Roberto Rodrigues de Menezes.

Roberto Rodrigues de Menezes



sábado, 15 de maio de 2010

Coronel Edmundo - expoente das letras.


Último dos seis filhos do casal Edmundo José de Bastos e Maria Clara de Andrade Bastos, Edmundo José de Bastos Júnior nasceu em Paranaguá, Paraná, no dia 29 de maio de 1933. Poucos anos depois a família transferiu-se para São Francisco do Sul e em seguida Joinville, onde o rapaz fez os cursos primário e ginasial.


Em 1950, por sugestão de seu pai, escrivão da Delegacia Regional de Polícia, o jovem fez os exames para admissão ao Curso de Formação de Oficiais da Polícia Militar catarinense. Classificado em primeiro lugar, ingressou na Corporação em 23 de Fevereiro daquele ano. Primeiro colocado no CFO, foi promovido a segundo tenente em 29 de novembro de 1952. Na cerimônia de formatura foi orador da turma.


Em 1954, quando servia na então Primeira Cia isolada de Joaçaba, conheceu a jovem Aurélia Nattir Grinke. Foi amor imediato, tendo o casal se unido em matrimônio em 18 de Dezembro daquele mesmo ano. Desse enlace vieram três filhos: Nadir Helena, professora, Edmundo José Neto, funcionário da Casan e Eliana Edi, odontóloga. Quatro netos completam a distinta família.


Durante a carreira, além das funções correspondentes aos diversos postos, exerceu os cargos de Delegado Especial de Polícia em Camboriú e Delegado Adjunto da Delegacia de Ordem Política e Social. Foi Chefe da Casa Militar dos governadores Celso Ramos e Ivo Silveira. Fez os Cursos de Aperfeiçoamento de Oficiais (1957) e de Controle de Distúrbios Civis (1963). Nos Estados Unidos frequentou cursos na Academia Internacional de Polícia (Washington) e no Fort Bragg (Carolina do Norte).


Alcançou o posto de coronel em 5 de junho de 1968, uma semana depois de ter completado trinta e cinco anos de idade. Pouco depois, a 10, foi transferido para a Reserva não Remunerada, por ter assumido o cargo de Juiz Auditor da Justiça Militar do Estado, para o qual fora aprovado. Foi, em toda a história da Corporação, o oficial mais moço a atingir o posto mais alto da carreira.


Bacharel e Mestre em Direito, foi professor de Direito Penal no Curso de Direito da Universidade Federal catarinense (UFSC), na Escola Superior da Magistratura Federal de Santa Catarina e na UNIVALI, Universidade do Vale do Itajaí. É autor do livro "Direito Penal em Exemplos Práticos - Parte Geral", com várias edições.


Nunca se afastou da sua Polícia Militar, em cujos cursos de formação e aperfeiçoamento de oficiais lecionou por mais de quarenta anos.


Pesquisador emérito da História da Corporação, publicou a respeito os seguintes livros:

- No tempo do Coronel Lopes... (FCC-1983).

- Polícia Militar de Santa Catarina - Um pouco de História e algumas histórias. (PMSC-1985).

- Coronel Lara Ribas - A carreira, o homem, o símbolo. (PMSC-1990).

- O milagre do Coronel Trogílio. (Garapuvu-1998).

- Diário de Campanha do Capitão Osmar Romão da Silva - Revolução de 1932 - Notas explicativas.(CBVOPMSC-1998).

- Polícia Militar de Santa Catarina - História e histórias. (Garapuvu-2005).


Recebeu em 1997 a medalha coronel Pedro Lopes Vieira, por relevantes serviços prestados à PM catarinense.


Um depoimento do Coronel Edmundo:

No final de 1949, de um oficial da Reserva da PM, a quem havia falado da minha intenção de ingressar no Curso de Formação de Oficiais da Corporação, ouvi o seguinte:

- Rapaz, na Polícia Militar a gente tem duas alegrias: uma no dia em que entra, a outra no dia em que sai.

Não tenho a mínima ideia do que poderia ter provocado no Oficial o ressentimento que manifestou de forma tão contundente. Além de sua bela carreira ele exercia, na época, um dos mais importantes e cobiçados cargos da estrutura policial do Estado, o de Delegado Regional de Polícia de Joinville.

Quanto a mim, das duas alegrias que ele mencionou, tive a primeira no dia 23 de fevereiro de 1950, uma quarta-feira de cinzas. Tive, ou melhor, tenho tido inúmeras outras desde então, mas, certamente, o dia em que deixasse a Corporação estaria muito longe de ser alegre.

A verdade é que jamais deixei a PM, porque a ela permaneço ligado de várias formas. Ali passei os melhores anos da minha vida, tenho os meus melhores amigos e guardo as mais caras lembranças.

Só por motivos relevantes deixo de comparecer às reuniões do grupo Elói Mendes, nas quais tenho ocasião de reviver as lembranças de um tempo muito feliz.

A PM é parte muito importante da minha vida.


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Creia, caro Coronel Edmundo, que fico muito honrado de ter sua relevante história de vida no meu blog. Meu professor de Inglês e Direito em diversos Cursos, só proporcionou a todos os seus alunos e companheiros, exemplos de magnífica retidão e muita proficiência no saber jurídico e policial militar.

Extremamente cavalheiro e cordial no trato, são sempre prazerosos o contato e a conversa com este destacado oficial, expoente maior da literatura miliciana.


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