Roberto Rodrigues de Menezes.

Roberto Rodrigues de Menezes



sexta-feira, 30 de novembro de 2012

DEFINIÇÃO DE AVÔ.






(Redação de uma menina de 8 anos, publicada no Jornal do Cartaxo, em Floripa - SC)

Um avô é um homem que não tem filhos, por isso gosta dos filhos dos outros. 
Os avôs não têm nada para fazer, a não ser estarem ali. 
Quando nos levam a passear, andam devagar e não pisam nas flores bonitas nem nas lagartas. Nunca dizem: Some daqui!, Vai dormir!, Agora não!, Vai pro quarto pensar! 
Normalmente são gordos, mas mesmo assim conseguem abotoar os nossos sapatos. 
Sabem sempre o que a gente quer. Só eles sabem como ninguém a comida que a gente quer comer. 
Os avôs usam óculos e, às vezes, até conseguem tirar os dentes. 
Os avôs não precisam ir ao cabeleireiro, pois são carecas ou estão sempre com os cabelos arrumadinhos. 
Quando nos contam histórias nunca pulam partes e não se importam de contar a mesma história várias vezes. 
Os avôs são as únicas pessoas grandes que sempre têm tempo para nós. 
Não são tão fracos como dizem, apesar de morrerem mais vezes do que nós. 
Todas as pessoas devem fazer o possível para ter um avô, ainda mais se não tiverem televisão. 
Ana Paula
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É por isso que os brasileiros não vão para frente. Em se tratando de LIBERDADE ECONÔMICA, ou seja, países em que os governos deixam a economia correr mais livre e solta, o Brasil está na 99ª posição mundial; isto, numa lista de mais de 179 países. O que significa que o nosso governo prefere o jogo duro do intervencionismo, coitados de nós! Este ÍNDICE foi criado pela The Heritage Foundation e pelo The Wall Street Journal para medir o grau de LIBERDADE ECONÔMICA entre as nações do mundo. O Brasil só não perde para ditaduras como: Coreia do Norte 179, Cuba 177, Venezuela 174, Irã 171, Rússia 144, China 138 posição. 



Agora, o Brasileiro que tem vontade de vencer na vida e sair do eterno jugo econômico nacional do país, tem que sair daqui imediatamente e ir para países em que o empreendedor e a propriedade privada são mais respeitados, assim como: Austrália 3ª, Nova Zelândia 4ª, Suiça 5ª, Canada 6ª e o Chile, orgulho da América Latina na honrosa 7ª posição. Porque aqui no Brasil meus caros compatriotas, eu conheci muitos empresários competentes que foram vampirizados pelos poderosos do Estado nacional e hoje estão totalmente quebrados e à míngua. BRASIL: AME-O OU DEIXE-O! ANTES QUE ELES TE DEIXEM NA MAIOR LONA! 

(Por Anon, o subversivo do século XXI. Acompanhe este blog.
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quarta-feira, 28 de novembro de 2012

DOM QUIXOTE ÀS AVESSAS.




José Dirceu não serve nem para Dom Quixote, o cavaleiro da triste figura, muito mais terno que o "el chancho" Guevara. Sua grande luta contra a ditadura militar foi participar de um congresso de universitários comunistas em Ibiúna, onde foi preso e um mês depois trocado com o embaixador americano sequestrado pelos castristas, entre eles o Franklin Martins, que anda com o facho vermelho meio apagado. Dirceu fugiu para Cuba onde aprendeu técnicas de guerrilha mas, ao voltar para o Brasil, na moita, ao invés de ir para o Araguaia colocar em prática o que aprendeu em Havana, preferiu fazer plástica, pois de tolo nada tem, e viveu na clandestinidade. Com a anistia, preparado por Lula, seria depois deste o Fidel em carbono, se não comandasse o mensalão. Daí que nosso magistrado-mor usou o plano B e impôs a  Tia Pre. É certo, reconheço, que se ele colocasse como candidato o macaco Simão, daria no mesmo, pois já estava tudo dominado. tanto que nem o mensalão abalou as bases do poder petista. Mas o Dirceu foi pro brejo. Tinha um Joaquim Barbosa na sua cola. Que pena, Dirceu!...
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Fiquei impressionado com os gastos astronômicos do governo federal em publicidade, veiculados na imprensa escrita. A verba é gorda para todos , exceto para a "Veja". Os caras estão mesmo nadando em ouro. Aliás, publicidade enganosa sempre foi o forte da esquerda. Olhem o mundo, olhem os gulags.
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Quem diria que o partido hegemônico, à frente o presidente petista da Câmara, mais o senhor Sarney no Senado, que tanta moralidade arrotavam, criariam a semana de três dias, já utilizada desde remotas eras e somente agora oficializada. Os caras têm mesmo coragem. Não temem mais a ex-temida opinião pública. Minha saudosa avó diria: Que raça de mandriões!... "Raça" aqui, senhores, tem outra conotação. Lembram do Bornhausen?... Quando eu e meus irmãos aprontávamos meu pai dizia: que racinha ruim!... Nunca olhamos isso como preconceito.
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Qual o melhor lugar no Brasil para um celular pegar e dar linha, leitor? Os presídios, de acordo com o Casseta & Planeta.
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Aqui em Floripa uma pobre escola foi roubada quatro vezes em um mês e a casa do Comandante Geral da PM foi assaltada. Estás de parabéns, Floripa. Mais um pouco e ombrearás com as capitais mais avançadas desta terra varonil. Como andaram sempre apregoando que Floripa tinha a melhor qualidade de vida do Brasil, veio muita gente boa para cá. Mas o que veio de mala!... Somos uma ilha que não consegue fazer uma marina por causa dos berbigões, só para ficar nas questões pseudo-ecológicas. E nenhum manezinho da ilha tem influência nisso. A estrada do aeroporto não sai por causa dos caranguejos do brejo. E nenhum manezinho, repito, tem o poder de interferir. É só gente de fora.
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E essa dona que mandava no escritório da presidente da República em São Paulo? A presidente precisa de escritório em São Paulo? Acho que aí está a mão do Lula. Os outros Estados também têm esses escritórios, leitores? A Santa e Bela Catarina não tem.
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"Esto brevis et placebis", me dizia o saudoso Monsenhor Bianchini. Sê breve e agradarás. Isso vale para todos os discursos, menos para o Castro, que não deve fazer mais faz aquelas suas homilias de sete horas, aplaudidas delirantemente pelo pueblo gnu.
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Será mesmo o PT um partido especialmente afeito à defesa das mulheres, dos negros, dos gays, dos direitos humanos  – de grupos e temas, enfim, que seriam discriminados pela sociedade “reacionária”? Uma ova! Essa gente tem é um desprezo solene por todas essas causas e só as utiliza como instrumento de sua luta pelo poder. O PT defende, sim, o negro, desde que esse negro carregue a bandeira do partido – se não for assim, o sujeito é acusado de “preto de alma branca”. O PT defende, sim, a mulher, desde que ela carregue a bandeira do partido – se não for assim, ela é acusada de agente de machismo. O PT defende, sim, os gays, desde que o gay carregue a bandeira do partido; se não for assim, ele será acusado de bicha reacionária.
(Reinaldo Azevedo).
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Alvíssaras àqueles Ministros do STF que souberam, soberanamente, com isenção e competência, superando todas as pressões 
(algumas inimagináveis pelo conteúdo e autoria!), exercer seu mister, lavando a alma de todos os brasileiros do bem!! 
(Coronel Paulo R. F. de Freitas)
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Os mensaleiros, corruptos e corruptores, irão mesmo para a cadeia, ou cadeia é lugar para pé de chinelo?... Não acredito muito!...
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Se é vontade do povo brasileiro nós promoveremos a abertura política no Brasil. Mas chegará um tempo em que o povo sentirá saudade da ditadura. Pois muitos desses que lideram os movimentos não estão visando ao bem do povo, mas aos seus próprios interesses.
(Ernesto Geisel).
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segunda-feira, 26 de novembro de 2012

