Roberto Rodrigues de Menezes.

Roberto Rodrigues de Menezes



terça-feira, 4 de janeiro de 2011

O Escorial.

Tendo atrás de si o arquiteto Juan Herrera, Felipe II acompanha a construção do Escorial.
****************************************
Felipe II, da casa dos Habsburgos, rei da Espanha e de quase todo o mundo ocidental, recebera em 1556 do pai, Carlos V, imperador do Sacro Império Romano-germânico, vastíssima extensão territorial de domínio. Seu império era dono de terras nas Américas e em quase toda a Europa. Casado com a inglesa Maria Tudor, rainha da Inglaterra, contava também com o apoio dos ingleses. Em 1557 vence a França e  anexa a região francesa de São Quintino.  Para comemorar esta vitória e para honrar a Igreja Católica, devoto que era, resolveu construir um conjunto modelo, na verdade ideia de seu pai, o mosteiro de São Lourenço do Escorial, na serra de Guadarrama, 40 km a noroeste de Madri. Ali passou quase toda a sua vida e costumava dizer que governava o mundo do sopé de uma montanha.
****************************************
Vista de um dos lados do Escorial.
****************************************
Felipe II combateu os protestantes e fez uso da Inquisição quando achou necessário. Procurou também interferir nos costumes árabes das povoações ao sul da Espanha, que considerava pagãos.
O conjunto arquitetônico foi chamado Escorial. Refletiu a austeridade do período da Contra-reforma, quando a Igreja Católica passou por uma reformulação moral e administrativa. Era todo de granito cinza, obra por excelência do Renascimento espanhol. O arquiteto Juan Baptista de Toledo começou a construí-lo em 1563. Depois da sua morte a construção passou para o arquiteto Juan Herrera, que o terminou em 1584. Foram 21 anos em que Felipe II participou pessoalmente da obra.
****************************************
Vista do coro da igreja, mostrando o altar-mor e o teto abobadado pintado por Lucas Cambiaso.
****************************************
Terminado, o Escorial tinha 2.573 janelas, 14 pátios, 89 fontes, 86 escadarias, 1.200 portas e área de 268 por 162 metros quadrados. Em cada um dos cantos uma torre e 15 portas monumentais de acesso ao interior. Parte significativa do Escorial era reservada à família real. O restante abrigava um mosteiro, seminário, universidade, hospital, biblioteca e o túmulo dos reis de Espanha, o Panteão dos reis. Uma enorme sala do trono tinha como único mobiliário o próprio trono. Em forma de cruz, a igreja do mosteiro mede 108 por 60 metros. 42 altares e afrescos diversos se espalham pelas laterais. Estátuas de bronze folheadas a ouro representam as famílias de Carlos V e Felipe II. Dois órgãos de madeira são decorados em ouro. Uma imagem de Cristo, em mármore branco, foi feita pelo escultor italiano Benvenuto Cellini. O lustre de cristal no centro tem a forma de quatro pavões com as caudas abertas em leque. À esquerda da igreja foram feitos vários jardins.
****************************************
Panteão dos reis, o seu túmulo dourado.
****************************************
A biblioteca do Escorial é um dos seus pontos altos. Apesar de incendiada por um raio em 1671, ainda contém 40.000 livros impressos e  quatro mil manuscritos feitos em árabe e latim. No Escorial repousam Carlos V, os Felipes II, III e IV e Carlos II, no magnífico túmulo octogonal, com abóbada em mármore e quartzo vermelho, mais os membros da família real.
****************************************
O Escorial visto de frente.
****************************************
Carlos II foi o último rei da casa dos Habsburgos a ser ali sepultado. Em 1700 a coroa espanhola passou para a casa dos Bourbon com Felipe V. Os membros desta dinastia adaptaram o Escorial  ao estilo francês. Os últimos reis a serem sepultados no Escorial foram Afonso XIII e sua esposa Vitória de Bahemberg. O Escorial subsiste até hoje e encanta os seus visitantes, preservado pela atual casa real espanhola do rei Juan Carlos (o que mandou o brucutu bolivariano Chavez se calar) e sua elegante e refinada esposa Sofia.
**************************************************
Enciclopédia Conhecer - Tomo 10 - 1972 - Abril Cuktural.
**************************************************

Nenhum comentário:

Postar um comentário