Roberto Rodrigues de Menezes.

Roberto Rodrigues de Menezes



terça-feira, 11 de maio de 2010

Uma biografia de fé.


"Sabe que eu, quando acordo de madrugada, tenho dois sentimentos: gratidão por tudo de bom que Deus me deu, e perdão por tudo o que não correspondi. Mas, se voltasse no tempo, eu ia querer repetir tudo de novo!" (Monsenhor Bianchini).

Este livro acima, eu o elaborei com verdadeira alegria e são orgulho de estar levando a milhares de leitores a história de alguém que muito prezo e que não passou em vão na vida.
Monsenhor Francisco de Sales Bianchini, filósofo respeitado, teólogo de renome com formação em Roma, enfim, um personagem que dedicou toda a sua vida ao serviço de Deus e de sua Igreja. Dirigente de vários movimentos católicos ao longo de sua vida profícua e laboriosa (Equipes de Nossa Senhora, Serra Clube, Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresas, Cursilhos da Cristandade, Juventude Universitária Católica), hoje ainda é orientador emérito de alguns grupos de casais do Movimento de Emaús.
O grupo Sagrada Família, do qual fazemos parte minha esposa Sílvia e eu, os caros amigos Tarcísio e Dulce, Eduardo e Andréa, Juca e Marivone, mais a Marise, viuva do nosso querido e saudoso Afonso, falecido em 2005 aos 52 anos, ainda tem a felicidade de com ele contar como orientador, desobrigado de suas funções pastorais em função da idade, mas desejoso de sempre ser útil e continuar semeando a sua boa semente de fé cristã.
A respeito dele assim se expressa o brilhante jornalista Cláudio Prisco Paraíso: "Sacerdote que proclama a palavra de Deus com a autoridade dos justos e comprometidos, consegue em suas palestras se reportar às passagens bíblicas como se naquele tempo as tivesse vivido, tamanha a autenticidade e riqueza de detalhes. Como professor, deixou legado no curso de Filosofia, do qual foi coordenador, até pela condição de um dos fundadores da Universidade Federal de Santa Catarina, que ora lhe homenageia com essa obra."

Duas vezes diretor do Centro de Ciências Humanas e chefe do departamento de Filosofia da UFSC, monsenhor Bianchini atuou durante mais de trinta anos na Catedral Metropolitana.
Caráter enérgico, reto, que não transige quando os assuntos são fé e moral, avesso a esta moral decrépita e permissiva do século que se inicia, centrada num relativismo cultural que tudo admite, prática trazida a nós por um ocidente lascivo, decadente, mas politicamente correto.
Aproveito ainda para aqui agradecer ao Dr. Paulo Prisco Paraíso, presidente do Movimento de Emaús em Florianópolis à época (2008), que foi um grande incentivador deste trabalho, não medindo esforços para torná-lo realidade.
Por fim, eis aqui uma rápida cronologia da vida deste santo sacerdote:
- Nascido em 29 de Janeiro de 1925 em Brusque, filho caçula, último de onze, do casal Ernesto Bianchini e Elisa Hassman Bianchini.
- Ingressa em Fevereiro de 1938 no Seminário de Azambuja, em sua terra natal, para cumprir o ginásio e o clássico.
- Em 1945 matricula-se no seminário de São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, para cursar Filosofia.
- No final de 1947 chega a Roma, matriculando-se na Pontifícia Universidade Gregoriana, para cursar Teologia. Faz também doutorado em Filosofia.
- Em 08 de Dezembro de 1950 é ordenado sacerdote em Roma, pelo cardeal Bento Aloísio Masella. Sua primeira missa é lá celebrada.
- Retorna a Brusque em Setembro de 1951, terminados os estudos em Roma, celebrando missa na terra natal
- Inicia seu ministério sacerdotal em Outubro de 1951 em Florianópolis, de onde não mais sairia. Sua primeira função é a de Capelão do Hospital de Caridade.
- 1952 - Inicia trabalho com a Juventude Universitária Católica.
- De 1952 a 1961 é Coadjutor da Catedral Metropolitana em Florianópolis.
- 1953 - Nomeado professor de Italiano e Filosofia na Faculdade de Ciências e Letras da capital.
- 1954 - Implanta em Florianópolis as Equipes de Nossa Senhora.
- 1962-1966 - Fundador da paróquia do Saco dos Limões, encarregando-se de todas as tratativas para a construção da igreja e instalação da paróquia.
- 1966-1971 - Cura da Catedral Metropolitana de Florianópolis.
- 1971 - Professor fundador da UFSC. Duas vezes diretor do Centro de Ciências Humanas e duas vezes chefe do departamento de Filosofia.
- 1974 - Implanta na Arquidiocese de Florianópolis o Movimento de Emaús, que tem como objetivo o aperfeiçoamento da vida religiosa de universitários e suas famílias.
- 1975 - Jubileu de prata sacerdotal e título de cidadão florianopolitano outorgado pela Câmara Municipal da capital.
- 1995 - Recebe do papa João Paulo II o título de Monsenhor.
- 2000 - Jubileu de ouro sacerdotal. Recebe do Governo do Estado a medalha de mérito Anita Garibaldi.
- 2001 - Nomeado membro do Conselho Estadual de Educação.
- 2002 - Deixa a direção do Movimento de Emaús, recebendo a justa distinção de Conselheiro Espiritual Emérito.
Tenho a satisfação de dizer neste espaço que considero o Monsenhor Bianchini um grande amigo. Homem de Deus por excelência, deixa todo um legado de retidão e devoção à causa da Igreja. Seu lema ao ordenar-se "Sacerdos in aeternum" (Sacerdote eternamente) foi cumprido com zelo e virtudes que o fazem merecedor de todo nosso respeito.
Continua morando em Florianópolis no Jardim Germânia, parque São Jorge, próximo da UFSC.
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Um dos seus sonetos preferidos, de autor desconhecido:
Não me comove, Senhor, para querer-te,
todo o céu que me tenhas prometido,
nem me comove o inferno tão temido,
para deixar, por isso, de ofender-te.
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Comoves-me, Senhor, e eu ao ver-te
cravado numa cruz, escarnecido,
lamento por teu corpo tão ferido,
bem como as afrontas e tua morte.
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Comove o teu amor de tal maneira,
que se céu não houvesse, eu te amaria,
e se inferno não houvesse, eu temeria.
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Nada tens que me dar porque te quero,
pois mesmo sem contar com o que espero,
o mesmo que te quero, eu quereria.
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