Roberto Rodrigues de Menezes.

Roberto Rodrigues de Menezes



sexta-feira, 2 de julho de 2010

O inferno de Pitesti, na Romênia.

Castelo que teria sido do Conde Drácula, na Transilvânia, região romena da Europa central.
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No final da Segunda Grande Guerra, os incautos líderes vitoriosos da França, Inglaterra e Estados Unidos, aceitaram que o líder russo Stalin, um aliado na guerra, devolvesse a normalidade democrática à Europa Central. E o que se viu foi que, a partir de 1950, instalaram-se nos países dessa região ditaduras comunistas de todo calibre, sob o "manto protetor" do genocida soviético. Tais países formariam a Cortina de Ferro, uma espécie de proteção física e política da URSS contra a Europa Ocidental. Países que a formavam: Albânia, Alemanha Oriental, Bósnia Herzegovina, Bulgária, Croácia, Eslováquia, Eslovênia, Hungria, Iugoslávia, Polônia, República Tcheca e Romênia. (Esta é a atual configuração destes países. A Iugoslávia se desintegrou em cinco nações pós-comunismo. A Tchecoslováquia dividiu-se em República Tcheca e Eslováquia e a Alemanha Comunista foi reunificada).
A Romênia (ou România) situa-se a leste com a Ucrânia, ao sul com a Bulgária e a oeste com a Sérvia.
Como já foi dito, logo após a vitória dos aliados na Segunda Guerra, a Romênia passou a ser monitorada por Moscou. Nela se implantou um regime comunista ditatorial que durou desde esses tempos até 1990, quando a União Soviética ruiu e o muro de Berlim (1989), símbolo da Cortina e do comunismo europeu, foi demolido física e psicologicamente.
Um dos líderes do Partido Comunista Romeno, partido único, como em todos os regimes dessa espécie, assumiu o poder em 1956. Era Nicolae Ceausescu. Sua esposa Helena influía em suas decisões. Ele intitulou-se Conductor (condutor, chefe), pois nesses regimes o culto à personalidade do ditador é uma das primeiras regras de poder.
Repetindo a prática dos países em volta, Ceausescu redimensionou a Securitate, polícia política e secreta do regime, dando-lhe poderes especiais.
Países da Cortina de Ferro, que hoje se busca ressuscitar na América Latina de Castro e Chavez.
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Em 1989 o regime começa a cair. Havia muitas revoltas contra o governo, todas atacadas com incrível violência, com expurgos e execuções sumárias. Forças militares disparam contra manifestantes luteranos que pediam democracia. A revolta se espalha pelo país e as forças armadas nas ruas, numa reviravolta espetacular, se bandeiam para o lado dos manifestantes.
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Igreja de São Jorge, em Pitesti, uma cidade romena.
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Nicolae e a esposa tentam fugir de helicóptero. O piloto tem na cabeça um revólver, sobraçado por um ajudante do casal. Com extrema coragem, simula um defeito no aparelho e aterra.

Helena Ceausescu (1916-1989).
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Nicolae e a mulher são presos a 22 e condenados à morte e executados em 25 de Dezembro de 1989, em julgamento sumário, por prática de vários crimes, inclusive genocídio.
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Nicolae Ceausescu (1918-1989).
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Realizam-se, após a morte do casal, eleições livres na Romênia, depois de quatro décadas, e Ilion Iliescu, dos sociais-democratas, é eleito Presidente. Hoje a Romênia é uma democracia e participa da União Européia desde janeiro de 2007.
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O inferno de Pitesti (uma história de horror do regime comunista romeno).
(Terceira Parte: A outra Europa vítima do Comunismo. Capítulo 2 - Europa central e do sudeste, página 495 do Livro Negro do Comunismo de Stephane Courtois e pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa Científica da França - Editora Bertrand).

A Securitate, polícia política romena, utilizou os instrumentos clássicos de tortura durante os interrogatórios, espancamentos, pancadas nas solas do pés, suspensão dos pés junto ao teto com o indivíduo de cabeça para baixo. Em Pitesti, porém, cidade da Romênia, tudo isso foi ultrapassado. O corpo era queimado com cigarros, partes do corpo de alguns prisioneiros começavam a gangrenar, caíam como as dos leprosos. Outros eram obrigados a ingerir excrementos e os vomitavam, sendo o vômito lhes enfiado garganta abaixo. A imaginação delirante de Eugen Turcanu, um dirigente comunista romeno, diretor da prisão e encarregado das torturas, se excitava sobretudo com os estudantes religiosos que se recusavam a renegar Deus.
Alguns eram batizados todas as manhãs: enfiavam-lhes as cabeças num tonel cheio de urina e fezes, enquanto outros presos recitavam em voz alta a fórmula do batismo. Para que o torturado não se asfixiasse, de tempos em tempos sua cabeça era levantada do tonel, a fim de respirar.
Quanto aos seminaristas, Turcanu os obrigava a oficiar missas negras que ele próprio encenava, sobretudo durante a semana santa. Alguns desempenhavam o papel de meninos do coro; outros de padres. O texto litúrgico de Turcanu era pornográfico e parafraseava de forma demoníaca o original. A Virgem Maria era referida como "a grande prostituta" e Jesus "o imbecil que morreu na Cruz".
O seminarista que desempenhava o papel de padre devia despir-se completamente. Depois era envolvido por um lençol sujo de excrementos e lhe penduravam no pescoço um pênis enorme confeccionado com sabão. Na noite que antecedeu a Páscoa de 1950, os estudantes em "curso de reeducação" foram obrigados a passar diante do "padre" e a beijar o pênis dizendo: Cristo ressuscitou!...
Em 1952 as barbaridades descritas foram denunciadas à Europa por rádio, obrigando as autoridades comunistas a pôr fim a este tipo de "reeducação". A cúpula do partido, pressionada, eximiu-se da culpa e a colocou toda em Turcanu e mais seis cúmplices. Eles foram condenados à morte e executados, mas a cúpula, que com certeza conhecia os métodos do subordinado, saiu ilesa.
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Esta literatura é abundante na Europa, desde a queda do muro de Berlim e a falência da URSS. Escritores e pesquisadores do mundo inteiro se debruçaram ante os crimes do regimes totalitários comunistas e os dissecaram. Os padres e seminaristas estavam presos sem a prática de qualquer crime, a não ser o fato de serem padres e e seminaristas. (E dizer que frei Betto pediu a Fidel que os católicos cubanos fossem admitidos no partido comunista). Na América Latina é completamente desconhecida esta literatura, só sendo objeto de estudo por parte de alguns idiotas como este que vos fala, ciente dos perigos terríveis que o comunismo apresentou, apresenta, e ainda apresentará.
Não sou contrário à pantagruélica Comissão da Verdade, que quer colocar a público os horrores da ditadura militar brasileira. Não tenho compromisso com nenhuma ditadura, como têm os petistas e seus aliados. Mas que se faça também a análise dos crimes daqueles que desejaram implantar no Brasil um regime idêntico ao de Ceausescu, e pegaram em armas, torturaram e mataram, na busca de suas vermelhas utopias.


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Um comentário:

  1. Mesmo assim, o comunismo assassino não foi condenado num Tribunal Internacional!

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