ACADEMIA DESTERRENSE DE LETRAS.




No dia 22 de novembro de 2012, dia do Livro, assumi a cadeira 36 da Academia representativa da nossa capital, Florianópolis, que antes de ser Floripa era denominada Nossa Senhora do Desterro, ou somente Desterro, título não de agrado de alguns. Acontece que o governador Hercílio Luz, para agradar o marechal Floriano Peixoto, propôs a mudança à Assembleia (1894). Mas famílias ilustres da capital, ligadas ao Império, foram fuziladas na Ilha de Anhatomirim por um preposto de Floriano, o coronel Moreira César. Daí que alguns historiadores não aceitam o nome Florianópolis. Nossa Academia relembra como era chamada a capital dos catarinenses.
Na fila de cima, da esquerda para a direita: Pilati, Isaque, Augusto Teodoro, Zanon e Nereu Na fila do meio: Telma, Roberto, Vera, Geraldo (sem balandrau), Hiamir, Maura e Osmarina. Sentados Leatrice, Augusto Coura, Kátia, Heralda, Vilca e padre Ney.
Aos caríssimos confrades e confreiras a minha saudação, no momento em que transpasso os umbrais do nobre sodalício. Entraram comigo Leatrice e Vilca.



Tenho como patrono da cadeira 36 o médico e poeta desterrense José Cândido de Lacerda Coutinho.
Excerto da oração acadêmica:

Assumo hoje a cadeira 36, como primeiro membro, neste castelo de honoráveis letras, que tem como patrono o eminente médico e poeta José Cândido de Lacerda Coutinho, nascido em Desterro em 15 de dezembro de 1842 e falecido no Rio de Janeiro, onde se radicou, em 02 de novembro de 1900. Lutou como alferes na guerra do Paraguai e no seu retorno formou-se em Medicina em 1869. Sua formatura coincide com a publicação de sua peça de teatro “Quem desdenha quer comprar”. Um ano antes publicara a comédia “A casa para alugar”. Deputado provincial por Santa Catarina, exerceu seu nobre ofício de médico por algum tempo em Desterro, onde também foi professor de História, Português e Filosofia. Colaborou com a imprensa da ilha, sobretudo no jornal “O despertador”. Seu primeiro trabalho poético, Greenhalg, é a exaltação de um jovem oficial herói da Batalha do Riachuelo, obra que o tornou respeitado no universo literário da época. Mas foi com o seu trabalho poético “Ovidianas’, burilado à luz da imortal Metamorfoses, do grande poeta romano Públio Ovídio, nascido no reinado do imperador romano César Augusto, na minha modesta concepção, que o Doutor e poeta Lacerda Coutinho se superou. Logrei adquirir num sebo virtual duas peças teatrais e esta magnífica ode poética. Ele maneja uma constante melancolia, paradoxalmente com a sátira, que instrumentaliza sua graça e verve especiais. Diz sobre esta obra o grande crítico literário e escritor Tristão Alencar de Araripe Junior: “poemas deliciosos, em versos escandidos com perfeição, que revelam o mestre da arte poética”.
As Ovidianas acontecem no Olimpo, lugar sagrado de morada dos mitológicos deuses greco-romanos, onde a beleza e o fino erotismo perscrutam e mesmo satirizam os desejos e vontades de divinos personagens, como Vulcano, Minerva, Pã, Vênus, Júpiter, Mercúrio, e tantos outros. São seis capítulos de versos decassílabos em rimas escorreitas, que narram de forma sutil, erótica e intensa os amores nem sempre muito corretos dos inquietos deuses.  
Ladeando com Horácio Nunes Pires, Duarte Paranhos Schuttel e Álvaro de Carvalho, podemos afirmar que José Cândido Lacerda Coutinho é uma das personalidades literárias mais representativas do romantismo em Santa Catarina. É também patrono da cadeira 23 da nossa tradicional Academia Catarinense de Letras. Finalizando o relembrar de sua memória, cito aqui um pequeno e belo quarteto decassílabo, que demonstra ser a tristeza, talvez, a motivação maior para os poetas e seus versos, apesar das alegrias aparentes e por vezes enganosas com que o mundo ilusório os encanta. O Dr. Lacerda Coutinho não fugiu dela:
“Sei que despontas, viração, que gemes,
Mata que tremes aos suspiros seus.
Ave que saúda a estação florida,
Falas da vida, mas eu morro... adeus!”

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Nossa Academia tem como patrono o imortal João da Cruz e Sousa, expoente maior da corrente simbolista da poesia no Brasil, e hoje o homenageamos com muita justiça e emoção. Nascido nesta terra em 24 de novembro de 1861, ele faleceu jovem, minado pela tuberculose, o mal dos poetas no século dezenove. Sua chama findou-se a 19 de março de 1898 em Estação do Sítio, um lugarejo das Minas Gerais. Sepultado no Rio de Janeiro, seus restos mortais foram transladados para nossa terra em 2007 e repousam no palácio que leva o seu nome, museu histórico de Santa Catarina. Seus versos irretocáveis e belos o tornaram imortal, quando relembramos os cento e cinquenta e um anos de seu nascimento na bela Desterro. Termino esta oração com um soneto dedicado a este grande poeta catarinense, a melhor e maior lira simbolista, o nosso Paul Marie Verlaine brasileiro. São da lavra dele os dois primeiros versos do primeiro e segundo quartetos:

“Crótão selvagem, tinhorão lascivo,
planta mortal, carnívora, sangrenta...”
Teu verso sempre a burilar tormenta,
teu estro sempre do sofrer cativo.

