Roberto Rodrigues de Menezes.

Roberto Rodrigues de Menezes



sábado, 25 de setembro de 2010

Elza, a garota!

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Da Série Perfis de Mulheres XII.
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Elza, a garota, codinome de Elvira Cupelo Colônio, estrangulada, morta e enterrada com o corpo dobrado nos fundos de uma casa no Rio de Janeiro. Os comunistas de Luiz Carlos Prestes pensavam que ela os tinha entregue à Polícia, depois da desastrada Intentona, revolução fracassada que durou menos de uma semana e que tinha como objetivo derrubar Getúlio Vargas e entregar o Brasil aos soviéticos de Stalin. Elza em 1936 tinha 16 anos. No filme Olga, que tanto sucesso fez nas bilheterias do Brasil, a "heroína", com 28 anos no mesmo ano, aparenta ser mais nova que Elza. O filme queria esconder que a garota morta era quase uma menina. Morte determinada por Prestes, chefe do PCB, desertor do Exército, depois de um simulacro de julgamento que chamaram de "tribunal revolucionário". Sugiro que o Ministério da Cultura de Lulla ou Dilma Rousseff (codinome Vanda, Patrícia ou Luíza) realize o filme "Elza", mas que não se baseie somente nas informações dos adoradores de Prestes, já que o filme Olga foi foi realizado desta maneira e com dinheiro público hoje controlado pelas hostes vermelhas.
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Elvira Cupelo Colônio passou a se chamar Elza Fernandes, a garota, depois que o irmão Luiz Colônio a apresentou a Antônio Maciel Bonfim (codinome Miranda), que era secretário do Partido Comunista Brasileiro. Luiz estava comparecendo às reuniões do PCB, fascinado pelas utopias e sonhos de igualdade e fraternidade. Um mundo sem classes, onde todos tivessem voz e vez, um mundo de libertação dos excluídos, de combate à burguesia. Sabemos hoje, no entanto, que esses sonhos originaram cerca de cem milhões de mortos somente no século vinte, em diversos países sob o tacão comunista.
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Elza e o irmão moram no Rio de Janeiro. Ano de 1934 e o presidente do Brasil é Getúlio Vargas, gaúcho de São Borja (1882-1954). Os comunistas e filo-comunistas se reúnem em torno de Luiz Carlos Prestes, que abandona o Exército Brasileiro como capitão para viver suas utopias, fiel até a morte ao stalinismo soviético.
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Na residência de Luiz e Elvira começam a acontecer encontros do partidão. Ela, garota dos seus dezesseis anos, se encanta com a retórica do Miranda. Começam a namorar até resolverem conviver como se casados fossem. Para um socialista não importam muito esses confeitos burgueses, como o casamento, véus, buquês e grinaldas numa igreja cristã. Ela recebe o codinome Elza Fernandes e passa a participar das reuniões com seu amado, irmão e companheiros adeptos do grande Josef Vissarionovitch Dzughashvilli, de codinome Stalin, o grande líder que na época governava com mão de ferro a hoje finada União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Ela ainda não entende muito bem tudo o que dizem, pois as frases são carregadas de clichês para decorar, mas o tempo, o irmão e o namorado a ajudarão nesta empreitada. Luiz aprova o romance da irmã com o secretário geral, já que isso poderá ajudá-lo a ocupar posições de destaque no partido.
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No ano de 1935 acontece no Brasil a Intentona Comunista, movimento rebelde comandado por Prestes para apear Getúlio do poder e implantar no Brasil a ditadura do proletariado.
O ex-capitão convivia com uma alemã chamada Olga Benário, de origem judia, que trabalhava para os serviços de inteligência de Stalin (na época NKVD e depois KGB) e era casada com um militar russo em Moscou. Ela fugira da Alemanha para a União Soviética por atividades clandestinas em favor dos comunistas.
Vinte e dois agentes soviéticos vêm ao Brasil com nomes falsos, a mando do Estado Maior Soviético do Exército Vermelho de Stalin, para auxiliar Prestes em sua intentona contra o governo de Getúlio. Olga Benário é um desses agentes.
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De família judia, Olga nasceu em Munique, na Alemanha, em 1908. Com quinze anos filiou-se a uma organização comunista clandestina, passando a fazer parte da Juventude Comunista Alemã. Passou a viver com um professor socialista de nome Otto Brown. Presa por duas vezes em sua terra natal, fugiu para a União Soviética, onde cursou a Academia Militar Russa, diplomando-se profissional do serviço secreto e de espionagem militar, assumindo a Secretaria de Agitação e Propaganda de sua base operária.
