de opinião, para variar, dão razão a quem paga, ou o povo não dá muita bola para corruptos, por motivos óbvios.
- O PT vai governar este país como o PRI mexicano, ou como Castro, por mais de meio século. Política assistencialista que mantém votos de geração em geração, além da cooptação generalizada de políticos fracos.
- Outro fato estranho neste país é a morte anunciada da ridícula oposição, com raríssimas exceções. O Partido no poder se reconciliou com todos os seus inimigos de outrora, para aprovar as medidas provisórias. Hoje o Executivo legisla perante um Congresso servil. O DEM se divide e funda o PSD com o objetivo de aderir ao poder. Todos querem aderir. Todos querem participar da cornucópia, da vaca pública das tetas grandes.
- Na área internacional, chama a atenção que ditaduras civis de crápulas como Kadhafi, Bashar e Mubarak, entre outros, serão substituídas por ditaduras nem um pouco melhores: as ditaduras religiosas fundamentalistas, como a do Irã.
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FELIZ 2012!
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quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Países de Língua Portuguesa.

Lisboa. Torre de Belém, à beira do rio Tejo. Daqui saíam os navegadores portugueses para conquistar novas terras.
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Países e regiões de língua portuguesa:
PORTUGAL - a terra-mãe, teve sua independência no ano de 1143, quando dom Afonso Henriques levou os limites de seu condado até as margens do Tejo, toma Lisboa e rompe os laços que o prendem aos reis da Espanha. Pode-se afirmar que nosso idioma descende do galego-espanhol. O arquipélago dos Açores, no oceano Atlântico, pertence aos lusitanos.
BRASIL - Colônia portuguesa, teve na formação da sua nacionalidade a uniformização de sua língua, bela, musical e derivada do latim.
GUINÉ-BISSAU - Colônia de Portugal, hoje um país da costa ocidental (Noroeste) da África. Sua capital é Bissau e tem cerca de 1.500.000 habitantes.
ANGOLA - Colônia de Portugal, hoje um país da costa ocidental (sudoeste) da África. Sua capital é Luanda e tem cerca de 1.600.000 habitantes
MOÇAMBIQUE - Colônia de Portugal, hoje um país da costa oriental (sudeste) da África. Sua capital é Maputo e possui cerca de 20 milhões de habitantes.
CABO VERDE - Ex-colônia de Portugal, hoje um país. É nada mais que um arquipélado de dez ilhas no oceano Atlântico, a oeste da África. Sua capital é a ilha de Praia. Tem cerca de 500.000 habitantes.
SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - País insular, ex-colônia portuguesa, com duas ilhas maiores que lhe dão o nome e várias ilhotas. Fica na parte ocidental da África e é banhado pelo oceano Atlântico. Sua capital é a ilha de São Tomé.
TIMOR LESTE - Situado na parte oriental da ilha de Timor, na Ásia e dentro do arquipélago da Indonésia. Independente deste país desde 1999. Possui cerca de 1.200.000 habitantes. Capital: Dili.

Podemos ainda citar duas regiões que foram de domínio português por cerca de quatrocentos anos e onde a tendência da língua portuguesa é se extinguir.
MACAU - Uma península considerada região administrativa especial da China desde 1999. Teve situação parecida com Hong-Kong, de domínio britânico até o mesmo ano. Colonizada pelos aventureiros portugueses ultramarinos, é banhada pelo oceano Índico e possui cerca de 600.000 habitantes.
GOA - Os portugueses apossaram-se da região de Goa, nas Índias, em 1510. Foi exílio para os que não contavam com a boa vontade dos reis portugueses, como Camões. Sua língua oficial hoje é um dialeto chamado concani. Foi anexada à Índia em 1961. Como Macau, é questão de tempo a língua portuguesa deixar de ser falada na região.
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quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Stalin e Pablo Neruda.