“Vozes velozes, veludosas vozes,
volúpias de violões, vozes veladas...”
Sabias ser também doce alvorada
a solfejar teu canto em meigas doses.


O tempo-sofrimento foi passando,
e aos trinta e seis surgiu o fim da via,
a lira magistral, triste, apagando.

O Cisne Negro, trovão, melodia,
cruzou a terra a caminhar, penando.
restando apenas a tumba e a poesia.


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sábado, 24 de novembro de 2012

Cemitérios de ferrovias..

SYLVIO BAZOTE - DE MINAS GERAIS.

Cemitérios de locomotivas e de pessoas

 Cemitério de locomotivas ( Horto Florestal em Belo Horizonte )
Imagem: midiaindependente.org

Estudos confirmam que se a construção de uma ferrovia é mais cara do que uma rodovia, o custo de manutenção dos trilhos é menor do que das estradas, ocorrendo em espaço de tempo relativamente curto o retorno do investimento na ferrovia, que proporciona maior rentabilidade e segurança a médio e longo prazo. Também é sabido que quanto maiores forem as distâncias percorridas, maior é a vantagem proporcionada pela ferrovia em relação à rodovia. O Brasil, com suas extensões continentais, abandonou boa parte das ferrovias existentes no início do século XX e não constrói novas no século XXI, apesar do nítido aumento da população e do comércio. Tal negligência causa um gargalo na capacidade de circulação de pessoas e riquezas, diminuindo a qualidade de vida no meio urbano e no ritmo do crescimento econômico do país.
A união de estradas mal planejadas ou conservadas, repletas de caminhões e ônibus, com uma frota de veículos de passeio com motores de baixa potência para ultrapassagens leva à enorme quantidade de mortes no trânsito. É óbvio que a falta de educação dos motoristas contribui para o elevado número anual de mortes nas estradas brasileiras.
"Na Colômbia, em 43 anos de guerra civil morreram 32.000 pessoas. Em Cuba, Fidel Castro em 49 anos de poder mandou matar 17.000. O número de vítimas de trânsito no Brasil é alarmante! Segundo as estatísticas, morrem por ano mais pessoas do que os 40.000 americanos que morreram durante os dez anos de guerra no Vietnã."

Para se ter uma noção de como um eixo ferroviário pode aliviar o trânsito em uma rodovia, basta basear-se no trem brasileiro com carga de soja que, com 5 locomotivas, movimenta 125 vagões. Cada vagão tem a capacidade aproximada de uma carreta com eixo duplo. É só fazer as contas para perceber quanto se ganha em economia de diesel e segurança com 125 caminhões a menos em uma estrada sendo substituídos por apenas 5 locomotivas.

Na minha opinião, em um raciocínio simples, o aumento de cemitérios de locomotivas causa um aumento proporcional no número de cemitérios de pessoas, mortas nos acidentes de trânsito que crescem ano após ano, impulsionados pelo maior número de veículos, movidos pela facilidade de crédito.
Motoristas sem habilitação, imprudentes, bêbados ou agressivos causam muitos acidentes, matando a si, quem estava em seu veículo e pessoas em outros veículos ou nas vias de trânsito. Se estes motoristas fossem passageiros em um trem que circula por um caminho pré-definido pelos trilhos, com um condutor que é mais facilmente monitorável por conta de exigências profissionais, quantas mortes teriam sido evitadas?
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quarta-feira, 14 de novembro de 2012

SALVE A PMESP.



Sobre Nota do Comandante Geral da PM de São Paulo 

Pedro Hawlison Alves Freire - CAP QOPM
Polícia Militar do Ceará
Mat. 125.369-1-7
        
  O que o Comandante Geral da Polícia Militar do Estado 
de São Paulo escreveu é a mais pura verdade. Tive a grata 
oportunidade de, nesses 14 anos servindo à segurança pública
do Estado do Ceará, conhecer diversas instituições policiais 
militares do país. PMDF, PMGO, PMSE, PMMG, PMPB, 
PMAM, PMERJ e PMESP. Sem querer desmerecer as demais, 
sem sombra de dúvida, a PM de São Paulo foi a mais 
profissional, a mais disciplinada, a mais honesta, 
a mais humana e a mais eficiente que tive oportunidade de
 conhecer.

