Roberto Rodrigues de Menezes.

Roberto Rodrigues de Menezes



quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

GENOCÍDIO UCRANIANO - PARTE I


Kiev, a bela capital ucraniana.

Como matavam os encarcerados nas prisões de 1941.

GENOCÍDIO NA UCRÂNIA EM 1941.


Meus leitores estão carecas de conhecer o genocídio dos judeus. A própria esquerda fomenta a sua propaganda nas tevês, jornais e revistas, para que não lembremos de genocídios piores, praticados pelos comunistas. Mas nós não esqueceremos.
Istorychna Pravda (Verdade Histórica)
Volodymyr Honskyi

Pego a câmera e volto para fotografar montanhas de cadáveres. Às câmaras já não tenho forças para voltar. Depois de uma semana minhas fotos apareceram nas "Notícias de Kharkiv", mas não todas. Algumas foram consideradas demais assustadoras".
Bilhões de crenças enterradas na terra preta,
Bilhões de venturas dissipadas ao pó...
... Se todos enganados recuperassem a visão,
Se todos assassinados revivessem...
Tremam, assassinos, pensem, lacaios!
A vida não rasteja no seu calcanhar.
Vocês ouvem? No cemitério das ilusões
Já não há lugar para sepulturas!
Volodymyr Semonenko, 1962

Por alguma razão, nenhum notável historiador ou político não lembra investigar e dizer-nos (acentuo - não apenas investigar, mas também tornar conhecido) sobre o papel e lugar dos ukrainianos na segunda guerra Mundial, que começou em setembro de 1939, com ataque da Alemanha à Polônia? E por que nós tão raramente e com indiferença lembramos esta data. Como se isto fosse lá com eles, a nós não dissesse respeito.
Quem dos comandantes ou soldados destacou-se na defesa heroica de Varsóvia? Quantos de nós sucumbiram então, durante a guerra germano-polaca? O percentual dos ukrainianos no então exército polonês não era menor que no exército soviético.
E por que os políticos que "unem" Ukraina de Uzhhorod a Luhansk não lembram até hoje que a guerra para Ukraina começou ainda mais cedo: 15 de março de 1939 o exército regular da Hungria com a bênção de Hitler invadiu os Cárpatos Ukrainianos (nome atual - Transcarpathia - Estado ucrainiano independente em 1939) e brutalmente destruíram o país - junto com milhares de patriotas ukrainianos - não somente os transcarpathianos. 
Esta foi curta, sangrenta, mas verdadeiramente guerra patriotica. Lutaram voluntários da Halychyna e os "orientais" ukrainianos ( aqueles que conseguiram fugir do Holodomor e repressões), veteranos da UNR (República Popular Ukrainiana), etc.
Aquela guerra, financeiramente e com informação apoiaram todos os ukrainianos, e não somente exemplos epopéicos de valorosas ukrainianos, honra, heroismo, cavalheirismo! Dos quais hoje temos tanta falta para iluminar moral e psicologicamente os faróis, para imunizá-los da brutalidade russófila.

Exército dos Cárpatos Ukrainianos

Retornemos a junho de 1941. Sobre o heroísmo dos soldados soviéticos, abandonados à própria sorte por Stalin e seus medíocres e cruéis comandantes, já foi dito muito. Que a terra lhes seja leve... História conhece alguns exemplos de tão criminosa e indiferente atitude de líderes aos seus soldados. Mas a história não conhece atos satánicos, análogos aos quais eu quero chamar a sua atenção neste artigo. Nos primeiros dias da guerra, nas condições de retirada em massa e agonizante derrota, o regime bolchevique decidiu culminar ao máximo a destruição da elite ukrainiana ou simplesmente os mais ou menos "elementos" de consciência ukrainiana.

 

Corpos de torturados até a morte, estendidos para identificação no pátio da prisão N°1. Rua Lontskoho, Lviv. Junho de 1941.