Usou, entre outros, os nomes de Ana Baum, Frieda Wolff Behrendt, Ema Kruger, Olga Meirelles, Olga Begner e Olga Sinek. Era especialista em espionagem.
Treinada para obedecer aos chefes, disciplinada, jamais saindo da linha determinada pelo partido, foi antes de tudo um fantoche à disposição do Exército Vermelho. Cumprindo sempre cegamente as determinações, deixou seu marido russo B. P. Nikitin para acompanhar Prestes que voltava ao Brasil. Mitificar as figuras de Prestes e Olga, criando um clima de paixão entre os dois e apresentando-os como heróis brasileiros é insensatez, falsidade e cinismo. Prestes recebeu de Moscou a incumbência de chefiar a ação armada no Brasil. O plano era impulsionar o movimento vermelho na América do Sul. Olga tinha a missão de cuidar de sua segurança e com ele desencadear a revolução. Ela morreu num campo de concentração nazista após ter sido deportada para a Alemanha por Getúlio, a pedido de Hitler, pois era lá procurada com ordem de prisão. Por ironia do destino, sua vida teve fim pela crueza de um regime tão bárbaro quanto aquele ao qual ela se dedicou.

(A verdade sufocada - do Coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra).
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Formar esta aura de romantismo entre casais comunistas é recorrente. Hilda Gadea, uma das mulheres cubanas de Guevara, no leito de morte disse à filha Hildita que as cartas de amor trocadas entre ela e o Che nas invasões beligerantes dele na África e na Bolívia foram, na verdade, escritas por peritos caligráficos em Havana. (Do livro Alina, a filha de Fidel).********************
Os atos de sublevação comunista, depois chamados Intentona, acontecem inicialmente em Natal no dia 23 de novembro de 1935, quando os revoltosos assumem o poder na cidade por quatro dias. Ocorrem a 24 em Recife e logo em seguida no Rio de Janeiro. Os participantes, especialmente os brasileiros, revelam-se tão despreparados, que não é muito difícil às tropas legalistas reassumir o controle das cidades e dos quartéis. Mas tal não impediu um banho de sangue. Quase cem revoltosos são mortos em Recife. Em Natal aconteceram estupros, depredações e pilhagens às centenas, até que as tropas legalistas reassumissem o controle. O pior, no entanto, aconteceu no Rio de Janeiro, em 27 de novembro de 1935 na Escola de Aviação, na Rua Marechal Hermes. Vinte e sete oficiais e praças são mortos enquanto dormiam em seus alojamentos, por colegas comunistas, numa atitude covarde e inusitada para o que se chama honra militar. É sabido que naquela época os quartéis estavam minados de militares favoráveis à causa socialista. Não é por acaso que os grandes e mais ferrenhos comunistas deste país saíram do Exército, como Prestes, Lamarca, Agildo Barata, Agliberto Azevedo, Ivan Ribeiro, Leivas Outeiro e outros, isso sem falar dos praças, como o Cabo Anselmo, que depois mudou de lado.
Na Praia Vermelha o Terceiro Rgimento de Infantaria do Exército é dominado pelos revoltosos comandados pelo capitão Agildo Barata, que executa friamente um capitão de sua própria turma. A reação das tropas legalistas se faz sob o comando do general Eurico Gaspar Dutra, comandante da Primeira Região Militar no Rio de Janeiro. Os revoltosos esquecem seus assassinatos e erguem bandeiras brancas, pedindo pela vida que negaram aos colegas. Alguns são presos e outros conseguem fugir. Estes fatos são ignorados olimpicamente pelo filme "Olga".
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"O capitão Armando de Souza Melo e o tenente Danilo Paladini foram mortos pelo capitão Agliberto Vieira de Azevedo e pelo tenente Ivan Ramos Ribeiro. O mesmo capitão Agliberto assassinou também o tenente Benedicto Lopes Bragança, depois de preso e desarmado. No Terceiro Regimento de Infantaria o capitão Agildo Barata, que estava preso no quartel, auxiliado pelo tenente Francisco Leivas Otero, aliciara inúmeros colegas, formando uma célula comunista. Às duas da madrugada apagaram-se as luzes. A escuridão favorecia a não identificação dos amotinados. O tiroteio foi intenso e alguns militares que se opunham aos colegas comunistas morreram ainda dormindo.