Fico triste de ver a imprensa, membros do Ministério Público de São 
Paulo ou as famigeradas ONG`s tentarem convencer o povo 
brasileiro de que a Polícia Militar é truculenta e culpada das 
atrocidades que acontecem neste momento no Estado de São Paulo. 
Eu não sei que interesse existe por trás dessas instituições que 
defendem os Direitos Humanos no Brasil. Para mim e, por incrível 
que pareça, para a grande maioria das pessoas que conheço, 
não somente os policiais, essas instituições só servem pra 
defender bandido (todo mundo sabe disso). Nesses quase 15 
anos de labuta perdi diversos amigos nessa árdua missão 
de policial. Alguns deles foram mortos de maneira cruel e covarde. 
Nunca vi um representante sequer desses defensores dos 
direitos humanos apoiando familiares desses policiais. Da mesma 
maneira, nunca encontrei um indivíduo desses na casa de um 
pobre que fora roubado ou de uma senhora que fora estuprada.
        Sabe o que mais me preocupa? É que esses grupos estão 
conseguindo o que desejam. Estão conseguindo frear os bons 
policiais. Por que no serviço de polícia somente erra quem 
trabalha e quem trabalha são os bons. Consequentemente, são 
eles que sofrem perseguição por parte desses grupos... Quem 
perde com recuo dos bons policiais? O cidadão. Prender bandido 
hoje é algo que não vale a pena, senão vejamos: 
     - O policial não ganha por produção. Tanto faz ele prender 100 
bandidos por mês como não prender nenhum. O salário que 
ele recebe é o mesmo! Se o policial prender 10 bandidos por 
mês, serão 10 audiências em que ele terá que comparecer ao 
Forum da cidade para ser ouvido pelo juiz. Isso geralmente acontece 
na folga do policial. Isto é, prender bandido significa folgar menos;
     - Por qualquer motivo, se durante a ocorrência o policial 
cometer algum excesso, ou alguém se achar ofendido e for à 
corregedoria, o policial vai ter que responder a processo disciplinar. E adivinha Quem paga o advogado? Claro, o policial. Isto é, prender bandido 
significa ônus financeiro.
     - Se por algum motivo durante a ocorrência o policial se ferir ou 
se acidentar, ele será afastado e as custas do tratamento serão 
todas por conta dele. Olha aí a prisão doendo no bolso mais uma 
vez!
     - Se durante uma ocorrência o policial matar um bandido, por 
pior que seja o infrator, o policial vai responder a um processo 
judicial. Adivinha mais uma vez quem paga o advogado? 
       É por essas e por outras que hoje a gente não vê mais
os policiais trabalhando com tanta vontade. Os bons policiais 
que conheci durante a minha vida profissional estão todos se 
afastando do serviço operacional. Todos com medo de perder o 
emprego, todos postos contra a parede, todos trabalhando sob 
pressão. O resultado disso é que o bandido agora tá com "pescoço 
grosso". Não teme a justiça por ela ser muito branda (já 
abordei bandido respondendo a 7 homicídios, solto por concessão 
da justiça). Não teme o cidadão porque sabe que ele está 
desarmado (a lei não permite que o cidadão conduza arma para 
se defender) e não teme mais a polícia por que ela está de 
mãos atadas. Que maravilha ser bandido no Brasil! 
        A Polícia Militar do Estado de São Paulo, de maneira muito 
aguerrida e heroica, decidiu, apesar da falta de apoio da 
imprensa, apesar da benevolência das leis em relação aos 
bandidos, apesar da pressão desses pústulas que se 
instalaram no Brasil denominadas ONG`s, das instituições de 
direitos humanos e dos baixos salários (a PM de São Paulo é 
uma das mais mal pagas do país), partir pra cima da bandidagem.
      A PMESP diminuiu índices de criminalidade e reduziu 
os números de ocorrências de maneira drástica. Desarticulou 
diversas quadrilhas de traficantes e colocou na cadeia ou no 
cemitério diversos líderes do PCC. Resultado: Em represália à 
legítima ação policial, o crime organizado começou a matar 
policiais. A maioria deles de folga ou já aposentados. 
A PMESP de maneira destemida não recuou  e continuou realizando 
seu trabalho de maneira brilhante. O resultado foram bandidos 
presos e aqueles que não se renderam  e reagiram no momento 
da abordagem, naturalmente mortos. Daí aparece um promotorzinho 
(que fosse um brinquedo seria o "teoricozinho da Estrela"), junto 
com essas imprensa covarde, vendida, tentar convencer a 
população de que a polícia é truculenta e que a Polícia Militar 
tem que ser extinta.
     Nobres amigos, vou lhes falar com toda sinceridade. A única 
instituição que resta neste país ainda capaz de trazer de volta a 
ordem se chama Polícia Militar. Mas ela está sendo 
minada, acuada, desvalorizada, destruída pouco a pouco... 
A quem interessa uma polícia fraca? A quem interessa leis 
benevolentes? Quem realmente são esses que defendem os 
direitos humanos e quais os seus reais  interesses?
     Vou guardar esta mensagem e pedir que Deus me dê a 
oportunidade de ainda estar vivo para ver o dia em que, sem 
ter mais a quem recorrer e cansado de tanta violência, de tanta 
injustiça e de tanta barbárie, o povo deste país nos dê valor. 
Esta mensagem será testemunha de que nós que hoje lutamos 
tínhamos razão.
     Aos amigos integrantes da PMESP, a quem também encaminho 
cópia desta mensagem, envio as minhas condolências em 
razão dos companheiros mortos. Ver o vosso comandante defender 
a  PMESP e seus integrantes me enche de orgulho e me faz voltar 
a sentir um imenso desvanecimento por ser policial militar. Me dá 
vontade de vestir o vosso uniforme e combater ao vosso lado!
Saudações militares!!!
(Remetido pelo meu amigo cossaco de Curitiba.)
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Minha total solidariedade à a valorosa Polícia Militar do Estado de São Paulo. Enquanto os antigos comunas estiverem no poder federal, não perderão oportunidade de vingar-se das surras sofridas. Como não podem acabar com as Forças Armadas, que já estão bem domesticadas, tentam com as PMs que, no entender de Élio Bicudo, são o "rebotalho da ditadura". Penso que o Sr Élio agora repensará as bobagens ideológicas que disse nas universidades, ditadas pelo ódio, ao ver que seu partido (os antigos e enganosos Catões da moralidade, vide Dirceu) consegue ser pior e mais corrupto que as arenas,  pedeesses, pepês e dens. É só lembrar o mensalão, a maior roubalheira da História desde o nascimento deste país como terra descoberta (nem tanto) em 1500.
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Meus sentimentos aos valorosos policiais militares mortos em São Paulo, vítimas de uma ideologia combinada com o crime, que agora nos governa. Que o senhor governador de São Paulo comece a governar na área de segurança Pública e passe a defender seus policiais com mais veemência e efetividade.
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quarta-feira, 7 de novembro de 2012

A GUERRA DO CONTESTADO.



Importante documento de meu confrade Tenente Coronel Francisco de Assis Vitovski, historiador e romancista da Academia de Letras dos Militares Estaduais. Já que vou a Blumenau e me ausento por dois dias, deixo este brilhante documentário com meus caros leitores.