Através de toda Ukraina expandiu-se onda de prisões e fuzilamentos de dezenas de milhares daqueles que não conseguiram destruir com o confisco de seus meios de subsistência, Holodomores e repressões.
Ao encontro dos escalões com soldados mobilizados do Exército Soviético, para o Oriente , à Sibéria e tundra (não ao front), íam dezenas de escalões superlotados de novos "inimigos da nação".

Como fuzilavam os presos em Lviv, no verão de 1941.

Os presos das cidades e cidadezinhas ocidentais da Ukraina Ocidental (e não apenas - por exemplo Vinnytsia) em geral resolveram pela "Categoria 1", isto é, matar. Através de telefonemas a todos os organismos punitivos regionais enviaram a ordem apropriada. Pena que o limite dos artigos na internet não permite citar todos os testemunhos documentais dos executores e vítimas. Por isso citarei os dados mais notáveis, com abreviaturas.

Memorando: Sobre a evacuação de prisões das regiões ocidentais da Região de Lviv.
A evacuação iniciou-se no dia 22 de junho. Nas quatro prisões havia 5.424 presos. No primeiro dia da invasão dos alemães na URSS foram fuzilados 2.464 prisioneiros. Todos foram enterrados nos subsolos das prisões, nos morros e no Jardim de Zolochev.
Região de Drohobych : nas duas prisões: Sambir e Stryi havia 2s242 aprisionados. (Da prisão de Peremyshel não temos dados). Durante a evacuação fuzilaram 1.101 prisioneiros. Ficaram expostos 80 cadáveres, a pedido do chefe da prisão ao NKVD para auxiliá-lo no enterro responderam com recusa. O vigilante Libman suicidou-se. Outro vigilante, Savkun desertou...
Região de Stanislau: De três prisões: Stanislau, Kolomeia e Pechenizhyn evacuaram 1.275 presos. Em Stanislau ficaram 647 prisioneiros, principalmente réus de crimes quotidianos. Os demais foram fuzilados.
Lutsk: na prisão foram fuzilados aproximadamente 2.000 presos e todos os seus objetos pessoais foram queimados.
Ostrog: prisão nº 3 - 77 presos foram fuzilados, cadáveres enterrados.
Berezhany: ficaram sem enterrar 48 cadáveres, 20 no subsolo da administração e 40 foram jogados no rio, sob a ponte.
Berezhany no verão de 1941.

Tais declarações de Satanás já encontraram-se muitas. Deve notar-se que os fuzilamentos ocorriam também depois desses relatórios. Os prisioneiros, aos quais os relatórios referem-se como abandonados na prisão, mais tarde também foram baleados. Nos últimos dias antes da fuga dos russos, devido a chegada dos alemães, as execuções realizavam-se já sem listas e, muitas vezes, diretamente nas câmaras. Obviamente, o verdadeiro número de mortos e o nome de todas as vítimas nunca será conhecido. Eles foram enxotados e conduzidos em duas colunas de pedestres, para o leste. Uma das colunas, de acordo com testemunhas, foi destruída próximo do Velho Sambor - os guardas jogaram os prisioneiros vivos dentro das minas de sal de Salina.
Foram estabelecidos apenas poucos nomes. Todas as listas, que não foram perdidas durante o recuo dos "vermelhos", durante anos permaneceram nos arquivos da KGB classificados como "absolutamente secreto".
Muitos anos de pesquisa em diversas fontes permitiram estabelecer o número geral de vítimas do terror nas prisões produzido durante a retirada dos bolcheviques da Ukraina Ocidental - mais de 22 mil pessoas, das quais cerca de 5 mil em Lviv, mais 3 mil - na região de Ternopil.
A Sociedade de Lviv "Busca" com base em várias fontes compilou a lista do martirológio nominal dos assassinados, que continua completando-se. Os resultados da pesquisa da "Busca" foram publicadas no livro "Tragédia da Ukraina Ocidental de 1941

       

Exumação das vítimas da NKVD em 1941 no pátio da prisão N°2 em Lviv. Em 1991.
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Remetido pelo amigo Anatoli. Este trabalho tem mais duas partes que serão publicadas, caros leitores.
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