Pablo Neruda
(sul21.com.br)
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O POETA DO TOTALITARISMO.
Todos sabemos que o chileno Pablo Neruda, nobel, era comunista e isto, em princípio, não se revela crime nenhum, embora seja uma ideologia potencialmente perigosa. Mas, por que falei em Neruda? Por dois motivos: primeiro, porque recebi um e-mail de encantamento, com uma poesia de Neruda que nos faz chorar de emoção. Quem recebeu pensa: como esse homem foi mataravilho. Segundo, porque, numa confraternização de natal, ganhei um livro muito bom do meu amigo Eduardo Jacomino: Guia politicamente incorreto da América Latina (Leandro Marloch e Duda Teixeira - Grupo Leya), onde desfilam seus fantoches e fantasmas insolitamente  famosos como Pancho Villa, Bolívar, Guevara, Chavez, Lulla, Peron, Allende, Castro, Montezuma, Cortês, os generais das ditaduras militares, estes abobados todos que tornaram o continente aquela coisa inerte de veias abertas e com  imenso complexo de inferioridade, como criticava o comuna uruguaio Galeano.  
E lá está um poema de Neruda, escondido com cuidado pela turma, quando, em 1953, ele chora a morte do tirano Stalin, texto publicado na revista francesa L'Espresso.
ODE A STALIN
Stalin avança,
e assim, com blusa branca,
com gorro cinzento de operário,
com seu passo tranquilo,
entrou na História acompanhado
de Lênin e do vento.
Stalin, desde então,
foi construindo.
Tudo fazia falta.
Lênin recebeu dos czares
teias de aranhas e farrapos.
Lênin deixou uma herança
de pátria livre e vasta.
Stalin a povoou com escolas e farinha,
imprensas e maçãs...
Sua simplicidade e sua sabedoria,
sua estrutura,
de bondoso coração e de aço inflexível.
nos ajuda a ser homens cada dia,
diariamente nos ajuda a ser homens.
PABLO NERUDA
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Pequenas observações:
- Sabedoria em Stalin? Era um homem inculto e rude. Grosso mesmo. Foi responsável por 40 milhões de mortos enquanto governou de forma tirânica a União Soviética até morrer. Seus crimes foram denunciados por seu sucessor Kruschev, não por um político norte-americano ou pela CIA. Sua filha Svetlana teve que fugir da pátria, e morreu dizendo que o pai era um monstro.
- Com toda certeza, Neruda não tinha nenhuma ideia de quem foi Wladimir Ilitsch Ulianov, de apelido Lênin, que não queria que Stalin, ou Josef Vissarionovitch Dzugashvili, o sucedesse, pois sabia que Stalin seria ainda mais cruel e assassino do que ele.
- Povoou a URSS com farinha? Leiam o Holodomor, quando 7 milhões de ucranianos morreram de fome em 1932/33 durante o seu governo vitalício.
- Imprensa livre? Precisa dizer ou provar o óbvio? Lembrem-se de Alexander Soljenitzen e seu Arquipélago Gulag. Os campos de concentração, o pior deles na Sibéria, estavam infestados de gente que acreditou na tal imprensa livre.
- Coração bondoso? Os comunas tentaram esse idiotice de bondoso e terno com Guevara, a foto-farsa mais espetacular já engendrada pela história da civilização.
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Jurei ante o retrato do velho camarada STALIN, não descansar até ver aniquilados estes polvos capitalistas. (Ernesto Che Guevara, o "terno".)
É muito fácil comprovar que Stalin, Neruda e Guevara são farinha do mesmo saco.
E por falar em comunismo, morreu no sábado, 17 deste mês, o ditador do ridículo eremitério da Coreia do Norte.  Dizem os seus aspones historiadores que, quando ele nasceu, os arco-íris se cruzaram em cores fulgorosas, o sol brilhou como nunca e a lua teve seu clímax de maior cor argêntea. E o pior é que isso era ensinado nas escolas. O filho caçula, terceiro da dinastia, o Kim gordinho, o substituirá. O mais velho perdeu o direito ao trono porque tentou ir à Disneylândia. Tudo no mais legitimo estilo besteirol. Kim, apesar de matar milhares de coreanos de fome, tinha em suas adegas mais de cem mil vinhos franceses. No seu país não há mais deficientes nem anões. Foram exterminados ou esterilizados.Já deve estar reunido no éter com a confraria: Marx, Lênin, Stalin, Mao, Pol Pot, Ho Chi Mihn, Guevara e todo o politburo vermelho.
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Agradeço as belas palavras de apoio da minha filha Adriana e da minha aluna Denise Koerich. Fale sentido e pessoa sempre que quiser, Denise. Não vá atrás de sociologismos Pena que vocês façam companhia neste artigo a uma turma acima tão letal. Mas são as coisas da vida.
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sábado, 17 de dezembro de 2011

Curiosidades sobre aviação.

Segundo a lenda, o primeiro voo humano foi efetuado por Ícaro e o pai Dédalo, com penas de pássaros formando asas, presas nas costas com cera, a qual se dissolveu no calor do sol. Ícaro se precipitou no mar e morreu, sob o olhar desesperado do pai.
Khensu, deus alado do Egito, em que se encarnavam as aspirações ao voo, do antigo povo que vivia no vale do rio Nilo.
Leonardo da Vinci dedicou muito tempo ao estudo do voo. Eis alguns de seus "esboços" para asas e para voo humano.
Vite aerea (máquina volante), organizada por Leonardo da Vinci. O modelo foi executado em via experimental e pode ser considerado o precursor do helicóptero.
João Batista Danti, de Perússia, tentou voar com asas  acionadas por um engenho especial. Realizou seu primeiro voo sobre o lago Trasimeno, e um segundo atirando-se do alto de uma torre (século XVI). Essas informações não são de todo fidedignas pois, como diria o manezinho de Floripa , ele pode ter "se arrombado-se todo".
Francisco Lana, conde de Terzi, físico e jesuita (1631-1687), é considerado um dos precursores da Aerostática. Ele construiu um barco  voador, cuja ascensão estava baseada na diferença de peso específico.
Este é o padre Bartolomeu Lourenço de Gusmão, natural de Santos. Professor de Matemática, Ciência, Física, doutor em Cânones, foi denominado "o padre voador", devido a suas experiências com o aparelho de sua invenção, a Passarola.
Aqui vemos a Passarola, a genial invenção do padre voador, que realizou sua ascensão oficial em Lisboa, a 5 de agosto de 1709, perante o rei de Portugal e sua corte. Era um instrumento de caminhar pelo ar muito mais rapidamente do que na terra e pelo mar, fazendo algumas vezes mais de duzentas léguas de caminho por dia.
Os irmãos Montgolfier, franceses, explorando a força ascensional do ar quente, conseguiram levantar do solo enormes balões aerostáticos. Eis a famosa ascensão de 21 de outubro de 1783. Uma imensa multidão olhava, atônita e incrédula, o enorme globo elevar-se pelos ares.
Aeronave do Professor Pedro Cordenons (1785), Cordenons tinha a certeza de poder imprimir ao seu aparelho a velocidade de cerca de 50 quilômetros horários.
O alemão Otto Lilienthal (1848-1896) dedicou-se a pesquisas sobre o voo planado (planadores) e construiu aparelhos nos quais realizou grande número de experiências. No seu último voo, ocorrido em 1896, encontrou a morte.
Em 19 de outubro de 1901, Alberto Santos Dumont resolve o problema da dirigibilidade. Ei-lo, com seu dirigível número 5, contornando a torre Eiffel em Paris, e regressando depois ao ponto de partida.  Com esta façanha conquistou o prêmio Deutsch (100.000 francos).
O Conde Fernando Zeppelin, oficial alemão, construiu o dirigível "rígido" que leva seu nome (os precedentes eram "frouxos").  No Zeppelin, a forma do invólucro era conservada, ao invés da pressão do gás,  por uma armação metálica interna repleta de balõezinhos de gás.
O engenheiro aeronáutico italiano  Umberto Nobile sobrevoou o Pólo Norte (1926) com o "Norge".  Eis o imenso dirigível de tipo semi-rígido, pairando sobre as infinitas regiões polares.
O autogiro é uma combinação de aeroplano e helicóptero. É dotado de asas e de uma hélice, acionada por um motor.  O tipo mais perfeito de autogiro foi aquele do engenheiro espanhol Juan de La Cierva, experimentado pela primeira vez em 1928.
O helicóptero, desprezado por muito tempo, representa hoje uma das mais belas conquistas do progresso. Em tempo de guerra, especialmente,  tem contribuido bastante para o salvamento de feridos e náufragos. Hoje, para nos atualizarmos, já que esta enciclopédia é dos anos sessenta, o helicóptero tem se revelado ágil e fundamental para as polícias e os corpos de bombeiros, além de transportar políticos e empresários, para se livrarem dos engarrafamentos monstruosos e recorrentes da nossa sofrida e moribunda mobilidade urbana.
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Fonte: Enciclopédia Trópico, volume VI
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Observe-se que neste artigo interessa mais a História, fonte maravilhosa de conhecimento, que propriamente a tecnologia atual. Sobre isso poderia ser feito outro artigo, mas por especialistas da área. Porém, creio que valeu, e muito, para o nosso deleite histórico e humanístico. 
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sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Nossa Desterro.