A GUERRA DO CONTESTADO

100 ANOS

          Estamos vivenciando 100 anos da guerra do contestado. Muitos atos e solenidades vêm sendo feitos em razão disto, ocasião em que algumas pessoas se referem aos mesmos como “comemorações dos 100 anos da guerra do contestado”. Eu discordo deste termo “comemorações”, por achar que uma guerra nunca pode ser comemorada, mesmo que a tenhamos ganhado.
          Este conflito armado, que segundo o pesquisador e historiador Fernando Tokarski deixou em torno de sete mil mortos, vindo na sequencia da guerra dos Farrapos e de Canudos, foi com certeza maior que a de Canudos, porque enquanto lá era apenas um arraial, aqui eram vários redutos (vilas) de caboclos. Foi com certeza menor no número de mortos, mas isto se deu em grande parte pelo comedimento dos comandantes militares, tanto que a maioria das mortes de civís foi pela fome e doenças, ao se dispersarem nas matas locais. Apenas não tínhamos aqui em Santa Catarina, como lá na Bahia, um Euclides da Cunha para empolgar o assunto, nem os líderes caboclos o apoio declarado da Maçonaria, como Bento Gonçalves no Rio Grande do Sul. Por isto o assunto ficou praticamente em aberto até hoje.
          Mas foi um movimento bélico que deslocou generais para os planaltos sul e norte catarinense e onde foi usado pela primeira vez um avião em uma guerra.
          O espaço para estudos é imenso e o assunto empolgante, mas até hoje muitos autores vem produzindo livros basicamente copiados uns dos outros e cuja pesquisa se acentua somente nos dias atuais, 100 anos depois do feito, principalmente por Fernando Tokarski e Antonio Dias Mafra.
          Nos próximos dias teremos em Canoinhas o lançamento de mais um livro sobre o assunto, da escritora Rosa Maria Tesser. Confiamos na professora Rosa Maria e esperamos um trabalho de pesquisa à altura. Isto porque alguns autores tem se mostrado apenas como mascates de livros, escrevendo besteiras, até sensacionalistas, com o objetivo puro e simples de vender seu livro. Se nos Estados Unidos hoje a moda é achincalhar os muçulmanos, aqui no Brasil a moda é criticar os militares, tanto que um desses autores escreveu que o exército dizimou os caboclos, utilizando os fornos de queima de serragem e resíduos de madeira da madeireira Lumber Corporation como crematório dos mesmos. Tem muita gente que ainda não sabe o que é a liberdade de expressão. Ou pensam que todos nós, brasileiros, somos burros.
          E valorizando os atos relativos a este centenário, está acampada aqui em Três Barras, na área do Centro de Instrução Marechal Hermes, do Exército Brasileiro, exatamente onde era o pátio da Lumber Corporation, a COMPANHIA DOS INDESTRUTÍVEIS.
          A Companhia de Preservadores de Viaturas Militares Indestrutíveis, sediada em Florianópolis, é uma associação de empresários catarinenses que mantém veículos e artefatos militares baixados no uso das Forças Armadas e veio para cá com 42 veículos militares antigos, lindamente restaurados e preservados, parecendo novos.
          Trouxe a seguinte mensagem:
HOMENAGEM DOS INDESTRUTÍVEIS AOS CIVÍS E MILITARES IMOLADOS NO CONTESTADO.
          A Guerra do Contestado foi o evento bélico mais importante da história de Santa Catarina. Chamada como Contestado em virtude dos muitos conflitos e por ser uma região de disputa de limites entre os dois Estados Brasileiros.
          A formatação histórica do Contestado é ímpar. Não há uma motivação única com início, meio e fim, para caracterizar o fato. O evento é entendido como a insurreição do sertanejo catarinense, provocada pelo avanço do capitalismo na região, influenciada pela construção da ferrovia. O Exército Brasileiro foi convocado para atuar nesse conflito, com o objetivo de pacificação.
          Visitando a rica história de Santa Catarina, a Cia Indestrutíveis aproveita a oportunidade para realizar exposição de suas viaturas, palestras e visita à região onde ocorreu o conflito. Esta expedição não se caracteriza por uma viagem apenas, mas sim, a intenção da Cia Indestrutíveis e de seus integrantes, de prestar uma homenagem aos civis e militares que tombaram na luta por seus ideais na Campanha do Contestado, quando a luta que se travou entre irmãos completa 100 anos.
          Batizada de EXPEDIÇÃO POTIGUARA II, a Cia Indestrutíveis busca homenagear o capitão Tertuliano Potiguara de Albuquerque, que comandou em 1915 as ações que desarticularam e quebraram a resistência cabocla, colocando fim a esta guerra.”

          No circuito das atividades desses colecionadores e estudiosos das viaturas e artefatos militares, por via de consequência das atividades militares, estava uma visita ao 3º. Batalhão da Polícia Militar, BATALHÃO JANUÁRIO CÔRTE, também chamado de “Sentinela do Planalto”, exatamente por constituir-se um baluarte do Contestado, visita esta que ocorreu no dia 31 de outubro último com uma solenidade militar.
          Para este evento, o tenente coronel Mario Erzinger, comandante do batalhão, convidou-me para produzir e ler um texto sobre o Contestado, evidenciando os feitos do combatente major Januário Côrte, que legou seu nome àquela unidade militar.
          Assim eu me pronunciei:

          Há 100 anos o Brasil tinha suas divisas externas e internas indefinidas.
          Depois da união dos dois adversários - Portugal e Espanha - para a eliminação das reduções Jesuítas dos sete povos das missões - algumas já cidades com 210 anos, como São Miguel - missões essas que se formavam numa tentativa de ocupação pacífica pelo governo português aos selvícolas que se intitulavam donos das terras, ficou muito claro que a ocupação deste continente era uma preocupação DE ESTADO, organizada sobretudo na arrecadação de tributos que promovessem a sustentação deste Estado, para uma ocupação ordenada da área, extensa e inexplorada.
          Eliminadas essas cidades religiosas que tinham crescido à revelia do Estado e que já tinham um comércio exterior expressivo, exportando alimentos, obras de arte, artigos de metal (principalmente sinos) - as demais missões como CIUDAD REAL e VILLA RICA nas imediações de Foz do Iguassú e SÃO TOMAZ DE PAPANDUVA aqui no planalto norte catarinense, com medo de represálias também deixaram de existir.
          Com isto os indígenas voltaram às matas e aos campos e puseram-se em combate com os comerciantes (bandeirantes e tropeiros) e com os prepostos do Estado que eram espalhados na região para implantar postos de arrecadação - onde via de regra se formava uma nova cidade.
          Em 1842, Pedro Siqueira Cortes, implantou um caminho de tropas entre Palmas e Palmeiras, que encurtava em 20 léguas o Caminho das Missões e passava no Vau do Rio Iguassú, em Porto União, caminho este que passou a ser conhecido como Estrada da Nação.
          Os rios eram caminhos naturais e o tráfego entre Porto União e Porto Amazonas era intenso, buscando Ponta Grossa e de lá São Paulo. Mas paralelamente a estes, eram necessários caminhos de terra, que conduzissem as frotas de mercadorias levadas por muares.
          Traçou-se então - naturalmente - um caminho de tropa que ligava o planalto sul ao planalto norte - entre o caminho das tropas que passava em Lages e o rio Iguassú - que conduziria tanto para o norte (Porto Amazonas - Ponta Grossa - São Paulo) como para Palmas, atingindo o Caminho das Missões.
          Este caminho, do planalto sul ao planalto norte, cria a vila de Curitibanos no final do planalto sul e início da serra e aqui, no início do planalto norte, ao cruzar o rio Itapeba (hoje rio Canoinhas) se forma a vila de Canoinhas.
          Com isto a região passa a ser disputada por fazendeiros - que ganhavam as terras do Estado - por comerciantes (conhecidos como mascates) e por via de consequência por grileiros e salteadores.
          Nas matas, iniciava-se outro tipo de povoamento, o dos CABOCLOS, que eram na maioria negros remanescentes da escravidão e por origem africana viviam em liberdade nas florestas, os quais se acomodavam - sem lutas - com os XOKLENG e os KAIGANGS que ocupavam a região.
          Mas a extinção das missões jesuítas, deixara sem tarefa os missioneiros, aqueles que em nome de Deus ou de algum santo, adentravam às matas para atrair os índios. Estes, então, passaram a visitar esses povoamentos caboclos e lá faziam sua pregações. Aqui no planalto norte o mais famoso deles foi João Maria de Agostinho, cuja presença foi registrada na passagem das tropas federalistas em 1896, quando o coronel Angelo Dourado, em sua memorável obra “Voluntários do Martírio” relata o monge SÃO JOÃO MARIA, celebrando ofício religioso, que tinha como catedral uma enorme árvore de imbuia rodeada por fiéis que seguravam uma vela acesa.
          Destaca-se que a missão destes, agora, era puramente religiosa e para não perder espaço, a Igreja Católica que adentrava à região com outras ordens religiosas, promove os missionários, determinando-lhes buscar os redutos caboclos, para mantê-los como fiéis católicos.
          Estes redutos caboclos, no entanto, passavam a constituir-se abrigos para bandidos, fugitivos e espertalhões e estes, que via de regra assumiam a liderança do grupo - pela força ou pelo medo - não eram ligados à religião e sobretudo não gostavam de padres, pois estes levavam consigo uma caderneta onde anotavam tudo o que viam e ouviam, razão pela qual os bandidos achavam que eles repassariam tais informações para as forças militares que atuavam na região.
          Junto com esta ocupação territorial, passam a ser definidas as fronteiras estaduais. São Paulo cede as VACARIAS DE SÃO PEDRO DO RIO GRANDE para que lá se forme o Estado do Rio Grande do Sul. Depois, cede os cobiçados campos gerais para a implantação do Estado do Paraná.
          Santa Catarina ficara com o litoral, entre o mar e os contrafortes  da Serra do Mar.
          Assim adentramos ao século XX.
          Ocorre que à revelia desses acertos político-administrativos, os catarinenses já tinham ultrapassado a serra e ocupavam os planaltos sul e norte, trazendo a dúvida se eram catarinenses ou paranaenses e a qual dos dois Estados deveriam pagar seus tributos.
          Os dois Estados, por óbvio, queriam os impostos produzidos na região e passaram a incentivar o boicote e mesmo a destruição de postos de arrecadação de um e de outro, por “diligências” comandadas por funcionários públicos estaduais, quase sempre os chefes das contadorias estaduais, um destes com o qual ainda convivi, o canoinhense NHÔCA QUADROS, que ao aposentar-se passou a ser consertador de guarda-chuvas.
          No primeiro acordo de limites entre os dois Estados, ultrapassada a serra, no planalto sul a divisa seria no rio Marombas e no planalto norte o rio Preto (entre São Bento e Rio Negrinho).
          Naquela época, o exército estadual, por assim dizer, era o Regimento de Segurança. Lá, em Florianópolis, estava um sergipano, JANUÁRIO DE ASSIS CORTE.
          Consta que Januário teria nascido em 21 de maio de 1865  na cidade de Aquidabã, interior do Estado de Sergipe, filho de José Corrêa Dantas e Francisca Vieira Dantas.
          A história de Januário por nossas terras se inicia em 1894. Não se sabe por que veio para cá, mas em 2 de junho de 1894, inclui no Corpo de Segurança do Estado de Santa Catarina, como soldado.
          Não existem registros que tratem de sua vida até o seu ingresso no Corpo de Segurança, mas seu aculturamento e grau de instrução profissional eram com certeza elevados, haja vista que em 4 de outubro do mesmo ano, apenas quatro meses depois de ter ingressado, já Sargento Ajudante ( função privilegiada do sargento mais antigo da corporação) é promovido a Alferes. Neste período o Estado de Santa Catarina era governado por Hercílio Luz e esta promoção é significativa, porque em 1894 o efetivo do Corpo de Segurança era de apenas 350 homens e destes 11 eram oficiais. Portanto uma carreira meteórica, deixando a entender que o mesmo se destacava cultural e profissionalmente dos demais. Além disto, é muito prestigiado por Hercílio Luz nos anos que se sucedem.
          Em 22 de fevereiro de 1896 é promovido a tenente e em 14 de agosto deste mesmo ano de 1986 recebe a missão de seguir para o interior do Estado, coibir manifestações por questões de limites entre o Paraná e Santa Catarina.
          Ainda no governo de Hercílio Luz, em 4 de fevereiro de 1897 é promovido a Capitão e de certa forma, passa a ser um diplomata do Estado, seguindo para diversas regiões, em missões determinadas pelo governador.
