Roberto Rodrigues de Menezes.

Roberto Rodrigues de Menezes



domingo, 2 de janeiro de 2011

Tucídides, general e historiador grego.

 Euclês, general ateniense, com uma frota de sete trirremes, procura chegar rápido ao porto de Íon, para defender a cidade de Anfípolis, e por extensão Atenas do ataque espartano. Porém, apesar dos esforços atenienses, a cidade foi tomada. Só restava tentar preservar o porto, para impedir o acesso de Esparta ao mar. Outro general grego, Tucídides, que não conseguiu evitar a tomada de Anfípolis, sabe que seu destino está selado. Em 425 AC ele é exilado de sua terra por vinte anos. No exílio, o militar se tornou historiador e escreveu a História desta guerra, chamada guerra do Peloponeso, uma península com várias cidades gregas sob a órbita de Atenas, agora dominadas por Esparta. E a história que Tucídides escreveu foi considerada um dos capítulos mais emocionantes da história da Grécia antiga.
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Tucídides (460?395? AC) viveu a época de Péricles, quando Atenas atingiu o seu apogeu. Ele abandonou a linha mítica de Homero, o escritor da Ilíada e da Odisséia, e passou a buscar critérios lógicos e racionais em sua historiografia. Escreveu que os fatos não deviam ser relatados de acordo com o primeiro informante, nem segundo impressões próprias, procurando na medida do possível observá-los racional e factualmente. No entanto, ainda influenciado por Heródoto e Homero, escritores que o antecederam, não se furtou a escrever, e com muito brilho, discursos fictícios de seus personagens. A obra de Tucídides foi além de seus contemporâneos, porque procurou sempre a busca do conhecimento através das causas da ação do homem, e não a explicação na mitologia. Ele foi quem primeiro se reportou à independência da política em relação à moral (isto se revela atualíssimo), como também da dependência da política ao poder (eis aí o nosso Maquiavel da idade antiga). Seus personagens eram homems reais e não mitos, como escrevera Homero.
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O Peloponeso era uma península ao sul da Grécia. As cidades da liga do Peloponeso, à frente Esparta e Corinto, lutaram contra a forte influência militar, econômica e cultural de Atenas. A Guerra do Peloponeso (431-404 AC) colocou em luta cidades que deveriam, para ser mais fortes, se unir dentro do solo grego. Atenas tinha seu poderio bélico em sua esquadra naval de trirremes. Esparta possuía um fabuloso exército terrestre, militarmente treinado e preparado. E a guerra foi vencida por Esparta porque as embarcações gregas não chegaram a tempo. Atenas se rendeu ao inimigo em 404 AC. O esplendor de Atenas, tão conhecido pelo mundo, estava chegando ao seu declínio. E Tucídides relatou toda essa história com verve magistral. As cidades gregas unidas, poderiam fazer frente aos inimigos naturais medos e persas, que por vezes se aliavam com alguma delas para fazer a derrocada de outra.
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Um afresco em que Homero, o grande escritor grego e cego da era antiga (século VIII AC), aparece ao lado de Virgílio, o sábio romano, na sua direita, e Dante, o autor da Divina Comédia, à sua esquerda,  numa figuração mítica não preocupada com a cronologia temporal.
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Bibliografia: Enciclopédia Conhecer, Tomo X, Abril Cultural 1972.
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Um comentário:

  1. Estou acompanhando e lendo. Muito bom. Adoro história e fiquei admirada pois sempre me interessa saber a data do livro que edição. Obrigada pela postagem

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