NOSSA DESTERRO
O vento sul bradava forte e seguro
no alto verde do Morro da Cruz...
Saudando a velha Desterro cantava:
Tu, minha Desterro,
vejo nos meus sonhos despertos da mocidade
teu véu brumoso do salitre branco e puro
das noites frias do teu inverno rigoroso...
Enamorada!
A tua lua que faceira e brejeira beija carinhosa
as águas claras e límpidas da tua lagoa encantada...
As carícias!
Do teu mar crespo pelo vento nordeste
acariciando em paixão as espumas brancas
que nas areias rendadas vêm tocar...
Vejo!
Com carinho
os diferentes tons de verde das tuas matas,
o contorno sensual dos teus morros e montanhas
E me perco neles numa noite de paixão...
Ouço!
As rapsódias dos teus pardais e belas pombinhas
em revoadas junto aos centenários vinte réis
bailando sobre as beiradas das tuas águas, nas baías...
Delicio-me a observar
o desfolhar das folhas dos teus outonos
e meu coração vibra ( se vento tem coração)!
Com os cantos dos teus versos, das tuas prosas
e dos teus lindos vesperais
O encanto dos teus incansáveis escritores,
desponta viril e inovadora a nova casa literária hoje
Academia Desterrense de Letras.
Vertendo suores e desvendando os mistérios
da Velha e Maravilhosa DESTERRO
Desfraldas com orgulho e fraternidade
tuas sinfonias literárias
no hino da história da tua gente
com os mistérios da Terra de Sol e Mar...
Eu vejo o tempo passar transformador e operante
renovando em delírios poéticos
no alto do MORRO da CRUZ!
Teu vento sul... O vento sul de outros e mesmos tempos
Teu anjo protetor, tu VELHA DESTERRO...

Vera de Barcellos
Academia São José de Letras e Academia Desterrense  de Letras.
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Para os leitores de fora, Florianópolis, antes de ter esse nome, era denominada freguesia, vila e mesmo cidade (capital da província de Santa Catarina)  de Nossa Senhora do Desterro, popularmente conhecida como Desterro. Não tinha a conotação de degredo, mas a homenagem a Nossa Senhora, em sua fuga com José e Jesus para o Egito.
Em 1891 assume a república Floriano Peixoto. Manda para Santa Catarina o coronel Moreira César, encarregado de sufocar qualquer tentativa de rebelião monarquista. Quase duzentas pessoas, muitas de famílias ilustres do local, são fuziladas numa fortaleza da ilha de Anhatomirim, na baía norte, entre a ilha maior e o continente. No final do século o governador Hercílio Luz, que sucedeu a Moreira César, troca o nome de Desterro para Florianópolis, em homenagem a Floriano. Até hoje esta mudança é contestada por vários setores do município, principalmente os ligados à Cultura e à História. Não é à toa que a Academia de Letras da capital se denomina Academia Desterrense, tendo o grande simbolista Cruz e Sousa como seu patrono maior.
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sábado, 10 de dezembro de 2011

Novamente o Holodomor.