          Em 12 de janeiro de 1902 vem a São Bento do Sul, representando a Secretaria Geral dos Negócios do Estado, para tratar exatamente das questões de limites, que na época chegavam até ali.
          Mas os catarinenses e o próprio Estado, apelaram pelo direito de “uti possedetis” e em novo acordo, os limites de Santa Catarina foram estendidos até o Rio do Peixe.
          Em 20 de junho de 1911 Januário vem para Canoinhas, de onde retornou em 21 de agosto, mas em 11 de dezembro volta a esta cidade, agora com um pequeno contingente militar. Aqui, em 17 de janeiro de 1912 é promovido a major, o segundo posto da escala hierárquica de sua corporação, só retornando da missão ao quartel do Regimento de Segurança, em Florianópolis, a 14 de março de 1912, três meses depois que saíra.
          Era a discussão político-administrativa entre Paraná e Santa Catarina por seus limites, vez por outra acompanhada de um pequeno contingente militar.
          Concomitante com isto, o término da ferrovia São Paulo-Rio Grande, no Rio Grande do Sul em 1910, demite cerca de 10 mil trabalhadores, entre os quais a maioria nordestinos, assim como poloneses, alemães e austríacos, dentre outros europeus contratados para a execução da obra.
          O Rio Grande do Sul já estava ocupado por grandes fazendas e não absorveu esses trabalhadores. Além disto, a Lumber Corparation iniciava a construção de outras ferrovias, entre as quais a que ligava Porto União ao porto de São Francisco do Sul. Isto atraiu para cá aquela massa de operários que, sem “eira nem beira” se acomodavam nos redutos caboclos.
          Da região de Curitibanos, era dono - literalmente - o coronel Albuquerque, cujas terras tinha ganhado do Estado de Santa Catarina.
          Ocorre que lá começa a se formar um reduto caboclo, pobre, desprovido de alimentos e armas, o qual começa a servir de guarida para bandidos da região. Foi quando chegou neste um desertor da Força Pública Paranaense, chamado José de Maria (citado por alguns historiadores como o 3º. monge - mas que na verdade não era religioso), espertalhão, letrado, trazendo de baixo do braço um livro com a história de Carlos Magno.
          Nesta condição passou a ser prestigiado pelos caboclos. Todas as tardes lia para a pequena urbe um trecho do livro, quando eram também proferidas algumas orações, chamadas as “rezas da tarde” e através disto foi implantando um reinado e uma segurança particular a exemplo de Carlos Magno, com os doze pares de frança e as mulheres da côrte (para o que exigia as virgens do acampamento). Como não tinham armas, exceto facões adquiridos ou roubados na vila, ensinou os caboclos a talharem facões de pau, com uma madeira muito forte encontrada na região, cujas pontas “furavam” os oponentes.
          Preocupado com isto o coronel Albuquerque exige do Estado de Santa Catarina que os mesmos sejam retirados de suas terras.
          Foi então que em 24 de setembro de 1912, JANUÁRIO DE ASSIS CÔRTE, que mesmo como capitão da Força Pública, era Comissário de Polícia da Capital, é destacado para a Vila de Curitibanos, comandando um contingente militar, a fim de defender a população e perseguir este bando de malfeitores.
          O tal JOSÉ MARIA, esperto, tinha seus “bombeiros”, os quais avisaram do deslocamento deste contingente militar. Por isto, ele resolveu conduzir seu grupo para uma região denominada Banhado Grande, onde um amigo seu possuía uma fazenda, denominada Fazenda São João do Irani, já no Estado do Paraná, e os abrigaria.
          O líder julgava que o grupo seria perseguido pelo contingente de Januário e em uma das “rezas da tarde”, na tentativa de manter os caboclos unidos para o combate, disse que recebera orientações do espírito do Monge João Maria e que este lhe dissera que aconteceria um grande combate com militares e que os caboclos deveriam obedecer suas ordens, mas que apesar disto ele seria morto.
          Assim, ultrapassaram as divisas entre Santa Catarina e Paraná.
          Ao governo do Paraná chegou a notícia que os catarinenses novamente tinham ultrapassado as divisas e se instalaram em Irani.
          “De novo? - teria dito o governador. - Agora chega! Pega uma força militar, vai lá e expulsa esses barrigas-verdes!”
          Foi então chamado um pernambucano, o capitão João Gualberto, que seguiu com uma tropa da Força Pública Paranaense em direção à Irani. Ao passar em General Carneiro, João Gualberto convoca alguns vaqueanos da região, entre eles Pedro Varela. Ao atingir os Campos de Palmas, na localidade chamada Horizonte, na hospedagem de Tonico Branco, onde pernoitou, resolve dividir sua tropa, mandando a maior parte desta para a cidade de Palmas, temendo uma invasão pelos caboclos após sua dispersão.
          Com a fração de tropa que ficara consigo, dirigiu-se ao Banhado de Irani.
          Tentando evitar o confronto, mandou Pedro Varela levar um bilhete escrito à lapis para José Maria, que respondeu ao mensageiro que bilhete à lápis não tinha valor e os caboclos estavam  prontos para o combate.
          Realmente ocorreu o combate e ambos, José Maria e João Gualberto foram mortos.
          O capitão Gualberto foi conduzido à Curitiba e reverenciado como herói, enquanto os caboclos, os soldados e os vaqueanos mortos, foram enterrados na conhecida VALA DOS 21. Muito pouco se sabe, no entanto, até hoje, quem foi ali sepultado.
          Aí está um diferencial da questão, que se impõe aos estudiosos do Contestado: os militares registravam os fatos. Os caboclos não. Muito desta história nós só sabemos pela versão militar. Outras pelos livros de Tombo das Igrejas católicas, onde eram “tombados” os dados registrados nas cadernetas dos padres.
          Os caboclos remanescentes de Irani se reagrupam e um ano depois formam o reduto de TAQUARUSSÚ DO BOM SUCESSO.
          Como as premonições do ex-líder, de que haveria um grande combate e ele seria morto tinham dado certo, os caboclos passaram a crer que realmente ele incorporava o Monge João Maria e diariamente, nas tardes, rezavam para seu espírito. Foi quando uma das ditas virgens, a mais influente, chamada VIRGEM TEODORA, tem uma visão que a partir daquele momento ela passaria a incorporar o monge João Maria e que por ordem do mesmo, todos deveriam se unir em torno da fé a São Sebastião.
          Ao mesmo tempo se formam outros redutos, como o da PEDRA BRANCA, o de CARAGOATÁ e o maior deles, SANTA MARIA, todos disputados por lideres que ameaçavam os fazendeiros, com os quais muitos conseguiam conchavos e vantagens para ambos, mas atacavam sem piedade as vilas, colônias e sobretudo a Lumber Corporation às margens da nova ferrovia.
          Por isto os fazendeiros e a Lumber tinham seus piquetes de “vaqueanos”, mercenários pagos para defender as propriedades contra os saqueadores, a quem chamavam de “jagunços”. O Piquete da Lumber tinha mais de duzentos homens, fortemente armados com winchester calibre 44 e revólveres SW 44 e 38.
          Os redutos caboclos se comunicavam entre si e a doutrina da VIRGEM TEODORA dominava essas cidades caboclas, contrariamente a intenção dos padres da igreja católica que eram expulsos desses locais, razão pela qual passaram a ser chamados de fanáticos. Como se disseminava a fé em São Sebastião, temia-se também o “sebastianismo”.