Derrotados, mudaram o estilo e a forma de atuar, mas não se afastaram jamais de seus desígnios de implantar no Brasil um governo marxista-leninista. Viriam a tentar novamente em 1964".
(Do livro A verdade sufocada, do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, que tem sido vítima da facciosa Comissão dos Desaparecidos e suas farras milionárias em prol dos torturados e de muitos mistificadores. Estão tornando ricos antigos comunistas, distribuindo gratificações a granel com dinheiro público. Disse Millor Fernandes, depois de recusar a dinheirama, que na verdade ser comunista naquela época passou a ser hoje um grande investimento financeiro.
Desertores do Exército estão sendo promovidos a generais post-mortem e, o que é pior, sem um pio da Força Terrestre. Quem começa a limitar estas farras é o Judiciário).
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Olga e Prestes.
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Os membros do partido comunista estão em polvorosa. Uns foram presos e outros podem cair a qualquer momento. Miranda, o amante de Elza, foi o primeiro a sentir nas costas o bafo da polícia de Getúlio. Seus companheiros temem que ele entregue os nomes se for torturado. Na verdade, ele está mais preocupado com Elza. Manda um bilhete ao amigo Meirelles no sentido de que a ajude a esconder-se. Honório de Freitas Guimarães, um dos mais cruéis dirigentes do partido, intercepta o bilhete. Telefona para a casa de Miranda e vozes estranhas atendem. Apavora-se. Começa a desconfiar que Miranda e Elza estejam fazendo o jogo da polícia. Ela também foi presa, mas liberada logo a seguir. Alguns dias depois os camaradas entendem que o Miranda nada teve a ver com a delação e colocam toda a culpa na garota.
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Apartamento de Luiz Carlos Prestes em Moscou.
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Um "tribunal revolucionário" se reúne às escondidas num subúrbio do Rio. Seus membros vão julgar Elza, pois têm quase certeza de que ela os está entregando aos inimigos. Honório, Lauro da Rocha, Adelino Deycola e José Lage sentenciam a garota à morte. No entanto, começa a haver demora na execução, pois alguns ainda têm escrúpulos de matar uma moça de dezesseis anos, com certeza desconhecedora dos meandros sádicos do comunismo. Alguns, até, pensam em anular a "sentença".
O ex-capitão Prestes lhes tira todas as dúvidas e medos. Escondido em sua casa no Meyer, já havia decidido pela eliminação da garota. O tribunal era apenas um detalhe, pois ele era rigidamente centralizador e autoritário. Furioso com a indecisão dos companheiros, manda-lhes uma carta:
"Fui dolorosamente surpreendido pela falta de decisão e vacilação de vocês. Assim não se pode dirigir o partido do proletariado. Por que modificar a decisão a respeito da garota? É ou não ela perigosíssima ao partido? Com plena consciência de minha responsabilidade, desde os primeiros instantes tenho dado a vocês minha posição quanto ao que fazer com ela. Em minha carta de 16 sou categórico e nada tenho a acrescentar".
Os companheiros não podiam ter mais dúvidas. A sentença deveria ser executada. Eduardo Xavier, o "Abóbora", um amigo de Miranda, leva Elza até uma casa na Rua Mauá Bastos, número 48-A, na estrada de Camboatã. Na residência esperavam pelos dois o Honório, o Deycola, o "Cabeção" (Francisco da Natividade) e o Gaguinho (Cavalcanti).
Elza, sem de nada desconfiar, vai até a cozinha fazer um café, desconhecendo que logo em seguida será executada. Ela entra na sala e Honório pede que sente a seu lado. É o sinal convencionado. Os outros três entram e em seguida o Cabeção, brandindo uma corda de meio metro, envolve o pescoço da moça e começa a apertar. Elza se debate desesperada procurando desfazer o abraço da morte. Os outros a seguram e Cabeção tem tranquilidade para apertar e apertar, até que ela não faça mais resistência. Cai ao chão sem vida, o que gera no Abóbora uma crise incontrolável de vômitos. Insensíveis, dobram a moça ao meio, juntando os pés à cabeça para que fique mais fácil colocá-la num saco. Enterram a infeliz nos fundos da casa e vão embora, com a consciência revolucionária do dever cumprido. O crime hediondo fora perpetrado em nome do PCB, Partido Comunista Brasileiro. O fato de Prestes não gostar de Miranda foi um dado a mais para apressar a morte de Elza.