Holocausto dos judeus: 6 milhões de mortos.
Holocausto dos ucranianos: 7 milhões de mortos.
Algum leitor poderia me responder por que o primeiro está todos os dias nas tevês e jornais, lembrado e relembrado, e o outro é olimpicamente ignorado por todos, seja a mídia, seja intelectuais, seja a universidade, seja o pueblo?...
Eis um depoimento estarrecedor do que é a FOME!
HOLODOMR. As homenagens oficiais e um depoimento estarrecedor.
Os quatro presidentes da Ucrânia.
Viktor Yushenko, ex-presidente da Ucrânia, foi a autoridade que procurou mostrar ao mundo o holocausto do seu povo..
A Igreja oficia o ato litúrgico.
Ex-presidentes acompanham o presidente, que é pró russos.
Encosta do Memorial Holodomor.
O DEPOIMENTO
"Sabíamos: se os porcos comem bolotas, a pessoa pode..."
Vysokui Zamok (Castelo Alto) 25.11.2011
Ivan Farian.
Entre aqueles, que na noite de sábado, 26 de novembro, acenderão uma vela e a colocarão na janela, em memória pelos mortos pelo Holodomor (morte pela fome) estará Rosália Pavlychak, 87 anos, da aldeia Zaklad, da região de Mykolaivka da Província de Lviv. Hoje ela é da Halychyna, mas na longínqua infância vivia em Vinnytsia, na pitoresca aldeia de Podil, Pavlivtsi, próximo do centro da região de Kalynivka. Lá ela sofreu todos os medos de homicídios intencionais, organizados pelo regime bolchevique. Passou muito tempo, mas os acontecimentos até agora continuam perante seus olhos...
Antes da coletivização senti-me como no seio de Deus...
No início vivíamos normalmente, seria pecado lamentar-se, - lembra Rosália Petrivna. - Mantínhamos uma vaca, porcos, galinhas, uma parelha de cavalos. Tínhamos na propriedade um grande cachorro, Sharyk. À noite nós o liberávamos, e ele obrigatoriamente, pela manhã trazia algo - ou um coelho, ou um pedaço de veado. Parte de seu troféu cabia a nós. Quando começou a grande fome, Sharyk com seu "ofício" muitas vezes nos socorreu...
Meu avô tinha uma pequena olaria, cinco "desiatynas" [1] de campo. Semeávamos centeio, trigo, aveia, painço e trigo sarraceno. Do campo nós nos alimentávamos, e também o gado e as aves. Além disso, tínhamos um capão de mato onde colhíamos muitos morangos e cogumelos. No quintal havia um grande celeiro - lembro quando traziam ali os feixes e com mangual os batiam. Sempre havia em nossa mesa pão, carne, ovos...
Mesmo que o grão apodreça, vocês não tem direito de levá-lo!"
Em 1928 começou a coletivização na aldeia. Quem possuía duas vacas, dois cavalos - metade devia entregar à fazenda coletiva. Assim aconteceu conosco. Ainda levaram toda terra. Quem possuía mais de 60 ar [2], era considerado "kurkul" (rico), arruinavam o aldeão completamente, desmontavam sua propriedade e levavam-no à Sibéria. Seus filhos eram jogados para fora de casa. Alguns, os parentes recolhiam, outros morriam de fome na rua.
Nosso vizinho Oliynyk tinha uma fabriqueta de óleo, graças a qual alimentava cinco pessoas. Devido ser considerado "kurkul" foi levado não soubemos para onde, para casa nunca mais voltou. A fabriqueta levaram para fazenda coletiva, as crianças tocaram de casa. Pessoas estranhas as recolheram. Em seguida, lembro, o filho mais velho dos Oliynyk, Teren, foi levado para o "front". Voltou ele da guerra cheio de medalhas. Encontrou a casa da família trancada à chave. Abriu-a, mas, de Kalenivksa veio a milícia e culpou-o de agir de acordo com sua própria vontade, contra o governo.
Em 1931 o inverno foi muito forte. Não havia alimento para o gado. As pessoas soltaram os cavalos dos celeiros - deixaram ir, talvez encontrem algo em algum lugar. Os pobres animais beliscavam de noite as barragens de folhas e ervas daninhas que as pessoas colocavam ao redor das casas para segurar o calor. As pessoas diziam: agora é o gado que anda faminto, em um ou dois anos nós também ficaremos... E assim aconteceu. Quando já não havia forças para suportar a fome, nosso pai pegou um cavalo extenuado, matou-o, arrancou a pele - e tínhamos o que comer.
As pessoas começaram recolher tudo o que elas ainda possuíam. Os "ativistas" entravam nas casas com longos raios de ferro e com eles percorriam todo o chão - para ver se havia algo guardado. Em nosso sótão estavam guardados saquinhos com sementes de feijão, papoula e linho. - foram levados. Eles colocavam em sacos, que eram colocados em carrinhos e transportados para fazendas coletivas. Lembro, à casa da Yuhyna Oliynyk entrou uma "komsomolka" [3] – trazia no peito uma flor vermelha artificial, na cabeça um lencinho. Mamãe disse: "Mulherzinha (sentido carinhoso), o que você procura -as crianças estão com fome..." As pessoas caíam de joelhos, para evitar problemas. Em resposta ouviam: "O diabo não vos levará!".
Começava a fome de 1932-1933. A colheita foi maravilhosa! Lembro, como hoje, eu com minha irmã fomos ao campo depois da colheita, recolher as espiguinhas. Veio, a galope, um guarda que brandiu o chicote gritando: "Molecas! Isto é propriedade do governo! Mesmo que apodreça, vocês não têm o direito de levá-lo!" Eu e minha irmã jogamos fora os saquinhos e saímos correndo. Corremos quatro quilômetros até chegar a nossa casa, mamãe ficou assustada quando nos viu...
Salvamo-nos com espinafre e azeda...[4]
Nosso pai trabalhava na estrada de ferro. Com uma vassourinha improvisada, varria entre as rachaduras nos vagões de sementes, que permaneciam lá após as descargas. Colocava as sementinhas nos bolsos, e em casa os esvaziava sobre a mesa. Nós, pequenos, de grão em grão escolhíamos, mamãe lavava, secava e moía na pedra - depois comíamos. Certa vez pegaram papai com aquelas sementes nos bolsos, misturadas com sujeira, e o levaram para a milícia. Pesaram a "propriedade do governo" - e condenaram meu pai a um ano de trabalhos forçados. Cumpria a pena nos campos, na província de Kyiv. Lá inchou de fome e resolveu fugir. Conseguiu chegar em casa, mas vieram buscá-lo e lhe deram um ano de prisão.