          Com isto, atingindo a igreja católica, extrapolava os limites estaduais, razão pela qual os estados de Santa Catarina e Paraná pediram a intervenção do governo federal, o qual optou por acabar em definitivo com essa dissidência à lei e à religião, enviando tropas federais para eliminar os “jagunços fanáticos”.
          Destaque-se que no reduto de CARGOATÁ, por exemplo, tinha mais de 600 casas, escola, igreja e roças de milho, feijão e mandioca.
          Para esta operação de guerra, uniram-se Exército, Força Pública estadual e piquetes de vaqueanos.
          Em uma escala muito menor, é claro, repetia-se a aniquilação dos sete povos das missões.
          Foi então que aparece novamente Januário de Assis Corte, em 31 de dezembro de 1913, com o todo o Regimento de Segurança, a fim de reunir-se às forças que se achavam em operação na Vila de Curitibanos. Saindo de Florianópolis, chegou em Lages depois de 7 dias e mais 3 em Curitibanos, de onde, em 26 de janeiro de 1914 levantou acampamento com destino ao reduto de Taquarussu do Bom Sucesso. A 3 de fevereiro, com Forças do Exército, artilharia, infantaria e a Força Policial, estavam no Espinilho, sob o comando do Tenente Coronel Duarte de Aleluia Pires.
          Os jagunços estavam bem organizados e ambientados ao terreno. A 8 de fevereiro de 1914, pela tarde, chovia torrencialmente quando a luta começou. A tempestuosa noite de 8 para 9 foi passada em bivaque, com abnegação e resistência, onde a tropa deveria a qualquer custo manter a posição.
          Os remanescentes dos jagunços retiraram-se para Caragoatá.
          Em 14 de fevereiro o contingente iniciou o deslocamento para o reduto de Caragoatá e a 9 de março Januário foi encarregado de um reconhecimento no esconderijo inimigo, missão perigosa e arriscada, que executou disfarçado de mascate.
          Após as ações em Caragoatá, seguiu para Canoinhas, passando por Perdizes, Cachoeiras e Fazenda dos Pardos, chegando em 31 de março e daí para Florianópolis, apresentando-se em 22 de abril, entregando o comando das tropas ao major do Exército (comissionado como tenente coronel) Gustavo Schmidt.
          Passadas as missões de campanha, Januário se aposenta e vem residir em Canoinhas , onde possuía terras, recebidas por pagamento da construção da estrada que ligava Canoinhas à Colônia Ruthes, empreitada em sociedade com o Major Manoel Thomaz Vieira, da Guarda Nacional. A Colônia Ruthes, transformada em Município, toma hoje o nome de Major Vieira.
          Tão logo chega à cidade, em 8 de janeiro de 1923 é nomeado prefeito substituto, exercendo este cargo até 26 do mesmo mês e ano.
          Em 19 de julho do mesmo ano foi nomeado prefeito novamente, exercendo o cargo até 01 de dezembro.
          Depois disto Januário teria sido Conselheiro Municipal (Vereador),.
          Em 24 de março de 1926, aos 61 anos de idade, falece em Canoinhas, repousando hoje lado a lado ao velho sócio e amigo, o Major Manoel Thomaz Vieira.
          Em 6 de julho de 1930, por proposta do comandante Lopes Vieira, seu nome foi dado à rua fronteira às casas da Vila Militar, em Florianópolis.
          Em 20 de março de 1949 foi fundada a Loja Maçônica JANUÁRIO CÔRTE, sendo a denominação proposta por Rodolfo Geraldo da Rosa, "em homenagem ao grande Oficial da Polícia Militar de Santa Catarina, com relevantes serviços prestados à Maçonaria catarinense".
          Com a criação do 3º. Batalhão de Polícia Militar na cidade de Canoinhas em 29 de novembro de 1960, palco que fora esta cidade da guerra do contestado e onde Januário havia se destacado como combatente, a Polícia Militar resolveu homenagear o ilustre comandante, dando seu nome a este batalhão.
          Também foi dado o nome de Januário de Assis Corte para uma rua no bairro Alto da Tijuca, da cidade de Canoinhas.
          No portal da Polícia Militar de Santa Catarina, consta nos atos heroicos da corporação o seguinte comentário:
          “A Campanha do Contestado (1912/1918), na qual se destacaram valorosos soldados, colocando-se em evidência o Major Januário Corte e o Capitão Euclides de Castro, conhecido como Capitão Canudinho, que comandou o último combate da Campanha do Contestado – Batalha do Tamanduá –, quando rendeu aproximadamente 5.000 revoltosos;”
          Januário deixou os filhos: Alinor (professor normalista), José, Agenor, Álida, Nadir, Eutália, Olivério (contabilista), Ivo, Jair, Sidney José e Pedro Paulo.
          Nesta data, outubro de 2012, ainda vivem os filhos Ivo e Pedro Paulo.
          Seus filhos Alinor e Olivério também foram prefeitos de Canoinhas. Alinor, entre 14 de abril de 1936 e 8 de julho de 1944 e Olivério, de 12 de agosto de 1944 a 21 de novembro de 1945 e de 11 de fevereiro de 1946 a 26 de dezembro de 1947.
          Do filho Alinor, legou à Polícia Militar do Estado de Santa Catarina o neto coronel RR Dinoh Antônio Côrte e os bisnetos tenente coronel Dinoh Antônio Côrte Filho, hoje servindo na 4ª. Região Militar, sediada na cidade de Chapecó e José Renato Côrte, este último deixando a Polícia Militar quando ainda era tenente para ingressar no Ministério Público do Estado.
          O coronel RR Dinoh Antônio Corte comandou este batalhão da Polícia Militar que leva o nome de seu avô, de cujas mãos honrosamente eu recebi o comando desta mesma unidade militar para comandá-la, que o fiz sob a evocação de seu patrono e seus feitos.
          Foi assim que nós, policiais militares de Santa Catarina, participamos deste evento bélico em nosso Estado.
          Destaque-se que os caboclos foram as grandes vítimas. Eles queriam apenas viver em paz, mas foram aliciados como massa de manobra de bandidos e supostos líderes.
          Depois das batalhas, quando foi usado pela primeira vez o avião em uma guerra, ocasião em que o capitão Ricardo João Kirk ao fazer um voo de reconhecimento sobre o reduto de Santa Maria, despencou com seu aeroplano sobre o local denominado Passo da Galinha, hoje município vizinho (paranaense) de General Carneiro - saíram dois aviões do Rio de Janeiro, embarcados em um trem, mas um deles incendiou ao receber uma fagulha da maria fumaça - os caboclos se dispersaram nas matas.
          Os líderes que não foram presos foram cassados pelos vaqueanos e sujeitos à degola, por ordem do Estado. Mas a degola - chamada de gravata vermelha - feita pelos piquetes de vaqueanos, estendeu-se a todos os jagunços seguidores desses líderes.
          O trágico desta história talvez tenha sido o fato do Estado ter compactuado com esses piquetes de vaqueanos, pois eram constituídos por matadores que o faziam sem dó nem piedade, fossem homens, mulheres ou crianças. Alguns destes chefes aproveitavam para resolver suas mazelas pessoais ou de seus patrões, matando muitos oponentes.
          Os caboclos então, espalhados nos sertões, aos milhares, esfomeados, esquálidos e doentes, uniram-se e dirigiram-se a Canoinhas em 1915, não para saquear, mas querendo ajuda. Ao contrário do que esperavam, foram recebidos a bala e a maioria deles mortos.
          É portanto sobre este chão, tingido de vermelho, - conta-se que por vezes as águas dos rios eram vermelhas, do sangue das pessoas -  que nós crescemos, por via de consequência não só fisicamente, mas também em espírito.
         Congratulamo-nos com os senhores, que refazem os caminhos das tropas militares, pois podemos, com segurança, repetir que: A HISTÓRIA DE UM POVO É A HISTÓRIA DE SEUS CAMINHOS.
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