Luiz Carlos Prestes é preso a 05 de março de 1936, sendo condenado a dezesseis anos de prisão. É beneficiado em 1945 por uma anistia e pela queda de Getúlio.
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Getúlio Dornelles Vargas.********************
Em 1940 Luiz Cupelo Colônio participa da exumação do cadáver da irmã. Escreve um bilhete a Miranda, que em seguida parte para a Bahia e lá não é mais lembrado.
Rio, 17 de Abril de 1940.
Meu caro Bonfim.
Acabo de assistir à exumação do cadáver de minha irmã Elvira. Reconheci os seus dentes e cabelos. Soube também da confissão que elementos do PCB fizeram na Polícia, de que haviam assassinado a minha irmã. Diante disso, renego meu passado revolucionário e encerro minhas atividades comunistas. Do teu sempre amigo.
Luiz Cupelo Colônio.********************
Esta foi a historia triste de uma garota infeliz, que teve a desgraça de se apaixonar por um membro do partidão.
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Abóbora, leal, mas limitado. Miranda, o amante de Elza.
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Em 1950, dirigente maior do PCB, Prestes se alia a Getúlio Vargas na eleição presidencial daquele ano, eleição que Getúlio venceria. Esquecia o fato de seu novo companheiro ser um dos responsáveis pela morte da mulher Olga Benário. No entanto, o que importava era a causa. Hoje a morte de Elza é veiculada de passagem no filme "Olga", com o cuidado de não vincular seu assassinato a Luiz Carlos Prestes e sim a comunistas de menor expressão.
Não há provas até hoje de que Elza tenha colaborado com a polícia de Vargas. Mesmo que houvesse, o crime estaria justificado?...
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O livro Camaradas, do jornalista da Rede Globo William Haack, comprova, pela abertura dos arquivos da KGB depois que a URSS ruiu, que Luiz Carlos Prestes recebia salários de Moscou. Era o famoso "ouro de Moscou", que ele sempre negou.
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Bibliografia: 1) Um pouco de História sobre a Intentona Comunista - Carlos Ilich Azambuja.
2) A verdade sufocada - do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra (este livro, especialmente, narra com fotos e evidências irrefutáveis a história do comunismo de Dilma Rousseff, assaltos, sequestros e assassinatos de seus grupos guerrilheiros na luta contra a ditadura militar.
3) Camaradas, de William Waack.
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Quase todos nós, latino-americanos, padecemos de marxismo assim como se padece de sarampo. E é alarmante continuar repetindo asneiras, mesmo confrontando-as com a realidade. O mal não é ter sido idiota, mas continuar sendo. Com muito ternura podemos até compartilhar com nosso amigo idiota experiências comuns. Talvez o fato de ter pertencido a algum grupelho de esquerda, ter cantado a Internacional, jogado pedras na polícia, colado em muros cartazes contra o governo ou gritado em coro, com outra multidão de idiotas, "o povo unido jamais será vencido".
O idiota, sabe-se de longa data, alcança extremos sublimes de interpretação dos fatos, para não perder a bagagem ideológica que o acompanha desde a sua juventude. Ele não tem outra muda de roupa. A palavra social, obviamente, o fascina. Falará de política, mudança, plataforma, corrente, reivindicação, luta, convencido de que essa palavra santificará tudo o que faz.
Do sarampo ideológico de sua juventude ficarão algumas marcas bem fortes: críticas ao imperialismo, às multinacionais, ao FMI, idolatria incondicional a Castro e Guevara. A burguesia é chamada por ele com o rótulo evangélico de "poderosos ou favorecidos pela fortuna".
Se há guerrilha em seu país, será compreensivelmente chamada de "insurgência", e por intermédio dela pedirá diálogos patrióticos, embora mate, sequestre, roube, torture ou pratique extorsão. O perfeito idiota é também, conforme a definição de Lenin, um idiota útil.
(Do livro "O Manual do Perfeito idiota latino-americano", de Álvaro Vargas Lhosa, Plínio Apuleyo Mendoza e Carlos Alberto Montander. Observem, senhores, que este livro foi escrito em 1996. Como se revela atual em relação ao que pensam Lulla e seus camaradas no que diz respeito às Farc colombianas, a narco-guerrilha considerada "insurgência" pelo governo brasileiro.
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