Sem o pai em casa a adversidade tornou-se negra. A primavera chegou, e assim que conseguiu subir a partir do solo o espinafre e a azeda nós arrancávamos e comíamos cru e cozido. Escaldávamos a urtiga. E, quando floresceu a acácia branca, eu, na ausência da mãe colhi, piquei e fiz bolinhos. Comemos, e nossas barrigas doeram tanto que pensamos não agüentar. Mamãe nos salvou com decocto de absinto e chás de camomila e orégano...
Em 1932-1933 pão nós não comemos. Vivemos principalmente comendo mato e ervas medicinais. Muito raramente uma batatinha.
Certa vez, com a irmã colhemos morangos e levamos à estação de Kalenivka para vender. Do nosso lado uma mulher negociava pequenos pedacinhos de pão. Quando o trem deu sinal de partida, os passageiros movimentaram-se, e, nesse momento um menino da aldeia vizinha, oito ou nove anos, aproximou-se, pegou um pedaço de pão e saiu correndo. A mulher pediu que eu cuidasse de sua banquinha e correu atrás do menino. Ele corria e colocava pão na boca para que não lhe tomassem. Conseguiu encher a boca - mas, de repente caiu. A mulher ainda arrancou de sua mão o pedacinho que restava, mas o menino morreu. As pessoas gritavam: "Especulante do diabo! Se ele não quisesse comer - não iria até você para roubar!"
Muito nos ajudavam as frutas silvestres, cogumelos. Colhíamos bolotas (também chamadas lande ou glande É o fruto do carvalho, do sobreiro, etc.) assávamos no forno, macerávamos no pilão. Sabíamos: se os porcos podiam comê-los e nada lhes acontecia - significava, que a pessoa também podia...
O pior era no início da primavera, quando o salgueiro renascia - dentro de casa não havia mais nenhum suprimento.
Vovó morreu de fome em 1932. E o vovô, depois que os bolcheviques levaram tudo da nossa casa, foi mendigar. A barba quase pela cintura, saco por cima do ombro - andava pelas aldeias, pedindo esmola. Alguém dava um pedaço de bolo, alguém jogava uma batatinha e alguém uma torradinha. Trazia as esmolas para nós. Quando não podia mais andar, ficava deitado no alto do forno, inchado como um cepo, e (como se eu estivesse vendo-o agora) pedia, por trás da chaminé à minha mãe: "Filha, me dê pelo menos uma vez, algo para eu colocar na boca. Eu já não vou atormentá-la por muito tempo..." E nós, sentadas na frente olhávamos o que mamãe poderia levar ao avô, se nada tínhamos em casa. Ela apenas enxugava as lágrimas. Vovô passou mais uma noite ou duas e morreu.
Lançavam ao túmulo semivivos.
Hoje, os comunistas dizem que a fome foi causada pela quebra da safra. Não é verdade! Eles destruíam as pessoas conscientemente. Eu sou testemunha ocular, eu não inventei nada. A desgraça era terrível. O governo bolchevique a ninguém ajudava, com nada. Pelo contrário...
Às vezes, você vinha andando - na rua jazia uma pessoa, estava nas últimas devido a fome. Os mortos eram recolhidos numa carroça, levavam ao cemitério. Nosso vizinho Kotsubytskyi levaram-no ainda vivo. Mamãe saiu na rua e gritou: "Aonde vocês o levam? - ele ainda respira!" E a ela respondem: Não faz mal - até chegarmos - morre!"[5].
No cemitério já estavam preparados grandes túmulos. Eram largos e fundos e recebiam 10-15 pessoas. Jogavam dois ou três cadáveres, um pouco de terra, e partiam em busca de outros. Às vezes acontecia que a terra sobre os cadáveres se movimentava. Ninguém fazia nada, nem os parentes porque não tinham forças para puxar os semimortos daquele buraco, e tinham medo. Se os bolcheviques aparecessem, dariam com um cabo na cabeça, jogariam no buraco e enterrariam.
E mesmo um pedaço de casca seca de pão eu acho delicioso
Pela primeira vez comi até saciar minha fome no início de julho de 1933. Quando no campo começaram formar-se as espiguinhas, tornaram-se durinhas - eu com a irmã íamos atrás deles no campo da fazenda coletiva. Voltávamos para casa com um feixe deles e os assávamos no fogo. As sementes ficavam castanhas. É uma delícia! - melhor não podia haver! Comíamos as sementinhas, bebíamos água - e já estávamos almoçadas!
Atualmente eu gosto de tudo. Mas gosto mais comer o pão. Como qualquer tipo - não menosprezo nada. Às vezes, quando começa criar bolor, recorto e, agradecida, como. Cada vez que pego em minhas mãos o pão, eu me lembro que houve um tempo, em que eu não tinha nem uma só migalha na minha boca.
[1] "dyciatyna" - antiga medida, corresponde a 1,09 hectare.
[2] Ar ou Arriv = 100m²
[3] Komsomol, nome da organização da juventude comunista; komsomolka é a moça que pertence ao Komsomol.
[4] Planta apreciada pelos eqüinos.
{5] Em ukrainiano há dois verbos que significam "morrer". O dominador russo sempre usou o mesmo que é usado aos animais, indicando assim o seu menosprezo pelo dominado. Pessoas educadas, pelo contrário, preferem usar, com referência aos animais, o mesmo que é usado com as pessoas.
Tradução: Oksana Kowaltschuk
Foto formatação: AOliynik
AOliynik
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Tenho até como missão, senhores, alertar a quem posso, com meus modestos recursos, sobre o perigo comunista, pois o estudei demais, como o maior câncer que grassou no século vinte, junto com outro tumor maligno chamado nazismo. Este, no entanto, já morreu. O abcesso vermelho continua vivo e atuante, pregado nas redações e nas universidades. Há que se alertar os incautos, os ignorantes, e mesmo os inocentes úteis, que pensam estar fazendo alguma coisa socialmente boa. Câncer maligno será sempre câncer maligno. Esta postagem é uma homenagem ao amigo Anatoli Oliynik.
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sábado, 3 de dezembro de 2011

Minibiografias.

Arquimedes de Siracusa (pintura de Domnenico Fetti (1620)
Sábio grego (287-212 AC). Deve-se a ele grande número de pequenas e grandes invenções, descobertas e leis no campo da Física, da Mecânica, da Geometria, da Ótica, da Astronomia, entre as quais o princípio que leva o seu nome e que assim afirma:  Todo corpo mergulhado num fluido (líquido ou gasoso), em equilíbrio, sofre um impulso vertical dirigido de baixo para cima igual ao peso do fluido deslocado. Durante três anos defendeu sua cidade natal contra o sítio dos romanos, sendo vencido e morto.
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Eurípedes
Um dos três grandes representantes da tragédia grega, ao lado de Ésquilo e Sófocles. Nasceu em Salamina em 480 AC, vindo a falecer na Macedônia no ano de 406 AC. Era de família humilde e teve uma vida cheia de contrariedades domésticas. Em sua velhice retirou-se de Atenas, sendo acolhido por Arquelau, rei da Macedônia. Discute-se o número de peças que teria escrito, variando de 75 a 92.  Só dez chegaram até nós: Medéia, Hipólito coroado,  Helena, Orestes, Ifigênia em Áulida, As bacantes, Andrômaca, Electra, Os Heráclides, Héracles furioso.
 
Fídias exibindo o friso do Partenon, templo na acrópole grega, em Atenas. Uma representação artística do escultor grego Fídias em obra (1868) do pintor neerlandês Lawrence Tadema (1834-1912).
Célebre escultor grego nascido em Atenas no princípio do século V AC e morto em Olímpia pelo ano de 431 AC.  Era filho do escultor Cármides, tendo, ao que parece, se iniciado na pintura. Aprendeu escultura com  Hégias e Agelóidas de Argos.  Foi amigo e protegido de Péricles.  Tornou-se célebre por várias obras de escultura como a Atena Prómacos da Acrópole, que media 7,50 m, a Atena Pólias e a Atena do Partenon, com 12 metros, em cujas vestes foram aproveitadas 4 toneladas de ouro. Após o processo, retirou-se de Atenas, indo, ao que parece, esculpir o famoso Zeus de Olímpia, de proporções maiores que a anterior. A mais importante de suas criações foi a Atena Prómacos da Acrópole, trabalhada em bronze. O primor de suas criações, nas quais sobressai o vigor dos movimentos, e a delicadeza das atitudes,  não foi jamais ultrapassado.
Busto de Píndaro na galeria nacional de Oslo.
Poeta grego da época jônio-dórica, nascido em Tebas no ano 518 AC.  Ouviu as lições de Mirto e Corina, na Beócia e em Atenas, onde completou a sua formação literária. Foi considerado como clássico logo após a sua morte. Teve um estilo brilhante, imaginoso e vivo, sendo considerado por Quintiliano como o mais notável lírico da Grécia.
Sêneca
 (Lucius Anacus Seneca). Escritor, político e filósofo romano (4 AC - 65 DC), natural de Córdova, filho de Sêneca, o retórico.  Recebeu em Roma uma aprimorada educação e, após uma viagem ao Egito, encetou a carreira forense. Esteve exilado oito anos na Córsega, por ordem de Cláudio, suspeito de cumplicidade na Conspiração dos Pisões. Foi condenado por Nero a rasgar as próprias vestes. Deixou grande número de obras, principalmente de caráter filosófico, sobressaindo entre elas:  Ad marcium de consolatione, De ira,  De constantia sapientis, De clementia, De vita beata, De  providentia, Epistulas morales ad Lucilius e naturales quaestiones.
Sófocles
Um dos grandes representantes da tragédia grega.  (495-405 AC) Recebeu de seu pai, Sófilo, esmerada educação. Aos 37 anos venceu Ésquilo em concurso de tragédias.  Foi colega de Péricles e amigo de Heródoto. Escreveu cerca de 120 tragédias e dramas satíricos, dos quais só sete chegaram até nós: Antígona, Electra, Ajax, Édipo rei, Filoctetes, Édipo em Colona e Traquinianas.
(gravuras da Wikipedia - Pesquisa no Dicionário Enciclopédico Português de 1930).
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PS: Um leitor anônimo me pede para falar da péssima campanha do Avai e do problema de ingressos para o clássico. Nada feito. Somente falo de futebol em tese. Papo de torcedor fica bem num bar com bastante bebida alcoólica.
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Estamos chegando Sílvia e eu do jantar dançante de aniversário do clube dos oficiais da PMSC. Jantar delicioso, conjunto do Paraná de excelente qualidade. A nota dissonante foi o não cumprimento por parte de alguns do que constava do convite: traje: passeio completo. Os coronéis, abobados, estavam de terno e gravata. Uma gurizada nova, escandalosa, não sei se tenentes ou cadetes. de calças jeans, camisa de manga curta fora das calças e um deles de tênis. Sem falar no escarcéu que provocavam na pista com algumas moçoilas. Um deles praticou o "ficar" com a maior cara de estátua. Ela nem aí. Ou o Clube faz respeitar o traje, ou, para o ano vindouro, marque traje esporte. Talvez alguns venham de sandália de dedo. Está como o diabo gosta.
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quarta-feira, 30 de novembro de 2011

O Holocausto Ucraniano.

26 de novembro - dia da Memória do Holodomor, ou holocausto ucraniano, quando, em 1933, 7 milhões de pessoas (milhares de crianças) morreram naquele país, de fome, sob o tacão do socialista Joseph Stalin, com a coletivização dos campos e derrubada da propriedade privada. Mas no Brasil só se fala sobre o holocausto judeu (o que não me impede de dizer que sou solidário aos judeus). Este holocausto só se tornou conhecido depois que a URSS ruiu, na década de 90. 60 anos de silêncio. A tevê no Brasil não lhe dá muita bola. Neste dia, 26 Nov 2011, foi feita uma caminhada em Kiev em memória das crianças mortas pela fome, ou não nascidas, uma vez que a barriga de suas mães lhes serviu de túmulo. O atual governo da Ucrânia, do ministro Tabachnyk, pró Rússia, determinou a retirada da palavra genocídio dos currículos, quando se registra o Holodomor. Este estratagema está se repetindo aqui no Brasil, com o Ministério da Educação modificando a História a seu talante. Estive visitando o Colégio Militar da PM, do qual fui diretor e, na biblioteca, abri um livro de História Geral para o ensino médio.  Li o título: As inconsistências da era Stalin. Chamar 40 milhões de mortos de "inconsistências" é no mínimo cacoete de socialista que escreveu o tal livro, aprovado pelo Ministério. Nem o Colégio Militar escapou.
No Museu do Holocausto ucraniano pode-se ler incontáveis certidões de óbito de crianças da mesma família. Por exemplo:
- Adam Plaktii - 14 anos - fome.
- Zina Plaktii - 10 anos - fome.
- Valentyna Plaktii - 8 anos - fome.
- Hanna Plaktii - 6 anos - fome.
Na época, o "roubar" a sociedade socialista previa o fuzilamento. Só que este roubo poderia se concretizar se o infeliz roubasse espigas de trigo para comer.
Há o registro de que 300 estudantes, em Kruty, tentaram impedir a chegada de 4000 soldados russos do Exército Vermelho em 1918, quando explodiu a revolução comunista. Foram todos metralhados e mortos, sem exceção. Isso já foi contado para os estudantes da USP nas aulas de História? Seguramente não.
(Texto de Valéria Burlakova - traduzido por Oksana Kowaltschuk - remetido pelo meu amigo Anatoli Oliynik).
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(dimitrimartins.blogspot)
Os senhores sabiam que, de acordo com a jornalista Míriam Leitão, o senhor Marcos Valério transita com muita desenvoltura nos escaninhos do poder federal?
Dizem os envolvidos que o mensalão não existiu. Tanto quanto não existiu o holocausto judeu, para Zeca Ahmadinejah. Lembram-se os leitores de José Dirceu, Delúbio, Genóino, Silvinho da Land Rover, João Paulo Cunha, os tais dos "recursos não contabilizados"? Marcos Valério não sofreu qualquer tipo de punição. Deve ser uma memória ambulante meio infausta. O mensalão será julgado em 2012 pelo Supremo. Alguém acredita que mensaleiro será responsabilizado? Podem até chegar à conclusão de que realmente o mensalão é paranoia da cabeça dos anti-esquerdistas.
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(jessportfishing.saltys)
Já ouviram falar do panga? É um peixe que o Vietnam está exportando para o Brasil, criado em águas totalmente poluídas.  Alguns gozadores já o denominaram pangarreia. Mas... importar peixe do... Vietnam?... Estranho!... Este país comunista segue o modelo da China. É um dos seus protegidos. Economia capitalista e todo o demais socialista. E viva o panga!...
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Ives Gandra Martins, jurista e jornalista de renome (o que criticam nele é o fato de ser católico conservador, não guerrilheiro), foi defender em São Paulo que não se use embriões humanos em experimentos científicos. Um dos cientistas já foi lhe dizendo: Não venha aqui com argumentos de religião. Nós seguimos a Ciência. Ives rebateu: Não, não vou usar religião. Vou seguir a orientação da Academia de Ciências do Vaticano, já laureada com 29 prêmios NOBEL na área de Ciências. Pelo que sei, a ciência aqui no Brasil não tem nenhum.
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Tarso Genro, governador do Rio Grande do Sul, está sendo condecorado pela Brigada Militar, com mais seis coronéis, com a Medalha Cruz de Ferro, insígnia máxima daquela modelar Corporação (pelo menos quando fui lá, em 1992, era modelar). O estranho é que ele próprio assinou o diário oficial que faz a concessão. O cabo brigadiano Valdeci de Abreu Lopes, degolado em 1990 por um terrorista do MST, na Avenida Borges de Medeiros em Porto Alegre, terrorista este protegido e apadrinhado pela prefeitura do PT, deve estar se revolvendo em seu túmulo. Mas, talvez esteja eu errado. Dá-se medalhas para os donos do poder. Do passado se faz tábula rasa, como pregam os socialistas. Isso me deixa triste. Está nos faltando brio.
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No domingo que passou, estava eu em meu apartamento, terceiro andar, às dezesseis horas, quando ouvi uma tremenda algazarra na rua. Gritos, impropérios, parecia uma briga generalizada. Fui à sacada e vi em frente três ônibus parados esperando num cruzamento, lotados de rapazes sem camisa. Eram torcedores do Coríntians que iam para o estádio do Figueirense. Moro próximo deste estádio. Quando alguns deles, cabeça e meio corpo fora das janelas, me viram, foi um tal de xingamentos, gestos obscenos, gritaria com palavreado chulo, que me retirei em seguida. Era impossível somente olhar para eles, pois logo vinha uma reação bestializada. Observei que uma viatura da PM estava atrás do último ônibus, o que em nenhum momento fez com que amainasse aquela gritaria dos infernos, aquele ânimo de agredir, talvez até matar. Qualquer pessoa que passasse na rua, mesmo que não olhasse para eles, era logo saudada com xingamentos tenebrosos. Se estivesse com a camisa do Figueirense, então, a coisa virava ataque de nervos de uma verdadeira alcateia. Pobre da PM, pensei, que vai ter que aturar aquela horda. Pareciam drogados ou alcoolizados, tamanha a fúria vernacular. Ao chegarem ao estádio, muitos enfrentaram a polícia e chutaram os cães dos policiais. Muitos deles foram para cima dos cambistas (ladrão que rouba ladrão...) e simplesmente roubaram os ingressos usando de violência. Não havia polícia que chegasse. Portavam paus, maças, sei lá o que era aquilo. Muitos foram presos, pois criavam confusão sem qualquer motivo, bastava olhar para eles. Invadiram as sociais do estádio. A imprensa comentava todos os atos bestiais daquela horda de vândalos. Este pessoal está animalizado, parece não ter retorno. Os policiais descobriram granadas nos ônibus. Meu Deus! Usar granada pra quê? Há time que mereça esse fanatismo? Vai chegar um momento em que não se poderá ir ao futebol. Minha família não vai mesmo, pois estar perto de gente deste tipo é correr risco de morte.
Em tempo:Tal não é exclusividade dos corintianos e dos paulistas. Todos os times no Brasil, aqui inclusive, possuem a sua horda de bestas. 
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As Farc, Forças Narco-revolucionárias da Colômbia, num confronto com o Exército, executaram três policiais e um militar. Outro conseguiu fugir. Será que o Exército colombiano não consegue acabar de vez com estes terroristas amigos do partido no poder em Marmelândia? Hugo Chavez afirmou que não vai permitir que a narco-guerrilha use o seu território. Alguém acredita nisso? Ele está com as Farc e não abre.
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sexta-feira, 18 de novembro de 2011

HANS CHRISTIAN ANDERSEN.

Hans, filho de um sapateiro com pendores de literato, nasceu na Dinamarca em 1805. E passou de seu país para a literatura universal como emérito criador de contos e fábulas infantis, aproveitadas até pelos estúdios Disney. Aos onze anos morre-lhe o pai e a mãe o abandona para casar de novo (pensei que isso fosse mal do nosso século). Mas, para sua sorte, foi criado amoravelmente pela irmã de um pastor que todos chamavam "poeta". 

O pastor o fez estudar, tanto que Hans dedicou-se à elaboração de tragédias e trabalhos teatrais. Na casa do pastor lia as suas composições para os amigos, sendo compreendido e encorajado.

Hans parte para Copenhague, a capital, mas ali só encontra desilusões. Uma noite, quando passeava desanimado pelo cais, lembrou-se de um tal Siboni.

Siboni era um cantor lírico italiano, já famoso. Hans conseguiu visitá-lo e recitou diante dele e de alguns literatos, vários trechos de sua pequena obra, obtendo aprovação e ajuda.

Após matricular-se na universidade em 1828, Hans finalmente conhece o sucesso. Sempre com a auxílio de Siboni e seus amigos, ingressou na corte da Dinamarca. Honrado e estimulado por todos, logrou obter a amizade e consideração do rei Frederico VI, o que foi decisivo para sua carreira vitoriosa.

Hans dedicou-se à criação de fábulas. Num ano em que mais se dedicou, escreveu cento e cinquenta e seis histórias. Os maiores escritores da Europa frequentaram sua casa. Henrique Heine, Charles Dickens e Victor Hugo (ma gravura) lhe ofereceram sua estima e consideração.

Em quatro de agosto de 1875, na mansão de Rolighed, pertencente aos seus amigos da família Melchior, Hans Christian Andersen faleceu, talvez pensando na longa fábula que foi sua própria vida, como geralmente ele afirmava.

Hans escreveu "A sereiazinha", que hoje conhecemos como "A pequena sereia". Outras obras:
- O menino moribundo.
- Álbum sem figuras.
- O patinho feio (talvez autobiográfico).
- A rainha da neve.
- Cisnes selvagens.
- A mala voadora.
- O guarda-porcos.
- As galochas da felicidade.
- A roupa nova do imperador.
- A princesa da ervilha.
- O soldadinho de chumbo.
- As flores da pequena Ida.
- O pião e a bola.
- A pequena vendedora de fósforos.
- Sapatinhos vermelhos.
- O pequeno Tuk, dentre outros.

O rouxinol - O pássaro era prisioneiro da imperador da China, que o guardava numa gaiola para ouvir seu canto maravilhoso. Um dia recebeu um rouxinol artificial e desterrou do reino o verdadeiro. Adoecendo e próximo da morte, o rei mandou trazer de volta o rouxinol, que o perdoou e o salvou, cantando o seu canto dulcíssimo.

A pastorinha e  limpador de chaminés eram dois brinquedos de porcelana que se apaixonaram. O velho mandarim, tio da pastora, é contra a união, pois quer casá-la com o sátiro Perna-torta. Depois de muitas fugas e peripécias, os dois se casam, com o consentimento do velho tio.


Policina era uma menina tão pequenina, que dormia numa casca de noz. Ela foi raptada por um sapo, que desejava casá-la com seu filho. A menina foi salva por algumas borboletas e hospedada na casa de um rato do campo. Uma toupeira a faz prisioneira. Foi libertá-la uma andorinha, de quem Policina cuidara carinhosamente. Ela pode então voltar para a casa de sua mãe.

Sapatinhos vermelhos.
Karen, uma bela menina muito pobre, foi recolhida por uma rica senhora, que a criou em seu palácio. Karen, tornada muito ambiciosa, adquiriu um belo par de sapatinhos vermelhos, ficando muito vaidosa. Como castigo, uma fada a condenou a bailar para sempre, sem poder tirar os sapatinhos. Esgotada e arrependida, Karen mandou que o carrasco lhe cortasse os pés. Expiou seus pecados e Deus a recebeu no reino dos céus. (Hoje penso que esta fábula não seria considerada politicamente correta).
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Hans nunca casou. Sempre foi um solitário e os seus amores nunca foram correspondidos. Embora tenha lançado sua autobiografia em dois volumes, alguns autores afirmam que sua verdadeira autobiografia foi "O patinho feio", que tanto sucesso fez no mundo como fábula. Há autores que fazem referência a uma possível ambiguidade sexual dele, mas isso somente foi objeto de divagações, não havendo qualquer prova conclusiva sobre tal.
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Enciclopédia Trópico - Volume VI.
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